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O município de São Paulo – São Paulo encontra-se em local estratégico para as indústrias transformadoras de PET em função da proximidade das fontes de petróleo, do maior porto brasileiro e é o maior mercado consumidor do país. O município também é estratégico no quesito de mercado consumidor e reciclagem de vidros. Desta maneira torna-se possível o estudo dos impactos ambientais do ciclo de vida os materiais, considerando a estrutura mercadológica instalada e a representatividade deste município em âmbito global enquanto metrópole.

Fundada em 1554, São Paulo está localizada na região Sudeste do país, caracterizada como a maior cidade do Brasil e da América do Sul, assim como a mais populosa do hemisfério sul, com cerca de 7.398,26 hab/km² (IBGE, 2018). A população estimada é de 12.106.920 de pessoas. Contribuiu sozinha com cerca de 17,7% do PIB nacional em 2016 (EMPLASA, 2018), abrigando o maior parque industrial e o centro financeiro mais dinâmico do país, em seus 1.521,11 km² de área territorial. Com relação às características administrativas, a cidade é dividida em 32 subprefeituras, das quais, em um cenário fictício de emancipação, se enquadrariam entre os 85 maiores municípios brasileiros. O município é o centro da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, o maior polo da riqueza nacional (PMSP, 2014). A RMSP foi criada em 1973, é composta por 39 municípios que abrigam

aproximadamente 21,4 milhões de habitantes. Esta região está dividida em cinco sub- regiões, dentre todas as quais o município de São Paulo integra (EMPLASA, 2018).

Com relação ao gerenciamento de resíduo sólido urbano no município de São Paulo, é adotada uma divisão em dois diferentes agrupamentos de subprefeituras. A prestação de serviços é realizada por concessionárias, das quais somente o serviço de coleta utilizava em 2014 uma frota de cerca 351 caminhões compactadores. São numerosos os custos para subsidiar esta gestão, para a qual estava previsto um orçamento de cerca de R$ 2,01 bi para o ano de 2014. A geração de resíduo sólido também tem números expressivos, com geração média per capita de resíduo sólido domiciliar ficou em torno de 1,1 kg/hab.dia-1, com grandes variações

entre as subprefeituras. A gravimetria deste resíduo sólido apontou uma predominância da fração orgânica, compondo 51% do total, seguida por 35% de resíduo seco e 14% de rejeitos. Em 75 de 96 distritos há a coleta seletiva, com algumas iniciativas desde o ano de 1989, contando com centrais de triagem e convênios com cooperativas de catadores (PMSP, 2014).

De acordo com a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB (2018), autarquia responsável pelo gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos no município, são gerados em média cerca de 20 mil toneladas de resíduo sólido ao dia, quantidade que inclui o resíduo sólido domiciliar, resíduo sólido de saúde, limpeza de feiras livres, resíduo sólido de poda, resíduo sólido de construção civil, entre outros. Se considerados apenas o resíduo sólido domiciliar, são coletadas cerca de 12 mil toneladas/dia. A coleta deste resíduo sólido é realizada por duas empresas concessionárias: Ecourbis, responsável pela coleta na região sudeste, e Loga, responsável pela coleta da região noroeste da cidade de São Paulo (Figura 23). Com isso, é percorrida diariamente uma área de 1.521 km², com estimativa de que mais de 11 milhões de pessoas são atendidas pela coleta. São empregados cerca de 3,2 mil pessoas e são utilizados em torno de 500 veículos no recolhimento do resíduo sólido.

Figura 23: Gestão territorial no serviço de coleta do RSU em São Paulo – SP

Fonte: AMLURB (2018)

Em alguns casos, em função de grandes distâncias de transporte, é realizado o denominado transbordo, que se refere ao descarregamento dos caminhões compactadores em certo ponto e, o carregamento do resíduo em uma carreta de maior capacidade que transporta o resíduo sólido até o aterro sanitário. Atualmente, a cidade de São Paulo conta com três Estações de Transbordo, que juntas movimentam em torno de 11 mil toneladas/dia, são elas: Transbordo Ponte Pequena, que atende a região noroeste, os quais são destinados ao Aterro Sanitário Caieiras; Transbordo Vergueiro, do qual o resíduo sólido é destinado para o Aterro Sanitário Central de Tratamento Leste – CTL; Transbordo Santo Amaro, do qual o resíduo sólido é igualmente encaminhado para o Aterro Sanitário CTL.

São utilizados atualmente três aterros para dispor o resíduo sólido domiciliar e de varrição coletados no município de São Paulo, dois privados e um sob concessão: Aterro Sanitário Caieiras, Centro de Disposição de Resíduos (CDR)

Pedreira e o CTL, respectivamente. Há também os aterros com as atividades encerradas e que se encontram em fase de monitoramento, como o Aterro São João, que recebeu o resíduo sólido coletado pela Ecourbis até outubro de 2009; o Aterro Bandeirantes, localizado na Rodovia dos Bandeirantes km 26, o qual recebeu resíduo sólido coletado pela Loga até março de 2007, além dos aterros Vila Albertina, São Mateus e Santo Amaro. A Figura 24 ilustra o processo de coleta de resíduo sólido domiciliar no município de São Paulo.

Figura 24: Fluxo da coleta de resíduo sólido domiciliar em São Paulo

Fonte: AMLURB (2018)

A cidade conta com um programa de coleta seletiva com uma rede de 27 cooperativas e associações de catadores habilitadas pela AMLURB. Após a coleta o resíduo sólido é encaminhado às cooperativas e duas centrais mecanizadas de triagem, onde são separados e comercializados pelas cooperativas (Figura 25). O resíduo sólido foco do programa é composto por papel, plástico, vidro e metais. Além da coleta porta a porta, a Prefeitura viabiliza aproximadamente 1.500 Pontos de

Entrega Voluntária – PEV´s instalados em pontos estratégicos para recebimento do material reciclável. Ademais, é importante mencionar que existem cerca de 80 iniciativas de Pontos de Entrega Voluntária estruturadas pelo setor privado, especialmente localizadas em unidades de grandes redes de comércio (Figura 26). Por serem locais com controle de acesso razoável, possuírem orientação aos usuários e contarem com a presença de cooperados em algumas unidades, os índices de rejeito são menores que PEV’s em locais públicos. Este tipo de estrutura será utilizado como modelo para o sistema de retorno de embalagens nos cenários propostos neste estudo.

Figura 25: Fluxo da coleta seletiva em São Paulo

Figura 26: Pontos de Entrega Voluntária de resíduo sólido seco em estabelecimentos do comércio varejista no município de São Paulo

Fonte: PMSP (2014)

Para realização do serviço de coleta seletiva do resíduo sólido domiciliar no município, são utilizados os equipamentos da Tabela 3. De acordo com a gravimetria realizada pela Prefeitura Municipal de São Paulo – PMSP (2014), cerca de 1/3 em média do RSU doméstico corresponde à fração seca ou reciclável (Figura 27).

Tabela 3: Quantitativo de equipamentos utilizados na coleta seletiva em São Paulo

Equipamento Quantidade

Caminhões coletores – compactador 23 Caminhões coletores – gaiola 44 Caminhões coletores – munck 19 Caminhões coletores leves – VUC 8

Caminhões coletores leves – HR 22 Contêineres (PEV) - 2.500 litros ≅ 1900

Contêineres – 1000 litros ≅ 3800 Fonte: adaptado de PMSP (2014)

Figura 27: Composição gravimétrica do resíduo sólido domiciliar em São Paulo

O índice de composição gravimétrica não é uniforme para todo o território municipal, variando entre as Subprefeituras e entre os dois agrupamentos definidos para a prestação de serviços – Noroeste e Sudeste. A variação ocorre também de acordo com a época do ano, na qual o segundo semestre apresenta elevação destes valores. Uma questão importante sobre a geração de RSU domiciliar na capital paulista é o alto índice de geração deste resíduo em regiões que apresentam população com perfil socioeconômico de renda mais elevada, correspondendo à tendência observada em âmbito mundial (PMSP, 2014).