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Atores Responsabilidades
Poder Público Municipal
Articulação, coordenação, promoção e supervisão de programas de educação ambiental; Articulação com os fabricantes no sentido de implantar o sistema de logística reversa, bem como difundir tais programas;
Manutenção do sistema de logística reversa implementada em entidades e/ou instituições públicas;
Treinamento, orientação e conscientização dos comerciantes e da população quanto ao funcionamento do programa de logística reversa, bem como sobre os riscos ambientais e sanitários do descarte inadequado;
Garantia da continuidade e permanência do processo educativo. Fonte: Adaptado a partir da PNRS (2010).
Neste sentido, no que concerne às embalagens vazias de agrotóxicos, apenas no município de Novo Horizonte do Sul/MS não existe nenhuma ação para fiscalização do gerenciamento destas embalagens por parte dos gestores públicos. Já para os demais municípios as embalagens de agrotóxicos utilizadas têm seu gerenciamento realizado baseado na logística reversa, uma vez que os produtores rurais adquirem os defensivos agrícolas e após o uso se responsabilizam pela lavagem (tríplice lavagem ou lavagem sob pressão) e inutilização das embalagens para, então, enviá-las às unidades de recebimento (postos ou centrais de recebimento). Posteriormente, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), representante da indústria fabricante, coleta as embalagens vazias que foram devolvidas nas unidades de recebimento e as envia para a correta destinação (reciclagem ou incineração) (Figura 36).
Figura 36 – Fluxo do sistema de devolução de embalagens vazias.
Fonte: Adaptado do inpEV (2014).
De acordo com informações do inpEV, não existem postos ou centrais de recebimento nos municípios do Polo 06, com isso o local para devolução das embalagens de defensivos
Produto pronto para comercialização
Comercialização
•As revendas indicam na Nota Fiscal o local para devolução das embalagens
Tríplice Lavagem
•O agricultor realiza a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão e armazena temporariamente as embalagens
Devolução
•As embalagens vazias são devolvidas pelo consumidor no local indicado na Nota Fiscal
Processamento de Embalagens
•As embalagens vazias são preparadas pelos funcionários das unidades de recebimento para a destinação final
Destinação ambientalmente correta
•Incineração •Reciclagem
agrícolas é indicado na nota fiscal de compra, ou seja, é feito em pontos de recebimento de forma que a logística reversa se efetive.
No que concerne aos pneus, o Brasil conta com um programa já implantado de logística reversa de pneus inservíveis, através da Reciclanip. Este está inserido em todos os estados brasileiros, inclusive no Estado de Mato Grosso do Sul, havendo a parceria entre fabricantes de pneus, possibilitando a coleta e a destinação correta destes materiais.
O programa envolve a instalação de pontos de coleta para recolhimento dos pneus, disponibilizados e administrados pelas Prefeituras Municipais, para onde são encaminhados os pneus recolhidos pelo serviço municipal de limpeza pública, ou aqueles levados diretamente por borracheiros, recapadores, descartados voluntariamente pelos munícipes, etc. Por meio da parceria de convênio, a Reciclanip fica responsável por toda a gestão da logística de retirada dos pneus inservíveis do ponto de coleta e pela destinação ambientalmente adequada deste material para empresas licenciadas pelos órgãos ambientais competentes e homologados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que realizam a trituração dos pneus para serem reaproveitados como combustível alternativo para as indústrias de cimento, solas de sapatos, dutos pluviais, tapetes para automóveis, manta asfáltica, entre outros.
Contudo, apenas os municípios de Ivinhema e Nova Andradina/MS possuem pontos de coleta de pneus inservíveis conveniados à Reciclanip nos municípios do Polo 06 – Região Leste (Figura 37). Nota-se que no município de Nova Andradina o barracão estava em processo de reforma. Ainda, os municípios de Batayporã e Taquarussu/MS possuem convênio com a Reciclanip, destinando seus pneus para Campo Grande/MS.
Figura 37 – Ponto de entrega de pneus inservíveis em Ivinhema (A) e Nova Andradina (B).
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2014.
No que concerne na coleta dos pneus inservíveis, foi diagnosticado que na maioria dos municípios o serviço é realizado pela Prefeitura Municipal ou outro órgão a ela subordinado, sendo posteriormente acondicionado em um galpão. Apenas o município de
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
CAP 9 – RESÍDUOS COM LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA (RLRO)
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Novo Horizonte do Sul não possui nenhuma ação para gerenciamento dos pneus inservíveis (Quadro 14).
Quadro 14 – Informações referentes ao gerenciamento dos resíduos pneumáticos nos municípios integrantes ao Polo 06.
Municípios
Sistema de Coleta Diferenciada Acondicionamento Temporário de pneumáticos Destinação Final Existência Método Anaurilândia Sim A Vigilância Sanitária recolhe e leva para um
galpão
Galpão localizado no vazadouro a céu aberto,
coberto e fechado (foi observado pneus do lado
de fora do galpão) Antigamente ia para Nova Andradina, atualmente os pneus encontram-se estocados no galpão Angélica Sim A Prefeitura Municipal coleta e leva para um
galpão Galpão localizado na cidade, coberto e fechado Campo Grande/MS Bataguassu Não Os borracheiros e particulares levam os pneus
até o galpão
Galpão localizado no vazadouro a céu aberto, aberto e coberto, porém não protegido da chuva
Três Lagoas/MS
Batayporã Não
Os borracheiros e particulares juntam em seus
estabelecimentos e a prefeitura combina um dia
para retirar e encaminhar para um galpão localizado
em Taquarussu Estabelecimentos comerciais de borracheiros e residências de particulares Taquarussu/MS Ivinhema Sim A Prefeitura Municipal coleta e leva para um galpão da Reciclanip
Galpão alugado, coberto
e fechado Campo Grande/MS
Nova
Andradina Sim
A Prefeitura Municipal coleta e leva para um
galpão Galpão localizado no Centro de Controle de Zoonoses Campo Grande/MS Novo Horizonte do Sul
Não Não possui Sem local para acondicionamento
Vazadouro a céu aberto
Taquarussu Sim
A Prefeitura Municipal coleta e leva para um
galpão
Galpão coberto e
fechado Campo Grande/MS
Fonte: Elaborado pelos autores.
Nota: Os municípios de Batayporã, Ivinhema, Nova Andradina e Taquarussu possuem convênio com a Reciclanip.
No que concerne aos óleos lubrificantes, foi diagnosticado que apenas o município de Novo Horizonte do Sul não possui nenhuma ação para gerenciamento do mesmo, para os demais municípios existe uma empresa que realiza a compra desse óleo dos postos de gasolina.
Quanto às lâmpadas fluorescentes o município de Bataguassu possui um local na Secretaria de Obras para acondicionar esse material, mas ainda não possui um local para a destinação correta, já para os demais municípios não existem ações de gerenciamento diferenciado para estes resíduos, sendo a coleta e destinação final realizadas juntamente com os resíduos domiciliares e comerciais.
No que diz respeito aos produtos eletrônicos, o município de Angélica possui um galpão destinado a acondicionar esses materiais, já os municípios de Nova Andradina e Taquarussu realizam anualmente uma
campanha para recolhimento destes produtos, posteriormente são destinado a Campo Grande/MS. Ainda, Taquarussu é o único município a realizar ações para gerenciamento dos óleos comestíveis, onde os mesmos são inseridos em garrafas PET e entregues na Secretaria de Meio Ambiente do município, porém conforme Figura 38 verifica-se que o volume devolvido é muito pouco, devido aos hábitos da população de fazer sabão usando este óleo.
Para as pilhas e baterias, foi diagnosticado que os municípios de Bataguassu, Ivinhema, Nova Andradina e Taquarussu possuem pontos de entrega voluntária desses materiais (Figura 39). Ademais, o município de Nova Andradina destina as pilhas e baterias para Três Lagoas e Taquarussu envia por meio dos correios para São José dos Campo/SP.
Figura 39 – Ecoponto para entrega de pilhas, baterias e outros materiais no município de Nova Andradina/MS.
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2014.
Desta forma observa-se que existem apenas sistemas de logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos para alguns municípios integrantes do Polo 06 – Região Leste, para os demais resíduos, por mais que muitas das vezes possuam coleta diferenciada e destinação em alguns municípios, não têm seu retorno ao setor empresarial.
Figura 38 – Óleos comestíveis acondicionados em garrafas PET no município de Taquarussu/MS.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
CAP 9 – RESÍDUOS COM LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA (RLRO)
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Destaca-se que, devido aos dados quantitativos da geração de resíduos sólidos com logística reversa obrigatória serem inconsistentes, não havendo um banco de dados armazenando informações coerentes e fidedignas de dados quantitativos sobre a geração de tais materiais, as quantidades geradas por município foram estimadas a partir de dados de fontes bibliográficas. Assim adotou-se dados de geração por habitantes e por domicílios, conforme ilustra o Gráfico 10.
Gráfico 10 – Números per capita e por domicílios adotados para a estimativa de resíduos com logística reversa obrigatória.
Fonte: A partir de dados do IBAMA, (2011); FEAM, (2011); TRIGUEIRO, (2006); Brasil, (2011).
Desta forma, a partir do quantitativo de população urbana, foi estimada uma geração anual de 251,57 toneladas de resíduos eletroeletrônicos, 419.926, 8.709 unidades de pilhas e baterias respectivamente, 120.216 unidades de lâmpadas fluorescentes e 280,60 toneladas de resíduos de pneus para os municípios do Polo 06 – Região Leste.
2,9 4 0,09 4,34 2,6 Pneus (kg/hab.ano) Lâmpadas Fluorescentes (und./domicilios.ano) Bateria (und./hab.ano) Pilhas (und./hab.ano) Eletroeletrônicos (kg/hab.ano)
10 IDENTIFICAÇÃO DOS PASSIVOS AMBIENTAIS
As áreas de passivo ambiental são produtos da disposição final inadequada dos resíduos sólidos, isto é, sem um sistema efetivo de controle ambiental e operacional para o manejo dos resíduos descartados. Estas áreas caracterizam-se pelo potencial risco ao meio ambiente advindo da possibilidade de contaminação do solo e das águas subterrâneas, além do fato de tornarem-se criadouros de micro e macrovetores nocivos à saúde pública.
A destinação final inadequada dos resíduos causa riscos à saúde pública e ao meio ambiente, criando uma área de passivo ambiental. Devido à possível contaminação dos recursos naturais que pode advir desses passivos, fazem-se necessárias ações que promovam sua remediação e recuperação. Contudo, nenhum município do Polo 06 realiza medidas de controle para a disposição final dos resíduos sólidos gerados.
É importante ressaltar que na identificação das áreas de passivos ambientais também foram considerados locais encerrados, porém utilizados no passado para a disposição final de resíduos sólidos urbanos. Neste sentido, observa-se que podem existir áreas de passivo antigas não identificadas e não relatadas pelas municipalidades.
Infere-se que, para cada uma destas áreas possivelmente contaminadas é necessário que se elabore um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas por Disposição Final de Resíduos Sólidos (PRAD-RS), com o intuito de avaliar de forma minuciosa o local por meio de análises físicas, realizando o levantamento histórico da área, uso e ocupação do solo, geologia, hidrogeologia e topografia, bem como estimar o volume e as características dos resíduos depositados. Após a elaboração do PRAD-RS devem-se promover as ações corretivas que resultarão na efetiva recuperação das áreas, além do continuo monitoramento ambiental.
Deste modo, os municípios de Anaurilândia, Angélica, Bataguassu, Ivinhema e Taquarussu possuem PRAD-RS que se encontra em processo de licenciamento junto ao órgão competente do Estado (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL) para recuperação de seus vazadouros a céu aberto. Ademais, no município de Angélica, foi informado a existência de algumas pendências para cumprimento do projeto de recuperação.
A fim de apresentar as áreas de passivos ambientais identificadas neste Polo, pela utilização de locais inadequados para disposição final dos dejetos (vazadouros a céu aberto) confeccionou-se a Figura 40 e a Figura 41.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL