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Parte II- Prática Pedagógica

Capítulo 8- Intervenção Pedagógica no 1.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico

8.2.2 A Resolução de um Enigma

Para além de se propor atividades que resultem na integração das Expressões como uma estratégia para motivar o processo de ensino e aprendizagem, os professores e educadores deverão privilegiar a vivência de situações que sejam desafiadoras, pelo facto de estas proporcionarem uma efetiva valorização do aluno enquanto ser que pensa e que é detentor de todo um potencial individual (Silva & Lopes, 2015).

Considerando o que foi mencionado, achei pertinente proporcionar a vivência de um desafio que tivesse como principal objetivo consolidar os conteúdos que já tinham sido explorados na área do Português: as vogais e as consoantes «p», «t» e «l». Deste modo, desafiei a descoberta de um conjunto de palavras e frases que são escritas com essas mesmas letras, através de uma mediação que possibilitou tornar os alunos nos protagonistas de toda a ação. Importa esclarecer que, para a planificação desta atividade, procurei ter em conta as características e as necessidades do grupo, como forma de conseguir assegurar a vivência de um desafio razoável, ou seja, um desafio que não fosse demasiado fácil ou demasiado difícil, um aspeto que considero ter sido determinante para assegurar a motivação e o empenho de todos os alunos.

Como forma de iniciar esta atividade, orientei, então, a exploração de uma imagem que continha três elementos, cujos nomes são escritos com as vogais e com as consoantes «p», «t» e «l». Tal como previa, os alunos acabaram por identificar a frase «O Oli encontrou a túlipa e o leite.», como sendo uma espécie de legenda para a imagem em questão. Neste sentido, este foi um momento que proporcionou a exploração das palavras «Oli», «túlipa» e «leite», ou seja, uma efetiva recapitulação, não só das letras e dos ditongos que já tinham sido trabalhados, como também de todas as sílabas que se podem formar através da junção da consoante «p», da consoante «t» e da consoante «l» com cada uma das vogais. Além do referido, este foi um momento que me possibilitou averiguar a capacidade de alguns alunos associarem o som de diversas sílabas com a respetiva representação escrita, pois acabei por desafiar o registo das palavras «Oli», «túlipa» e «leite» no quadro da sala de aula.

Figura 51- Registo da palavra «Oli», no quadro da sala de aula

Terminada a recapitulação dos conteúdos que já tinham sido trabalhados na área do Português, achei pertinente orientar um diálogo que permitisse centrar a atenção do grupo nas palavras exploradas. Assim sendo, depois de se ter discutido algumas das suas particularidades (como, por exemplo, o número de sílabas, o número de consoantes e o número de vogais), os alunos do 1.º A acabaram por concluir a possibilidade de existirem palavras que são escritas, apenas, com as letras que já tinham sido aprendidas pelo grupo. Tendo plena noção de que o professor deverá ser um mediador que fornece os materiais necessários para que os alunos consigam construir, de forma autónoma, as suas próprias aprendizagens, desafiei o grupo para a descoberta de algumas palavras (pertencentes à classe dos nomes) que possibilitassem comprovar a conclusão obtida aquando do diálogo anterior. Deste modo, solicitei a distribuição de uma ficha de trabalho que, por meio da resolução de um enigma, possibilitou que cada aluno descobrisse um nome que se escreve, apenas, com as vogais e com as consoantes «p», «t» e «l». Além disso, esta foi uma ficha de trabalho que possibilitou a formação de um conjunto de frases que incluíam, não só esses mesmos nomes, como também diversas palavras (como, por exemplo, alguns verbos) que são escritas com as letras em questão. Importa esclarecer que, por meio de uma mediação que respeitou, sempre, a individualidade e o ritmo de trabalho de cada aluno, este foi um momento que me possibilitou averiguar, por parte de todos os elementos do grupo, a adoção de uma atitude de verdadeiro empenho, entusiamo e atenção. Assim sendo, saliento que este é um dado que considero ter resultado da vivência de um desafio que, para além de ter proporcionado um momento de descoberta bastante lúdico-pedagógico, possibilitou que fossem os alunos os principais sujeitos de toda a ação, ou seja, os construtores dos seus próprios conhecimentos.

Figura 52- Resolução do enigma proposto numa das fichas de trabalho

Depois de todos os alunos terem apresentado, à vez, os nomes descobertos (uma tarefa que acabou por proporcionar a divisão silábica e a leitura dos mesmos), afixei, no quadro da sala de aula, cada uma das frases que foram obtidas por meio da resolução da ficha de trabalho. Apesar de ter criado essas mesmas frases aquando da planificação da atividade em questão, importa esclarecer que procurei ter em consideração a necessidade de envolver o grupo no processo de descoberta e exploração das mesmas. Neste sentido, achei pertinente colocar, em cada uma dessas frases, um conjunto de imagens que permitissem substituir os nomes encontrados pelo grupo. Assim sendo, os alunos acabaram por ser desafiados a completar as lacunas expressas em cada uma das frases, uma tarefa que se concretizou a par da leitura coletiva das mesmas. Importa esclarecer que, por meio de uma mediação que respeitou, sempre, as caraterísticas e as necessidades do grupo, este foi um momento que me possibilitou averiguar a adoção de uma postura de verdadeiro envolvimento para com a atividade proposta. Na minha opinião, esta situação veio comprovar que o facto de os alunos terem sido os principais sujeitos da ação desenvolvida, permitiu que os mesmos treinassem, de uma forma bastante assertiva e lúdica, a leitura de um conjunto de frases que incluíam todas as letras que já tinham sido aprendidas e trabalhadas pelo grupo.

Deste modo, após ter refletido acerca da postura que os alunos adotaram durante todos os momentos que foram mencionados, pude concluir que o grupo acabou por vivenciar a resolução de um desafio que possibilitou consolidar todos os conteúdos explorados, até então, na área do Português: a descoberta, a escrita e a leitura de um conjunto de palavras e frases que se escrevem, apenas, com as vogais e com as consoantes «p», «t» e «l».