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3 CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO DE AMPARO AO

4.2 RESOLUÇÕES 467/2005 E 306/2002 DO CONCELHO DELIBERATIVO DO

O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT), que é um órgão colegiado administrativo e está subordinado à Lei nº 7.998/1990, que o instituiu e estabeleceu suas atribuições, competências e obrigações, conforme artigo 18 da referida Lei, “Art. 18. É instituído o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo” (BRASIL, 1990).

Tal Lei estabeleceu, em seu inciso V e, a atribuição do Conselho para normatizar sobre as matérias trazidas na legislação, com intuito de aperfeiçoar e regulamentar os dispositivos da Lei:

Art. 19. Compete ao Codefat gerir o FAT e deliberar sobre as seguintes matérias: [...]

V - propor o aperfeiçoamento da legislação relativa ao seguro-desemprego e ao abono salarial e regulamentar os dispositivos desta Lei no âmbito de sua competência; (BRASIL, 1990).

Como já dito anteriormente, o CODEFAT, por ser um órgão colegiado administrativo, pode expedir atos normativos, neste caso resoluções, para regular conteúdos de sua competência. Resoluções, conforme entendimento de Meirelles (2009, p.185):

São atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do Executivo (mas não pelo chefe do Executivo, que só deve expedir decretos) ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, para disciplinar matéria de sua competência específica.

Deste modo, o CODEFAT, utilizando-se de sua competência atribuída pelo artigo 19, inciso V da Lei nº 7.998/1990 instituiu diversas resoluções a fim de deliberar sobre as matérias de sua competência, dentre elas as resoluções Resolução nº 306 de 6 de novembro de 2002 que estabelece procedimentos para a concessão do benefício do Seguro-Desemprego ao trabalhador resgatado da condição análoga à de escravo e a Resolução nº 467, de 21 de

dezembro de 2005 que estabelece procedimentos relativos à concessão do Seguro- Desemprego.

4.2.1 Resolução nº 306 de 6 de novembro de 2002 do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador

Editada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, no uso das atribuições que lhe confere o inciso V, do artigo 19, da Lei n.º 7.998, de 11 de janeiro de 1990, “Estabelece procedimentos para a concessão do benefício do Seguro-Desemprego ao trabalhador resgatado da condição análoga à de escravo” (BRASIL, 2002).

Já no seu parágrafo 2º a resolução estabelece os requisitos para o gozo do seguro- desemprego:

Art. 2º Terá direito a perceber o Seguro-Desemprego o trabalhador que comprove: I - Ter sido comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo;

II - Não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento de Benefícios da Previdência Social, excetuando o auxílio- acidente e a pensão por morte;

III - Não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família (BRASIL, 2002).

Assim, aquele trabalhador resgatado da condição análoga à de escravo que não tenha renda nem qualquer outro benefício previdenciário terá direito ao benefício do seguro- desemprego.

O artigo 5º da resolução, estabelece que o valor do benefício “corresponderá a um salário mínimo e será concedido por um período máximo de três meses, a cada período aquisitivo de doze meses a contar da última parcela recebida” (BRASIL, 2002).

O benefício, segundo o artigo 6º da resolução, é intransferível, salvo em caso de morte do segurado, onde será pago aos seus dependentes, ou em caso de moléstia grave, onde será pago ao seu curador.

Os artigos 10 e 11 trazem, respectivamente, as hipóteses de suspensão e cancelamento do benefício:

Art. 10. O pagamento do Seguro-Desemprego será suspenso nas seguintes situações: I - Admissão em novo emprego;

II - Início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidente pensão por morte.

I - pelo retorno à atividade de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo;

II - pela recusa, por parte do trabalhador, de outro emprego condizente com sua qualificação e remuneração;

III - por comprovação de falsidade na prestação de informações à habilitação; IV - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do Seguro-Desemprego;

V - por morte do segurado (BRASIL, 2002).

Salienta-se que os valores do benefício recebidos indevidamente, ou seja, quando o trabalhador não preenche os requisitos para recebe-lo, deverão ser restituídos corrigidos de acordo com o valor do benefício vigente.

O prazo para requerer o benefício está previsto no artigo 7º da resolução que dita “Art. 7º O trabalhador poderá requerer o benefício do Seguro-Desemprego até o nonagésimo dia subsequente à data do resgate”.

Ou seja, o trabalhador tem 90 dias, a contar da data do resgate da situação análoga a de escravo, para requerer a concessão do benefício. Caso o requerimento não seja efetuado no prazo estipulado, o trabalhador não poderá mais receber o benefício, ainda que preencha os demais requisitos legais.

4.2.2 Resolução nº 467, de 21 de dezembro de 2005 do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador

Também editada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, no uso das atribuições que lhe confere o inciso V, do artigo 19, da Lei n.º 7.998, de 11 de janeiro de 1990, “Estabelece procedimentos relativos à concessão do Seguro-Desemprego” (BRASIL, 2005).

A respetiva resolução objetiva estabelecer disposições necessárias para executar a Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, objetivando regulamentar a concessão do benefício do seguro-desemprego, através de diversas disposições.

A resolução repete diversos dispositivos da referida lei, como o objetivo do benefício, os requisitos para sua concessão, e etc. Porém, estabelece diversas disposições para a concessão do seguro-desemprego.

Em seu artigo 4º, a resolução traz um rol dos documento necessários para que o trabalhador desempregado comprove o preenchimento dos requisitos necessários para o recebimento do seguro-desemprego.

Art. 4º A comprovação dos requisitos de que trata o artigo anterior deverá ser feita: I - mediante as anotações da Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS; II - pela apresentação do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho – TRCT, homologado quando o período trabalhado for superior a 1 (um) ano;

III - mediante documento utilizado para levantamento dos depósitos do FGTS ou extrato comprobatório dos depósitos;

IV - pela apresentação da sentença judicial transitada em julgado, acórdão ou certidão judicial, onde constem os dados do trabalhador, da empresa e se o motivo da dispensa for sem justa causa; e

V - mediante verificação a cargo da Auditoria Fiscal do Trabalho, quando for o caso. Parágrafo único. A comprovação dos demais requisitos será feita mediante declaração firmada pelo trabalhador, no Requerimento do Seguro-Desemprego – RSD (BRASIL, 2005).

A resolução dita também que o benefício é intransferível, salvo em caso de morte do segurado, ausência, moléstia contagiosa e beneficiário preso conforme a Lei 7.998/1990, porém regulamenta também como será a concessão do benefício neste caso, algo que a lei não traz, segundo seu artigo 11:

Art. 11. O benefício Seguro-Desemprego é direito pessoal e intransferível, nos termos da Lei nº 7.998/1990, e será pago diretamente ao beneficiário, salvo em caso de morte do segurado, ausência, moléstia contagiosa e beneficiário preso, observadas as seguintes condições:

I - morte do segurado, quando serão pagas parcelas vencidas até a data do óbito, aos sucessores, mediante apresentação de Alvará Judicial;

II - grave moléstia do segurado, comprovada pela perícia médica do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, quando serão pagas parcelas vencidas ao seu curador legalmente designado ou representante legal, mediante apresentação de Mandato outorgado por instrumento público, com finalidade específica para o benefício a ser recebido;

III - moléstia contagiosa ou impossibilidade de locomoção, devidamente comprovada

mediante perícia médica do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, quando serão pagas parcelas vencidas a procurador designado em instrumento público, com poderes específicos para receber o benefício;

IV - ausência civil, quando serão pagas parcelas vencidas ao curador designado pelo Juiz, mediante certidão judicial de nomeação do curador habilitado à prática do ato; V - beneficiário preso, impossibilitado de comparecer pessoalmente à instituição financeira responsável pelo pagamento, quando as parcelas vencidas serão pagas por meio de instrumento público com poderes específicos para o ato.

§ 1º O Requerimento do Seguro-Desemprego somente poderá ser firmado pelo trabalhador, admitindo-se, excepcionalmente, sua apresentação pelos representantes mencionados nos incisos I a V deste artigo, desde que instruído com os documentos mencionados nos artigos 4º e 5º da Resolução nº 253 /2000, nos artigos 13 e 15 da Resolução nº 467/2005 e no artigo 3º da Resolução nº 657/2010. § 2º Em qualquer caso, o mandato deverá ser individual e outorgado por instrumento público, especificando a modalidade de benefício Seguro-Desemprego a qual o Requerimento faz referência e à dispensa que lhe deu causa, cujo direito foi adquirido pelo trabalhador em função de demissão sem justa causa, ou no caso do pescador artesanal relativo ao defeso a ser requerido, vedada sua utilização posterior para outros benefícios da mesma espécie.

Regulamenta também que a documentação para o requerimento do seguro deverá ser fornecida pelo empregador, conforme artigo 13 da resolução:

Art. 13. O Requerimento do Seguro-Desemprego – RSD, e a Comunicação de Dispensa – CD devidamente preenchidas com as informações constantes da Carteira de Trabalho e Previdência Social, serão fornecidas pelo empregador no ato da dispensa, ao trabalhador dispensado sem justa causa.

Traz ainda, as hipóteses de suspensão e cancelamento do benefício nos seus artigos 18 e 19 respectivamente:

Art. 18. O pagamento do Seguro-Desemprego será suspenso nas seguintes situações: I - admissão do trabalhador em novo emprego; e

II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidente e a pensão por morte.

Parágrafo único. Será assegurado o direito ao recebimento do benefício e/ou retomada do saldo de parcelas quando ocorrer à suspensão motivada por reemprego em contrato temporário, experiência, tempo determinado, desde que o motivo da dispensa não seja a pedido ou por justa causa, observando que o término do contrato ocorra dentro do mesmo período aquisitivo e tenha pelo menos 1 (um) dia de desemprego de um contrato para outro.

Art. 19. O Seguro-Desemprego será cancelado:

I - pela recusa, por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com sua qualificação e remuneração anterior;

II - por comprovação da falsidade na prestação de informações necessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do Seguro-Desemprego; e

IV - por morte do segurado.

A resolução nº 467, de 21 de dezembro de 2005, regulamenta ainda o prazo em que o trabalhador deverá requerer o benefício, conforme artigo 14:

Art. 14. Os documentos de que trata o artigo anterior deverão ser encaminhados pelo trabalhador a partir do 7º (sétimo) e até o 120º (centésimo vigésimo) dias subsequentes à data da sua dispensa ao Ministério do Trabalho e Emprego por intermédio dos postos credenciados das suas Delegacias, do Sistema Nacional de Emprego – SINE e Entidades Parceiras (BRASIL, 2005).

Logo, a resolução nº 467/2005 estabeleceu que o desempregado deve requerer o benefício em até 120 dias contados da dispensa do trabalho sem justa causa e, assim como ocorre com o trabalhador resgatado da situação análoga à escravidão, o requerimento não seja efetuado no prazo estipulado, o trabalhador não poderá mais receber o benefício, ainda que preencha os demais requisitos legais.

4.3 PRAZOS PARA RESGATE DO SEGURO-DESEMPREGO FRENTE AS

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