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2.2. DESASTRES TECNOLÓGICOS E TOXICIDADE

2.2.2 RESPONSABILIDADES

A responsabilidade pelo acontecimento de desastres na fabricação e no transporte dos perigosos é um dos pontos principais na apuração desses acontecimentos ou ocorrências, assim é que o fabricante, o expedidor da carga, a empresa seguradora, e a empresa transportadora são obrigadas a assumir responsabilidades nesses casos.

Esta diversidade de “culpados“ favorece a diluição da própria culpa e de seus responsáveis, implicando em mais uma razão ao “acoitamento” dela (esquecimento, tramóia, diversas ações não compatíveis com a boa ética), e daí favorecendo os verdadeiros algozes. Abaixo segue as competências destes elementos visando, a segurança no seu manuseio e nos acontecimentos de desastre:

Do Fabricante e do Expedidor

O fabricante é o responsável pelas características do produto, (...). estabelecimento dos procedimentos relativos ao manuseio do produto em condições estritas de segurança e pela orientação e pelo treinamento das equipes técnicas responsáveis pelo atendimento das emergências. ”(MI 2004.p.189)

Também compete ao fabricante a escolha do recipiente mais adequado para o armazenamento e transporte de seus produtos e ainda especificar: O nível de unidade, e as temperaturas Max. e Min. de conservação; se o produto deve ser conservado e transportado em meio líquido ou em atmosfera de gás inerte e especificar os líquidos e os gases mais adequados, os materiais e substâncias incompatíveis, em função de suas ações sinérgicas e/ou potencializadoras, e que devem ser mantidos longe do produto perigoso, para evitar o desencadeamento de reações químicas; os procedimentos e normas de segurança que devem ser desencadeados em caso de extravasamento, e equipamentos de proteção individual que devem ser usados obrigatoriamente nestas condições, inclusive luvas, máscaras, óculos protetores e uniformes impermeabilizados; os procedimentos e recursos que devem ser empregados nas operações de combate aos sinistros; os procedimentos de primeiros socorros e de atendimento médico emergencial, inclusive os antídotos mais adequados para reduzir os efeitos tóxicos provocados pelos mesmos. Os produtos mais adequados para a limpeza do solo e dos mananciais de água e para garantir a descontaminação dos cenários afetados pelo extravasamento do produto(MI/SEDEC 2004, p.189)

Responsabilidades do Expedidor da Carga: O expedidor da carga é o principal responsável pela segurança do transporte, até que o produto perigoso seja formalmente

recebido pelo destinatário. “Compete ao expedidor contratar a empresa especializada no transporte de cargas perigosas e a empresa Seguradora” (MI/SEDEC 2004 p189).

Da Empresa Seguradora

Responsabilidade da Empresa Seguradora: A empresa seguradora é a responsável pelas indenizações decorrentes dos sinistros, incluindo possíveis prejuízos causados a terceiros. {...} verificar a idoneidade, capacidade técnica e experiência das companhias transportadoras, [...] Também têm o direito de fiscalizar e auditar as condições de segurança das operações de transporte (MI/SEDEC, 2004, p189).

Da Empresa Transportadora

Responsabilidade da Empresa Transportadora: A empresa transportadora é responsável pela execução do transporte da carga perigosa, com o máximo de segurança, [...] também pelo minucioso preenchimento do manifesto de carga, [...] anexos e pela seleção, adestramento e escalação dos motoristas e da tripulação. [...] a manutenção dos veículos e a designação das viaturas especializadas, de modelo compatível com a carga transportada. (MI/SEDEC 2004. p.189).

Do Destinatário

Responsabilidade do Destinatário: O destinatário assume a responsabilidade pela carga perigosa, após a mesma ser entregue em suas instalações (MI/SEDEC 2004. p189).

Dos Órgãos Técnicos

Responsabilidade dos Órgãos Técnicos Responsáveis pelo Atendimento das Emergências: [...] devem ser adestrados, equipados e capacitados para desencadear as ações de resposta aos desastres relacionados com o transporte de produtos perigosos. (MI/SEDEC 2004. p190).

Dentre as ações de resposta aos desastres com produtos perigosos há que destacar a/o: 1- correta identificação do produto perigoso; 2- avaliação dos riscos relacionados com seus principais efeitos adversos; 3- estudo do cenário afetado pelo desastre; 4- isolamento da área de risco; 5- limitação e combate ao sinistro; 6- correta vedação dos tanques e tubulações transferência da carga perigosa, dos recipientes danificados, para recipientes íntegros; 7- medidas de descontaminação de curto, médio e longo prazo do cenário do desastre. (MI/SEDEC 2004. p191).

Sendo que os detalhamentos das ações de resposta aos desastres com produtos perigosos constam de manuais específicos que devem ser estudados pelas equipes técnicas. O pessoal de saúde responsabiliza-se pelo atendimento médico de emergência das pessoas afetadas pelos desastres. Normalmente os órgãos técnicos responsáveis pelo atendimento emergencial são os Corpos de Bombeiros Militares, as equipes técnicas dos órgãos responsáveis pela proteção ambiental e empresas especializadas contratadas pelo fabricante ou pelas seguradoras, e os Órgãos Responsáveis pela Normatização e pela Fiscalização do Sistema. (MI/SEDEC 2004. p192).

Dentre os órgãos responsáveis pela normatização e pela fiscalização do Sistema, há que destacar a/o:

 Ministério dos Transportes;

 Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT  Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO  Polícias Rodoviárias Federal e Estaduais  Polícia Ferroviária

 Comando do Exército (Explosivos)

 Comissão Nacional de Energia Nuclear (Produtos Radioativos)  Ministério da Saúde

 Ministério do Meio Ambiente  Ministério da Agricultura

 Órgãos locais do Sistema Nacional de Defesa Civil  Polícias Militares

 Corpos de Bombeiros Militares (MI, 2004, p192)

A legislação brasileira para o transporte de produtos perigosos é a seguinte segundo a Sedec:

Código de Trânsito do Brasil; Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprova o “Regulamento para Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências”; Decreto nº 98.973, de 21 de fevereiro de 1990, que aprova o “Regulamento do Transporte Ferroviário de Produtos Perigosos e dá outras providências”.; Norma NE-5.01 da Comissão Nacional de Energia Nuclear, relacionada com o “Transporte de Matérias Radioativas”.;Artigos 206 a 211 do R-105 – “Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados” do Ministério do Exército que regulamenta o transporte de explosivos.

E as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (NBR 7500, NBR7503, 7504; 8285; 8286) e o Manual de Emergência do DOT dos Estados Unidos da América, estas publicações estão disponíveis em ABIQUIM. (MI/SEDEC, 2004, p193)