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PARTE II – DADOS DOS USUÁRIOS DOS TELECENTROS COMUNITÁRIOS

8.4. RESULTADO DA ANÁLISE DOS DADOS DA ENTREVISTA

As autoridades entrevistadas enfatizaram que o desenvolvimento de políticas públicas são fundamentais para incluir os cidadãos na sociedade da informação, por meio de projetos que contemplem a população de baixa renda. Ações compartilhadas envolvendo vários segmentos da sociedade como Ongs, Poder Público e a Iniciativa Privada devem unir esforços para a sua promoção.

Todos os entrevistados têm o mesmo entendimento de que a inclusão social no país é preocupante. Por outro lado, entendem que ações diversas estão sendo desenvolvidas no sentido de incluir o Distrito Federal nas tecnologias da informação e comunicação, sendo os Telecentros Comunitários um dos principais projetos que estão recebendo atenção do Poder Público.

No entanto, nem todos compartilham da mesma idéia de que apenas a instalação de computadores – e a aquisição de laptops a preços subsidiados para os estudantes – significam, necessariamente, promoção de inclusão digital e que as ferramentas tecnológicas usuais não são suficientes para incluir o cidadão na sociedade do conhecimento.

Os entrevistados entendem, também, que é necessário investir em educação e em capacitação técnica como forma de resgatar o grupo historicamente marginalizado, que ainda não teve esta oportunidade. Hoje, para o cidadão se tornar competente em informação, é preciso saber utilizá-la em seu próprio benefício para resolver situações cotidianas. Esta é uma forma de promoção de cidadania e de identidade cultural.

Na opinião dos entrevistados, a escola é um ambiente fundamental para democratizar o acesso ao uso das tecnologias da informação e da comunicação – e que acima de tudo, seja facilitada a aquisição dos computadores, a preços acessíveis, para que tanto o aluno quanto os professores possam utilizar estas ferramentas no processo de aprendizagem, informação e crescimento

pessoal. Eles foram enfáticos ao afirmar que a inclusão digital deve começar pelos professores e que hoje não existe educação de qualidade sem inclusão digital.

Para eles, o processo de inclusão deve ser mais abrangente buscando uma política que possa incluir a população de um modo geral: crianças, jovens e a terceira idade. Neste sentido, as Secretarias do GDF desenvolvem projetos de inclusão deste público, destacando-se os Telecentros Comunitários instalados em Bibliotecas, igrejas, asilos e nos Centros de Desenvolvimento Social – (CSD), além de outros empreendimentos nesta área.

É do entendimento dos entrevistados a importância social e econômica para o Distrito Federal, da futura instalação, em seu território, do Parque Capital Digital, marco histórico da consolidação de Brasília como capital da tecnologia.

A instalação, no DF, de duzentas novas empresas, como se projeta – principalmente indústrias não-poluentes – poderá ser um fator de desenvolvimento tecnológico para a região, com a geração de cinqüenta mil novos empregos, que irão ampliar a geração de renda, qualificação profissional melhoria da qualidade de vida de nosso povo.

Os leitores das Bibliotecas Públicas orgulham-se de Brasília ser considerada a cidade que mais lê no País, além de sua liderança nas políticas públicas de inclusão digital. No entanto, o Distrito Federal ainda não é um modelo de sociedade da informação. Mesmo tendo a melhor renda percapta do País, ainda existe muita forma de exclusão, necessitando de convergência de esforços para que isto não ocorra. Concluem dizendo que as escolas não têm Bibliotecas adequadas, há carência de Bibliotecas Públicas e pouco investimento em pesquisa.

São otimistas quanto à liberação do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) para o desenvolvimento de projetos de inclusão digital, a fim de que a sociedade como um todo possa ter acesso à maior rede de informações, deixando de ser privilégio dos que podem pagar.

8.4.1. CONCLUSÃO

A metodologia de pesquisa utilizada na entrevista, não estruturada, teve como uma das principais prerrogativas a análise dos dados a partir de uma observação do fenômeno a ser investigado, relacionando-o com a promoção de políticas públicas de inclusão social desenvolvidas pelas instituições dos entrevistados.

Os objetivos da entrevista não estruturada foram seguidos, o que permitiu obter informações relevantes acerca da proposta de investigação do presente estudo, além de conhecer a opinião dos entrevistados, suas motivações e perspectivas futuras.

Ações compartilhadas de democratização do conhecimento entre os vários segmentos da sociedade mereceram considerações a respeito dos dados coletados junto aos entrevistados, que foram considerados importantes para o estabelecimento de programas sociais que contemplem essas políticas.

Outro ponto digno de nota diz respeito aos dados coletados, que foram organizados dentro de uma categorização mínima, onde foram analisados alguns itens que serviram como guias para a compatibilização e a compreensão de idéias e opiniões, relativas a questões fundamentais que se constituíram no escopo da presente pesquisa.

A metodologia empregada permitiu identificar os esforços institucionais que têm sido desenvolvidos para o fortalecimento das tecnologias de informação e comunicação em vários ambientes como escolas e bibliotecas públicas, igrejas e instituições comunitárias, dentre outros, para promover a inclusão digital.

Além disso, a categorização de idéias apresentadas veio confirmar que instalar computadores de forma desordenada para a população não é a solução mais adequada, sem a contrapartida de investimentos em educação de qualidade e em capacitação técnica, com oferta – a todos os

segmentos da sociedade – de acesso às ferramentas tecnológicas para o processo de crescimento e promoção da cidadania.

No entanto, é notório (e o estudo veio confirmar) que mesmo com a sinergia de ações institucionais, mesmo sendo Brasília a cidade mais incluída digitalmente e com os maiores índices de leitura, o Distrito Federal ainda não é um modelo de sociedade da informação.

Mas, as perspectivas futuras, com o Parque Capital Digital, apontam para um crescimento na produção de conhecimento e no fornecimento de produtos e serviços de alta tecnologia, aumentando assim as possibilidades de emprego, renda e melhor qualidade de vida.

Assim posto, a reflexão sobre o estudo tornou evidente a importância social e econômica que tem, para o Distrito Federal, a formação de pessoal capacitado a atender as exigências do mercado. Isto ocorre especificamente no comércio local, com a futura instalação do Parque Capital Digital, que abrirá novas perspectivas de geração de empregos e oportunidades diversas na área de desenvolvimento tecnológico.