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8 MÉTODO DE SELEÇÃO E ADOÇÃO DA DEFINIÇÃO

8.3 SELEÇÃO DA FORMA DE ENTENDIMENTO

8.3.4 Resultado da seleção

Dentre os entendimentos do transporte que atenderam algum dos critérios, apenas a proposta baseada em Magalhães et al (2007), Ceftru (2007a) e Brasil (2007) obteve êxito em todos eles. Essa construção ontológica foi, então, definida como a mais adequada para uso no planejamento, conseqüentemente é a escolhida para avaliar os planos de transporte apresentados no capítulo 7. Essa avaliação tem a utilidade de: (i) criticar os planos e suas limitações; e (ii) validar o método de seleção e a construção ontológica selecionada.

Como definição “tradicional” de tipo GPDE, opta-se pela de Ceftru (2007a): “deslocamento intencional de pessoas e cargas”, considerando (i) a similaridade das definições tradicionais de transporte encontradas; (ii) o foco na finalidade; (iii) a percepção do transporte como demanda derivada; e (iv) a preocupação de Matus (2005) com o propósito dos atores e seu efeito sobre a realidade. E conforme a avaliação dos critérios deste capítulo, as redes semânticas seguintes (já apresentadas ao longo da dissertação) esquematizam a compreensão selecionada para o transporte (figuras 8.7 e 8.8).

Componentes/sistemas de transporte pesquisados Finalidades e objetivos endógenos pesquisados

Cumprimento de critério de intrarrelacionamento, limitação adequada e

adequação ao uso:

Rede semântica híbrida (definidora/ assertiva) relacionando conceitos de forma qualitativa para

uma definição terminológica intensiva:

Rede Semântica do Planejamento de Transporte (Brasil, 2007b)

é composto por é determinado por

Objetivos do planejamento de transporte Eficiência do transporte Eficiência de mercado Capacidade financeira do sujeito Eficiência de produção Acessibilidade do meio pelo objeto Continuidade do serviço Recorrência do serviço Disponibilidade temporal do meio Acessibilidade do meio pelo sujeito Acessibilidade Disponibilidade espacial do meio Compatibilidade do meio com o objeto Capacidade física do meio Capacidade do terminal Capacidade da via Mobilidade Eficácia do transporte tempestividade Integridade do objeto Assertividade Danos ao objeto Perda de carga

Custo da infra- estrutura Externalidades ao meio ambiente Custo do serviço Grau de concentração de mercado Diversidade de prestadores Grau de competição do mercado

Demanda atendida Oferta existente Equilíbrio entre oferta e demanda Demanda potencial Opções de serviço de transporte Competitividade do preço do uso da infra-estrutura

Competitividade do preço do serviço Tempo Tempo de transferência

Tempo de percurso Tempo de E/D e C/D Tempo de espera para E/D e C/D

Tributos Custo com equipamentos

Custo de aquisição Custo de manutenção Custo de degradação Custo dos insumos Custo dos serviços de transporte Consumo energético

Custo de construção da infra-estrutura Custo de manutenção da infra-estrutura Custo de exploração da infra-estrutura Custo de degradação da infra-estrutura

Uso de recursos não-renováveis Emissão de resíduos

Cumprimento de critério de intrarrelacionamento, limitação adequada e

adequação ao uso:

Rede semântica híbrida (definidora/assertiva) relacionando conceitos de forma qualitativa para

uma definição terminológica intensiva:

Estrutura Teleológica: Objetivos Essenciais e Finalidade (Magalhães et al, 2007)

Transporte Planejamento de Transporte Objetivos do Planejamento de Transporte Mobilidade Eficácia do Transporte Finalidade do Transporte Eficiência do Transporte muda tem tem É composto por É composto por É composto por Cumprimento de critério de intrarrelacionamento e limitação adequada:

Rede semântica definidora relacionando conceitos de forma qualitativa paradigmático-material

partitiva para uma definição terminológica intensiva partitiva:

Esquema Semântico do Sistema de Transporte (Ceftru, 2007a) Sistema de transporte Infra-estrutura Componentes lógicos Componentes físicos equipamentos Estrutura normativa Estrutura de produção Estrutura funcional Estrutura de gestão Estrutura político- institucional Cumprimento de critério de intrarrelacionamento e limitação adequada:

Rede semântica híbrida (definidora/ assertiva) relacionando conceitos de forma qualitativa

formal-categórica para uma definição terminológica intensiva circunstancial:

Estrutura Semântica Geral do Transporte (Magalhães et al, 2007) Finalidade do Transporte Transporte Meio do Transporte Sistema do Transporte Sujeito do Transporte Objeto do Transporte

tem pelo menos 1 tem pelo menos 1

necessita do transporte do tem tem pelo menos 1 aciona transporta é uma instância do

Cumprimento do critério de interrelacionamento:

Rede de intrarrelacionamento de finalidades/objetivos básicos e rede de intrarrelacionamento de componentes/elementos básicos do transporte

Atores envolvidos pesquisados Finalidades e objetivos endógenos pesquisados

Cumprimento de critério de intrarrelacionamento, limitação adequada e

adequação ao uso:

Rede semântica híbrida (definidora/ assertiva) relacionando conceitos de forma qualitativa para

uma definição terminológica intensiva:

Rede Semântica do Planejamento de Transporte (Brasil, 2007b)

é composto por é determinado por

Objetivos do planejamento de transporte Eficiência do transporte Eficiência de mercado Capacidade financeira do sujeito Eficiência de produção Acessibilidade do meio pelo objeto Continuidade do serviço Recorrência do serviço Disponibilidade temporal do meio Acessibilidade do meio pelo sujeito Acessibilidade Disponibilidade espacial do meio Compatibilidade do meio com o objeto Capacidade física do meio Capacidade do terminal Capacidade da via Mobilidade Eficácia do transporte tempestividade Integridade do objeto Assertividade Danos ao objeto Perda de carga

Custo da infra- estrutura Externalidades ao meio ambiente Custo do serviço Grau de concentração de mercado Diversidade de prestadores Grau de competição do mercado

Demanda atendida Oferta existente Equilíbrio entre oferta e demanda Demanda potencial Opções de serviço de transporte Competitividade do preço do uso da infra-estrutura

Competitividade do preço do serviço Tempo Tempo de transferência

Tempo de percurso Tempo de E/D e C/D Tempo de espera para E/D e C/D

Tributos Custo com equipamentos

Custo de aquisição Custo de manutenção Custo de degradação Custo dos insumos Custo dos serviços de transporte Consumo energético

Custo de construção da infra-estrutura Custo de manutenção da infra-estrutura Custo de exploração da infra-estrutura Custo de degradação da infra-estrutura

Uso de recursos não-renováveis Emissão de resíduos

Cumprimento de critério de influenciar atitudes e limitar adequadamente:

Listagem de grupos-alvo de atores (Ceftru, 2007a)

Cumprimento de critério de influenciar atitudes, relacionar conceitos e limitar adequadamente:

Matriz de Elementos de Representação/Grupos-Alvo (adaptado - Ceftru, 2007a)

Grupos-Alvo Planejador; Prestador; Provedor; Sujeito; e Controlador. Grupos-Alvo Planejador; Prestador; Provedor; Sujeito; e Controlador.

Objetivos – elementos de representação

plane jador pr es ta dor pr ov edor suje ito capacidade da via X X

capacidade física do meio

capacidade do terminal X X

disponibilidade espacial do meio X X

acessibilidade do meio pelo objeto

compatibilidade do meio com o objeto X X

continuidade do serviço X X

disponibilidade temporal do meio

recorrência do serviço X X

mobilidade acessibilidade

acessibilidade do meio pelo sujeito

capacidade financeira do sujeito X X X

dano ao objeto X X X X integridade do objeto perda de carga X X X X tempestividade X X X X eficácia do transporte assertividade X X X

Figura 8.8 - Entendimento do transporte (influência de atitudes)

8.4 TÓPICOS CONCLUSIVOS

Este capítulo teve o objetivo de estruturar um método de seleção para o entendimento do transporte e sua aplicação para determinar esse entendimento. Além disso, elaborou diretrizes para usar esse entendimento na análise de planos de transporte. Diante do exposto foi possível determinar os seguintes tópicos conclusivos:

• Foram identificados quatro critérios do método de seleção: (i) adequar-se ao uso; (ii) influenciar atitudes; (iii) relacionar conceitos; (iv) limitar adequadamente. • O uso do entendimento é para o planejamento. Sua adequação deve ser determinada

por meio do relacionamento dos objetivos do planejamento com as finalidades do transporte: endógena intrínseca, endógena consecutiva e exógena (princípio geral). • A influência nas atitudes está baseada na identificação dos atores envolvidos e

• O relacionamento entre conceitos deve permear toda a construção do entendimento, desde o relacionamento dos objetos nas redes (componentes, elementos, finalidades, objetivos e atores do transporte) até o relacionamento entre elas. Essas relações se pautam pela representação de redes semânticas definidoras e assertivas. • Por fim, a limitação adequada diz respeito a restringir a sua abrangência de acordo

com o nível de planejamento e de transporte que se deseje. Esse critério, transversal aos outros, deve detectar um entendimento que seja abrangente o suficiente para ser o “gênero” das diversas “espécies” que se possam construir, mas que seja específico o suficiente para ser representar unicamente o conceito de transporte. • Foi selecionado o entendimento de Magalhães et al (2007), Brasil (2007) e Ceftru

(2007a), feito por meio (i) do enquadramento do transporte como “espécie” intencional do “gênero” dos movimentos; (ii) da relação entre os componentes sujeito, meio e objeto; (iii) da estrutura de “finalidade do transporte” (exógena), objetivos do planejamento de transporte (mobilidade, eficiência e eficácia) detalhados em elementos de representação; e (iv) da determinação de grupos-alvo relacionados a atores envolvidos com o transporte (este último foi adaptado).