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Resultado – Letras Língua Portuguesa (últimas fases)

CAPÍTULO 3 – MÉTODO

3.4 T ERCEIRA ETAPA : RESULTADOS E ANÁLISE

3.4.2. Resultado – Letras Língua Portuguesa (últimas fases)

3% 18% 18% 7% 11% 0% 7% 14% 18% 4% ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL RU BU FÍSICA E DIGITAL SERVIÇOS GRATUITOS ENTIDADE ACADÊMICA INTEGRAÇÃO ACADÊMICA LABORATÓRIO CURSO DE IDIOMAS CAGR E MOODLE TODOS

Levando em consideração que são estudantes de últimas fases do curso de Letras, foi possível perceber diferenças nas respostas de múltipla escolha e abertas, pois estes estudantes relataram vivências acadêmicas ocorridas ao longo da formação o que os diferencia das respostas dos estudantes da primeira fase.

Na primeira seção, identificação, os dados mostraram que há uma variedade quanto à naturalidade, sendo que 25% é do Rio Grande do Sul, 12% do Paraná, e 13% de Santa Catarina, 13% é de Florianópolis, e os 37% restantes respondeu apenas que é brasileiro.

A população dessa pesquisa mostrou que 45% estão na faixa etária entre 18a a 25a; 45% entre 25a a 30ª; 14% entre 30a a 40 a; 75% do sexo feminino e 25% do sexo masculino; todos são solteiros. Em relação à renda familiar, 50% ganhava até três salários mínimos, 38% acima de seis salários mínimos e 12% de 2 a 3 salários mínimos; 71% trabalhava e estudava, enquanto 29% só estudava.

Quanto à escolaridade das mães, os dados mostraram que 42% cursaram o nível superior: superior incompleto (14%), superior completo (14%) e pós-graduação (14%), 29% completaram o ensino médio; 29% corresponde a ensino fundamental incompleto (15%) e completo (14%). Os dados de escolaridade dos pais destes alunos mostraram que a maioria tem ensino médio completo (37%), 26% dos pais atingiram o nível superior e estão assim distribuídos: superior incompleto (13%) e superior completo (13%). Quanto ao ensino médio, apenas 12% não o concluíram, 25% concluíram o ensino fundamental. Não há pais analfabetos.

Sobre a opção religiosa, 29% responderam que seguiam a doutrina espírita kardecista, 29% marcou a opção outro, 14% declarou que acreditava em Deus, 14% afirmou que era agnóstico e 14%, ateísta. Referente à leitura de textos da esfera religiosa, 63% declararam que não lia este gênero, 37% declararam que liam estes textos. Em relação à leitura de lazer, dos oitos participantes, houve seis comentários: alguns responderam que não liam devido a falta de tempo, outros por priorizarem temas diversos, outros ainda declararam os tipos de leitura; o eixo comum nas leituras de cunho religioso recaiu sobre a leitura das literaturas espíritas e da Bíblia.

A seção (B) focou sobre a escolaridade do aluno, em relação ao ensino fundamental e médio e de que forma entrou na universidade. Os dados mostraram que 75% dos alunos estudaram em escola pública no ensino fundamental, 12% em escola privada e 13% em

particular e pública. Já no ensino médio, 75% estudaram em rede pública, 25% em particular, 75% nunca reprovou no fundamental e ensino médio, houve 25% de reprovação nestes segmentos; 63% nunca precisou fazer aulas particulares, mas 37% fez reforço escolar: três participantes fizeram reforço em matemática e um e física. Por fim, 62% declararam que entraram na universidade por meio do vestibular sem cotas, 25% vestibular com cotas e 13% por transferência.

Sobre os dados de aprendizagem, seção (C), os dados mostraram que o estilo de aprendizagem predominante foi o visual (67%), seguido de auditivo (22%) e sinestésico (11%). Quanto ao estilo de aprendizagem os participantes encontraram dificuldades no ensino médio no estilo sinestésico (50%), o auditivo (38%) e visual (12%); o estilo que mais tiveram facilidade foi o visual (67%) e auditivo (33%). Houve destaque para o estilo de aprendizagem visual.

A seção (D), frequência de atividades de lazer, ficou distribuída conforme quadro a seguir.

Quadro 7: Distribuição da frequência sobre música, filmes, TV e leitura.

FREQUÊNCIA MÚSICA % FILMES/

SÉRIES % TV % LEITURA%

1 a 2 vezes por semana 0 37 25 15

2 a 3 vezes por semana 0 12 25 14

3 a 4 vezes por semana 12 38 50 14

Todos os dias 88 13 0 57

Nenhuma 0 0 0 0

Total 100 100 100 100

Fonte: Elaborado pela autora

Foi possível observar que a maioria ocupava o tempo ouvindo música diariamente (88%), seguido do hábito diário de ler (57%). Quanto às outras atividades, 50% assistia TV, de 3 a 4 vezes semana, 38% dos estudantes declararam que assistiam filmes ou séries de 3 a 4 vezes por semana, 37% de 1 a 2 vezes por semana.

A segunda parte das questões se voltou às demandas de leitura e escrita acadêmica: dificuldades e facilidades em relação aos gêneros textuais. É importante ressaltar que são alunos em fase final de graduação. As respostas foram organizadas no gráfico a seguir.

Gráfico 7: Distribuição por gêneros textuais de difícil compreensão.

.

Fonte: Elaborado pela autora

Os dados mostraram que, mesmo nas últimas fases, o artigo (37%) continua sendo o gênero mais difícil de ser compreendido, o ensaio (27%) , muito provavelmente pela posição crítica do autor e pela demanda de intertextualidade, seguido do poema (18%) provavelmente relacionado à subjetividade. Por fim, (18%) apontou para o seminário.

Os relatos dos participantes justificaram as respostas dadas. A participante 3 relatou que “A dificuldade no entendimento se dá pelo fato de os professores não explicarem o que são os gêneros, apenas nos pedem as produções sem nos dizerem como devemos/podemos fazer (...)”. Outra participante (P8) também se expressou, não só em relação ao gênero, mas também em relação ao tema abordado (o conteúdo): “Há textos cuja compreensão por parte do aluno depende muito da mediação do professor. Quando, por exemplo, o aluno não possui um conhecimento prévio a respeito de um assunto abordado no texto que vai ler, a sua interpretação fica comprometida. Assim, também pode acontecer caso não conheça ainda o autor(a) do texto, ou mesmo, o contexto em que a obra foi escrita, e/ou a intenção do autor(a) ao escrevê-la.”

A seguir, a distribuição dos gêneros que se tornaram mais fáceis de compreender de acordo com o Gráfico 8.

37% 0% 27% 0% 0% 0% 18% 0% 18% 0% ARTIGO RESENHA CRÍTICA ENSAIO RESUMO RELATÓRIO PROJETOS SEMINÁRIO FICHAMENTO POEMA

Gráfico 8: Distribuição por gêneros textuais de fácil compreensão.

Fonte: Elaborado pela autora

O Gráfico 8 demonstrou que o artigo (13%), resenha crítica(19%) e o ensaio(16%) foram compreendidos ao longo do curso (estrutura, elementos composicionais, estilo) o que não quer dizer que o conteúdo tenha sido fácil de compreender. Depois desses três gêneros, o seminário (16%) foi declarado como fácil de compreender, 18% afirmou que foi difícil, 7% optaram pelo resumo, 6% pelo poema e, por fim , 3% mencionaram projetos. O tempo de leitura e de produção textual também ajudou na compreensão dos textos conforme organizado no Quadro 8.

Quadro 8: Distribuição por frequência de leitura e produção de textos acadêmicos Quantas horas por dia você se dedica

à leitura dos textos acadêmicos? %

Quantas horas por dia você se dedica à

escrita acadêmica? %

Menos de uma hora por dia 25 Menos de uma hora por dia 0 Mais de uma hora por dia 37 Mais de uma hora por dia 37

3 horas por dia 0 3 horas por dia 0

Mais de 3 horas por dia 12 Mais de 3 horas por dia 12

Quando tenho tempo 13 Quando tenho tempo 38

Não dá tempo 13 Não dá tempo 0

Só final de semana 0 Só final de semana 13

Total 100 100

Fonte: Elaborado pela autora

13% 19% 16% 7% 10% 3% 16% 10% 6% 0% ARTIGO RESENHA CRÍTICA ENSAIO RESUMO RELATÓRIO PROJETOS SEMINÁRIO FICHAMENTO POEMA OUTRO.

Segundo os dados, os participantes se dedicaram mais à leitura (74%) dos textos acadêmicos do que à produção textual (49%) dos mesmos. Em relação à dedicação à leitura, 26% afirmaram que liam quando tinha tempo ou no final de semana; em relação à dedicação à escrita acadêmica, 51% declararam que tinham tempo no final de semana. Os participantes das fases pesquisadas apontaram que o tempo para realização das atividades de leitura foi um como dificultador no desempenho das demandas acadêmicas, pois muitos ou todos trabalham. Em relação à pesquisa para fins de estudo, os resultados mostraram que 36% preferiu pesquisar na internet, 14% preferiu perguntar ao colega, 18% pediu ajuda a conhecidos, 5% selecionou a opção outro, 9% perguntou ao professor e 18% pesquisou na biblioteca.

Quanto à atividade em sala de aula, tanto oral quanto escrita, investigou-se quais as atividades em sala de aula que estes estudantes não gostaram de participar. Esses dados se relacionam com a questão acima, pois o modo como ele interagiu em sala de aula diz muito sobre como ele aprendeu também.

As perguntas sobre as atividades que mais gostou e menos gostou foram organizadas no Quadro 9.

Quadro 9: Distribuição por participação em atividades orais e escritas em sala de aula. Atividades em sala de aula que mais gosta

de participar %

Atividades em sala de aula que não gosta

de participar. %

Oral - participação na explicação do

professor 22

Oral - participação na explicação do professor

25 Oral - leitura em voz alta 21 Oral - leitura em voz alta 12 Oral - apresentação de seminários 7 Oral - apresentação de seminários 63

Oral – nenhuma 0 Oral – nenhuma 0

Oral – todas 0 Oral – todas 0

Escrita - desenvolvimento de produções

textuais acadêmicas 50

Escrita - desenvolvimento de produções textuais acadêmicas

0

Escrita – nenhuma 0 Escrita – nenhuma 0

Total 100 100

Fonte: Elaborado pela autora

De acordo com os dados, percebeu-se que 50% dos estudantes preferiram participar de atividades da oralidade e 50% preferiu atividades de produção textual escrita. A maioria dos estudantes fizeram comentários sobre o porquê optaram por tal resposta, conforme a seguir:

P1: “Depende muito da atividade, mas geralmente prefiro escrever do que falar.”

P2: “Escrita: Ensaios e resenhas críticas, principalmente, uma vez que foram os mais visitados e revisitados durante todo o curso.”

P4: “Gosto de mais de elaborar ensaios de escrita acadêmica quando estamos pesquisando determinado assunto do que de elaborar textos literários (de escrita criativa), porque a universidade nos molda a fazer artigos e ensaios e nos inibe e desestimula a criatividade. Então, funciono melhor fazendo textos padronizados.”

P5: “Eu prefiro a produção escrita pelo tempo em que eu posso me dedicar a refiná-la, além de poder montar o texto com maior fluência e coesão do que a fala (apresentação de seminário, por exemplo).”

P6: “Gosto mais de escrever do que falar.”

P7: “Gosto quando há liberdade para a criação e menos rigor a regras da ABNT, por exemplo, nos trabalhos escritos.”

P8: “Não que eu não goste de apresentar seminários, mas prefiro escrever textos. Dão trabalho, mas aprecio a criação textual.”.

Em relação às atividades orais e escritas que os estudantes não gostam, 63% declarou que não gostava de seminário, 25% , da explicação do professor e 12% não gostava de leitura em voz alta; nenhum optou por não gostar de escrever. Diferentemente do curso de Secretariado, os estudantes da licenciatura aderiram a essa atividade com muito gosto, à medida que o tempo de permanência no curso foi passando. Perceberam que a escrita é uma atividade que demanda planejamento e tempo para elaborar um texto com qualidade textual (coesão e coerência, progressão temática, argumentação, etc.).

Três participantes comentaram também sobre essas atividades de que não gostaram de participar, conforme a seguir:

P2: “Escrita: Artigos Científicos, pois possuem um grau de refinamento e um status de superioridade intelectual que nunca me deixam confortável ao produzi-los.”

P3: “Considero seminários uma forma de o professor dar menos aulas, pois os alunos que estão apresentando não aprendem e ficam super tensos e nervosos e os que estão assistindo

aprendem menos ainda, pois os alunos que estão apresentando não dominam o assunto o suficiente para que os demais alunos possam entender o assunto em questão.”.

P4: “Evito textos de escrita criativa, pois tenho um certo bloqueio”

Com bases nos dados, foi possível perceber os motivos das preferências e das resistências em relação a determinadas atividades de sala de aula. Para finalizar, em relação ao trabalho voluntário, 75% não exercia nenhum trabalho voluntário e 25% declarou afirmativamente. Desses 25% , todos trabalham com causas relacionadas a animais.

A última seção (E), letramento acadêmico e digital, os dados mostraram que 75% dos alunos não tiveram problemas em fazer a matrícula no CAGR em oposição a 25 % que declararam que encontraram dificuldades. Apenas uma participante disse que teve que consultar a coordenação do curso várias vezes e somente nos últimos semestres conseguiu realizar a matrícula sozinha.

Quanto ao conhecimento deste sistema, 75% já conhecia, mas que não foi tão difícil de entender ao longo do curso. Quanto ao Moodle, 88% não conhecia, 12% declarou que já conhecia a plataforma. Com relação às dificuldades de acesso ao Moodle, a maioria afirmou que não é difícil , mas há poucos recursos explorados e que muitos professores não chegaram a usar em sala de aula ou, quando usaram, não exploraram tanto os recursos.

O espaço do estudante oferece muitos serviços: 5% dos alunos conhecia a assistência estudantil, 16%, o restaurante universitário, 16% , a biblioteca universitária, 10% conhecia os serviços gratuitos, 14% ,a entidade acadêmica, 14%, o laboratório, 9% ,o curso de idiomas e 16% conhecia os sistemas da graduação. Percebeu-se que a maioria frequenta o RU, a BU, o CAGR e Moodle.

Para finalizar esta seção, questionou-se a preferência que os alunos têm em relação à leitura em meio físico e digital. A maioria preferiu o meio físico (62%), 38% dos estudantes escolheram a opção outros, nenhum escolheu o meio digital. Este dado mostrou que os estudantes, em geral, incluindo os participantes do teste piloto, declararam preferir o meio físico, ainda, apesar da presença destacada dos meios digitais na esfera acadêmica. Seguem abaixo os comentários sobre a leitura no meio digital e físico, conforme o quadro 10:

Quadro 10: Distribuição da preferência de leitura quanto ao meio físico e digital

Part. 1 Outro Depende muito. A leitura em meio físico é mais fácil, mas a leitura em meio digital acaba sendo mais prática. Hoje, costumo ler livros no Lev (aparelho de e-reader da saraiva), mas imprimo os textos da faculdade.

Part. 2

Outro Eu gosto e transito pelo meio físico e digital de leitura de maneira muito simples. Leitura física é importante pelo contato com o objeto livro, o cheiro, as páginas, as marcações, a visita às bibliotecas e livrarias; a leitura digital facilita transporte em viagens...

Part. 3 Meio Físico

Gosto mais do meio físico, pois minha vida inteira li no papel, principalmente em relação a textos, pois o meio digital, ainda que nos permitir destacar, sublinhar e tal, é diferente de ter o papel e poder fazer anotações e rabiscar.

Part. 4 Meio Físico

Físico. Sinto a necessidade do papel. Os livros literários eu costumo comprar para ter na coleção ou pego emprestado na BU. Já os textos teóricos das aulas, costumo imprimir para poder sublinhar e fazer anotações, pois gravo melhor dessa forma do que se eu ler em PDF e não anotar nada.

Part. 5 Meio Físico

Eu prefiro ler no meio físico. O meio digital tem muita distração. Nem sempre o assunto é algo de total interesse, então pequenas distrações acontecem e no final, o tempo de produção é muito pequeno.

Part. 6 Outro Ambos. Não tenho resistência a nenhum deles. Part. 7 Meio

Físico

No meio físico, porque a experiência é mais palpável e o cheiro do papel é muito gostoso. Quando comecei a ler não tinha computador, então fui acostumado com papel e caneta.

Part. 8 Meio Físico

A experiência de pegar o livro em mãos é única. Além disso, prefiro ler os textos da faculdade impressos, pois gosto de fazer marcações e tal.

Fonte: Elaborado pela autora

Observou-se, portanto, que houve uma certa resistência ainda quanto aos digitais. Levando em consideração que são alunos que vivenciaram no ensino fundamental e médio experiências em que a internet ainda não era tão utilizada como ferramenta de pesquisa ou para a escrita em meio digital. O uso do computador eclodiu em meados da década de 90 e teve acesso e custo facilitado mais recentemente. O meio físico, sendo a preferência da maioria, mostrou que a materialidade do suporte é ainda algo muito presente conforme os relatos demonstraram.

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