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Resultados – Secretariado (1ª fase)

CAPÍTULO 3 – MÉTODO

3.4 T ERCEIRA ETAPA : RESULTADOS E ANÁLISE

3.4.1. Resultados – Secretariado (1ª fase)

A partir da primeira seção (A), foi possível mapear o perfil socioeconômico dos estudantes do curso de Secretariado Executivo (1ª fase), cuja faixa etária estava entre 18 a 25

anos (83%) e 30 a 40 anos (17%). A partir disso, foi possível afirmar que havia mais estudantes do sexo feminino (67%) do que do sexo masculino (33%), todos se declararam solteiros. Em relação à naturalidade, houve uma variação nas respostas, 33% respondeu que é brasileira apenas, sem especificar qual região nasceu, 17% respondeu que é de Passo Fundo, São José, SC, Pará e 16% de Florianópolis.

A renda familiar desses estudantes mostrou que 50% recebia até três salários mínimos, 33% de 3 a 6 salários mínimos e 17% tinha salário acima de 6 salários mínimo. Percebeu-se que os pais tinham escolaridade superior a das mães: 33% delas estavam entre nível superior incompleto à pós-graduação, 67%, entre escolaridade completa e incompleta (nível fundamental e médio), apenas uma das mães tem ensino médio completo. Em relação aos pais, os dados mostraram que 50% tem superior completo, 17% cursaram escola técnica e 33% tem ensino fundamental e/ou médio incompleto.

Os dados relacionados a trabalho mostraram que dos seis participantes, 67% trabalhava e estudava, 33% apenas estudava. O participante 1 (P1) fazia estágio a tarde, o P3, P5 e P6 trabalhavam em período integral, já os P2 e P4 apenas estudavam.

Em relação à religião, 33% responderam que são agnósticos, 33% que somente acreditavam em Deus, 17% declararam-se católicos e 17% como católico não-praticante. Questionou-se se alguém lia textos de esfera religiosa; os resultados mostraram que 83% não lia estes textos, 17% respondeu afirmativamente. Este dado dizia respeito ao participante 6 (P6), que lia artigos em jornais católicos, sites e textos bíblicos.

A seção (B), que traçou o perfil de escolaridade dos participantes, mostrou que 50% estudaram em escola pública no ensino fundamental e médio e 50% em escola privada no ensino fundamental e médio. Indagou-se se algum participante reprovou em alguma disciplina: 17% negou, 33% dos alunos precisaram fazer reforço escolar nas disciplinas de matemática, física e química. Os dados também mostraram como esses estudantes ingressaram na universidade: 67% foram por meio do vestibular sem cotas, 17% pelo ENEM e 16% por vestibular com cotas.

As próximas seções (C), (D) e (E) dizem respeito à aprendizagem, ao conhecimento dos hábitos de leitura, escrita e lazer, bem como dados sobre as facilidades e dificuldades em relação à leitura e à produção de textos acadêmicos e não-acadêmicos. E, por fim, a última seção explorou a questão do letramento digital em contexto de ensino superior, isto é, como e

se este aluno de primeira fase usa as plataformas de aprendizagem e desenvolve habilidades de leitura e escrita em meio digital.

Na seção (C), os dados mostraram que 50% dos universitários tem como estilo predominante o visual, 37% o auditivo e 13% o sinestésico. Além disso, foi declarado que o conteúdo das disciplinas no ensino médio foi mais facilmente aprendido por meio do estilo de aprendizagem visual (43%), seguindo do sinestésico (29%) e auditivo (28%); houve mais dificuldades no ensino médio por meio do estilo sinestésico (67%); auditivo (17%). A partir destes dados, percebeu-se que, a maioria dos alunos não fez uso do estilo de aprendizagem sinestésico. Apenas três participantes selecionaram dois estilos (visual e auditivo) que predominaram na aprendizagem.

Na seção (D), atividades de lazer e tempo livre, mostrou que 17% dos estudantes declarou que não gostava de ouvir música, 83% daqueles que tinham o hábito de ouvir semanalmente afirmaram que ouvia todos os dias, 16% de 3 a 4 vezes por dia, 17% de 1 a 2 vezes por dia. Em relação a gostar de assistir a filmes ou séries, 100% declarou gostar deste tipo de lazer: 50% assistiram filmes ou séries de 1 a 2 vezes por semana, 33% de 2 a 3 vezes por semana, 17% assistiram todos os dias. Em relação a gostar de assistir TV, 67% afirmou que não assistiu, 33% assistiu, e 67% tinha o hábito de assistir de 1 a 2 vezes por semana, 16% de 2 a 3 vezes por semana e 17% de 3 a 4 vezes por semana. O resultando geral mostrou que a minoria gostava deste entretenimento. Quanto à leitura de textos de gosto pessoal, 67% mostrou-se que gostava de ler e 33% não, conforme Gráfico 1 :

Gráfico 1: Distribuição sobre a frequência de leitura geral do universitário.

Fonte: Elaborado pela autora 17%

33%

0% 17%

33% 1 A 2 VEZES POR SEMANA.

2 A 3 VEZES POR SEMANA 3 A 4VEZES POR SEMANA TODOS OS DIAS

Dos que declararam que gostavam de ler, 33% leu de 3 a 4 vezes por semana, 33% não leu nada, 17% leu todos os dias e 17% leu de 1 a 2 vezes por semana.

Buscando compreender o desempenho do aluno no ensino superior, procurou-se descobrir como o estudante se comporta frente às demandas de ensino-aprendizagem, conforme quadro 5:

Quadro 5: Distribuição da descrição dos estudantes quanto ao aprendizado na universidade Relação do aluno quanto à universidade Número % Sou responsável e tenho compromisso com a universidade. 5 19

Leio os textos de todas as disciplinas. 2 7

Realizo todas as atividades/trabalhos que o professor propõe. 5 19 Interesso-me em buscar conhecimento fora da sala de aula. 2 7 Procuro me envolver em atividades extracurriculares. 1 4 Procuro conhecer como a universidade funciona. 2 7

Procuro tirar minha dúvida com o professor. 5 19

Procuro acompanhar o ritmo da universidade. 3 11

Procuro fazer sugestões em sala de aula em relação ao aprendizado para melhorar minhas habilidades.

2 7

Total 100

Fonte: Elaborado pela autora

Foi possível observar que a maioria (19%) se considerava responsável pelo próprio desempenho acadêmico, tirava dúvidas com o professor e realizava as atividades propostas, 11% procurava acompanhar o ritmo das tarefas das disciplinas, 4% se envolveu em atividades extracurriculares. 28% dos alunos foram distribuídos em quatro grupos nas demais opções: leu os tetos de todas as disciplinas (7%), teve interesse em buscar conhecimento fora da sala de aula (7%), procurou conhecer como a universidade funciona (7%) e procurou fazer sugestões em sala de aula (7%). Com base nestes dados, apenas 19% procurou tirar dúvidas com o professor; 7% dos alunos leu todos os textos de todas as disciplinas.

As próximas perguntas se voltaram para as dificuldades que esses alunos tiveram em relação à leitura de gêneros textuais da esfera acadêmica e a dificuldade em produzi-los. Quanto o aprendizado dos gêneros textuais, considerados de difícil compreensão, pode-se observar a seguinte distribuição:

Gráfico 2: Distribuição dos gêneros textuais de difícil compreensão.

Fonte: Elaborado pela autora

Os dados mostraram que a maioria não compreendia o gênero textual acadêmico artigo (45%), a resenha crítica (22%), o poema (22%) e, por último, ensaio (11%). Ainda que o poema tenha sido mencionado, o gênero não foi considerado aqui para fins desta pesquisa conforme mencionado anteriormente. Quanto aos gêneros de fácil compreensão, os dados mostraram um número de gêneros textuais distribuídos conforme Gráfico 3:

Gráfico 3: Distribuição dos gêneros textuais de fácil compreensão.

Fonte: Elaborado pela autora

Percebeu-se que, 24% dos alunos consideraram o artigo e resenha crítica como gêneros de fácil compreensão, embora fossem os gêneros mais difíceis de produzir de acordo

45% 22% 11% 0% 0% 0% 0% 0% 22% 0% ARTIGO RESENHA CRÍTICA ENSAIO RESUMO RELATÓRIO PROJETOS SEMINÁRIO FICHAMENTO POEMA 12% 12% 0% 17% 12% 12% 17% 18% 0% 0% ARTIGO RESENHA CRÍTICA ENSAIO RESUMO RELATÓRIO PROJETOS SEMINÁRIO FICHAMENTO

com os participantes 1 e 2 (P1) e (P2), justamente os únicos que leram os textos de todas as disciplinas, conforme os dados do Quadro 5. Foi possível pensar na relação entre leitura e efeitos sobre a produção de gêneros acadêmicos, uma vez que quanto mais se lê determinado gênero que se tem mais dificuldade, mais fácil poderia ficar explícito sua estrutura, os elementos que o compõe, as formas de dizer e mais fácil poderia ser produzir este gênero. Os dados mostraram que os estudantes conseguiram compreender e interpretar com mais facilidade os seguintes gêneros: fichamento, opção de maior votação, (18%), seguido de resumo e seminário (17%) e artigo, resenha, relatório e projeto (12%).

Na sequência, perguntou-se quantas horas por dia esses estudantes se dedicaram à leitura e a escrita acadêmicas. As respostas foram organizadas no Gráfico 4.

Gráfico 4: Distribuição da frequência de leitura acadêmica.

Fonte: Elaborado pela autora

Do total, (33%) declarou ler entre menos de uma hora por dia e mais de uma hora por dia, (17%) leu os textos acadêmicos por mais de 3 horas por dia e (17%) declarou quando tem tempo realiza leituras acadêmicas conforme gráfico a seguir demonstra:

33%

17% 17%

0% 33%

0% 0% MENOS DE UMA HORA

POR DIA

MAIS DE UMA HORA POR DIA

3 HORAS POR DIA

MAIS DE 3 HORAS POR DIA

QUANDO TENHO TEMPO

Gráfico 5: Distribuição da frequência de escrita acadêmica.

Fonte: Elaborado pela autora

O Gráfico 5 evidenciou que o tempo dedicado às tarefas acadêmicas estava mais concentrado na leitura do que na produção de textos. A maioria escreveu quando teve tempo (33%) e apenas 17% se dedicou à escrita de 3 horas por dia. Os dados relacionados às fontes de estudo mostraram que 67% pesquisava na internet, 22% pediu ajuda a conhecidos e 11% perguntou ao professor.

Em relação às atividades escritas fora da universidade, a maioria respondeu que escrevia em redes sociais: Facebook, Blogs, Twitter, e-mail; alguns usaram o ambiente de trabalho e outros em contexto fora do trabalho. Quanto a outras atividades, cinco participantes responderam sobre gostos pessoais e hobbies que praticavam quando não estavam em horário de aula. O participante 6 disse que passou pouco tempo na universidade e não respondeu a pergunta que foi feita.

Os dados mostraram a preferência dos alunos quanto às atividades orais e escritas em sala de aula conforme quadro a seguir.

16% 17% 0% 17% 33% 0% 17%

MENOS DE UMA HORA POR DIA

MAIS DE UMA HORA POR DIA

3 HORAS POR DIA

MAIS DE 3 HORAS POR DIA

QUANDO TENHO TEMPO

Quadro 6: Distribuição por participação em atividades orais e escritas em sala de aula Atividades em sala de aula que mais gosta

de participar %

Atividades em sala de aula que não

gosta de participar. % Oral - participação na explicação do

professor 41

Oral - participação na explicação do

professor 0

Oral - leitura em voz alta 17 Oral - leitura em voz alta 33 Oral - apresentação de seminários 25 Oral - apresentação de seminários 50

Oral – nenhuma 0 Oral – nenhuma 0

Oral – todas 0 Oral – todas 0

Escrita - desenvolvimento de produções

textuais acadêmicas 17

Escrita - desenvolvimento de

produções textuais acadêmicas 17

Escrita – nenhuma 0 Escrita – nenhuma 0

Total 100 100

Fonte: Elaborado pela autora

Por fim, perguntou-se se o estudante fazia algum trabalho voluntário: 33% declarou que fazia atividades voluntárias, 67% não realizou esta atividade. O participante 5 ajudou em feiras de adoção de cachorros e compartilhou no Instagram, o participante 6 trabalhou em atividades de cunho religioso nos finais de semana.

A última seção (E) trata do letramento acadêmico e digital como o objetivo de compreender a relação que o universitário tem com a tecnologia: a interação com as plataformas digitais que eles utilizavam.

Os dados mostraram que, dos seis estudantes, 50% não encontrou dificuldade em realizar a matrícula pela plataforma digital em contrapartida os demais 50% tiveram dificuldades. O participante 1 (P1) disse que não precisou de ajuda, P2 pediu ajuda; P5 disse que no começo do ano é sempre difícil, porque a página da matrícula direcionava à pesquisa qualitativa em relação às disciplinas e aos professores que não lhe interessavam, P6 disse que ainda não havia rematrícula na sua turma.

Quanto à plataforma de uso de atividades das disciplinas, Moodle, o resultado mostrou que 50% já conhecia, 50% não conhecia a plataforma; com relação ao sistema acadêmico, 67% conseguiu entrar facilmente porque já lidava com tecnologia muito bem, 17% não conseguiu entrar de imediato, mas aprendeu com tempo e 17% teve que pedir ajuda.

Em relação aos serviços para os estudantes na universidade, os participantes indicaram aqueles que conheciam, conforme ficou demonstrado no gráfico 6 a seguir.

Gráfico 6: Distribuição dos serviços oferecidos aos estudantes na UFSC.

Fonte: Elaborado pela autora

Ficou claro que 18% frequentou o restaurante universitário, a biblioteca universitária (18%) e conhecem os sistemas digitais mais usados na UFSC (18%). Apenas o participante 1 conhecia todos os serviços oferecidos pela instituição.

Para finalizar esta seção, questionou-se sobre o estudante gostar de ler em meio digital ou não. O resultado mostrou que 83% gostava mais de ler em meio físico, 17% disse que não havia preferência por meio físico ou digital. O participante 5 disse que quando não tem o livro costumava ler em meio digital e não tinha preferência pelo suporte.

Destaco que o participante 6 apontou críticas quanto a ter de responder em meio digital, afirmando que o questionário deveria ter sido impresso o que reforça que muitos estudantes preferem a comodidade do meio físico, o que dificulta, não só a leitura em meio digital, mas também a produção escrita na plataforma Moodle solicitada por alguns professores. Ler e produzir textos escritos em meio digital ainda encontra resistência nos estudantes, que embora esteja permeada por tecnologia e meios digitais, ainda está arraigada aos modos de leitura e escrita em meio físico.

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