• Nenhum resultado encontrado

6 ARTIGO - Avaliação da Assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis na

6.5 Resultados

Subdimensão: Referência e contra referência

Componente PO PE % PO PE %

Insumo 11 20 27,5

Atividade 6 20 15,0 17 40 42,5 Insuficiente

∑ DOS COMPONENTES 285,9 645 44,3 GRAU DE

IMPLANTAÇÃO Insuficiente

PO: Pontuação Observada PE: Pontuação Esperada

6.5.1 Descentralização

Na análise dos Planos de Saúde do município para o quadriênio 2001/2004 e 2005/2008 verificou-se que estes contemplavam a assistência às DST. A participação das ONG que atuam na prevenção e assistência às DST/AIDS na elaboração dos PAM 2005 e 2006 foi constatada. De acordo com a Portaria 2.313 (BRASIL, 2002), após elaboração do PAM, o município deve submetê-lo à apreciação do Conselho Municipal de Saúde, fluxo que vem sendo cumprido regularmente. Entretanto, ao analisar os Planos de Ações e Metas (PAM) para os anos de 2005 e 2006, apenas o PAM/2005 apresentava como meta a descentralização da assistência às DST para as USAB.

Os Relatórios de Gestão referente aos anos de 2005 e 2006, não fazem menção ao aumento de cobertura da assistência às DST, nem à descentralização da assistência para as UBS e USF.

Estavam previstas atividades de capacitação em abordagem sindrômica para médicos e enfermeiros no PAM 2005 e 2006 e produção de material informativo/educativo de DST. Quanto à previsão de aquisição de equipamentos áudio-visuais para as USAB, apenas o PAM 2005 contemplou esta atividade.

Considerando-se os componentes anteriormente descritos a subdimensão planejamento teve um grau de implantação adequado.

A subdimensão Gestão de Recursos Financeiros para as ações de DST é constituída pelos componentes insumo, atividade e produto.

Na avaliação do componente Insumo, constatou-se que, apesar de previsto no PAM/2005, não houve aquisição de equipamentos áudio-visuais para as USAB nos anos de 2005 e 2006 e que as unidades não dispõem desses recursos para o desenvolvimento de atividades educativas. Há pouca disponibilidade de materiais informativos/educativos, que se resumem à presença de álbum seriado, folhetos e cartazes na maior parte das unidades.

O fornecimento de medicamentos para tratamento das DST às USAB está restrito aos itens da Farmácia Básica. Para ter acesso aos demais medicamentos, o usuário deve se dirigir ao Centro de Referência em DST/AIDS local que centraliza a dispensação dos medicamentos para tratamento das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Há regularidade no suprimento de kits reagentes para exames de VDRL e Anti-HIV para o Laboratório do Centro de Referência Municipal em DST/AIDS e no fornecimento de preservativos masculino.

Na apreciação do componente Atividade observou-se que, das dez Unidades estudadas, apenas duas não dispõem de um profissional médico responsável pela assistência às DST. Uma delas é constituída por uma Equipe de Saúde da Família, cuja gerente informou que os casos mais complexos de DST são encaminhados para o Centro de Referência Municipal em DST/AIDS.

Quanto ao componente Produto, observou-se que o quantitativo de preservativos distribuídos é registrado numa planilha. Entretanto, é insuficiente para atender à demanda da população. Embora o estado oriente a distribuição do quantitativo de 12 unidades/pessoa/mês, o município optou por distribuir 10 unidades/pessoa, de forma que cada USAB possa dispor de 1.000 preservativos/mês. Este quantitativo é suficiente para atender apenas 100 usuários/mês.

O grau de implantação da subdimensão Financiamento foi considerado incipiente.

6.5.2 Integralidade

A sub-dimensão Informação, Educação e Comunicação – IEC pode ser entendida a partir da concepção de mobilização e processo transformador que requer dedicação contínua, produção cotidiana de resultados, construção e apropriação do conhecimento através da convocação de vontades, compartilhamento de interpretações e significados que permitam a tomada de decisão e uma atuação em busca de um objetivo comumxvii. Essa subdimensão é composta pelos componentes insumo e atividade.

Quanto ao componente Insumo, obteve-se que as atividades de IEC desenvolvidas nas USAB não contam, em sua maioria, com a participação da equipe na sua estruturação. Apenas em duas unidades (USF) foi informada e observada a participação de toda a equipe na estruturação e desenvolvimento de atividades educativas e informativas. A utilização de metodologia participativa nas ações de IEC

foi informada por 50 % das USAB. As atividades programadas são divulgadas por 90 % das USAB através da utilização de murais e do trabalho dos ACS. Foi verificado que a Secretaria de Saúde adotou como estratégia de comunicação do perfil de morbidade do município a publicação semestral de um boletim epidemiológico.

Na apreciação do componente Atividade, observou-se que apenas metade das USAB informou desenvolver rotineiramente atividades educativas de caráter coletivo em DST. A freqüência com que essas atividades ocorrem variou entre mensal (90%) e eventual (10 %). Ocorre distribuição de material informativo à população adscrita em 70 % das unidades, mas somente 50 % das USAB relataram que os ACS transmitem informações sobre DST durante as visitas domiciliares.

Dada a análise dos componentes descritos anteriormente o grau de implantação da subdimensão IEC foi considerado insuficiente.

A subdimensão Práticas Assistenciais é descrita a seguir de acordo com os seguintes componentes: insumo e atividade.

Quanto ao componente Insumo, o desenvolvimento de ações de DST integradas a outras ações de atenção básica, uma das estratégias fundamentais para construção da integralidade da atenção, foi reportada de uma forma muito pontual apenas pelas unidades que dispõem de Equipes de Saúde da Família, nas demais unidades não foi informado/observado qualquer tipo de integração.

Em metade das USAB foi verificado que a triagem é realizada por profissional de nível superior e, nas demais, é realizada por funcionário da recepção. Apenas três unidades relatam agendamento imediato da consulta, as demais informam que o agendamento é efetuado em um período inferior a uma semana. Em relação à categoria profissional que utiliza o protocolo de abordagem sindrômica para assistência às DST, somente em 30 % das USAB é utilizada por profissional médico e também pelo enfermeiro.

Quanto ao componente Atividade, observou-se que em 50 % das unidades a triagem é uma atividade realizada pelo enfermeiro que a executa em conformidade com o padronizado no Manual de Assistência às DST, incluindo-se aí o aconselhamento, desenvolvido apenas nas Unidades com Equipes de Saúde da Família (5 USAB). O aconselhamento durante a consulta ao portador de DST é realizado por 70 % das unidades de forma individual, não sendo realizado aconselhamento coletivo.

No que se refere à conduta do profissional no momento da consulta ao portador de DST, somente em 30 % das USAB foi observado que a conduta está em conformidade com o preconizado no Manual de Assistência às DST.

Apenas duas unidades informaram que os ACS durante as visitas domiciliares detectam e encaminham pessoas com suspeita de DST.

Levando-se em conta os componentes acima descritos a subdimensão Práticas Assistenciais teve um grau de implantação insuficiente.

A subdimensão Ações de Prevenção e Recuperação em Saúde é caracterizada pelos componentes: contexto, atividade e produto.

No componente Insumo, em relação à existência de estratégia de comunicação para divulgar palestras e/ou formas de cadastramento da população para receber preservativos, em 50 % das USAB foi verificada e informada a existência de mural para divulgação de datas. Quanto à periodicidade com que a população cadastrada tem acesso aos preservativos 50 % informou que não há periodicidade estabelecida, ou seja, é de livre demanda e as demais informaram que o acesso é mensal. O número de preservativos distribuídos foi considerado inadequado por 100 % dos profissionais de saúde, que acharam o quantitativo insuficiente para atender às necessidades da população.

No componente Atividade observou-se que em 90 % das unidades foi informada e verificada a realização de cadastramento da população para receber preservativos, mas somente 80 % das USAB distribuem preservativos diariamente e em tempo integral.

No componente Produto, a integração com o Centro de Referência Municipal de DST/AIDS foi relatada e observada em 100 % das USAB.

A subdimensão Ações de prevenção e recuperação em saúde apresenta um grau de implantação parcialmente adequado.

A subdimensão Referência e Contra-Referência conta na sua composição com os seguintes componentes: contexto e atividade.

O componente Insumo referiu-se à conduta adotada pela USAB frente a necessidade de referenciar o paciente para assistência em outros serviços de maior complexidade. Entre as 10 USAB, 90 % informam que orienta o paciente e encaminha através de relatório e apenas 10 % informam que além de orientar e encaminhar,

O componente Atividade nesta sub-dimensão foi relacionado ao procedimento adotado pela USAB para realização de exames laboratoriais nos portadores de DST. Em todas as unidades o procedimento adotado é o seguinte: entrega da solicitação ao paciente, encaminhamento do mesmo à recepção da Unidade para que a solicitação seja carimbada com a relação dos serviços contratados pelo município. A partir daí o paciente deve procurar o serviço para agendamento do dia da coleta. O único material colhido na unidade para realização de exame é a citologia oncótica. Para realização do exame Anti-HIV e VDRL o usuário é encaminhado para o Laboratório do Centro de Referência em DST/Aids.

O grau de implantação da subdimensão Referência e Contra-Referência foi considerado insuficiente.

Documentos relacionados