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5.1ANÁLISESDAESTAÇÃODETRATAMENTO–PORTOALEGRE

A tabela 1 apresenta o número de amostras positivas para os vírus TTV e os resultados das análises bacterianas (coliformes totais e E.coli) para um total de 16 amostras, oito provenientes de esgoto bruto (aflu) e oito amostras de esgoto tratado (eflu). Os exemplares do estudo foram coletados mensalmente no período de março a outubro de 2009, na estação de tratamento São João – Navegantes Porto Alegre. O TTV foi identificado em apenas uma amostra das oito analisadas para o efluente tratado desta estação de tratamento, sendo assim 12,5% destas amostras foram positivas para este agente viral, identificado em amostras de efluente (esgoto tratado) no mês de setembro. Não foi detectada a presença de TTV em todas as amostras para esgoto bruto (aflu) (0/8). Os resultados mostram a contaminação destas águas quando se evidenciou a presença de altíssimos índices de coliformes totais e E. coli em esgoto bruto (aflu), no caso específico do mês de março onde a

E. coli chega a atingir valores de 17.000.000 NPM/100 mL em amostras de esgoto bruto. A contaminação bacteriana também se destaca no efluente tratado (eflu) do mesmo mês, atingindo valores de 120.000 NPM/100 mL. Além disto, observa-se uma considerável redução destes microrganismos bacterianos no efluente tratado, a exemplo da amostra do mês de outubro, que apresentou o menor índice de E. coli, cerca de 2.900 NPM/100 mL. Os padrões de lançamentos dos efluentes determinados pela resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, determinam que bactérias do grupo coliformes termotolerantes, cujo corpo receptor seja água doce de classe 3, que ainda podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, determina que os limites não devam exceder a 4.000 NPM/100 mL em 80% das amostras durante um ano (BRASIL, 2005a). De acordo com os resultados apresentados na tabela 1, somente o efluente do mês de outubro, que apresentou para E. coli valores de 2.900 NPM/100 mL, encontra-se em conformidade com estes padrões, os demais resultados excedem em muito o valor máximo. Embora o pH não seja um parâmetro essencial para avaliar a presença de vírus entéricos em amostras de água, nestes ensaios os resultados apresentaram valores de pH próximos à neutralidade em todas as amostras.

Tabela 1. Resultados das análises da presença de TTV, Coliformes totais (NMP/100mL), Escherichia coli (NMP/100mL) e pH dos pontos Afluente (aflu) e

Efluente (eflu), da ETE São João – Navegantes Porto Alegre.

Períodos de coletas

Pontos/parâmetros Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out

AFLU TTV - - - - - - - - C. totais 4,2x107 4,4x107 1,3x107 2,0x107 1,6x107 1,7x107 9,9x106 1,4x107 E.coli 1,7x107 8,7x106 3,1x106 6,5x106 1,6x107 3,1x106 1,6x106 2,4x106 pH 7,1 7,1 7,2 7,3 7,1 7,0 6,8 6,8 EFLU TTV - - - - - - + - C. totais 6,1x105 4,4x104 1,1x105 5,2x105 1,2x105 1,2x105 3,6x104 5,1x104 E.coli 1,2x105 1,1x104 1,8x104 5,8 x104 6,1x104 2,5x104 2,5x104 2,9x103 pH 6,8 6,7 6,6 6,6 6,7 6,7 6,7 6,7

5.2ANÁLISESDOARROIODILÚVIO–PORTOALEGRE

A figura 7 mostra a presença dos vírus Torque teno vírus nos 5 pontos coletados ao longo do Arroio Dilúvio em Porto Alegre. Umas três coletas com intervalos de aproximadamente 3 meses foram realizadas entre os meses de janeiro a setembro de 2009, totalizando assim 15 amostras para este estudo. Entretanto, uma amostra do ponto 5 e da terceira coleta foi perdida, portanto 14 amostras foram processadas e analisadas. Os resultados mostram a presença do vírus TTV em 28,5% (4/14), embora tenha mostrado maior representatividade em relação à análise anteriormente apresentada, os resultados mostram pouca prevalência deste vírus em águas contaminadas oriundas deste Arroio. O ponto 5 (mais próximo do Guaíba) foi o que apresentou maior positividade para o TTV.

As análises bacterianas evidenciaram a presença de bactérias Gram positivas pertencentes aos gêneros Enterococcus e Staphylococcus. Bactérias

Enterococcus foram identificadas em todos os pontos do arroio e para bactérias do gênero Staphylococcus, sua presença foi verificada em 4 pontos, com exceção do ponto 1 ( nascente do arroio) que não teve representantes para este gênero. Para as bactérias Gram negativas, identificou-se a presença dos grupos bacterianos E.coli

Shighella, Salmonella em todos os pontos estudados, exemplares de Pseudomonas não foram identificadas no ponto 1 (nascente). Desta forma, a presença dos

microrganismos bacterianos especialmente do grupo E.coli em todos os pontos, denuncia que a água do arroio está contaminada por produtos de origem fecal.

Figura 7 Número de resultados positivos para o vírus TTV detectado em 3 coletas dos 5 pontos do Arroio Dilúvio em Porto Alegre.

5.3ANÁLISEPARAÁGUATRATADADEESCOLAS

Um total de 34 amostras de água tratada provenientes de torneiras das cozinhas de Escolas Municipais e Estaduais das cidades de Santa Cruz do Sul, Pelotas e Caxias do Sul foi utilizado para as análises. A tabela 2 mostra o número de amostras e percentual de amostras que foi detectada presença de Torque teno vírus. As análises detectaram a presença do TTV, de maneira geral, para este tipo de água e nas três cidades envolvidas em 11,7% (4/34) das amostras de água tratada de torneira de escolas municipais e estaduais. O TTV foi identificado em 25% (2/8) das escolas municipais de Pelotas, sendo que para esta cidade não foi possível a coleta de amostras em escolas estaduais e em 10,5% (2/19) das escolas estaduais e municipais de Caxias do Sul. Além disto, o TTV não foi detectado em amostras de água de escolas municipais e estaduais do município de Santa Cruz do Sul. Quanto à presença de coliformes termotolerantes, embora não tenha se obtido resultado das análises para estas águas de torneiras originárias do interior do estado, cabe aqui salientar que a presença de bactérias E. coli (termotolerantes)

0 1 2 3

pto 1 pto 2 pto 3 pto 4 pto 5

N ú m er o d e A m o st ra s Pontos de Coleta TTV

foram identificadas em 8% (10/120) das escolas municipais e estaduais no município de Porto Alegre.

Tabela 2. Localização e número de amostras positivas para o TTV em escolas Municipais e Estaduais de cidades do interior do Rio Grande do Sul.

Localização N TTV (%) Escola

Municipal

Escola Estadual

Santa Cruz do Sul 7 (0/7) 0% 4 3

Pelotas 8 (2/8) 25% 8 0

Caxias do Sul 19 (2/19) 10,5% 11 8

5.4ANÁLISESDEÁGUAMINERAL

Água mineral destinada ao consumo humano deve atender as características microbiológicas determinada pela resolução RDC nº 274, de 22 de setembro de 2005 (BRASIL, 2005b) que referencia como padrões aceitáveis os parâmetros microbiológicos determinados pela Norma de Qualidade para Consumo Humano. Esta estabelece padrões de ausência de E. coli em 100 mL de água, além disto, determina ausência de coliformes totais em 100 mL de água (BRASIL, 2004). Os resultados bacteriológicos identificaram a presença de bactérias coliformes totais em todas as amostras estudadas, porém ausentes para coliformes termotolerantes (E. coli) nestas amostras testadas. Os testes para a detecção viral não identificaram a presença do Torque teno vírus nas sete amostras de água mineral de uso comercial analisadas neste estudo.

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