• Nenhum resultado encontrado

Durante a realização dos experimentos na FUNAD (Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência) e no CEPES (Centro de Ensino para Pessoas Surdas),

conseguimos trabalhar com 53 (cinquenta e três) voluntários (homens, mulheres, adolescentes e crianças). O perfil dos participantes encontra-se descrito na Tabela 4.6.



Tabela46Perfildosvoluntáriosqueparticiparamdoexperimento Perfil do voluntário masculino feminino sexo Total

Nível educacional Fundamental 31 16 47 (88.68%) Ensino médio 3 0 3 (5.66%) Universitário 2 1 3 (5.66%) deficiência congênita Sim 31 9 40 (75.47%) Não 5 8 13 (24.53%) Uso de aparelho Um aparelho 3 3 6 (11.32%) Dois aparelhos 4 3 7 (13.21%) Não usa aparelho 29 11 40 (75.47%) Grau da deficiência Leve 3 0 3 (5.66%) Moderada 6 2 8 (15.09%) Severa 12 7 19 (35.85%) Profunda 15 8 23 (43.4%) Ouvido deficiente Direito 3 3 6 (11,3%) Esquerdo 9 4 13 (24,5%) Ambos 24 10 34 (64,2%) 36 (67,9%) 17 (32,1%) 53 (100%)

O número de voluntários em relação ao critério para o estabelecimento da frequência fundamental alvo ficou distribuído conforme apresentado na Tabela 4.7.

  Tabela47Númerodevoluntáriosemrelaçãoaocritérioadotadoparaadoçãodopitchalvo Idade Sexo Pa (Hz) Adultos Masculino 21 (39,6%) Feminino 13 (24,5%) Adolescentes (11 a 17 anos) Masculino 10 (18,9%) Feminino 3 (5,7%) Crianças

(até 10 anos) Ambos sexo 6 (11,3%)

Os erros em relação ao pitch alvo foram calculados concomitantemente à atualização dos escores de acerto. Cada voluntário submeteu-se a 03 sessões, para cada transformada, sendo armazenadas as médias dos resultados obtidos. Foi utilizada a ferramenta SPSS® para avaliação estatística dos dados, que foram importados dos arquivos em formato Excel. Na Tabela 4.8 são apresentados os resultados da média e desvio padrão para as variáveis investigadas: erro de pitch, taxa de acerto e duração do experimento.



Tabela48Resultadodaavaliaçãodacomparaçãoentreastransformadas(médiasedesviospadrões)

Transformada Variáveis Absoluto Min Max Média Desvio. Padrão Linearmod Erro de pitch 411,33 -35,50 375,83 75,81 92,63 Taxa de acerto 20,00 0,00 20,00 5,98 6,78 Duração (s) 211,67 50,22 261,89 104,85 49,35 Logarítmica Erro de pitch 429,83 -54,00 375,83 76,90 89,96 Taxa de acerto 20,00 0,00 20,00 6,43 6,93 Duração (s) 415,97 53,59 469,56 108,47 67,47 Quadrática Erro de pitch 431,33 -55,50 375,83 63,60 84,97 Taxa de acerto 20,00 0,00 20,00 6,23 6,87 Duração (s) 174,75 50,63 225,38 96,90 35,68 Cúbica Erro de pitch 428,71 -52,88 375,83 71,60 92,23 Taxa de acerto 20,00 0,00 20,00 6,08 7,21 Duração (s) 245,59 52,11 297,70 103,29 49,39 Linear Erro de pitch 431,21 -55,38 375,83 78,95 101,11 Taxa de acerto 206,42 53,95 260,38 102,07 44,30 Duração (s) 20,00 0,00 20,00 6,04 7,17

Em relação ao pitch, a transformação que apresentou menor erro (de 63,59%) e com menor variabilidade (desvio padrão de 84,96%), foi a quadrática, conforme apresentado na Tabela 4.8.

Entretanto, quando se utiliza o teste de avaliação não paramétrico de Kruskal- Wallis H, (SIEGEL e CASTELLAN, 1988), cujo resultado é apresentado nas Tabela 4.9 e 4.10, apesar do resultado do teste indicar uma tendência para a transformação quadrática como a de menor erro, a significância assintótica ou p-value ficou em 0,932 (maior que 0,05), onde se conclui que não existe diferença significativa entre as transformações. Ou seja, neste experimento, com esta base de dados, não se pode afirmar que existe uma transformação que se destaca em relação às demais.

Em relação à transformação que produz maior taxa de acerto, foi utilizado o mesmo teste não paramétrico e os resultados são apresentados nas Tabelas 4.11 e 4.12. Os resultados indicam que também não existe uma transformação com taxa de acerto significativa, embora tenha um destaque para a transformação logarítmica. Veja que a significância assintótica ou p-value ficou em 0,984 (maior que 0,05).

Tabela49Avaliaçãodoerrodepitchutilizandootestenãoparamétrico,ANOVA nãoparamétricadeKruskalWallisH

Ranks

Transformação N Mean Rank

error of pitch Linearmod 53 135,38

Logarítmica 53 138,58 Quadrática 53 126,05 Cúbica 53 130,49 Linear 53 134,50 Total 265  Tabela410Resultadodasignificânciaassintótica(pvalue)paraerrodepitch

Test Statisticsa,b error of pitch

Chi-Square ,846

df 4

Asymp. Sig. ,932

a. Kruskal Wallis Test b. Grouping Variable: transformed

Em relação à duração dos experimentos, na Tabela 4.13 são apresentados apenas os valores da média e do desvio padrão, confirmando que a transformação quadrática além de possuir uma leve tendência para produzir o menor erro, também é a transformação com a qual o voluntário realiza os experimentos de forma mais rápida.



Tabela411Avaliaçãodataxadeacertonojogoutilizandootestenãoparamétrico, ANOVAnãoparamétricadeKruskalWallisH

Ranks

transformação N Mean Rank

Taxa de acerto Linearmod 53 132,16

Logarítmica 53 137,63

Quadrática 53 134,61

Cúbica 53 129,61

Linear 53 130,98

Tabela412Resultadodasignificânciaassintótica(pvalue)parataxadeacertonojogo

Test Statisticsa,b Taxa de acerto

Chi-Square ,380

df 4

Asymp. Sig. ,984

a. Kruskal Wallis Test b. Grouping Variable: transformed

Tabela413Médiodeduraçãodosexperimentosportransformação

Transformada Range Minimum Maximum Mean Std. Deviation Linearmod 211,67 50,22 261,89 104,8482 49,351 N = 53 Logarítmica 415,97 53,59 469,56 108,4656 67,465 Quadrática 174,75 50,63 225,38 96,9003 35,676 Cúbica 245,59 52,11 297,70 103,2943 49,390 Linear 206,42 53,95 260,38 102,0734 44,299

Foi analisado separadamente apenas o grupo de voluntários masculinos adultos, que é o grupo com maior quantidade de pessoas, e utilizado o mesmo teste não paramétrico. Os resultados obtidos são apresentados nas Tabelas 4.14 e 4.15. Os resultados mostram que neste grupo, a significância assintótica ou p-value ficou em 0,898, que não é significativa, seguindo a tendência geral dos demais resultados.

Tabela414Avaliaçãodoerrodepitch,dogrupodeadultosmasculinos,utilizando otestenãoparamétrico,ANOVAnãoparamétricadeKruskalWallisH

Ranks

transformed N Mean Rank

error of pitch Linearmod 21 54,19

Logarithmic 21 54,98

Quadratic 21 47,31

Cubic 21 52,43

Linear 21 56,10

Tabela415Resultadodasignificânciaassintótica(pvalue)doerrodepitchparao grupodeadultosmasculinos



Test Statisticsa,b error of pitch

Chi-Square 1,078

df 4

Asymp. Sig. 0,898

a. Kruskal Wallis Test b. Grouping Variable: transformed

Em anexo a este trabalho é apresentado uma breve revisão sobre estatística fundamental e testes estatísticos.

4.6 CONCLUSÕES SOBRE A INVESTIGAÇÃO COM VOLUNTÁRIOS

Em relação à investigação sobre a codificação da frequência fundamental do sinal de voz em frequência tátil, utilizando-se as transformações propostas, os resultados indicam que nenhuma transformação mostrou-se mais eficiente com relação às demais. Nessa avaliação foi utilizado um grupo composto de 53 voluntários com deficiência auditiva, que consideramos bem representativo, para afirmar que a escolha da transformação pouco importa neste processo. Foi utilizada uma metodologia que estimulava a participação dos voluntários com deficiência auditiva por meio de um sistema de pontuação, e promovendo a competitividade entre os participantes. Essa metodologia mostrou-se bastante satisfatória e envolvente.

Resultados preliminares indicaram que, após participarem do experimento, foi observada ligeira mudança no comportamento dos voluntários, aumentando sua autoestima e sua iniciativa para estabelecer uma comunicação, bem como, boas perspectivas de melhoria da fala de pessoas com deficiência auditiva, com a aplicação da correção da frequência fundamental, que será objeto da continuação deste trabalho.

4.7 RESUMO DO CAPÍTULO

Neste capítulo, foi apresentada a metodologia, a descrição do hardware e do software do sistema para correção da frequência fundamental da voz proposto. Foram apresentados resultados e conclusões de uma investigação com participação de 53 voluntários com deficiência auditiva, com objetivo de avaliar se existe alguma das transformadas apresentadas que apresentou melhor desempenho durante o processo de correção da frequência fundamental da fala.

O sistema apresentado é flexível permitindo ajustes de várias variáveis, bem como, a escolha da transformada para o mapeamento da frequência fundamental da fala na frequência tátil, como também, a escolha de algoritmos para estimação da frequência fundamental.

No capítulo seguinte serão apresentados resultados de uma investigação com a participação de 11 voluntários com deficiência auditiva, com objetivo de avaliar se ocorreu melhoria da fala de indivíduos decorrente da participação no processo de correção da frequência fundamental.

Melhoria da Qualidade da Voz de Deficientes Auditivos Utilizando-se Correção da

Avaliação subjetiva

da melhoria da

qualidade da voz

5 – AVALIAÇÃO SUBJETIVA DA MELHORIA DA QUALIDADE DA VOZ

Para avaliar se houve melhoria na qualidade da voz de voluntários, com a utilização do sistema de correção da frequência fundamental da voz, foram selecionados alunos voluntários da Escola Municipal Índio Pirajibe, localizado no Bairro de Mangabeira no município de João Pessoa, no estado da Paraíba. A Prefeitura Municipal de João Pessoa, para atender o projeto de inclusão digital de pessoas com deficiência auditiva, matriculados em sua rede, selecionou 3 escolas localizadas estrategicamente na cidade, para trabalhar com alunos com este perfil. A escolha destas escolas foi estratégica de forma a facilitar o transporte dos deficientes auditivos para estes colégios e otimizar o quadro de intérpretes de LIBRAS da Secretaria de Educação. Para esta pesquisa foi escolhida a escola com maior número de deficientes auditivos matriculados, onde podem ser encontrado até 5 deficientes em sala de aula junto com os alunos ouvintes. A direção da escola permitiu que utilizássemos uma sala dentro da Escola, para realização dos experimentos. Infelizmente, esta sala localiza-se entre blocos de sala de aula, e, portanto, durante os experimentos não existiu um isolamento acústico adequado e desejado. Uma semana anterior ao início do experimento, a escola foi procurada para colaborar com a pesquisa, e na oportunidade foi deixado um texto explicativo sobre como seria realizada a pesquisa bem como, um termo de consentimento individual para serem entregues aos alunos. Foi solicitado que os alunos devolvessem o formulário devidamente assinado, antes do início dos experimentos. No caso de menores, foi exigido que o termo de consentimento fosse assinado pelos seus pais ou responsáveis legais. O texto do termo encontra-se ilustrado no Apêndice B. Durante todo experimento foi feito o devido acompanhamento por uma intérprete escolhida pela direção da escola. A intérprete teve a função de buscar e devolver os alunos à sala de aula e de comunicar-se com eles, utilizando língua de sinais, durante o experimento.