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O detalhamento do procedimento técnico de avaliação estatística dos resultados encontra-se no Apêndice D deste trabalho. Por meio da análise exploratória e descritiva dos dados, pode-se afirmar que o uso do sistema de correção da frequência fundamental da voz, proporcionou um efeito positivo para a melhoria da qualidade de voz.

Tomando-se os resultados da análise estatística dos resultados da avaliação, em termos da média final e desvio padrão, conforme Tabela 5.6, observa-se que houve uma melhoria considerável da qualidade da voz e com pouca variabilidade. Entretanto, a análise de e scores médios foi feita para cada frase separadamente, uma vez que cada voluntário deficiente auditivo foi avaliado duas vezes, uma vez para cada frase, e os resultados da Tabela 5.6 consideram uma independência entre as avaliações.

Tabela 5! 6 Valores de tendência central da variável média das notas

N Min Max Mean Std.

Deviation Skewness Kurtosis

Statistic Std. Error Statistic Std. Error

22 0,37 2,54 1,4386 ,60383 0,197 0,491 -0,991 0,953

Portanto a análise do escore médio foi feita para cada uma das frases separadamente, pois se fosse feita a análise considerando-se as frases 1 e 2 conjuntamente,

significaria ter dados tomados dois a dois dependentes. Entretanto, cada voluntário deficiente auditivo foi avaliado com relação à leitura de duas frases separadamente.

Avaliando-se os valores de tendência central da variável “média das notas por frase”, considerando-se as duas frases utilizadas, observa-se que a média para a frase “Casa do Pato” foi 1,43 e para a frase “Mapa do Brasil”, foi 1,45, ambas com pouca variabilidade (0,64 e 0,59), confirmando que houve uma melhoria da qualidade da voz, ficando o resultado final entre “Pouco Melhor” e “Melhor”, conforme Tabela 5.1.

Também foram analisados se os perfis dos voluntários e dos avaliadores tiveram alguma influência no desempenho da melhoria da qualidade da voz. Os resultados indicaram que o gênero e o grau de deficiência dos deficientes auditivos, como também, a profissão e o gênero dos avaliadores, não influenciam nos resultados das avaliações.

5.5 RESUMO DO CAPÍTULO

Neste capítulo, foi apresentada a metodologia para realização do experimento para validação do sistema de correção da frequência de voz para deficientes auditivos, como também, os resultados obtidos com a utilização do sistema. Por meio do referido sistema foi levado a efeito uma avaliação subjetiva da qualidade da voz antes e depois do uso do processo de correção da frequência fundamental. No capítulo seguinte serão apresentadas as conclusões do trabalho e sugestões para trabalhos futuros.

Melhoria da Qualidade da Voz de Deficientes Auditivos Utilizando-se Correção da

Conclusões ePropostas

para

Trabalhos Futuros

A visão é a modalidade sensorial que usamos com mais frequência na interação com o meio ambiente. Entretanto, a audição é uma das modalidades sensoriais muito usada para interpretar estímulos ambientais ou extrair informações dele. Por outro lado, o olfato, o paladar e o tato são pouco acionados no dia a dia, embora nunca se poderá saber se um café está quente ou amargo, somente com a visão e audição.

Greco (1994) adverte que o maior desenvolvimento de apenas um canal sensorial, é produto da especialização no decorrer da vida, que torna preferencial sua utilização, minimizando ou bloqueando os outros. Estes bloqueios podem levar à distorção, generalização e à eliminação de conteúdos, condicionando a aceitação ou rejeição deles e influenciando no processamento mental do ser humano. O autor adverte, todavia, que se o canal não desenvolvido for despertado e trabalhado, ao atuar em conjunto com os outros, pode se situar como sede de transformação e aprendizagem.

O cérebro raramente processa informações ambientais de forma sequencial, mas de forma simultânea, usando todos os sentidos. Os seres humanos tem uma capacidade limitada de receber, memorizar e reagir cognitivamente a estas informações. Com isso, o uso contínuo de uma modalidade sensorial para transmitir ou receber informações pode sobrecarregar esta modalidade. O tato tem sido muito utilizado para auxiliar a visão e a audição em muitas aplicações. Para o caso de existir uma deficiência em uma destas modalidades, a utilização do tato, torna-se essencial no processo de comunicação.

Em alguns trabalhos foram utilizados estimuladores táteis para auxiliar na transmissão da fala. Os estimuladores desenvolvidos podem utilizar um ou mais canais e serem vibro-táteis ou eletro-táteis. Estes estimuladores têm apresentado resultados bastante positivos no auxílio ao aprendizado da fala, em sistema com realimentação visual, em termos de melhor controle da entonação e melhoria da qualidade da voz.

Em termos de tecnologias para auxílio a oralização de surdos, os sistemas existentes por realimentação visual para auxílio ao ensino da fala utilizam jogos com indicação de acerto de alvo.

Este trabalho investigou a utilização da realimentação tátil com codificação da fala, em tempo real, para controle e aprendizagem da frequência fundamental da voz em pessoas com deficiência auditiva. A proposta inicial seria trabalhar com voluntários surdo-cegos, mas devido à dificuldade de se encontrar um quantitativo razoável de voluntários surdo-cegos para realização dos experimentos, se optou por desenvolver o trabalho para pessoas com somente deficiência auditiva.

pessoas com deficiência auditiva com diferentes níveis de surdez.

Inicialmente foram investigados e apresentados resultados da comparação da sensibilidade tátil entre os dedos da mão dos voluntários, em função da faixa de frequências de vibração do estimulador vibro-tátil, para indivíduos com perfis diversificados. Os resultados desta comparação mostraram que não existe diferença significativa entre a sensibilidade tátil dos dedos da mão, bem como, não foi observada diferença significativa na sensibilidade tátil, para as frequências alvos escolhidas na faixa de melhor frequência tátil. Foi também observado que não existe diferença significativa na sensibilidade tátil, para pessoas de diferentes sexos, diferentes idades e com diferentes graus de instrução. Com base nestes resultados, foi aproveitada toda a faixa operacional de frequência tátil, escolhendo-se um dos dedos da mão dos voluntários, sem a preocupação de uma classificação dos voluntários por sexo, idade ou grau de instrução.

Em seguida foram apresentados os resultados de uma investigação sobre a codificação da frequência fundamental do sinal de voz em frequência tátil, utilizando algumas transformações, com o objetivo de realizar a correção da frequência fundamental da voz em voluntários com deficiência auditiva. Os resultados indicam que nenhuma transformação estudada mostrou-se mais eficiente em relação às demais. A escolha da transformação pouco importa neste processo. Nesta investigação foi utilizada uma metodologia que estimulava a participação dos voluntários com deficiência auditiva por meio de um sistema de pontuação, e promovendo a competitividade entre os participantes, foi incentivada a participação nos experimentos. Essa metodologia mostrou-se satisfatória e envolvente, e, durante os experimentos, observou-se uma grande perspectiva de desenvolvimento de um mecanismo de controle sensorial, por meio do tato, que pudesse ser utilizado para fins de correção da frequência fundamental da fala.

Por último, em decorrência do papel importante que desempenha a frequência fundamental na qualidade da fala partiu-se da hipótese de que corrigindo esse parâmetro se poderia obter uma melhoria da qualidade da voz de pessoas surdas e a sua possível aplicação em processos de oralização. Assim, com base nos resultados da pesquisa realizada na investigação anterior que mostrou ser possível um controle da frequência fundamental, através de estímulos táteis, foi então investigado o uso desse procedimento e avaliada a ocorrência da melhoria da qualidade da voz pela correção da frequência fundamental. Nesta investigação, optou-se por uma avaliação subjetiva da qualidade da voz em voluntários deficientes auditivos que foram submetidos a cinco sessões de procedimentos de correção da frequência fundamental da voz. A fala dos voluntários foi gravada usando-se duas frases, que foram pronunciadas antes e depois da correção da frequência fundamental da voz. As frases escolhidas foram: (a) Casa do Pato e (b) Mapa do Brasil.

fundamental, foram submetidos a avaliadores, que classificaram o quanto melhorou a qualidade da voz tomando-se como métrica um sistema de pontuação.

Os avaliadores foram recrutados através da internet utilizando-se um sistema online com acesso para proceder à avaliação somente após um cadastro prévio, para conhecimento do perfil do avaliador. No sistema, que está hospedado em um servidor web, estão cadastrados todos os dados dos voluntários que participaram do experimento, bem como todos os arquivos de sons.