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4.1 – Descrição das Aulas Observadas

Professora A: Aula nº 01. Assunto: Reino Fungi. Tipo de Aula: Exposição

de conteúdos. Duração 30’. Turma 2 ano B.

A professora começa a aula fazendo perguntas aos alunos sobre Fungos. Traz alguns exemplos de fungos do cotidiano: um inhame com fungos, o cogumelo orelha-de-pau e o fermento biológico do pão, mas apenas mostra aos alunos. Faz uso da fala o tempo todo, com definições em cima de definições. Algumas perguntas que os alunos conseguem responder, ela não valoriza para levantar uma discussão. Apresenta conceitos soltos, sem nenhuma articulação. Durante a aula, um aluno faz uma pergunta, ela responde, mas não valoriza e segue fazendo a exposição do conteúdo até o final da aula. Com exceção dos exemplos que trouxe, não utilizou nenhum recurso.

Aula nº 02. Assunto: Composição Química da Célula. Tipo de Aula:

A professora inicia a aula falando de substâncias orgânicas, em seguida começa a fazer perguntas sobre o assunto, para as quais ela termina respondendo. Prossegue a aula falando o tempo todo, apresentando conceitos soltos até final da aula. Não abre espaço para uma discussão com os alunos e não utilizou nenhum recurso.

Aulas nº 03 e 04. Assunto: Composição Química da Célula.

Tipo de Aula: Exposição de conteúdos. Duração 50’. Turma 1 ano B.

A professora começa a aula expondo o assunto, fala o tempo todo, fazendo várias perguntas sobre o assunto, sem nenhuma discussão. Durante as duas aulas, não teve a participação dos alunos, exceto quando alguns responderam às perguntas da professora, mas ela não valoriza as respostas. Dá alguns exemplos comuns e algumas informações sem base científica. Não interage com os alunos e encerra a aula.

Aula nº 05. Assunto: Reino Animal ou Metazoa. Tipo de Aula: Exposição

de conteúdos. Duração 30’, Turma 2 ano B.

A professora inicia a aula dizendo que vamos ver o Reino Animal e Metazoa e começa fazendo perguntas e ao mesmo tempo em que responde às perguntas, faz comentários sobre o assunto. Coloca um cartaz no quadro e vai lendo e explicando os tópicos sobre os diversos Reinos. Quando um aluno fez uma pergunta sobre o verme oxiuro, ela passou a resposta para a próxima aula

e continuou falando dos Reinos. Os alunos fizeram mais três perguntas, a professora respondeu, mas não abriu uma discussão em cima das perguntas e continuou falando dos Reinos até o final da aula.

Professora B: Aulas nº 01 e 02. Assunto: Digestão. Tipo de Aula:

Exposição de Conteúdos e atividades práticas no Laboratório de Informática. Duração 90’. Turma 3 ano C.

A professora começa a aula colocando o assunto no quadro e pede para os alunos darem uma olhada na apostila. Depois, começa o assunto fazendo perguntas com enunciado em cima de enunciado. As perguntas que a professora faz sobre o assunto, a maioria ela mesma responde e quando acontece de um aluno responder, ela não valoriza. Durante a aula, um aluno fez uma pergunta e a professora não respondeu. Na segunda aula, leva os alunos ao laboratório de informática, com o objetivo de aprofundar mais o assunto. Os alunos copiam o assunto que aparece na tela do computador, com uma certa curiosidade, à medida que as cenas do programa vão aparecendo e começam a responder às perguntas do programa. Ficam à vontade. A professora não interfere e os alunos passam toda a aula só copiando e respondendo às perguntas que aparecem na tela, sem nenhuma discussão com a professora. À medida que completam o programa, vão saindo e a professora encerra a aula.

prova e exposição de conteúdos. Duração 90’. Turma 1 ano A.

A professora inicia a aula dizendo que vai fazer a correção da prova. Faz comentários em cima de cada questão. Em seguida, começa a falar do núcleo da célula, utilizando frases de efeito. Prossegue com conceitos soltos, sem fazer nenhuma articulação. Os alunos apenas escutam. Faz uso da fala o tempo todo, e no final, passa um trabalho sobre Clonagem para ser entregue com oito dias. Não utiliza nenhum recurso e encerra a aula.

Aula nº 05. Assunto: Exercício sobre o Sistema Respiratório. Tipo de aula:

Exposição de conteúdos. Duração 45’. Turma 3 ano C.

A Professora começa a aula dizendo que vai passar um exercício sobre o Sistema Respiratório. Pede para os alunos formarem grupos de cinco e em seguida dita as questões. Os alunos copiam e começam a responder. A professora senta-se no birô e começa a fazer a chamada, enquanto isso, o barulho aumenta e nenhum aluno faz questionamento sobre à atividade. A professora permanece sentada, não demonstra nenhum interesse pela atividade e o barulho é intenso. Em seguida, a professora começa a fazer a correção do exercício, comenta algumas respostas e encerra a aula.

Professora C: Aulas nº 01 e 02. Assunto: A Célula. Tipo de Aula:

Exposição de conteúdos. Duração 90’. Turma 1 ano B.

espaço para os alunos responderem. A maioria das perguntas são respondidas pela própria professora e quando acontece dos alunos responderem, ela não oportuniza para iniciar uma discussão. Em seguida, pede para os alunos fazerem um exercício, sem consultar a apostila. Trabalha fazendo uso da fala o tempo todo, dando muitas informações, com exposição em cima de exposição. Os alunos fizeram duas perguntas, a professora respondeu, mas não valorizou. Uma pergunta de um aluno ficou sem resposta. Não utilizou nenhum recurso e encerrou a aula com um exercício.

Aula nº 03. Assunto: Leis de Mendel. Tipo de Aula: Apresentação de

Trabalhos. Duração 45’. 2 ano E.

A professora inicia a aula, pedindo silêncio, enquanto alguns alunos colocam cartazes no quadro. A aula continua com um grupo de alunos apresentando o trabalho sobre a 1ª Lei de Mendel. Enquanto isso, os alunos começam a fazer barulho. A professora diz que o problema maior, é que eles não prestam atenção. Os alunos que estão no quadro continuam a explicação. No final da aula, a professora encerra, dizendo que sobre algumas anotações que os alunos fizeram vai tirar as duvidas na próxima aula.

Aulas nº 04 05. Assunto: Leis de Mendel. Tipo de Aula: Revisão com

exposição de conteúdos e correção de exercícios. Duração 90’. Turma 2 ano A.

retroprojetor, fazendo as ligações e montando a tela de projeção. Em seguida, dá início à aula, dizendo: eu iria aplicar um simulado, mas como a maioria dos alunos reclamaram que ainda estava com dificuldade, vou fazer uma revisão. Aplica alguns exercícios colocados em transparências, os alunos copiam e ela faz a correção juntamente com eles. No final, ela aplica um simulado e dá 20’ para os alunos responderem. Durante a aula, os alunos fazem cinco perguntas, que são respondidas pela professora, no entanto, ela não aproveita para estabelecer um questionamento.

Professora D: Aula nº 01. Assunto: Classificação dos Seres Vivos. Tipo de

Aula: Exposição de conteúdos. Duração 30’. 3 ano C.

A professora começa a aula fazendo perguntas sobre o assunto. Compara o Sistema de Classificação dos Seres Vivos com a organização de um Supermercado, onde os produtos são separados por secções. Esta comparação anima muito a aula, os alunos dão alguns exemplos, no entanto, ela segue expondo o assunto, faz uso da fala o tempo todo e os alunos não questionam. Não utiliza nenhum recurso e encerra a aula.

Aulas nº 02 e 03. Assunto: Reino Monera. Tipo de Aula: Exposição de

conteúdos. Duração 60’. Turma 3 ano B.

A professora começa a aula fazendo perguntas sobre o reino Monera. À maioria das perguntas ela mesma responde. Algumas respostas dos alunos, ela não analisa e não dá espaço para o questionamento. Faz uso do quadro

de giz e desenha uma célula no quadro, onde coloca algumas organelas e faz alguns comentários. Utiliza a fala o tempo todo e dá explicação em cima explicação. Os alunos apenas escutam. Não usa outro recurso.

Aula nº 04. Assunto: Reino Protista. Tipo de Aula: Exposição de conteúdos.

Duração 30’. Turma 3 ano A.

A professora começa a aula fazendo perguntas sobre o Reino Protista. À maioria das perguntas ela mesma responde. Dá seqüência a aula, passando informações sobre os Protistas, falando de suas características. Faz uso da fala o tempo todo e não abre espaço para comentários. Não utiliza nenhum recurso. Os alunos apenas escutam. Durante a aula, um aluno faz uma pergunta, a professora responde, mas não analisa.

Aula nº 05. Assunto: 1ª Lei de Mendel. Tipo de Aula: Exposição de

conteúdos. Duração 30’. Turma 3 ano B.

A professora começa a aula dizendo que vai fazer uma revisão sobre a 1ª Lei de Mendel. Dá início a aula, explicando a Lei de Mendel, falando sobre as principais aspectos dos caracteres dominantes e recessivos. Dita um problema para os alunos copiarem e responderem. Depois de algum tempo, juntamente com os alunos, faz a correção. Em seguida, volta a falar sobre a 1ª Lei de Mendel e dita outro problema para os alunos responderem. Observa-se que apenas um aluno consegue fazer o exercício e participa da correção. Encerra-se a aula.

Para a análise de dados foi escolhida a primeira aula de cada professora, com exceção das aulas das professoras B e C, das quais utilizamos a primeira e a segunda aula, por terem sido geminadas. Vale salientar que não desprezamos as demais aulas observadas, uma vez que, coletamos informações de todas elas para efetivarmos um levantamento estatístico.

4.2 – Contextualização

A idéia que essas professoras têm de contextualizar consiste em dar exemplos do cotidiano ou do dia-a-dia. Para contextualizar, o professor precisa ter domínio de conteúdo, conhecer melhor o seu aluno para poder usar exatamente as coisas que fazem sentido para ele, trabalhar suas situações familiares e explorar o seu conhecimento prévio durante a aula.

Ao serem questionadas sobre o que elas entendem por contextualização, responderam o seguinte:

Entrevista com a Professora A:

Pesquisador: Na sua concepção o que significa contextualizar o conteúdo de

Biologia?

Professora A: “...O conteúdo de biologia?”.

é torná-la mais concreta, na vida de cada um, é isso que eu tento fazer. Não sei se é isso contextualizar.”

Através das observações, verificamos que ela não leva o concreto para a vida do aluno. Nesse sentido, ela usa o exemplo dela e leva para um meio que não sabemos o resultado. Ela apresenta o exemplo e diz para o aluno vá e use. Isso não é contextualizar.

Entrevista com a Professora B :

Pesquisador: Na sua concepção o que significa contextualizar o conteúdo de

Biologia?

Professora B “...Isso é uma coisa que a gente procura fazer muito, hoje, que

é levar o conteúdo teórico p´rá prática, unir os dois, porque se a gente não fizer isto, fica um conhecimento muito vago para o aluno entender.”

Professora B “... Então, nessa aula mesmo que eu dei, digestão, se a gente

não tiver assim o tempo todo mencionando exemplo pessoal, e você já tem experiência com isso, aí fica uma coisa muito, né. Porque a Biologia tem muito como dizia uma professora minha, BIOLOGÊS, é muito nome, essa parte, quando a gente chega, aqui, nas ENZIMAS, pronto. Aí mistura aquele monte de nomenclatura e o aluno fica perdido e achando que aquilo ali vai só para a decoreba.”

Conforme o depoimento acima, apenas mencionar o exemplo não é contextualizar. Durante as observações, verificamos que ela só fica no exemplo

e não leva adiante, não trabalha os detalhes do contexto de onde esse exemplo veio.

Professora C - Entrevista

Pesquisador: Na sua concepção o que significa contextualizar o conteúdo de

Biologia?

Professora C: “...Primeiro eu acho que eles têm que ter o entendimento do

conteúdo, p´rá que eles possam usar isso tanto no dia-a-dia, enquanto cidadão, enquanto estudante e também, fazerem uma ligação da Biologia com outras disciplinas, porque muitas vezes eles deixam a Biologia isolada, como se fosse um estanque em cada série.”

Ela tem razão, para contextualizar precisa ter esse entendimento, só que, durante as observações, verificamos que ela repassa tudo isso para o aluno, sem que ela tenha feito algo com o aluno antes. Ela está querendo que o aluno sozinho faça essa contextualização. Não é para ela fazer, é para o aluno fazer e se virar.

Professora D - Entrevista

Pesquisador: Na sua concepção, o que significa contextualizar o conteúdo de

Biologia?

Professora D “... Contextualizar, envolver atividades assim, que não seja só

dentro da sala de aula, é relacionar o conteúdo com o dia-a-dia deles.”

em primeiro, reconhecer que todo conhecimento envolve uma relação entre o sujeito e o objeto e, em segundo, que esse conhecimento, em sua maioria, é reproduzido das situações originais nas quais acontece a produção.

Nesse caso, a professora, durante as aulas observadas, repassa tudo para o aluno se virar sozinho como se a contextualização fosse algo que acontecesse depois na vida dele.

Contextualizar um conteúdo implica analisar essas situações vivenciadas pelos alunos no seu cotidiano, nas quais acontece a produção e ajudar os alunos a perceber a relação entre essas situações e o conhecimento científico.

Diante da necessidade de termos uma visão de como a competência entra na contextualização e uma visão de todo o processo nela envolvido, construímos um mapa conceitual.

Bastos (1998, p.1), em relação ao mapa conceitual, diz o seguinte:

O mapa conceitual é um instrumento que permite a visualização das relações entre conceitos, existentes na estrutura cognitiva das pessoas e, como tal, pode ser utilizado para encaminhar a evolução conceitual que ocorre durante o processo de aprendizagem de conceitos.

Esse mapa conceitual construído pelo pesquisador, nos dá uma idéia geral de todo o processo de contextualização, uma vez que, sua estrutura comporta as categorias envolvidas na contextualização, caracterizadas como aspectos e estratégias, que de uma forma direta ou indireta são fundamentais

para a ocorrência da contextualização dos conteúdos.

4.3 Descrição dos mapas conceituais

Mapa Conceitual sobre a Competência da Contextualização:

O mapa conceitual, que construímos sobre a Competência da Contextualização, apresenta os aspectos fundamentais envolvidos nesse processo. São aspectos necessários que estão relacionados de uma forma direta ou indireta com a competência da contextualização. Estes aspectos se caracterizam como competências ou estratégias a serem desenvolvidas, de acordo com a necessidade, durante o processo de contextualização.

Entre esses aspectos estão: o saber fazer; o contexto; o domínio do conteúdo; o dar significado; a troca de experiências; a concretude; a visão articulada do conhecimento; o diálogo; a interação; a participação do aluno; a relação professo-aluno; o cotidiano e o conhecimento prévio (Ver mapa conceitual, Apêndice B, p.154).

Todas as professora envolvidas construíram mapas conceituais, que nos ajudaram na análise dos dados, por ter aprofundado a nossa interpretação sobre o entendimento que cada uma tem sobre a contextualização.

Mapa Conceitual de Contextualização da Professora – A:

Na estrutura do mapa, ela coloca algumas estratégias necessárias para a contextualização, tais como: a realidade do aluno; conhecimento trazido;

exemplos do cotidiano; experiência pessoal; conhecimentos científicos e integração da realidade com os conhecimentos científicos, porém, falta uma inter-relação entre os conceitos. Estão apenas ligadas à contextualização sem nenhum direcionamento (Ver mapa conceitual, Apêndice C, p.155). Resta-nos uma pergunta: Se não conseguimos identificar na prática dessa professora a contextualização dos conteúdos, como ela tem na sua mente essas estratégias?

Mapa Conceitual de Contextualização da Professora B:

O mapa conceitual foi associado ao conteúdo de digestão, onde ela estabelece as relações da contextualização com os tópicos dados na aula, usando palavras chaves como: importância dos alimentos; importância dos dentes; doenças do sistema digestório e higiene da alimentação. Não fez referência a nenhum aspecto necessário para a contextualização (Ver mapa conceitual, Apêndice C, p. 156).

Mapa Conceitual de Contextualização da Professora C:

Nesse mapa, ela mostra que a contextualização é feita por meio de uma sondagem, utilizando o conhecimento prévio e o cotidiano. Isola a reflexão e a interpretação de todo o processo e deixa a prescrição solta, sem fazer nenhuma interligação ( Ver mapa conceitual, Apêndice C, p. 157).

Mapa Conceitual de Contextualização da Professora D:

A estrutura do mapa é composta de algumas palavras chaves como referências, temas, conceito, relações com temas abordados, aplicação, biologia e contextualização. Não existe direcionamento das inter-relações (Ver mapa conceitual, Apêndice C, p. 158).

Vale salientar que ao pedirmos para as professoras construírem um mapa conceitual, demos a cada uma um modelo de mapa e uma explicação sobre a importância e utilidade de um mapa conceitual.

Domínio de conteúdo:

O domínio de conteúdo apresentado pelas professoras, observado de um modo geral é insuficiente para contextualizar o conteúdo. Seguem uma apostila e é comum durante a aula, pedirem aos alunos para a consultarem. Trabalham o conteúdo de uma forma fragmentada e descontextualizada, com definição em cima de definição amarradas em frases de efeitos, e pergunta em cima de pergunta para chamar a atenção dos alunos.

A seguir, apresentaremos trechos da aula da Professora A.

Professora A “...As leveduras são usadas como?”

Prof. A - “...Na fermentação de um modo geral, fermentação do pão, do

bolo, fermentação alcoólica da cerveja, do vinho, do álcool, certo. Temos o cogumelo.”

Professora A “... Cogumelo que a gente chama de cogumelo-de-chapéu ou

simplesmente cogumelo’. “ Há alguns comestíveis, outros não”.

Professora A “...Aí, onde encontrar os fungos?”

Prof. A “...Nós encontramos fungos em lugares úmidos com pouca luz

e muita matéria orgânica. Se não tiver matéria orgânica, não vamos encontrar fungos.”

O seu mapa conceitual sobre o Reino Fungi, conteúdo este trabalhado na sala de aula e que nos serviu de objeto de análise, apresenta uma estrutura semelhante aos manuais, com uma seqüência de tópicos extraída do livro de Goudak (1991, p. 143-146), com a seguinte seqüência: Introdução; Classificação; Reprodução dos Fungos; Reprodução dos Ficomicetos; Reprodução dos Ascomicetos; Reprodução dos Basidiomicetos e Reprodução dos Líquens. Outra fonte foi o livro de Bosechilia (2001, p. 119 – 123), com a seguinte seqüência: Introdução; Reprodução e Doenças causadas por Fungos. São tópicos retirados exclusivamente dos manuais, sem nenhuma criatividade, puramente conteudista.

Evidencia-se, diante deste mapa, um modelo de aula semelhante ao que foi observado em sala de aula. A professora trabalhou exclusivamente

com conceitos soltos, sem nenhuma inter-relação. O próprio mapa não segue a seqüência dos manuais. Ela pode até ter esse conhecimento da contextualização, mas na prática a realidade é outra. Na entrevista, ela afirma que contextualizar é levar a Biologia para a vida do aluno e torná-la mais concreta.

Isto não foi observado na prática dessa professora, e a estrutura que está no mapa conceitual, confirma essa ausência (Ver mapa conceitual, Apêndice C, p, 155).

A seguir, apresentaremos trechos da aula da Professora B.

Professora B – Observação:

Professora B “...Nós temos dois tipos de digestão: a digestão intracelular e a

digestão extracelular. A digestão intracelular, se processa como o nome já diz, dentro da célula. Então, é comum aos protozoários e aos poríferos, que vão processar esse sistema através de FAGOCITOSE e PINOCITOSE..” Foi visto no primeiro ano.”

Professora B “...FAGO significa comer e PINO significa beber.”

O seu mapa conceitual sobre Digestão está estruturado em tópicos extraídos do livro de Paulino (2003, p. 252-253), com a seguinte seqüência: Tipos de Digestão: Digestão Intracelular e Extracelular; Seres destituídos de Sistema Digestório completo; Seres dotados de Sistema Digestório completo; A

Digestão Humana; O Tubo Digestório Humano; Digestão na Boca; Digestão no Estômago; Digestão no Intestino Delgado; O Suco Pancreático; O Suco Entérico; Características e Funções do Intestino Grosso; O Estômago dos Ruminantes. O mapa possui alguns tópicos dessa seqüência, com poucas inter-relações. Falta relacionar as enzimas com os tipos de digestão, e os processos mecânicos e químicos estão relacionados apenas com o Sistema Digestório Humano, de forma que o Sistema Digestório das Aves, dos Ruminantes e dos Celenterados se apresentam soltos, fragmentados. Ela pensa que chamar atenção para a importância dos conceitos e dar exemplos é contextualizar. Esse fato é confirmado na entrevista, na qual ela diz que contextualizar é mencionar exemplos pessoais (Ver mapa conceitual, Apêndice C, p. 156).

A seguir, apresentaremos trechos da aula da Professora C.

Professora C – Observação:

Professora C “... Nós aprendemos em alguns livros da 1ª a 4ª série ou de 5ª

a 8ª, que a célula apresenta MEMBRANA, CITOPLASMA E NÚCLEO.”

Professora C “...A célula só apresenta MEMBRANA, CITOPLASMA E

NÚCLEO?”

Alunos “... não.”

Professora C “...o que seria?”

Prof. C “...A célula respira?”

Prof. C “...Respira ou não?”

Prof. C “...Alguém olhou para mim com uma cara tão estranha.”

O seu mapa conceitual sobre Célula foi estruturado com alguns tópicos e conceitos do livro de Soares (1999, p. 124 – 141), com a seguinte seqüência de tópicos: Os Avanços da Citologia; Teoria Celular; Técnicas Básicas de Microscopia; Escala de Medidas usadas em Microscopia por Fluorescência em Campo Escuro; Técnicas de Pesquisa em Citologia; O tempo de Vida de uma Célula; As Menores Células Vivas; Procariontes e Eucariontes; Por que as Células se Dividem; O Homem Molecular. Apenas alguns tópicos foram incluídos no mapa, que se apresenta com conceitos distribuídos de forma fragmentada e que pouco se relacionam entre si, o que mais uma vez comprova o tipo de aula que essa professora dá, que não passa de uma

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