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Nos itens 3.1 e 3.2 deste capítulo estão descritos os resultados obtidos no teste de teor de umidade e extrativos da taquara. Os resultados da determinação do comprimento crítico (Lc)da fibra de taquara estão descritos no item 3.3.

Os ensaios de tração do item 3.4, ensaios de pull out do item 3.5 e ensaios de flexão do item 3.7 foram os testes realizados para caracterização mecânica da fibra da taquara, matrizes e compósitos. A micrografia da fibra para obtenção da área transversal e perímetro está apresentada no item 3.6.

A dispersão da medida para todos os experimentos foram calculados utilizando a distribuição “t” de Student com um intervalo de confiança de 95% obtida pela Equação 15:

= , − ×

√ (15)

Sendo que, ER é a dispersão da medida, tα/2, n-1 representa o valor obtido na tabela de distribuição t de Student, α/2 é igual a 0,025 (UFSC - CFH, 2012), s é o desvio padrão e n é o número de amostras analisadas.

3.1 – Teor de umidade

Os valores percentuais de perda de massa foram calculados a partir da Equação 10 que está descrito no Capítulo 2. A Tabela 3 mostra a perda de massa percentual para cada colmo. Quando a perda de massa dos colmos estabilizou, o valor determinado corresponde ao teor de umidade da amostra analisada.

Tabela 3: Teor de umidade (valores em percentuais e compatibilizados).

Amostras Perda de massa (%)

Colmo1 43,4 Colmo 2 52,3 Colmo 3 43,4 Colmo 4 39,4 Colmo 5 53,2 Média 46,3 ± 7,6

Alves (2012) determinou um teor de umidade médio da taquara em 11,45%, mas não foi especificado o tempo de corte da taquara da natureza até o ensaio para a determinação da umidade. Sendo assim, neste trabalho foi determinado o valor do teor de umidade mais próximo do valor real, onde a taquara foi cortada do meio ambiente e após 48 horas foi realizado o experimento.

A Figura 34 apresenta o percentual de perda de massa da taquara em relação ao tempo, sendo que, após 19 horas de secagem houve uma variação insignificante da massa dos colmos. O teor de umidade médio foi de 46,3 ±7,6 %.

Figura 34: Percentual de perda de massa da taquara durante a secagem e teor de umidade.

3.2 – Teor de extrativos

A taquara em análise sofreu dois tipos de tratamentos químicos: o primeiro com solução de hidróxido de sódio (NaOH) 10% m/m durante três horas para retirada de extrativos e o segundo com solução de peróxido de hidrogênio (H2O2)10% m/m durante 20 minutos

para o clareamento das fibras, sendo que, os extrativos não foram totalmente retirados da taquara para evitar a degradação das fibras.

O rendimento de fibra foi calculado a partir da Equação 11 que está no Capítulo 2. A Tabela 4 mostra o teor percentual de extrativos e o rendimento percentual de fibras para cada colmo e também a média com as respectivas dispersões da medida.

Tabela 4: Percentual de extrativos e rendimento de fibras.

Amostras Extrativos (%) Rendimento fibras (%)

Colmo 1 12,8 87,2 Colmo 2 19,0 81,0 Colmo 3 7,8 92,2 Colmo 4 11,5 88,5 Colmo 5 20,1 79,9 Média 14,2 ± 6,0 85,8 ± 6,5

O procedimento utilizado apresentou variações importantes na retirada de extrativos. A Figura 35 mostra a diferença no aspecto visual da fibra antes e pós-clareamento. O peróxido de hidrogênio oxidou as moléculas dos extrativos tornando as fibras mais claras, sendo que, o tempo de tratamento foi o mínimo possível para que as fibras não sofressem eventualmente algum tipo de degradação química, tornando as fibras quebradiças e frágeis.

3.3 - Determinação do comprimento crítico (Lc) da fibra de taquara.

A tensão de ruptura de uma fibra com seção transversal irregular, como indicado na Figura 34, pode ser calculada por meio da Equação 16, sendo a área da fibra determinada por meio de análise da imagem em um aplicativo de tratamento de imagem como descrito no item 3.6.

= (16)

Sendo que, (MPa) é a tensão de ruptura da fibra de taquara, Frup (N) é a força necessária para realizar a ruptura da fibra de área transversal Af (m2).

Para determinar da tensão de cisalhamento da interface fibra resina, por meio da Equação 16, é necessário determinar a força na qual a fibra escapa da resina e a área da superfície de adesão Ac. Conforme indicado na Equação 17.

= (17)

Sendo que, (MPa) é a tensão de cisalhamento da interface de adesão fibra resina, Fc é a força cisalhante necessária para soltar a fibra no interior da matriz e Ac (m2) é a área de adesão determinada pelo perímetro transversal da fibra p (m), multiplicado pela profundidade da fibra l (m) imersa no interior da resina epóxi, como descrito pela Equação 18.

= . (18)

Quando a força de ruptura da fibra da Equação 16 se igualar a força de cisalhamento da Equação 17, substituindo devidamente a Equação 18 na Equação 17, obtém-se a Equação 19. Quando a fibra for de seção circular com diâmetro df, a expressão é conhecida como modelo de Kelly-Tyson (KELLY e TYSON, 1965 apud MOURA et. al., 2005 ). Para se determinar o comprimento crítico Lc da fibra, l deve produzir uma distribuição da tensão de forma linear e simétrica sobre a fibra

Tendo uma tensão máxima em l=Lc/2, a Equação 20 permite calcular Lc (Moura et. al., 2005).

= (20)

3.4 – Ensaios de tração

A Figura 36 apresenta o gráfico da Força versus Deslocamento do ensaio de tração da fibra. Pode-se observar uma força constante de aproximadamente 10 N com uma variação no deslocamento de aproximadamente 3 mm, devido a uma folga no suporte e garra do equipamento de tração. A partir do deslocamento de aproximadamente 3,5 mm retorna a tração da fibra com um comportamento linear. Algumas fibras rompem parcialmente a uma força de aproximadamente 40 N, de acordo com um pequeno degrau próximo a um deslocamento de 4 mm e uma força de 35 N, e depois rompe totalmente a uma força de 64 N.

Figura 36: Comportamento da fibra no ensaio de tração.

A Tabela 5 apresenta os resultados obtidos para cada CP por meio da micrografia e ensaio de tração da fibra. A primeira coluna contém a numeração sequencial de cada CP e na última linha está descrito a média dos valores com as respectivas dispersões da medida para todas as colunas. Na segunda coluna está descrito os valores encontrados da área transversal em m2. Na terceira coluna foram colocados os valores da força máxima obtida a partir do

ensaio de tração. Foram inseridos na quarta coluna os valores da tensão de ruptura calculados empregando da Equação 16.

Tabela 5: resultados obtidos a partir da micrografia da fibra e ensaio de tração da fibra.

CP’s Área transversal (m2) Força máxima (N) Tensão de ruptura (MPa)

1 8,524 x 10-8 42,4 497,4 2 4,839 x 10-8 20,6 425,7 3 1,388 x 10-7 111,0 799,5 4 3,943 x 10-7 195,0 494,5 5 2,530 x 10-7 161,5 638,3 6 1,146 x 10-7 65,3 569,9 7 3,877 x 10-7 121,8 314,2 Média - - 534,2±139,2

Determinou-se um valor médio de tensão de ruptura de 534,2±139,2 MPa que fica próximo a tensão de ruptura de 503 MPa obtido por Rao e Rao (2005) mesmo sendo a espécie de bambu diferente.

3.5 – Ensaios de Pull Out

3.5.1 – Ensaio de Pull Out com matriz de resina poliéster

A Tabela 6 mostra na primeira coluna a ordem sequencial numérica dos CP’s e na última linha a média com as dispersões das medidas para todas as colunas. A segunda coluna contém os valores da área transversal em m2 e na terceira coluna o perímetro em metros da fibra. Na quarta coluna está descrito o valor da força máxima de cisalhamento em Newtons. A partir da Equação 19 foi possível calcular o comprimento ( ) em milímetros, estes valores estão inseridos na quinta coluna. Os valores que estão na sexta coluna de tensão de cisalhamento (τ)

em Mega Pascal e comprimento crítico (Lc) em milímetros que estão na sétima coluna foram

Tabela 6: resultados obtidos por meio do ensaio de pull out para a matriz de resina poliéster. CP’s Área transversal (m2) Perímetro (m) Força (N) (mm) τ (MPa) Lc (mm) 1 3,307x10-7 0,00287 45,8 5,6 10,64 11,2 2 2,311x10-7 0,00247 31,7 4,5 12,82 9,0 3 5,543x10-7 0,00360 79,3 7,4 11,01 14,8 4 4,227x10-7 0,00338 83,5 6,0 12,34 12,0 5 5,256x10-7 0,00362 112,1 7,0 10,33 14,0 6 2,768x10-7 0,00244 70,5 5,5 9,65 11,0 Média - - - 6,0±1,1 11,13±1,21 12,0±2,1

3.5.2 – Ensaio de Pull Out com matriz de resina epóxi

A Tabela 7 segue a mesma descrição do item 3.5.1 acima.

Tabela 7: Resultados obtidos por meio do ensaio de pull out para a matriz epóxi.

CP’s Área transversal (m2) Perímetro (m) Força (N) (mm) τ (MPa) Lc (mm) 1 2,968x10-7 0,00250 30,9 7,7 8,26 15,4 2 3,493x10-7 0,00266 33,4 8,4 8,37 16,8 3 2,653x10-7 0,00225 24,0 5,9 10,66 11,8 4 2,226x10-7 0,00244 20,0 5,9 8,19 11,8 5 3,200x10-7 0,00317 33,5 5,1 10,55 10,2 6 4,688x10-7 0,00380 34,0 7,4 8,94 14,7 Média - - - 6,7±1,3 9,16±1,15 13,4±2,5

A média do comprimento crítico da fibra com a resina poliéster foi de 12,0±2,1 mm e para a resina epóxi foi de 13,4±2,5 mm, considerando-se as dispersões da medida nos dois valores, observa-se que o comprimento crítico para as duas matrizes tem a mesma ordem de grandeza.

Em relação à tensão de cisalhamento médio, a tensão para a resina poliéster foi maior comparado à resina epóxi, isto significa que a adesão é melhor com o poliéster. A determinação do comprimento crítico (Lc) comprova esta afirmação.

3.6 – Microscopia óptica da fibra

A Figura 37 mostra a área transversal da fibra inserida na matriz. O contorno da seção transversal da fibra foi realizado com auxilio de ferramentas do aplicativo do programa Image Tool 3.0. A área transversal foi utilizada para o cálculo da tensão de ruptura da fibra e tensão de cisalhamento que estão descritos nas Tabelas 5, 6 e 7. A linha em vermelho que delimita esta área é o perímetro que foi utilizado para o cálculo da área de cisalhamento entre a fibra e a matriz que estão descritos nas Tabelas 6 e 7.

Figura 37: Micrografia digitalizada da seção transversal da fibra inserida na matriz.

3.7 – Ensaios de flexão

3.7.1 – Ensaio de flexão da matriz de poliéster

A Tabela 8 apresenta as dimensões dos 5 CP’s, a força máxima e na última linha está contido a média para cada coluna com as respectivas dispersões da medida obtidos por meio do ensaio de flexão da matriz de poliéster.

Tabela 8: Resultados do ensaio de flexão da matriz de poliéster.

CP’s Espessura (mm) Comprimento (mm) Largura (mm) Força máxima (N)

1 5,86 11,85 11,07 153,60 2 5,86 11,90 11,10 198,30 3 5,70 11,90 11,67 125,90 4 5,83 11,90 11,40 152,70 5 5,67 11,83 11,43 164,80 Média 5,78±0,10 11,88±0,03 11,33±0,29 159,60±30,1

A Figura 38 mostra o gráfico da Força (N) versus Deslocamento (mm) do ensaio de flexão da matriz poliéster. Observou-se que existe uma linearidade em todos os CP’s que pode chegar a uma carga de aproximadamente 60 N. O CP3 alcançou a maior carga máxima de ruptura que foi de aproximadamente 200 N. Todos os CP’s chegaram a uma força máxima rompendo totalmente.

Figura 38: Gráfico do comportamento dos CP’s da matriz de poliéster.

Com os valores que estão descritos na Tabela 8, foi possível calcular a partir das Equações 12, 13 do Capítulo 2, a tensão de flexão para a ruptura e o módulo de elasticidade. Com estes valores, foi utilizada a Equação 14 do Capítulo 2 para determinar a deformação para cada CP que estão descritos na Tabela 9, na última linha estão as médias dos resultados com as respectivas dispersões da medida.

Tabela 9: Resultados calculados a partir do ensaio de flexão da matriz de poliéster.

CP’s Tensão de flexão (MPa) Módulo de elasticidade

(GPa) Deformação máxima (mm/mm) 1 58,2 2,9 0,0200 2 74,9 2,7 0,0276 3 47,8 2,7 0,0175 4 56,7 2,8 0,0201 5 64,6 2,9 0,0221 Média 60,4±11,6 2,8±0,1 0,02146±0,00437

O valor do módulo de elasticidade de 2,8 GPa obtido pelo ensaio de flexão apresentou-se semelhante ao valor tabelado pela empresa fornecedora da matriz, já o valor da tensão de 60,4 MPa apresentou um valor um pouco abaixo do valor tabelado de 68,9 MPa, isso pode ter ocorrido devido a existência de pequenas bolhas de ar nos CP’s e desvios na execução do ensaio.

A Figura 39 apresenta um gráfico do CP4 da matriz de poliéster com a Tensão (MPa) versus a Deformação (mm/mm), construído a partir dos dados da Tabela 9, para ilustrar o comportamento da matriz. O CP chega a uma tensão máxima de aproximadamente 50 MPa e uma deformação de 0,016 mm/mm e rompe totalmente. O CP4 apresentou deformação quase linear até a ruptura total.

3.7.2 – Ensaio de flexão da matriz de epóxi.

Os dados obtidos no ensaio de flexão da matriz de epóxi estão descritos na Tabela 10 que contém as dimensões dos 6 CP’s, a força máxima, a tensão de flexão, o módulo de elasticidade obtidos a partir do ensaio de flexão e a última linha da tabela apresenta a média dos CP’s com as respectivas dispersões da medida.

Tabela 10: Resultados do ensaio de flexão da matriz de epóxi.

CP’s Espessura (mm) Comprimento (mm) Largura (mm) Força máxima (N)

1 5,97 12,10 11,60 254,60 2 5,93 12,10 12,10 165,20 3 5,80 12,13 12,07 217,70 4 6,00 12,10 11,83 340,90 5 5,97 12,10 11,50 228,30 6 5,93 12,00 11,93 297,40 Média 5,93±0,07 12,09±0,05 11,84±0,26 250,70±65,1

Foi construído um gráfico da Força (N) versus Deslocamento (mm) a partir do ensaio de flexão dos CP’s da matriz de epóxi, como mostra a Figura 40. As linearidades de todos os CP’s ficaram próximas a 160 N, o CP4 obteve a maior força máxima de ruptura que foi de 297,4 N e a menor foi a do CP2 que ficou com 165,2 N. Todos os CP’s tiveram ruptura total quando alcançaram a força máxima.

Foi possível calcular, a partir das Equações 12, 13 e 14 que estão no Capítulo 2, a tensão de flexão, o módulo de elasticidade e a deformação de cada CP que estão descritos na Tabela 11, a partir dos valores que estão descritos na Tabela 10, e na última linha estão as médias com as respectivas dispersões da medida.

Tabela 11: Resultados calculados a partir do ensaio de flexão da matriz de epóxi.

CP’s Tensão de flexão (MPa) Módulo de elasticidade (GPa) Deformação

máxima (mm/mm) 1 88,7 2,5 0,0354 2 55,9 2,4 0,0237 3 77,2 2,4 0,0318 4 115,3 2,5 0,0459 5 80,2 2,3 0,0350 6 102,1 2,4 0,0431 Média 86,6±21,7 2,4±0,1 0,0358±0,0080

A tensão de flexão média de 86,6±21,7 MPa obtida pelos ensaios ficaram consideravelmente abaixo da tensão de 130,0 MPa fornecida pelo ficha técnica do produto, isso pode ter ocorrido devido a existência de bolhas de ar na superfície dos CP’s.

A Figura 41 apresenta o gráfico da tensão de flexão versus deformação do ensaio de flexão do CP6 da matriz epóxi. A deformação apresentou linearidade até uma tensão de flexão de aproximadamente 70 MPa e uma deformação de aproximadamente 0,03 mm/mm e depois uma leve curvatura até a ruptura máxima que chegou a uma tensão de aproximadamente 100 MPa.

Figura 41: Tensão versus Deformação da resina epóxi no ensaio de flexão.

3.7.3 – Ensaios de flexão dos compósitos com fibras longas

3.7.3.1 – Ensaios de flexão dos compósitos com matriz poliéster

A Figura 42 apresenta o gráfico do comportamento dos CP’s com 40% m/m de fibra e verificou-se que os CP’s 7, 8 e 9 apresentaram ruptura parcial das fibras antes de atingir a tensão máxima, assim sendo, houve o rompimento das fibras na parte inferior do CP que sofreu tração e posteriormente o rompimento das fibras em direção à região central do CP que apresentou uma maior resistência. Os CP’s 10, 11 e 12 romperam na tensão máxima. Após chegar à tensão máxima, ocorreu uma ruptura escalonada das fibras em todos os CP’s.

Figura 42: Comportamento dos CP’s com 40% m/m de fibra e matriz poliéster no ensaio de flexão.

Construiu-se um gráfico da Tensão de flexão (MPa) versus Deformação (mm/mm) para o CP8 dos compósitos com 40% de fibra e resina poliéster como mostra a Figura 43. A linearidade chegou a uma tensão de flexão de aproximadamente 60 MPa e uma deformação de aproximadamente 0,004 mm/mm, logo acima destes valores começou uma curvatura até uma tensão máxima de ruptura de aproximadamente 170 MPa e uma deformação máxima de 0,018 mm/mm. Após alcançar a tensão máxima o iniciou-se o rompimento das fibras de forma escalonada.

Figura 43: Tensão versus Deformação do compósito com 40% fibra e matriz poliéster.

A Figura 44 apresenta o gráfico do comportamento dos CP’s com 40% m/m de fibra no ensaio de flexão realizado com o auxílio de um relógio comparador utilizado para medir o deslocamento do compósito em relação aos dados de deslocamento obtido pelo aplicativo da máquina de ensaio universal. Observou-se que a linearidade estendeu-se até uma força de aproximadamente 800N. A partir das Equações 12 e 13 foram calculados respectivamente a tensão de flexão (MPa) e o módulo de elasticidade (GPa).

A curva azul (relógio comparador) apresentou-se ligeiramente mais inclinada que a curva vermelha (dados da máquina de ensaio universal), devido a um desvio na medição da deformação registrado pelo aplicativo da máquina, assim sendo, o resultado mais confiável obtido foi a partir do relógio comparador. A diferença percentual média entre os dois resultados para o módulo de elasticidade foi de 10,3 %, conforme valores da Tabela 12.

Figura 44: Comparação do ensaio de flexão realizado com compósito de 40% m/m de fibra e matriz poliéster.

A Figura 45 mostra o gráfico do comportamento dos CP’s com 60% m/m de fibra e verificou-se que o comportamento de rompimento escalonado foi semelhante ao observado no experimento anterior. A carga máxima ou de ruptura aumentou com o aumento da quantidade de fibra no compósito.

Figura 45: Comportamento dos CP’s com 60% m/m de fibra e matriz poliéster no ensaio de flexão.

Observou-se que o aumento do teor de fibra desloca a região linear para valores de cargas maiores, próximos a 1200N.

A Figura 46 apresenta o comportamento do CP4 dos compósitos com 60% m/m de fibra e matriz poliéster, O CP alcançou uma tensão máxima de aproximadamente 230 MPa

com uma deformação de aproximadamente 0,018 mm/mm, na sequência o compósito apresentou ruptura escalonada das fibras. O comportamento foi linear até uma tensão de aproximadamente 100 MPa com uma deformação de aproximadamente 0,004 mm/mm.

Figura 46: Tensão versus Deformação do compósito com 60% fibra e matriz poliéster, CP4.

A Figura 47 mostra o gráfico do comportamento dos CP’s com 70% m/m de fibra e verificou-se que o comportamento de rompimento escalonado foi semelhante ao observado no experimento anterior. Verificou-se que não houve um aumento considerável na carga máxima em comparação aos compósitos com 60% m/m de fibra.

Figura 47: Comportamento dos CP’s com 70% m/m de fibra e matriz poliéster no ensaio de flexão.

Para os compósitos com 70% m/m de fibra foi selecionado o CP14 para mostrar o comportamento no gráfico que está na Figura 48. Observou-se que a linearidade do CP foi até

valores próximos de tensão de 125 MPa e uma deformação de 0,006 mm/mm, na sequência a linha vermelha apresenta uma leve curvatura até o rompimento que chegou a uma tensão máxima de aproximadamente 210 MPa.

Figura 48: Tensão versus Deformação do compósito com 70% fibra e matriz poliéster, CP14.

A Figura 49 mostra o gráfico do comportamento dos CP’s com 75% m/m de fibra e verificou-se que o comportamento de rompimento escalonado foi semelhante ao observado no experimento anterior. Observou-se que não houve um aumento considerável na carga máxima em comparação aos compósitos com 60% e 70% m/m de fibra.

Figura 49: Comportamento dos CP’s com 75% m/m de fibra e matriz poliéster no ensaio de flexão.

A Figura 50 apresentou uma linearidade maior comparado aos gráficos dos compósitos com 40, 60 e 70% de fibra, mostrados acima, provavelmente é devido ao aumento no teor de fibras. O comportamento linear chegou a valores de tensão próximos a 130 MPa, uma deformação 0,008 mm/mm e apresentou uma tensão máxima de ruptura de aproximadamente 230 MPa.

Figura 50: Tensão versus Deformação do compósito com 75% m/m fibra e matriz poliéster, CP20.

A Tabela 12 apresenta alguns valores dos corpos de prova obtidos no ensaio de flexão para os compósitos com 40%, 60%, 70% e 75% m/m de fibra e matriz poliéster. Foram testadas um total de 23 CP’s, e para cada concentração de fibra foi testado 6 CP’s, apenas para a concentração de 75% m/m de fibra foram testados 5 CP’s, pois um CP foi excluído, devido a um desvio nas dimensões.

Foi calculado a média dos valores a cada 3 CP’s, pois para cada bloco de compósito fabricado foi extraído 3 CP’s, ressaltando que para cada concentração de fibra foi fabricado 2 blocos. A Tabela 12 mostra também a comparação do módulo de elasticidade obtido pelo relógio comparador e pelo aplicativo da máquina de ensaio universal.

Tabela 12: Resultados do ensaio de flexão dos compósitos com matriz de poliéster.

Compósitos máxima Força

(N)

Tensão de Flexão

(MPa)

Módulo de elasticidade (GPa) Relógio comparador Máquina de ensaio universal Diferença (%) 75% Média CP19 ao CP21 2566,5 ±906,0 220,0 ±35,7 21,3 ± 0,8 21,0 ± 1,4 1,4 Média CP22 ao CP23 2636,1 ±630,0 219,6 ±66,0 22,0 ± 1,9 18,9 ± 1,0 16,4 70% Média CP13 ao CP15 2635,1 ±495,3 187,6 ±30,9 20,1 ± 4,3 18,1 ± 2,5 11,0 Média CP16 ao CP18 2427,0 ±310,7 180,6 ±25,2 20,9 ±1,4 17,4 ± 2,6 20,1 60% Média CP1 ao CP3 2198,3 ±456,1 183,0 ±38,2 19,7 ± 0,6 18,0 ± 1,1 9,4 Média CP4 ao CP6 2770,3 ±231,0 233,4 ±21,1 23,1 ± 3,8 21,3 ± 3,3 8,4 40% Média CP7 ao CP9 1731,3 ±187,7 154,7 ±31,4 14,0 ± 1,5 13,0 ± 1,7 7,7 Média CP10 ao CP12 1644,7 ±339,9 141,3 ±25,1 13,7 ± 1,6 12,7 ± 2,1 7,9 Matriz poliéster Média 159,6 ±30,1 ±11,6 60,4 - 2,8 ± 0,1 -

Os valores de tensão de flexão e módulo de elasticidade aumentaram quando o teor de fibra no compósito foi maior.

A Tabela 13 apresenta os valores de frações volumétricas das fibras e da matriz, e os resultados da deformação máxima (mm/mm) dos compósitos calculados a partir da Equação 14, o valor médio da deformação de todos os CP’s ficou com um valor de 0,00989±0,00062 mm/mm.

Tabela 13: Fração volumétrica da fibra, matriz e deformação máxima dos compósitos com matriz poliéster.

Compósitos volumétrica da Fração

fibra (v/v) Fração volumétrica da matriz (v/v) Deformação máxima (mm/mm) 75% Média CP19 ao CP21 0,738 0,262 0,01034±0,00137 Média CP22 ao CP23 0,715 0,285 0,00996±0,00209 70% Média CP13 ao CP15 0,686 0,314 0,00938±0,00113 Média CP16 ao CP18 0,664 0,336 0,00864±0,00154 60% Média CP1 ao CP3 0,563 0,437 0,00928±0,00179 Média CP4 ao CP6 0,596 0,404 0,01012±0,00078 40% Média CP7 ao CP9 0,368 0,632 0,01111±0,00276 Média CP10 ao CP12 0,344 0,656 0,01029±0,00111

Admitindo-se um comportamento linear no ensaio de tração da fibra, no ensaio de flexão da matriz poliéster e dos compósitos, foi escolhido 5 deformações, sendo 3 deformações dentro da região linear e 2 deformações fora da região linear, variando de um valor mínimo de 0,0005 mm/mm até a deformação máxima média de 0,00989 mm/mm obtido a partir dos valores da Tabela 13. Salientando que a deformação de 0,007 mm/mm e 0,00989 mm/mm dos compósitos estavam fora da região linear, calculou-se a tensão para cada deformação em todos os CP’s que estão descritos no Apêndice A no item Apêndices.

Os valores de tensão de flexão em função da fração volumétrica dos compósitos foram representados no gráfico da Figura 51 e a tensão de flexão da matriz e fibra. Para a deformação máxima de 0,00989 mm/mm foi utilizado os valores experimentais da matriz e da

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