• Nenhum resultado encontrado

Após realizadas e transcritas as entrevistas, apresentaremos nesse capítulo os resultados e as discussões do presente trabalho de pesquisa. Como já explicitado no Capítulo 3, através da redução fenomenológica dos diferentes discursos, pretendemos chegar à essência, à estrutura do fenômeno investigado (o ensino de física nas disciplinas Conceitos de Física, da UFBA, por meio da compreensão das experiências dos docentes). Para isso, apresentaremos as seguintes etapas da análise: ideográfica e nomotética, a fim de alcançarmos a compreensão do fenômeno, por meio das categorias abertas.

4.1. - Análise ideográfica

Para Martins e Bicudo (1989), o ponto mais importante na pesquisa fenomenológica é a interrogação, a qual indica a trajetória de pesquisa a ser percorrida, bem como os procedimentos, sujeitos etc., indicando perspectivas de análise e interpretação.

Na pesquisa fenomenológica, o investigador, de início, está preocupado com a natureza do que vai investigar, de tal modo que não existe, para ele, uma compreensão prévia do fenômeno. Ele não possui princípios explicativos, teorias ou qualquer indicação definidora do fenômeno. Inicia seu trabalho interrogando o fenômeno. Isso quer dizer que ele não conhece as características essenciais do fenômeno que pretende estudar (MARTINS; BICUDO, 1989, p. 92). A partir da interrogação Como o (a) senhor(a) relata suas experiências de

docência nas disciplinas Conceitos de Física?, e de posse das entrevistas

transcritas, passamos à leitura das descrições, com olhar dirigido pela interrogação, de modo a destacarmos as unidades de significado (BICUDO, 2000), relacionadas à experiência vivida pelo sujeito, excluindo dados sem importância e considerando informações relevantes para caracterizar o fenômeno em estudo (BASTOS, 2017). Em seguida, analisando e organizando essas unidades, o pesquisador constrói o

discurso articulado, o qual procura esclarecer os pensamentos, ideias daquele sujeito, relativos à sua vivência. A fim de preservar a espontaneidade dos relatos, decidimos manter alguns termos na linguagem coloquial. Vejamos, então, as respostas de cada professor à pergunta norteadora citada anteriormente.

4.1.1 - Análise ideográfica do Professor 01

A Fala do Professor 01

O histórico associado a eu ter ministrado a disciplina [Conceitos de Física B] é um pouco anterior, porque fui estudante da Universidade Estadual de Feira de Santana, onde existem disciplinas que são semelhantes, os Fundamentos de Física I, II e III [...]. Essas disciplinas têm cunho teórico e o objetivo é dar um embasamento histórico, teórico, nessas disciplinas, que seriam base para as Físicas Gerais e Experimentais. A ideia era que essas disciplinas seriam de base teórica para [...] facilitar ao estudante o andamento do curso das Físicas Gerais e Experimentais I, II, III e IV, referentes aos seus fundamentos. Eu ministrei Conceitos de Física B, acredito que em 2016.1, para o curso noturno, e como já tinha essa experiência na área, o meu chefe do departamento, Alexandre Barreto, sugeriu que eu ficasse com [a mesma]. Na época [em que] eu fiz o curso em Feira - Fundamentos de Física II - o professor focou o curso inteiro em Termodinâmica, que é a parte que a gente tem maior conteúdo histórico. Geralmente a gente discutia os conteúdos do ponto de vista histórico e os conceitos, todos eles desde a origem da Termodinâmica, falando sobre o calórico, desenvolvimento de estudos, a relação trabalho e energia, toda construção da teoria social da Termodinâmica. Isso era feito com os estudantes discutindo junto com o professor; a ideia da discussão, de defender um ponto [de vista] era amplamente valorizada. E, ao final do curso, nós fizemos um experimento também. [...] Tudo envolveu Termodinâmica, nós produzimos máquinas térmicas para o final de curso; foi uma experiência muito boa; a melhor das três que eu fiz foi, justamente, essa Fundamentos de Física II, onde a gente teve esse maior contato. A discussão foi muito bem construída, muito bem conduzida durante o curso pelo professor Élder, inclusive ele é daqui do Programa. Então, ele fez um trabalho muito bom, na época; também foi meu professor de Fundamentos [de Física] I, que tinha uma metodologia diferente. Mas, especificamente falando [...] [de Fundamentos de Física II], foi uma experiência muito boa. Eu vim para fazer o mesmo, tentar abordar o mesmo caminho, em Conceitos de Física B. Eu tentei abordar o tempo inteiro o que é ministrado em Física Geral e Experimental II, só que umas partes [...] não têm uma construção histórica tão grande; [...] não é tão desenvolvida a história associada às oscilações [por exemplo]. Apesar de eu ter tentado, não encontrei muito material associado a essa parte do conteúdo, então, nessa parte, eu tentei focar na parte experimental e na matemática. Falei um pouco sobre o que havia de história e construí a discussão sobre as diferentes formas de oscilação - amortecida, forçada, oscilação livre - e montei experimento aqui mesmo no [prédio do] Laboratório de Física Nuclear Aplicada; eu ministrava a disciplina aqui no laboratório. Então, eu produzia os experimentos e realizava aqui na sala. Existe o laboratório de Física [Geral e Experimental] II, que eu não usava, na época, porque eu não pensei a respeito, na verdade.

No semestre seguinte, eu conversei, se eu não me engano, com José Fernando, e ele falou, justamente, que deveriam ser dadas as disciplinas lá, e eu não tinha pensado nisso, realmente era uma ideia excelente; você já tem os materiais que pode usar, e pode criar outros materiais lá. A disciplina é teórico-prática, então é justo que ela seja ministrada no laboratório específico da disciplina. Eu teria tido um desenvolvimento muito maior se estivesse lá. Eu não consegui abordar ondas, fiz simulações ao invés de usar um experimento prático. Então eu usei um simulador para mostrar esse desenvolvimento de ondas. Foi interessante o resultado, mas acredito que seria muito

mais interessante se tivesse um laboratório que pudesse mostrar a prática aos estudantes, mexendo nos experimentos, desenvolvendo coisas desse tipo.

Na última parte do conteúdo, que falava sobre Termodinâmica, eu fiz a construção teórica, histórica, das máquinas térmicas e, para o final do curso, eu propus também a construção de experimentos: dividi a turma, nove alunos, se não estiver enganado, em grupos de dois, e cada dois alunos deveriam construir alguma coisa que envolvesse qualquer parte da Termodinâmica, que eles achassem que deveriam usar. Eu não especifiquei “máquina térmica” para que eles pudessem pensar livremente. A ideia seria que eles usassem a criatividade, fazendo o que quisessem, desde que abordassem todo o conteúdo termodinâmico. O resultado eu achei que foi interessante; gostei do que aconteceu, todos eles produziram coisas boas; alguns não funcionaram direito, mas isso acontece, estamos falando de experimentos, eventualmente isso pode acontecer, mas o empenho de todos no desenvolvimento disso foi satisfatório. Meu entendimento sobre essa disciplina é que o desenvolvimento foi satisfatório; os estudantes, até onde sei, gostaram, mas eu não a [...] [lecionei] de novo, devido à falta de material didático para você trabalhar as primeiras partes do conteúdo. Não achei muita coisa que eu pudesse só abordar teoria e não tivesse, por exemplo, que equacionar as coisas; então eu achei deficiente o material didático. Eu usei um pouco do livro do Paul Gary, que é [intitulado] Conceitos de Física, mas é bastante fraco, porque ele não tem profundidade; basicamente é isso; em algumas coisas sim, em outras não, ele é um livro grande, mas que fala de muita coisa. Então a carência de materiais é um problema para essa disciplina, em particular.

Diferente de Conceitos [de Física] A e C, que têm uma vastidão de coisas que você pode tratar... inclusive eu acredito que a [Conceitos de Física] D também tem muita coisa didática; se eu não me engano, você tem lá uma abordagem de Física Moderna, tem uma infinidade de materiais que se pode abordar. Só que como Conceitos [de Física] B é formada por uma “colcha de retalhos” de conteúdos diferentes, ou você foca em um, o que eu não acho interessante, já que essa disciplina seria base para a Física Geral e Experimental II, ou então seria interessante que [...] [abordasse] todo o conteúdo, mas a carência de materiais didáticos é um problema.

Eu não posso falar sobre o apoio do pessoal dos laboratórios, porque eu não usei. Se eu fosse ministrar a disciplina novamente, eu certamente iria para lá e iria solicitar os materiais, todos que poderia usar. Então eu iria para lá, eu iria entender tudo o que poderia usar e certamente produziria mais materiais, porque eu não sei se eles têm todos esses, porque eu nunca ministrei práticas de Física [Geral e Experimental] II na UFBA; então eu não sei todos os experimentos disponíveis. E existem alguns com ondas sonoras, inclusive escutava um barulhão quando passava lá. Na UEFS, a gente usava um, que eu acredito ser semelhante, que é o Tubo de Kundt: você vai com o estetoscópio, vendo onde tem vales, picos e vales de ondas sonoras, é bastante interessante; [você] produz uma onda sonora dentro do tubo e vai procurando onde estão os nós, bastante interessante também. Mas tudo isso a gente conseguiria produzir; não é difícil de fazer, talvez não muitos [kits], mas um provavelmente daria para ser produzido.

Eu acho que não ter ido para o laboratório [de Física Geral e Experimental II] tenha sido ruim, porque eu tive que trabalhar para produzir os experimentos aqui [no Laboratório de Física Nuclear Aplicada], experimentos que eu poderia inclusive propor para Física [Geral e Experimental] II, como, não sei se tem, medir oscilações amortecidas, diferentes amortecimentos usando um pêndulo, como, vamos supor, um sistema massa-mola. Isso é uma coisa que dá para fazer, usando um programa da

UFBA que foi construído por um professor da Física, o professor Garcia, que é o CVMOB, bom instrumento de estudo, e funciona rastreando pontos. É muito legal, você consegue

falar sobre movimento. A gente já implementou esse experimento em Física [Geral e Experimental] I, também, usando esse equipamento, só que, ultimamente, a gente tirou, porque estava muito vago, faltava amarrar pontos e, para fazer esse tipo de coisa, a gente precisa construir, fazer estruturas melhores.

Quando eu ministrei [Conceitos de Física B], foi oferecida apenas uma turma no noturno, que era para licenciatura. Depois, no semestre seguinte, já ofereceram à tarde e à noite, duas [turmas da mesma] disciplina, dois horários diferentes. [...] Realmente, acho que o aproveitamento da Conceitos de Física é grande, desde que você tenha um foco certo. Então você não deveria dar aula de Conceitos de Física, seja qual for, pensando em fazer exatamente a mesma coisa que faz em Física Geral e Experimental, [pois, nesse caso,] seriam duas disciplinas que têm exatamente a mesma abordagem, o mesmo conteúdo e [isso] não faz sentido nenhum. A ideia de Conceitos [de Física] é justamente você aumentar o conhecimento, aumentar a discussão dos estudantes para que eles entendam os conceitos básicos, associados àqueles princípios que eles vão aplicar. Eventualmente, nos cursos diurnos, Física Geral [e Experimental] e Conceitos [de Física] são oferecidos no mesmo período, são simultâneos. O ideal seria que ela fosse oferecida um semestre antes, mas isso acarretaria em um aumento de semestre no curso e isso é um problema que a gente não tem como

lidar, não sei. O curso noturno tem um [...] [ano] a mais, [...] então com isso você tem uma liberdade a mais para mexer nesse tipo de problemas, mas no diurno você não tem. Caso você conseguisse, caso aumentasse para nove semestres - acredito que não vai acontecer isso nunca - você poderia mudar, Cálculo [Diferencial e Integral] I e Conceitos de Física [A] estariam no primeiro semestre, para que, o estudante que chegasse ao segundo semestre, fizesse Física Geral e Experimental I já com o conhecimento tanto de Cálculo Diferencial e Integral como dos conceitos básicos. Isso eu acredito que geraria um aproveitamento nas disciplinas de físicas básicas, já que o objetivo dos conceitos é justamente esse.

Termodinâmica tem uma infinidade de conteúdos históricos, você pode trazer artigos, textos, partes de livros, foi tudo o que usei. Eu peguei bibliografia fechada. Então forneci materiais para os estudantes lerem a respeito e a gente discutir em sala o conteúdo do ponto de vista histórico, fazendo a construção teórica em cima daquilo, mostrando o ponto de vista sociocultural da época [...], o porquê os caras fizeram, como foi feito, e tudo mais. Só que, nos outros conteúdos, a gente não teve esse tipo de abordagem, você vai oscilar, você acha “coisas soltas”. Por exemplo, Galileu usava a pulsação para medir períodos de tempo. Então a primeira coisa que ele fez foi usando a pulsação, depois foi construindo os aros, usando os pêndulos; depois falando do sincronismo dos pêndulos e tudo mais; mas o conteúdo histórico não é tão grande, não é vasto, então, a princípio, você não tem esse tipo de coisa. Sobre ondas tem-se um pouco mais, mas também não muito; a parte de fluidos é [...] [maior]. Dá para falar um pouco melhor sobre fluidos, mas o que a gente tem, da parte de Conceitos [de Física], maior conteúdo histórico é, justamente, Termodinâmica, [...] [onde se discute a] importância do que foi construído, a época em que foi construído, houve a Revolução Industrial... Então tudo isso teve um contexto histórico muito marcante associado, por isso você tem um vasto conteúdo e a importância do que isso foi para a época.

Mesmo você trabalhando com as Conceitos de Física, por mais que você não vá demonstrar todos os pontos, você, eventualmente, vai ter que escrever uma equação no quadro, porque isso vai ser uma solução de física e não tem como a gente separar completamente. Se a gente ficar só na parte histórica, você pode dar a base ao estudante, mas na hora de equacionar, você não está relacionando o que ele realmente vai usar depois. Então, eventualmente, você sempre vai ter que escrever uma equação falando sobre o que significa cada coisa, cada ponto do que você está tratando. Isso é o foco da sua disciplina? Não. Você deve tratar, abordar os conceitos e eventualmente levar ao quadro, o que é diferente das Físicas Gerais [e Experimentais], onde você sempre vai estar no quadro; você vai ter que abordar os conceitos, mas você vai estar sempre matematizando tudo. O foco das Conceitos [de Física] é você explorar de forma a “esgotar” o conteúdo, o máximo possível; tentar “esgotar” a discussão sobre determinado conceito para que fique bastante claro para os estudantes; não que a gente seja detentor do conhecimento, mas vai tentar trazer o máximo possível [...] para que seja “esgotado” o conhecimento.

A questão [...] [é que] você tem essa “colcha de retalho” no conteúdo de [Conceitos de] Física B. Não [...] [há] uma conexão direta [...] [entre seus tópicos]. Dizer que você vai [...] usar o meio como resistência para falar sobre oscilações não é uma conexão entre fluidos e oscilações; é só um meio de resistência, não é conexão direta. Então, realmente, acredito que Conceitos de Física B seja a mais complicada, justamente porque você não tem uma linha que leve do primeiro ao último [tópico da disciplina]; você tem vários pedaços separados. Eu acho que, como a gente está falando dessa parte de conceitos, talvez a gente devesse pegar essa parte de oscilações, que está dentro do conteúdo de Mecânica, basicamente, e jogar para Conceitos [de Física] A, eventualmente, e o professor de Conceitos [de Física] A poderia trabalhar oscilações junto.

A partir de fluidos, talvez, você consiga misturar melhor com Termodinâmica, eventualmente, e aí ficaria só esse pedaço para você falar em Conceitos [de Física] B e dar uma abordagem mais significativa sobre a parte de Termodinâmica, que é uma dificuldade, pelo menos até onde eu sei, para a maioria dos estudantes de física. Eu estava conversando um dia desses com uma pessoa, que você vê Termodinâmica em momentos diferentes: um pedacinho em Física [Geral e Experimental] II, decora aquele conceito; aí, depois, você vai, pega uma disciplina, que é Termodinâmica; a conexão entre [a Teoria da] Termodinâmica, em Conceitos de Física [B], e [a Teoria da] Termodinâmica, que a gente vê separado, não é clara; então, o estudante não vai fazer um link entre Termodinâmica, entre potenciais, e a forma que você aprende em Física [Geral e Experimental] II. Depois, você vai falar em [Mecânica] Estatística, que também não vai conectar com Termodinâmica. Então você tem [...] três abordagens diferentes do mesmo conteúdo, só que são desconexas. Teria que pensar em alguma forma de juntar essas coisas e você trabalhar de uma forma melhor, mas isso seria para outra reformulação de curso; acho que não cabe agora, mas é um pensamento que eu realmente acho que seria pertinente, talvez, para um dia discutir isso.

Termodinâmica, então sugeri, pedi que eles propusessem experimentos, qualquer um, desde que abordassem conteúdos de Termodinâmica, qualquer conteúdo que a gente falou sobre Termodinâmica. O meu método de avaliação foi bom. Quem construiu teve metade da nota, pelo menos, porque propôs o experimento, fez uma abordagem teórica. Eles tinham que me entregar um documento, papel, em que fossem discutidas as bases do experimento deles, possivelmente históricas, todo o processo de construção, propondo os resultados, dando início, meio e fim ao trabalho, e fazer uma apresentação em sala. Então, eles iriam mostrar e discutir o que fizeram, e botar para funcionar. O resto da nota era a parte do trabalho escrito e o equipamento funcionar ou não; funcionando bem, ou não funcionando, a gente avaliava quais os erros e o que foi que aconteceu, e aí dava a nota em relação a isso. Essa última parte não teria como fazer prova, porque cada um já está focado em alguma coisa e o objetivo era que eles conseguissem usar os conteúdos que a gente trabalhou em sala para pensarem em um projeto, um experimento separado. [Com relação aos demais assuntos], a gente fez duas provas, não era cálculo, era prova normal [...] [de] conceitos, sempre conceitual.

Concordo com esse tipo de abordagem, porque quando você separa [a antiga] Física Geral e Experimental, que era 170 horas, em duas disciplinas, eu acho interessante, porque você dá focos diferentes para as duas. Então, esse tipo de construção do currículo para Física, [...] tanto para o bacharelado quanto para a licenciatura, eu acho importante, porque o estudante vai ter a possibilidade de ter duas abordagens distintas. Seria bastante interessante que fossem ministradas por professores diferentes, porque, senão, se eu estou lá, estou ministrando Conceitos de Física B e estou ministrando Física [Geral e Experimental] II, se é a mesma turma, eu vou estar “linkando” as coisas ao mesmo tempo e aí vai estar sendo um ponto de vista só. Assim como eu acho que nenhum estudante deveria ser aluno do mesmo professor duas vezes durante um curso das físicas básicas, porque senão você fica limitado a uma visão de um professor só. Em tudo, na verdade. Nessas mesmas, vamos dizer, por exemplo, em [Física] Geral e Experimental [I]; eu sou muito matemático, aí você só vê a parte matemática; se for em Física [Geral e Experimental] II, vou continuar sendo matemático; [na] III, matemático; [na] IV, matemático; [...] [o aluno teria apenas] uma visão dos cursos [...]. Ou então eu sou muito teórico, deixo a matemática de lado; aí vou discutir muito, vou cobrar conceito na prova e tudo mais. O aluno só vai ficar nisso, ele não vai ter maturidade em todas as[...] [linguagens] possíveis, então eu acredito que o estudante não deveria. Os estudantes, às vezes, perguntam-me se eu vou dar outra disciplina, para eles pegarem. Eu incentivo os estudantes a não pegarem para que eles tenham uma diversidade de pontos de vista das Físicas. Mesmo que não seja a mesma que eu ministrei, mas que seja outra forma de [...] [trabalhar]. Isso valeria também para as outras Conceitos [de Física]. [...] Quanto mais visões você tem, quanto mais contato com mais professores diferentes, que vão ter, certamente, abordagens distintas, você vai aumentar a maturidade em relação ao seu conhecimento em física. Eventualmente, você pode conversar com outro, ver o que mais. Eu acredito que ficar focado em um só não é interessante. [...].

Unidades de Significado da Fala do Professor 01

1) Ministrei Conceitos de Física B, para o noturno, licenciatura, acredito que em 2016.

2) Tentei abordar o tempo inteiro o que é ministrado em Física Geral e Experimental II, só que umas partes não têm uma construção histórica tão grande.

3) Não é tão desenvolvida a história associada às oscilações. Apesar de ter tentado, não achei muito material associado a essa parte do conteúdo, por isso, tentei focar na parte experimental e matemática.

4) Montei experimento no prédio do Laboratório de Física Nuclear Aplicada, mas teria tido um desenvolvimento muito maior se estivesse no laboratório específico da disciplina, que é teórico- prática.

5) Não consegui abordar ondas experimentalmente, fiz simulações ao invés de usar experimento prático; acredito que seria muito mais interessante se tivesse em um laboratório que pudesse mostrar a prática aos estudantes, mexendo nos experimentos.

6) Na última etapa do conteúdo, que falava sobre Termodinâmica, fiz a construção teórica, histórica, das máquinas térmicas e, ao final do curso, propus também a construção de experimentos.

qualquer parte da Termodinâmica, usando a criatividade, o que quisessem, desde que abordassem todo o conteúdo termodinâmico.

8) Não peguei a disciplina de novo, por falta de material didático para trabalhar as primeiras partes do conteúdo.

9) A carência de materiais didáticos, inclusive de laboratório, é um problema para essa disciplina em particular.

10) Acredito que Conceitos de Física B seja a mais complicada, porque não tem uma linha que

Documentos relacionados