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Resultados dos últimos 5 anos e Recursos Financeiros

3.1 Identificação da Associação e evolução histórica

3.1.10 Resultados dos últimos 5 anos e Recursos Financeiros

No apêndice 4, encontra-se a estrutura de gastos e rendimentos da Associação (tabela 0.6), que permite analisar a evolução dos diversos elementos que a constituem, desde a evolução dos respetivos pesos das várias rubricas à sua variação temporal e ainda possibilita a identificação de algumas ocorrências ou comportamentos dúbios. De salientar que a demostração de resultados apresenta o desempenho (performance) da “APP”, uma vez que apresenta os gastos e rendimentos da mesma, assim como o resultado do exercício.

Uma conclusão que podemos retirar é que, quanto ao total de rendimentos da “APP”, este tem aumentado com o decorrer dos anos, apresentando uma taxa de crescimento positiva de aproximadamente 8,72% de 2012-2016 (1.722.950€/1.584.788€= 1,0872). Relativamente aos gastos, importa analisar quais os gastos que consomem a maior parte dos rendimentos obtidos pela “APP”, na tabela seguinte (2.17) é efetuada uma comparação dos anos de 2012 e 2016, onde é possível verificar a percentagem que as rubricas, gastos com o pessoal e outros gastos, consomem do total dos rendimentos do respetivo ano.

Tabela 3.17-Análise dos principais gastos que consumiam os rendimentos (2012 e 2016)

2012 2016

Os gastos com o pessoal consumiam cerca de 35% do total de rendimentos do mesmo ano. (559.734€/ 1.584.788€= 35,32%)

Os gastos com o pessoal consumiam cerca de 38% do total de rendimentos do mesmo ano. (662.424€/ 1.722.950€=38,45%)

Os outros gastos e perdas absorviam cerca de 41% do total de rendimentos do mesmo ano. (651.957€/ 1.584.788€= 41,14%)

Os outros gastos e perdas absorviam cerca de 37% do total de rendimentos do mesmo ano. (643.782€/ 1.722.950€= 37,37%)

Assim, é possível concluir que em 2016 as rubricas Gastos com o Pessoal e os Outros Gastos e Perdas consumiam aproximadamente 76% (38,45%+37,37%=75,82%) do total de rendimentos do mesmo ano.

Relacionando agora o crescimento do VN com os gastos, podemos referir que, apesar do VN estar a aumentar ao longo dos anos, de 2012 para 2016 aumentou cerca de 18% (1.360.381€/ 1.157.432€ =1,1753), o valor dos gastos também aumentou, mas a um ritmo mais baixo, aproximadamente 14% (1.735.666€/ 1.526.706€= 1,1368), o que acaba por gerar um ligeiro crescimento, que, se for maximizado, pode levar a que a “APP” consiga obter resultados positivos e rácios de rendibilidade adequados para garantir um crescimento sustentado. Neste sentido, a “APP” deve tentar controlar os gastos, através da eficácia e eficiência nas operações e potencializar os segmentos, de forma a aumentar o VN (proveitos).

Como a Associação caracteriza-se por ser uma IPSS, que pertencem ao dito terceiro setor, que, por sua vez, tem características diferentes dos outros setores, particularmente uma das grandes diferenças é a não distribuição dos lucros. O grande objetivo das IPSS é a realização da sua missão, mais exatamente cumprir com a sua missão mutualista, garantindo o bem-estar e a satisfação de todos os stakeholders.

Apesar da “APP” não ter fins lucrativos, importa analisar esta perspetiva financeira, uma vez que alcançar a sua missão depende em grande parte da sua situação económico- financeira. Portanto, é essencial que a “APP” consiga obter bons resultados, pois estes podem precaver períodos mais conturbados, a exemplo de gastos inesperados ou algum período em que os rendimentos sejam insuficientes, garantindo com os bons resultados uma “almofada” de segurança. Assim, com o objetivo de garantir bons resultados e uma boa performance, a “APP” deve procurar maximizar a sua eficiência e rendibilidade das suas atividades, o que implica uma melhor eficácia e controlo de gastos, assim como a otimização dos seus segmentos para aumentar a receita.

Esta análise financeira tem objetivos como avaliar o desempenho e a saúde da organização, com a finalidade de possibilitar a sobrevivência e o crescimento da “APP”. Com esta é possível antecipar certos comportamentos futuros que sejam prováveis de acontecer. Para efetuar esta análise, foi necessário recorrer a diversa informação, desde balanços (posição financeira), demonstrações de resultados (desempenho) a balancetes, entre outros. Além desta informação, para analisar o equilíbrio económico-financeiro,

foram efetuados vários rácios (liquidez, solvabilidade e rendibilidade), uma vez que permitem efetuar uma análise mais completa do “estado” da Associação. Estes rácios e indicadores explicam muito da performance da “APP”, mas não devem ser analisados por si sós, pois se têm vantagens, como enunciar as inclinações negativas, têm também tem as suas limitações. Assim, quando analisados por si sós, podem ser insuficientes para retirar conclusões, devendo ser dada atenção a outros aspetos, como o ambiente em que se enquadra, o contexto e o momento da análise, entre outros.

No apêndice 5, foi ainda elaborada e analisada, uma tabela (0.7) com os principais indicadores e rácios da “APP”, no período de 2012 a 2016. Com estes indicadores, é possível não só analisar a liquidez e a solvabilidade da “APP”, como também auxiliar os gestores a antecipar problemas e aproveitar oportunidades, permitindo ainda detetar as diferentes combinações das origens de capital que a Associação utiliza para financiar os seus ativos, avaliando também a capacidade da Associação solver os seus compromissos. Neste sentido, podemos concluir que, de acordo com os indicadores de liquidez (geral e reduzida), a “APP” tem capacidade financeira para honrar os seus compromissos de curto prazo, uma vez que, ao analisar os resultados destes indicadores, verificamos que em todos os anos está acima de 1, o que nos indica que a “APP” tem capacidade para cumprir com as suas responsabilidades de curto prazo. Quanto à rentabilidade dos fundos patrimoniais e dos ativos, apresenta valores baixos em termos percentuais, no entanto, a Associação deve maximizar a rentabilidade dos ativos, aumentando a sua eficácia. Analisando agora os rácios (da estrutura) de solvabilidade e de autonomia financeira, podemos concluir que estes revelam que a “APP” tem capacidade para solver os seus compromissos a médio/longo prazo e que a mesma apresenta uma robustez notável. Como podemos verificar na tabela 0.7 do apêndice 5, de 2012 a 2016 a autonomia financeira variou entre os 67% e os 74%, assim, o que demonstra claramente a sua estabilidade financeira. Já a solvabilidade, como podemos verificar na mesma tabela, este rácio é superior a 1 em todos os anos, o que indica uma significativa capacidade de solver as suas obrigações.

Em suma, no caso das OSFL é dada relevância a outros aspetos, como as suas ideologias e os seus valores, que por sua vez influenciam toda a estratégia da organização. Mas a perspetiva financeira é também importante, uma vez que esta possibilita o cumprimento da missão. Assim, é necessário ter em conta o desempenho financeiro da Associação, de forma a perceber a sua situação económico-financeira e o seu “estado”, o que é

fundamental para tomar as decisões corretas, tanto a nível das estratégias a adotar como a nível da gestão. Esta análise permite solucionar alguns problemas que estejam a ocorrer ou evitar outros de surgir, auxilia os gestores na sua tomada de decisão, ao antecipar problemas, e permite aproveitar oportunidades.