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Tendo como objetivo verificar a existência de impacto da MP 579/2012 sobre os retornos do setor elétrico e de suas empresas privadas e estatais, além de medi-lo e calcular sua relevância estatística, esta dissertação se propõe a realizar cinco Estudos de Evento específicos. Este capítulo apresenta os resultados obtidos em cada um deles.

De início, procura-se atestar a existência de impacto relevante do Evento sobre o setor elétrico, representado aqui pelo IEE. Em seguida, busca-se medir o possível impacto em cada um dos dois grupos de empresas, representadas aqui pelo IPRIV e o IEST, e diferenciar tais possíveis impactos. O terceiro Estudo de Evento intenciona verificar se tanto o IPRIV quanto o IEST sofreram impactos individuais diferentes em relação ao agregado do setor elétrico, o IEE.

O quarto e quinto Estudos de Eventos analisam a existência e relevância estatística de retornos anormais sobre as empresas do setor, individualmente, tanto em relação ao benchmark do mercado em geral, o Ibovespa, quanto em relação ao agregado do próprio setor ao qual pertencem, o IEE.

5.1. Estudo de Evento I: IEE em relação ao Ibovespa

Utilizando como base de dados os retornos diários observados do IEE e do Ibovespa, na Janela de Estimação, realizou-se a seguinte regressão:

𝑅𝐼𝐸𝐸,𝑡 = 𝛼 + 𝛽 ∗ 𝑅𝐼𝐵𝑂𝑉,𝑡+ 𝜀𝑡 (12)

Obtendo-se os seguintes resultados:

Tabela IV: Regressão do IEE em relação ao IBOV

Elaboração própria

A estatística-t e o p-valor do teste de significância para beta revelam que o coeficiente é diferente de zero, aos níveis de significância de 10%, 5% e 1%. O intervalo de confiança também

ÍNDICE α β t (β) p-valor (β) [95% Conf. Interval] (β) RMSE

estabelece que para o nível de confiança de 5%, descarta-se a hipótese de tal coeficiente ser igual a zero. O R² revela que a regressão tem “poder” explicativo de 39,01%, ou seja, que os valores dos retornos do Ibovespa teriam a capacidade de explicar 39,01% dos valores do IEE, para a Janela de Estimação escolhida.

O beta estimado de aproximadamente 0,32 revela uma correlação positiva do IEE em relação ao Ibovespa, porém com menos volatilidade. Em outras palavras, se o Ibovespa subir se que o IEE também suba, porém para cada ponto percentual de subida do IBOV espera-se que o IEE suba apenas 0,3 p.p.

Para o cálculo dos Retornos Normais (ou esperados) do IEE na Janela do Evento, utiliza-se a mesma equação de regressão acima, com os valores encontrados para alfa e beta e os Retornos Observados do Ibovespa na mesma Janela. Os resultados obtidos, e o cálculo dos Retornos Anormais, são descritos na tabela a seguir:

Tabela V: Cálculo dos Retornos Anormais do IEE

Elaboração própria

Na qual, “R_IEE” é o Retorno Observado do IEE na data específica ; “R_IBOV” é o Retorno Observado do Ibovespa na data específica ; “E(R_IEE)” é o Retorno Normal, ou esperado do IEE na data específica; “AR_IEE” é o Retorno Anormal do IEE na data específica.

A partir destes resultados, calcula-se:

DATA R_IEE R_IBOV E(R_IEE) AR_IEE

31/08/2012 -4,34% -0,34% -0,10% -4,24% 03/09/2012 0,87% 0,38% 0,14% 0,74% 04/09/2012 -0,52% -1,85% -0,57% 0,06% 05/09/2012 0,71% 1,11% 0,37% 0,34% 06/09/2012 0,27% 2,53% 0,82% -0,55% 10/09/2012 -1,75% 0,14% 0,06% -1,81% 11/09/2012 -3,51% 1,73% 0,56% -4,07% 12/09/2012 -8,52% 0,84% 0,28% -8,80% 13/09/2012 2,62% 3,34% 1,08% 1,54% 14/09/2012 0,69% 0,24% 0,09% 0,60%

𝐶𝐴𝑅𝐼𝐸𝐸 = −16,20%

𝐴𝑅

̅̅̅̅𝐼𝐸𝐸 = −1,62%

𝜃𝐼𝐸𝐸 = −7,85

O Retorno Anormal Acumulado (CAR) do IEE, em relação ao Ibovespa na Janela do Evento, calculado, revela um impacto de -16,20%, ou seja, o Índice de Energia Elétrica performou substancialmente abaixo do que era previsto de acordo com a regressão na Janela de Estimação. E empiricamente observa-se que não só o IEE performou abaixo do esperado como obteve retorno negativo, enquanto o IBOV apresentou retorno positivo para o mesmo período analisado. Em outras palavras, o Evento inverteu a correlação entre os dois índices, de positiva para negativa, na Janela do Evento.

A estatística 𝜃𝐼𝐸𝐸 de -7,85 obtida é relevante estatisticamente para os níveis de significância de 10%, 5% e 1%, visto que seu valor em módulo é superior às referências, permitindo a rejeição da hipótese nula de que o Retorno Anormal Médio do IEE na Janela do Evento seria igual a zero. Em outras palavras, estatisticamente confirma-se a existência de impacto negativo do Evento sobre o setor elétrico, de acordo com a metodologia e premissas adotadas neste Estudo.

5.2. Estudo de Evento II: IPRIV e IEST em relação ao Ibovespa

Utilizando como base de dados os retornos diários observados do IPRIV, do IEST e do Ibovespa, na Janela de Estimação, realizaram-se as seguintes regressões:

𝑅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝑡 = 𝛼 + 𝛽 ∗ 𝑅𝐼𝐵𝑂𝑉,𝑡 + 𝜀𝑡 (13)

𝑅𝐼𝐸𝑆𝑇,𝑡 = 𝛼 + 𝛽 ∗ 𝑅𝐼𝐵𝑂𝑉,𝑡+ 𝜀𝑡 (14)

Tabela VI: Regressões de IPRIV e IEST em relação ao IBOV

Elaboração própria

As estatísticas-t e os p-valores do beta de cada uma das regressões revelam que o parâmetros estimados são diferentes de zero, aos níveis de significância de 10%, 5% e 1%. Os intervalos de confiança também estabelecem que, para o nível de confiança de 5%, descarta-se a hipótese de os betas serem iguais a zero. Os betas estimados revelam correlação positiva de ambos os índices artificiais com o Ibovespa. Para cada subida de um ponto percentual do Ibovespa, espera-se que o IEST suba cerca de 0,34 p.p., enquanto que o IPRIV suba menos, aproximadamente 0,24 p.p.

Para o cálculo dos Retornos Normais (ou esperados) de ambos os índices artificiais na Janela do Evento, utilizam-se as equações das regressões deste subcapítulo, com os valores encontrados para os alfas e betas específicos e os Retornos Observados do Ibovespa na mesma Janela. Os resultados obtidos, e o cálculo dos Retornos Anormais, são descritos na tabela abaixo:

Tabela VII: Cálculo dos Retornos Anormais de IPRIV e IEST em relação ao IBOV

Elaboração própria

Na qual, “R_IPRIV” é o Retorno Observado do IPRIV ; “R_IEST” é o Retorno Observado do IEST ; “R_IBOV” é o Retorno Observado do Ibovespa ; “E(R_IPRIV)” é o Retorno Normal, ou

ÍNDICE α β t (β) p-valor (β) [95% Conf. Interval] (β) RMSE

IPRIV -0,0003093 0,2377979 4,40 0,000 [0,1297575 ; 0,3458383] 23,79% 0,00699 IEST 0,0004732 0,3353138 5,23 0,000 [0,2071615 ; 0,4634661] 30,62% 0,00829

DATA R_IPRIV R_IEST R_IBOV E(R_IPRIV) E(R_IEST) AR_IPRIV AR_IEST

31/08/2012 -2,55% -2,12% -0,34% -0,11% -0,07% -2,44% -2,06% 03/09/2012 1,24% -0,51% 0,38% 0,06% 0,18% 1,18% -0,68% 04/09/2012 -0,75% 0,23% -1,85% -0,47% -0,57% -0,28% 0,81% 05/09/2012 0,27% 1,02% 1,11% 0,23% 0,42% 0,03% 0,60% 06/09/2012 0,62% 0,33% 2,53% 0,57% 0,90% 0,05% -0,56% 10/09/2012 -1,04% -1,98% 0,14% 0,00% 0,10% -1,04% -2,07% 11/09/2012 -1,56% -3,57% 1,73% 0,38% 0,63% -1,94% -4,19% 12/09/2012 -5,66% -6,81% 0,84% 0,17% 0,33% -5,83% -7,13% 13/09/2012 0,96% 2,12% 3,34% 0,76% 1,17% 0,20% 0,95% 14/09/2012 1,56% -0,22% 0,24% 0,03% 0,13% 1,54% -0,35%

esperado, do IPRIV ; “E(R_IEST)” é o Retorno Normal, ou esperado do IEST ; “AR_IPRIV” é o Retorno Anormal do IPRIV ; “AR_IEST” é o Retorno Anormal do IEST.

A partir destes resultados, calcula-se:

𝐶𝐴𝑅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉 = −8,53% 𝐶𝐴𝑅𝐼𝐸𝑆𝑇 = −14,69%

𝐴𝑅

̅̅̅̅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉 = −0,85% 𝐴𝑅̅̅̅̅𝐼𝐸𝑆𝑇 = −1,47%

𝜃𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉 = −3,86 𝜃𝐼𝐸𝑆𝑇 = −5,61

Ambos os Retornos Anormais Médios (𝐴𝑅̅̅̅̅) são significativos estatisticamente aos níveis de 10%, 5% e 1%, garantindo a rejeição da hipótese nula de que seriam iguais a zero. Além, revelam que os índices artificiais não só performaram aquém do esperado como apresentaram retorno negativo no período, em função do Evento.

O CAR das empresas estatais apresentou valor superior em módulo ao do das empresas privadas, podendo significar um impacto superior naquele grupo específico. Porém, para que o impacto nos dois conjuntos possa ser diferenciado, mostra-se necessária a realização de um teste de diferença de médias. Este teste irá julgar se o Retorno Anormal Médio de um grupo pode ser considerado diferente do outro:

𝜃𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝐼𝐸𝑆𝑇 = 𝐴𝑅̅̅̅̅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉− 𝐴𝑅̅̅̅̅𝐼𝐸𝑆𝑇𝑅𝑀𝑆𝐸𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉2

𝑛1 +

𝑅𝑀𝑆𝐸𝐼𝐸𝑆𝑇2 𝑛2

Substituindo os valores encontrados:

𝜃𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝐼𝐸𝑆𝑇 = 1,80

Este valor encontrado para a estatística de diferença de médias não permite a rejeição da hipótese nula aos níveis de 5% e 1%. Isto significa que, a estes níveis, não se pode afirmar que os Retornos Anormais Médios de ambos os grupos são diferentes entre si. Desta forma, não se pode

concluir que houve impacto estatisticamente diferente nos índices, mesmo eles tendo apresentado CARs diferentes.

5.3. Estudo de Evento III: IPRIV e IEST em relação ao IEE

Utilizando como base de dados os retornos diários observados do IPRIV, do IEST e do IEE, na Janela de Estimação, realizaram-se as seguintes regressões:

𝑅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝑡 = 𝛼 + 𝛽 ∗ 𝑅𝐼𝐸𝐸,𝑡 + 𝜀𝑡 (15)

𝑅𝐼𝐸𝑆𝑇,𝑡 = 𝛼 + 𝛽 ∗ 𝑅𝐼𝐸𝐸,𝑡 + 𝜀𝑡 (16)

Obtendo-se os seguintes resultados:

Tabela VIII: Regressões de IPRIV e IEST em relação ao IEE

Elaboração própria

As estatísticas-t e os p-valores do beta de cada uma das regressões revelam que os parâmetros estimados são diferentes de zero, aos níveis de significância de 10%, 5% e 1%. Os intervalos de confiança também estabelecem que, para o nível de confiança de 5%, descarta-se a hipótese de os betas serem iguais a zero. Os betas estimados revelam correlação positiva de ambos os índices artificiais com o IEE. Para cada subida de um ponto percentual do IEE, espera-se que o IPRIV suba cerca de 0,71 p.p., enquanto que o IEST suba menos, aproximadamente 0,47 p.p.

Para o cálculo dos Retornos Normais (ou esperados) de ambos os índices artificiais na Janela do Evento, utilizam-se as equações das regressões deste subcapítulo, com os valores encontrados para os alfas e betas específicos e os Retornos Observados do IEE na mesma Janela. Os resultados obtidos, e o cálculo dos Retornos Anormais, são descritos na tabela a seguir:

ÍNDICE α β t (β) p-valor (β) [95% Conf. Interval] (β) RMSE

IPRIV -0,0003916 0,7105552 8,71 0,000 [0,5474483 ; 0,8736622] 55,02% 0,00537 IEST 0,0005931 0,4676254 3,36 0,001 [0,1895957 ; 0,7456552] 15,42% 0,00916

Tabela IX: Cálculo dos Retornos Anormais de IPRIV e IEST em relação ao IEE

Elaboração própria

A partir destes resultados, calcula-se:

𝐶𝐴𝑅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉 = 3,07% 𝐶𝐴𝑅𝐼𝐸𝑆𝑇 = −5,78%

𝐴𝑅

̅̅̅̅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉 = 0,31% 𝐴𝑅̅̅̅̅𝐼𝐸𝑆𝑇 = −0,58%

𝜃𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉 = 1,81 𝜃𝐼𝐸𝑆𝑇 = −2,00

O Retorno Anormal Médio (𝐴𝑅̅̅̅̅) do índice representativo das empresas privadas não é estatisticamente significativo aos níveis de 5% e 1%, ou seja, a estes níveis não se pode rejeitar a hipótese nula de que sejam iguais a zero. Em outras palavras, não se pode garantir que o grupo das empresas privadas caiu ou subiu em relação ao desempenho do benchmark do setor elétrico, o IEE. Já os Retornos Anormais do IEST são estatisticamente significativos aos mesmo níveis de 5% e 1%, representando uma variação desta média das empresas estatais diferente da variação do IEE. Além disso, dado que o CAR do IEST é inferior a zero, garante-se aos níveis de significância já mencionados que este índice artificial apresentou retornos inferiores ao IEE.

Novamente, é realizado um teste de diferença de médias para se verificar se o impacto nos dois grupos, em relação ao IEE, pode ser diferenciado:

DATA R_IPRIV R_IEST R_IEE E(R_IPRIV) E(R_IEST) AR_IPRIV AR_IEST

31/08/2012 -2,55% -2,12% -4,34% -3,12% -1,97% 0,57% -0,15% 03/09/2012 1,24% -0,51% 0,87% 0,58% 0,47% 0,66% -0,97% 04/09/2012 -0,75% 0,23% -0,52% -0,41% -0,18% -0,34% 0,42% 05/09/2012 0,27% 1,02% 0,71% 0,46% 0,39% -0,20% 0,63% 06/09/2012 0,62% 0,33% 0,27% 0,15% 0,18% 0,47% 0,15% 10/09/2012 -1,04% -1,98% -1,75% -1,29% -0,76% 0,25% -1,21% 11/09/2012 -1,56% -3,57% -3,51% -2,53% -1,58% 0,98% -1,99% 12/09/2012 -5,66% -6,81% -8,52% -6,10% -3,93% 0,44% -2,88% 13/09/2012 0,96% 2,12% 2,62% 1,82% 1,28% -0,86% 0,83% 14/09/2012 1,56% -0,22% 0,69% 0,45% 0,38% 1,11% -0,60%

𝜃𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝐼𝐸𝑆𝑇 = 𝐴𝑅̅̅̅̅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉− 𝐴𝑅̅̅̅̅𝐼𝐸𝑆𝑇𝑅𝑀𝑆𝐸𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉2 𝑛1 + 𝑅𝑀𝑆𝐸𝐼𝐸𝑆𝑇2 𝑛2 Com o resultado: 𝜃𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝐼𝐸𝑆𝑇 = 2,64

Este valor encontrado para 𝜃𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝐼𝐸𝑆𝑇 é estatisticamente significativo para os níveis de 10%, 5% e 1%, permitindo a rejeição da hipótese nula de que os Retornos Anormais dos dois grupos, em relação ao IEE, seria igual. Ou seja, a estes níveis, garante-se que os índices artificiais sofreram impactos diferentes entre si.

Dado que também foram encontrados retornos anormais negativos significativos nas empresas estatais em relação ao setor elétrico, e que não se pode distinguir estatisticamente o impacto nas empresas privadas do impacto no setor, este resultado também nos permite concluir que as empresas estatais, representadas no IEST, apresentaram retornos inferiores aos retornos das empresas privadas, representadas no IPRIV, no período analisado. Em outras palavras, o IEST caiu mais que o IEE e não se pode afirmar que o IPRIV apresentou retornos diferentes do IEE, estatisticamente. Logo, conclui-se que o IEST caiu mais que o IPRIV, na Janela do Evento.

Calculou-se também estatísticas de correlação2 entre os retornos dos índices artificiais e os retornos do IEE, dado que este é composto por empresas do setor elétrico, de forma a medir a força da relação linear entre eles, tanto para a Janela de Estimação quanto para a Janela de Evento.

Para a Janela de Estimação:

𝜌𝑅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝑅𝐼𝐸𝐸 = 0,73 𝜌𝑅𝐼𝐸𝑆𝑇,𝑅𝐼𝐸𝐸 = 0,39

Ambos os resultados são próximos dos betas encontrados para cada grupo, em relação ao IEE, revelando uma relação linear positiva entre os índices comparados.

Para a Janela do Evento:

𝜌𝑅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝑅𝐼𝐸𝐸 = 0,87 𝜌𝑅𝐼𝐸𝑆𝑇,𝑅𝐼𝐸𝐸 = 0,86

As estatísticas de correlação encontradas na Janela de Evento, revelam uma força maior na relação linear entre os índices comparados. É importante ressaltar que, nos 10 dias analisados, a relação entre IEST e IEE mais que dobrou, quando comparada com a correlação da Janela de Estimação. Ou seja, os retornos do índice artificial de empresas estatais passaram a estar mais fortemente correlacionados com os retornos da média do setor elétrico, representado pelo IEE. Uma elevação tal, na correlação entre os índices, representaria a existência de retornos na Janela do Evento substantivamente diferentes do esperado, tendo como base a correlação anterior e o beta da regressão.

Em outras palavras, ambos os índices artificiais passaram a ter retornos mais fortemente correlacionados com os retornos do IEE, na Janela do Evento, mas enquanto o 𝜌𝑅𝐼𝑃𝑅𝐼𝑉,𝑅𝐼𝐸𝐸 teve uma variação de 14 p.p., o 𝜌𝑅𝐼𝐸𝑆𝑇,𝑅𝐼𝐸𝐸 apresentou uma variação muito superior, de 47 p.p. ou de aproximadamente 121%. Esta variação expressiva significa que o IEST apresentou retornos muito diferentes do esperado, em relação ao IEE. E, como já observado anteriormente, isto representou a existência de um CAR mais expressivo, e significativo, para as empresas estatais representadas neste estudo.

Uma interpretação resultante é a de que antes do Evento, na Janela de Estimação, as empresas estatais selecionadas do setor elétrico apresentavam uma volatilidade expressivamente inferior à média do setor e, com o advento da MP 579, passaram a performar mais “em linha”, ou correlacionadas, com o benchmark IEE.

5.4. Estudo de Evento IV: Empresas individuais em relação ao Ibovespa

Utilizando como base de dados os retornos diários observados das 24 empresas consideradas líquidas e do Ibovespa, na Janela de Estimação, realizou-se a seguinte regressão, para cada um dos ativos selecionados:

𝑅𝑖,𝑡 = 𝛼 + 𝛽 ∗ 𝑅𝐼𝐵𝑂𝑉,𝑡+ 𝜀𝑡 (17)

Treze ativos, dos 24 analisados, não apresentaram beta estatisticamente significativo, ao nível de 5%, sendo excluídos da análise por não apresentarem correlação relevante em relação ao Ibovespa, para a Janela de Estimação. As regressões dos 11 ativos remanescentes apresentaram os seguintes resultados:

Tabela X: Regressões das Empresas em relação ao IBOV

Elaboração própria

Todos os betas, descritos acima, são positivos e inferiores a 1, revelando que tais ativos do setor elétrico possuem correlação positiva com o Ibovespa, mas volatilidade menor, visto que variariam menos de um ponto percentual para cada variação de 1 p.p. do IBOV. É interessante notar também que o maior R² encontrado é de 41,91%, para ELET3. Ou seja, a performance do Ibovespa explica menos da metade da performance de qualquer destes ativos analisados. Dos 11 ativos, 6 representam empresas privadas e 5, estatais.

Para o cálculo dos Retornos Normais (ou esperados) de todos os ativos selecionados, na Janela do Evento, utiliza-se a equação de regressão deste subcapítulo, com os valores encontrados para os alfas e betas específicos e os Retornos Observados do Ibovespa na mesma Janela. A tabela a seguir apresenta os Retornos Anormais já calculados para todos os ativos:

ATIVO CONTROLE α β t (β) p-valor (β) [95% Conf. Interval] (β) RMSE

AELP3 PRIVADO -0,0052274 0,7100337 3,45 0,001 [0,2980383 ; 1,1220290] 16,07% 0,02666 CEBR6 ESTATAL 0,0014481 0,9746027 3,44 0,001 [0,4088895 ; 1,5403160] 16,06% 0,03661 CMIG4 ESTATAL 0,0004927 0,4045329 4,78 0,000 [0,2352011 ; 0,5738646] 26,89% 0,01096 CESP6 ESTATAL -0,0004577 0,3841489 2,77 0,007 [0,1071378 ; 0,6611600] 11,03% 0,01793 COCE5 PRIVADO 0,0025726 0,3020742 2,64 0,011 [0,0729535 ; 0,5311949] 10,07% 0,01483 CPLE6 ESTATAL -0,0012915 0,4719362 4,01 0,000 [0,2368254 ; 0,7070471] 20,61% 0,01521 CPFE3 PRIVADO -0,0018098 0,4650288 4,60 0,000 [0,2630419 ; 0,6670156] 25,46% 0,01307 ELET3 ESTATAL 0,0005777 0,8133055 6,69 0,000 [0,5702324 ; 1,0563790] 41,91% 0,01573 ELPL4 PRIVADO -0,0045646 0,4911351 3,15 0,002 [0,1799380 ; 0,8023394] 13,83% 0,02014 ENEV3 PRIVADO 0,0004790 0,5663597 2,84 0,006 [0,1683122 ; 0,9644072] 11,54% 0,02576 LIGT3 PRIVADO 0,0007243 0,5769112 4,17 0,000 [0,3003184 ; 0,8535041] 21,90% 0,01790

Tabela XI: Retornos Anormais das Empresas em relação ao IBOV

Elaboração própria

Que nos permitem calcular:

Tabela XII: CARs, ARs Médios e Estatísticas das Empresas em relação ao IBOV

Elaboração própria

Como podemos observar na tabela acima, 4 dos 11 ativos analisados (AELP3, CEBR6, CPFE3 e ELPL4) não apresentaram estatísticas-teta superiores em módulo a 1,96, valor de referência para o nível de significância de 5%. Isto significa que, a este nível, tais ativos não apresentaram Retornos Anormais significativos em relação ao desempenho do Ibovespa, na Janela do Evento.

O ativo que, aparentemente, sofreu o maior impacto negativo do evento foi CESP6, ação preferencial da empresa estatal CESP. O ativo CPFE3, ação ordinária da empresa CPFL Energia, não só não sofreu impacto negativo como, aparentemente, apresentou impacto positivo. Porém, a estatística-teta relativa a CPFE3 não é estatisticamente significativa a 5%.

A seguir, apresentam-se os CARs significativos ordenados por menor impacto negativo e o CAR médio de empresas privadas e estatais:

DATA AR_AELP3 AR_CEBR6 AR_CMIG4 AR_CESP6 AR_COCE5 AR_CPLE6 AR_CPFE3 AR_ELET3 AR_ELPL4 AR_ENEV3 AR_LIGT3

31/08/2012 -1,36% 0,19% -5,44% -6,73% -6,00% -3,64% 0,99% -8,31% 1,71% -0,17% -4,63% 03/09/2012 1,32% -0,52% 2,67% -0,10% -0,37% 1,45% 2,53% 0,24% 0,27% 0,84% 0,43% 04/09/2012 -0,86% 1,65% -1,94% -0,04% 4,00% -1,60% 0,13% 1,37% -1,86% -4,57% -0,80% 05/09/2012 -0,27% -1,23% 2,70% 3,02% -2,52% 0,79% 0,89% 0,02% -0,65% -1,93% -0,31% 06/09/2012 -0,19% -2,61% -0,77% -2,46% 0,31% -2,64% 3,99% -3,41% -0,17% 0,02% 1,61% 10/09/2012 -2,88% -0,28% -2,58% -6,14% -0,67% -2,11% -1,71% -0,63% -1,97% -2,47% -1,31% 11/09/2012 -0,70% -1,83% -11,54% -8,08% -3,78% -4,70% -1,64% -7,08% 1,91% -1,79% -3,50% 12/09/2012 -5,23% -0,96% -22,35% -32,48% -6,79% -4,48% -1,54% -5,58% -1,97% -7,51% -4,96% 13/09/2012 1,05% -3,40% 3,46% 3,00% 2,71% 1,57% 1,46% 1,49% 1,33% -1,67% 1,87% 14/09/2012 3,12% -0,38% 0,61% 3,10% 1,85% -1,95% 2,44% 1,29% 1,98% 2,52% -0,83%

AELP3 CEBR6 CMIG4 CESP6 COCE5 CPLE6 CPFE3 ELET3 ELPL4 ENEV3 LIGT3

CAR -6,01% -9,37% -35,19% -46,91% -11,26% -17,32% 7,53% -20,60% 0,57% -16,73% -12,43%

AR_MÉDIO -0,60% -0,94% -3,52% -4,69% -1,13% -1,73% 0,75% -2,06% 0,06% -1,67% -1,24%

Tabela XIII: CARs Significativos das Empresas em relação ao IBOV

Elaboração própria

Mesmo excluindo os ativos que não apresentaram Retornos Anormais Médios significativos, as tabelas acima revelam que todas as empresas estatais remanescentes da análise sofreram impactos maiores do que os impactos sofridos pelas empresas privadas. O “CAR_MÉDIO” acima foi calculado através de média aritmética dos ativos de cada setor, e mostra que o grupo de empresas estatais representados nesta análise sofreu maior impacto do que o grupo das empresas privadas.

5.5. Estudo de Evento V: Empresas individuais em relação ao IEE

Utilizando como base de dados os retornos diários observados das 24 empresas consideradas líquidas e do IEE, na Janela de Estimação, realizou-se a seguinte regressão, para cada um dos ativos selecionados:

𝑅𝑖,𝑡 = 𝛼 + 𝛽 ∗ 𝑅𝐼𝐸𝐸,𝑡+ 𝜀𝑡 (18)

Desta vez, 10 ativos, dos 24 analisados, não apresentaram beta estatisticamente significativo, ao nível de 5%, sendo excluídos da análise por não apresentarem correlação relevante em relação ao IEE, para a Janela de Estimação. Em comparação com o Estudo de Evento IV, anterior, saíram da análise os ativos AELP3, CEBR6 e ENEV3, e entraram os ativos GETI4, CLSC4, EMAE4, ENBR3, EQTL3 e TRPL4. As regressões dos 14 ativos remanescentes apresentaram os seguintes resultados:

EMPRESA ATIVO CONTROLE CAR CONTROLE CAR_MÉDIO

Coelce COCE5 PRIVADO -11,26% PRIVADO -13,47%

Light LIGT3 PRIVADO -12,43% ESTATAL -30,01%

Eneva ENEV3 PRIVADO -16,73%

Copel CPLE6 ESTATAL -17,32%

Eletrobrás ELET3 ESTATAL -20,60%

Cemig CMIG4 ESTATAL -35,19%

Tabela XIV: Regressões das Empresas em relação ao IEE

Elaboração própria

Todos os betas estimados acima são positivos, assumindo uma correlação positiva com o benchmark do setor elétrico, o IEE, à exceção do ativo EMAE4, que representa a empresa estatal Emae. Ou seja, quase todos tendem a performar positivamente quando o Índice do Setor Elétrico performa positivamente e negativamente, quando o contrário é verdadeiro. É importante ressaltar também que metade dos betas encontrados possuem valor superior a 1, significando que tais ativos possuem volatilidade maior que o IEE. Destes, o maior foi o do ativo ELPL4 que, para cada retorno de 1 p.p. do IEE, espera-se que retorne cerca de 1,65 ponto percentual. Dos 14 ativos, 8 representam empresas privadas e 6, estatais.

Para o cálculo dos Retornos Normais (ou esperados) de todos os ativos selecionados, na Janela do Evento, utiliza-se a equação de regressão deste subcapítulo, com os valores encontrados para os alfas e betas específicos e os Retornos Observados do IEE na mesma Janela. A tabela a seguir apresenta os Retornos Anormais já calculados para todos os ativos:

ATIVO CONTROLE α β t (β) p-valor (β) [95% Conf. Interval] (β) RMSE

GETI4 PRIVADO 0,0018615 0,6801731 3,45 0,001 [0,2856263 ; 1,0747200] 16,08% 0,01299 CLSC4 ESTATAL -0,0014353 0,5285144 2,27 0,027 [0,0630997 ; 0,9939290] 7,67% 0,01533 CMIG4 ESTATAL 0,0003980 1,1059580 8,20 0,000 [0,8364992 ; 1,3754180] 52,05% 0,00887 CESP6 ESTATAL -0,0007153 1,4299550 6,37 0,000 [0,9813649 ; 1,8785460] 39,57% 0,01477 COCE5 PRIVADO 0,0025731 0,6645301 2,99 0,004 [0,2207407 ; 1,1083190] 12,63% 0,01461 CPLE6 ESTATAL -0,0013468 1,1653600 5,47 0,000 [0,7395201 ; 1,5911990] 32,55% 0,01402 CPFE3 PRIVADO -0,0019038 1,2378570 7,37 0,000 [0,9023052 ; 1,5734080] 46,73% 0,01105 ELET3 ESTATAL 0,0006541 1,6196060 6,85 0,000 [1,1466460 ; 2,0925670] 43,04% 0,01557 ELPL4 PRIVADO -0,0048167 1,6531910 6,51 0,000 [1,1454120 ; 2,1609710] 40,59% 0,01672 EMAE4 ESTATAL 0,0032970 -0,6887173 -2,43 0,018 [-1,2562920 ; -0,1211423] 8,67% 0,01869 ENBR3 PRIVADO 0,0006171 0,9214370 5,00 0,000 [0,5528770 ; 1,2899970] 28,72% 0,01214 EQTL3 PRIVADO 0,0018737 0,7575328 2,32 0,024 [0,1049359 ; 1,4101300] 7,99% 0,02149 LIGT3 PRIVADO 0,0006625 1,4113940 5,64 0,000 [0,9115537 ; 1,9112350] 33,94% 0,01646 TRPL4 PRIVADO -0,0029049 0,9324048 3,65 0,001 [0,4218296 ; 1,4429800] 17,69% 0,01681

Tabela XV: Retornos Anormais das Empresas em relação ao IEE

Elaboração própria

Que nos permitem calcular:

Tabela XVI: CARs, ARs Médios e Estatísticas das Empresas em relação ao IEE

Elaboração própria

Como podemos observar na tabela acima, 5 dos 14 ativos analisados (CLSC4, COCE5, CPLE6, ELET3 e EQTL3) não apresentaram estatísticas-teta superiores em módulo a 1,96, valor de referência para o nível de significância de 5%. Isto significa que, a este nível, tais ativos não apresentaram Retornos Anormais significativos em relação ao desempenho do IEE, na Janela do Evento.

O ativo que, aparentemente, sofreu o maior impacto negativo do evento, em relação ao desempenho médio do setor elétrico, foi TRPL4, ação preferencial da empresa privada Transmissão Paulista. Dos ativos que obtiveram betas significativos a 5%, CPFE3, ELPL4, ENBR3 e LIGT3, não só não sofreram impactos negativos, em relação ao desempenho do setor, como performaram melhor do que ele. Todos estes 4 ativos são representantes de empresas privadas. DATA AR_GETI4 AR_CLSC4 AR_CMIG4 AR_CESP6 AR_COCE5 AR_CPLE6 AR_CPFE3 AR_ELET3 AR_ELPL4 AR_EMAE4 AR_ENBR3 AR_EQTL3 AR_LIGT3 AR_TRPL4 31/08/2012 -4,83% 4,85% -0,77% -0,64% -3,23% 1,25% 6,21% -1,58% 8,73% 5,46% 1,87% -3,07% 1,30% -6,08% 03/09/2012 -1,14% -5,52% 1,87% -1,17% -0,84% 0,62% 1,64% -0,86% -0,96% 0,27% -0,79% 7,18% -0,57% -1,95% 04/09/2012 2,21% 2,28% -2,11% 0,01% 3,79% -1,87% -0,08% 0,70% -1,89% -1,53% 1,49% -1,89% -1,13% 2,67% 05/09/2012 1,47% -2,15% 2,38% 2,46% -2,65% 0,50% 0,54% -0,22% -1,25% 0,92% 1,10% 0,78% -0,66% -0,83% 06/09/2012 0,05% -1,76% -0,03% -1,84% 0,90% -1,76% 4,84% -1,79% 0,65% -0,57% 0,73% -0,39% 2,69% -1,48% 10/09/2012 1,01% -0,10% -0,58% -3,55% 0,54% 0,01% 0,54% 2,31% 1,02% -1,88% 1,11% 1,14% 1,25% -2,26% 11/09/2012 -1,13% -1,59% -6,95% -2,37% -0,92% 0,21% 3,52% 0,00% 8,59% -2,75% -0,16% 2,05% 2,45% -2,98% 12/09/2012 -11,48% 4,95% -12,57% -19,94% -0,88% 5,86% 9,41% 8,90% 12,55% -13,22% 2,26% 5,97% 7,56% -19,28% 13/09/2012 -1,97% 2,05% 1,92% 0,56% 1,98% 0,10% -0,22% -0,04% -1,33% 1,48% 2,52% -2,35% 0,11% 0,45% 14/09/2012 -0,66% -1,11% -0,05% 2,23% 1,47% -2,64% 1,70% 0,36% 0,98% -8,39% -0,39% -1,92% -1,66% 2,90%

GETI4 CLSC4 CMIG4 CESP6 COCE5 CPLE6 CPFE3 ELET3 ELPL4 EMAE4 ENBR3 EQTL3 LIGT3 TRPL4 CAR -16,48% 1,90% -16,89% -24,25% 0,16% 2,28% 28,10% 7,77% 27,11% -20,21% 9,75% 7,49% 11,35% -28,84%

AR_MÉDIO -1,65% 0,19% -1,69% -2,43% 0,02% 0,23% 2,81% 0,78% 2,71% -2,02% 0,97% 0,75% 1,14% -2,88%

A seguir, apresentam-se os CARs significativos ordenados por menor impacto negativo e o CAR médio de empresas privadas e estatais, em relação ao IEE:

Tabela XVII: CARs Significativos das Empresas em relação ao IEE

Elaboração própria

Mesmo excluindo os ativos que não apresentaram Retornos Anormais Médios significativos, as tabelas acima revelam que a única empresa privada que apresentou impacto maior do que o impacto sofrido pelas estatais foi a já mencionada TRPL4. O “CAR_MÉDIO” também revela que as empresas privadas não só não sofreram impacto negativo em relação ao desempenho do setor elétrico, como performaram melhor que o próprio IEE. As empresas estatais representadas nesta análise apresentaram um retorno médio inferior à média do setor do qual fazem parte, na Janela do Evento.

EMPRESA ATIVO CONTROLE CAR CONTROLE CAR_MÉDIO

CPFL Energia CPFE3 PRIVADO 28,10% PRIVADO 5,17% Eletropaulo ELPL4 PRIVADO 27,11% ESTATAL -20,45%

Light LIGT3 PRIVADO 11,35%

Energias BR ENBR3 PRIVADO 9,75% AES Tietê GETI4 PRIVADO -16,48%

Cemig CMIG4 ESTATAL -16,89%

Emae EMAE4 ESTATAL -20,21%

Cesp CESP6 ESTATAL -24,25%

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