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Resultados obtidos da aplicação do instrumento utilizado

4. Apresentação e Discussão dos Resultados

4.1. Resultados obtidos da aplicação do instrumento utilizado

A amostra estudada apresenta 50,4% de elementos do sexo feminino e 49,6% do sexo masculino (conforme figura 6), o que difere com o verificado no estudo realizado por Rodrigues (2001), em que a maioria dos inquiridos no que à participação desportiva em centros de actividade física se refere, eram elementos do sexo feminino (concretamente 61,2%).

No que se refere à idade, quase metade dos inquiridos (47,2%) situa-se entre os 18 e os 30 anos, sendo que o intervalo de idades compreendido entre os 0 e 45 anos perfaz 84,3% dos indivíduos inquiridos (conforme figura 7). Resultados semelhantes obteve Rodrigues (2001), já que este diz que o intervalo de idades entre os 0 e os 35 anos em clientes de centros de actividade física situa-se nos 79,2%.

Feminino 50,40% Masculino

49,60%

Figura 7 – Idade da amostra

Todos os indivíduos da amostra estudada já frequentaram ou frequentam algum ginásio/academia/health club, sendo que quase metade destes (48 %) se deslocam/deslocavam ao ginásio/academia/health club 2 a 3 vezes por semana (conforma figura 8). Esta situação é concordante com a afirmação realizada por Rodrigues (2001), que menciona no seu estudo que 62,6% dos clientes de centros de actividade física se deslocam a estes uma a três vezes por semana, sendo que para nós a diferença percentual entre os valores encontrados, 48% e 62,6%, justifica-se pelo facto de no instrumento utilizado para a realização do estudo, Rodrigues colocar como opção “uma a três vezes por semana” enquanto que nós optamos por colocar “2 a 3 vezes por semana”. No entanto, se considerarmos os inquiridos que se deslocam/deslocavam ao ginásio/academia/health club pelo menos uma vez por semana, obtemos, com a soma daqueles que se deslocam/deslocavam 2 a 3 vezes por semana, 57,4% de indivíduos que se deslocam/deslocavam ao ginásio/academia/health club entre uma a três vezes por semana, situando-se assim estes valores muito próximo dos 62,6% identificados por Rodrigues (2001).

Figura 8 – Frequência de deslocação da amostra ao ginásio/academia/health club

No que se refere às modalidades mais praticadas em ginásios/academias/health clubs (conforme figura 9) podemos mencionar, em primeiro lugar, a Musculação, com 66,1% dos inquiridos a referirem que esta é uma modalidade que praticam/já praticaram. Semelhantes resultados obteve Rodrigues (2001), que diz que a Musculação é a actividade mais praticada em centros de actividade física com 56,5% da amostra a referir que já tinha praticado Musculação pelo menos nos doze meses anteriores à realização do questionário ao qual respondiam. Depois desta e muito próximo dos valores apresentados pela Musculação, aparece o Cardio com 64,5%. Pensamos que isto acontece porque normalmente os ginásios colocam num espaço físico próximo aparelhos/máquinas de Cardio e Musculação, o que poderá permitir ao indivíduo quando se desloca ao ginásio/academia/health club conciliar estas duas actividades. A seguir à Musculação e ao Cardio, aparecem diversas modalidades que são realizadas em grupo, à excepção da Natação (com 37%, mas que também se trata de uma actividade que pode ser realizada em grupo), concretamente o RPM/Cycling/Spining (39%) e logo a seguir a Hidroginástica (31,5%), a Localizada (25,2%), a Aeróbica (23,6%), o Body Pump (22,8 %) e o Step (22%). É de salientar, portanto, que no topo da pirâmide das actividades realizadas pelos inquiridos se situem actividades que são normalmente realizadas de forma individual, aparecendo só depois actividades que são, normalmente, realizadas de forma colectiva.

22,8% 15,0% 17,3% 31,0% 13,4% 64,5% 66,1% 11,8% 23,6% 22,0% 16,5% 31,5% 39,4% 18,1% 25,2% 18,9% 18,1% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% Body Pump Body Balance Body Combat RPM / Cycling / Spining Pow er Jump Musculação Cardio Yoga e /ou variantes Aeróbica Step Dança e/ou variantes Hidroginástica Natação GAP Localizada Pilates Manutenção / Condicionamento

Figura 9 – Modalidades mais praticadas em ginásios/academias/health clubs

No que se identifica com o acesso à Internet, quase todos (96,9%) dos inquiridos têm acesso à mesma, o que se concretiza num aumento de mais de 20% comparando com o estudo realizado por Rodrigues (2001) em centros de actividade física, no qual apenas 72% dos inquiridos possuía aceso à Internet.

Dos que possuem acesso à Internet, quase todos (97,6%) a utilizam, o que desta vez representa um aumento de mais de 30% quando comparado com os 66,3% do trabalho realizado por Rodrigues (2001). Aliás e realizando uma comparação com dados da Marktest relativos a 2006, onde é referido que apenas 43,6% da população utiliza Internet, podemos constatar uma diferença quase avassaladora de mais de 50% de taxa de utilização, em apenas dois anos. Gostaríamos de salientar, contudo, que estes valores também se podem dever ao facto da amostra do nosso estudo ter sido realizada em ginásios que se destinam a um segmento médio/alto da população, pelo que a amostra em causa poderá ter uma maior poder de compra, podendo assim dispor/adquirir mais facilmente meios que lhe permitam acessar e consequentemente utilizar a Internet.

Dos inquiridos que utilizam a Internet e no que à frequência de consulta da mesma se refere, a grande maioria consulta-a todos os dias (77,5%), sendo

que mais de metade dos inquiridos (56,6%) consulta a Internet ou entre 30 minutos a uma hora ou então consulta-a por mais de duas horas (conforme figura 10). Os dados por nós encontrados permitem fazer uma comparação curiosa com os dados encontrados por Rodrigues (2001) no que se refere ao tempo médio de utilização da Internet, pois a percentagem por este encontrada para aqueles que utilizavam a Internet por menos de 30 minutos, era, em 2001, de 27,4%. Ora, percentagem semelhante a esta (25,8%) foi também encontrada por nós, mas para aqueles que utilizavam a Internet mais de duas horas por dia e não menos de 30 minutos como o resultado obtido por Rodrigues. Esta diferença, para nós, poderá estar nas profissões hoje cada vez mais ligadas não só ao domínio do computador pessoal mas também dos meios de comunicação ou “novas tecnologias” como a Internet. No fundo, poderemos identificar estes resultados como ligados a um novo estilo de vida onde o uso das “novas tecnologias” ganha especial destaque.

1 hora e 1.30 horas 7,5% 1.30 a 2 horas 17,5% M ais de 2 horas 25,8% M enos de 30 minutos 15% 30 minutos a 1 hora 30,8%

Figura 10 – Tempo média de utilização da Internet por parte da amostra

Dos inquiridos que utilizam Internet, mais de metade (64,2%) já consultou o site/sítio do ginásio/academia/health club na Internet, tendo-o realizado principalmente para consultar os horários das aulas (65,8%), como se

na consulta dos horários das actividades do ginásio/academia/health club, pelo que é fundamental para estas organizações terem os horários actualizados e disponibilizados no seu site/sítio, diariamente acrescentamos, como um factor essencial para manter o cliente informado e para lhe prestar um serviço que vá de encontro às suas expectativas. Não esquecer também a actualização e a apresentação de novos produtos/serviços oferecidos pelo health club, já que 39,2% dos inquiridos que já acederam ao site/sítio do ginásio/academia/health club fizeram-no para saber se existiam “novidades” no seu health club. Não menos importante é a maneira como as instalações do health club são caracterizadas/apresentadas, pois um quarto dos inquiridos (24%) consulta o site/sítio do health club para também conhecer as instalações do mesmo. E quase cometendo um pleonasmo, é curioso verificar que 33% dos inquiridos consultou o site/sítio apenas por curiosidade, sendo este um valor bem considerável e que nos leva a questionar, mais uma vez, a maneira como site/sítio do ginásio é construído. Referir também que 13,9% consultaram o site/sítio para conhecer as condições de adesão ao ginásio/academia/health club. E é neste capítulo que nos parece pertinente questionar algo essencial: e porque não estruturar um website que seja interactivo com o cliente? Isto é, porquê criar apenas um website como depositório de informação? Porque não ir mais longe e começar a interagir logo a partir da página web da organização com o cliente? Num aspecto podemos ter a certeza: a forma como o site/sítio se encontra estruturado, se dá a conhecer ao utilizador da Internet, ao muitas vezes curioso, e não só ao cliente da organização desportiva em causa, é fundamental.

65,8 13,9 39,2 24 6,3 33 1,3 1,3 1,3 1,3 0 10 20 30 40 50 60 70

Horário das aulas Condições de adesão/inscrição Produtos/Serviços oferecidos Conhecer as instalações Conhecer a localização Curiosidade Outro (nr. telefone) Outro (trabalho) Outro (informações) Outro (eventos)

Figura 11 – Motivos da consulta do site/sítio do ginásio/academia/health club

Um outro aspecto essencial a mencionar, é se a visualização/consulta do site/sítio influenciou o inquirido na tomada de decisão no que se refere à opção de se inscrever como utilizador do ginásio/academia/health club, ao que 62% dos inquiridos referiram que “não influenciou”. De facto, apenas 16,5% dos inquiridos referem que o site/sítio consultado “influenciou” ou “influenciou totalmente” a sua tomada de decisão de se inscrever como cliente do ginásio/academia/health club, pelo que, e conseguindo que o cliente visite o site/sítio da organização e não o conseguindo atrair/captar através deste, leva- nos a pensar que, neste momento, os sites/sítios funcionarão assim mais como um meio propulsor de dar informação ou depositório de informação (como acima referido), o que não significa que haverá fidelização ou pelo menos o interesse do cliente em procurar saber/informar-se mais da organização em causa, mas antes, um processo em que este toma conhecimento das características da possível organização da qual este poderá vir a ser cliente. Parece-nos assim, que em próximos estudos, se deverá procurar melhor o(s) motivo(s) do porquê da percentagem de inquiridos ser tão baixa no que se refere à influência do site/sítio do health club na tomada de decisão de se inscrever como cliente de um ginásio/academia/health club.

No que respeita à posse de endereço de correio electrónico/e-mail, quase todos (96,7%) os inquiridos o possuem, indo de encontro à afirmação realizada por Hortinha (2001, cit. por Rodrigues, 2001), que diz que o e-mail é o

verificou-se um valor muito mais elevado do que em estudos realizados anteriormente. De facto, no estudo realizado por Rodrigues (2001), o serviço de e-mail é o que apresenta maior taxa de utilização, com 78,1%, valor este que no entanto fica aquém do por nós encontrado, e cuja diferença percentual é de quase 20%.

Dos inquiridos que possuem e-mail, estes, na sua maioria (72,9%), encontram-se disponíveis para receber promoções ou informações de novos produtos disponibilizados pelo seu ginásio/academia/health club. Importa também mencionar que um quarto (26,3%) dos inquiridos que possuem endereço de correio electrónico/e-mail não gostavam de receber qualquer tipo de promoções ou informações de novos produtos disponibilizados pelo seu ginásio/academia/health club, pelo que aqui interessa questionar o porquê de isto acontecer, isto é, qual o motivo que leva os inquiridos a não quererem receber este tipo de informações/promoções. Será que é por a receberem já de forma recorrente este “tipo de publicidade” e por isso fartarem-se dela ou porque simplesmente não querem ser “incomodados”? A questão levantada parece-nos pertinente, até porque para Alves e Bandeira (1998, cit. por Resende, 2004) o Marketing pode ser visto como um processo de gestão que consiste em identificar, antecipar e satisfazer as necessidades e desejos do consumidor. Daí que pensamos que será que o facto de estes inquiridos não quererem receber informações/promoções se relaciona com a ainda não identificação de quais são verdadeiramente as necessidades destes consumidores e o que eles pretendem quando recebem um e-mail do seu ou de outros health clubs? Para nós, esta parece-nos ser uma questão importante a desenvolver em futuros estudos.

Por último, é importante mencionar os resultados que se reportam ao local onde as pessoas procuram informações relativas às actividades do seu ginásio/academia/health club sem ser na Internet (conforme figura 12), o que nos revelou que a grande maioria dos inquiridos (67,5%) procuram essas informações na recepção do health club, pelo que se torna essencial, do nosso ponto de vista e como já referimos, considerar o pessoal de uma organização, e agora que falamos no pessoal que realiza o atendimento ao cliente na

recepção, como uma peça fundamental no sucesso do atendimento das preferências e necessidades do consumidor, já que como referem Sá e Sá (1999), é importante prestar especial atenção à forma como vamos alocar os recursos humanos e como estes vão ser formados e informados sobre quais as suas competências, funções e tarefas, pois é a “pessoa” que está frente a frente com o cliente. Assim, como refere Jorge (1999), o pessoal da recepção, com o seu papel importante na função de contacto, deve estar devidamente qualificado de forma a prover o máximo de esforço de vendas. Os instrutores do ginásio (28,3%) e os prospectos/flyers do ginásio (26%), parecem ser os outros meios onde as pessoas mais procuram estas informações. É pois, importante, que se realize um plano de acção sobre como as pessoas vão estar capazes de prestar um serviço, integrando-as dentro duma mesma missão e de um mesmo objectivo, no que aos instrutores do ginásio diz respeito. Além disso, deve-se mencionar também a importância dos prospectos/flyers como meio de divulgação/promoção de actividades, sendo que para nós estes são, muitas vezes, um meio de chegar aqueles que não acedem, por exemplo, ao site/sítio do health club.

67,5 16,5 28,3 26 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Na recepção Através de amigos/conhecidos Com os instrutores do ginásio Nos prospectos/flyers do ginásio

Figura 12 – Local onde as pessoas procuram informações relativas às actividades do seu

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