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retamente da clássica versão grega" (SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL, 2003, i) Das 350 citações que o NT faz do AT, pelo

m enos 300 provêm da vers ão grega (BÍB LIA, 197 4, i ii; BIBLEREARCH, 2006).

Tem os provas de que o Senhor Jesus usou a Septuagin ta. Em Sua resposta ao diabo em Mt 4,4 Ele disse:

“Es tá escrito: Nã o só de pã o vive o h omem, mas de toda p a -

lavra que procede da boca de Deus".

O

Senhor referiu-se a Deuteronômio 8,3, onde na versão

hebraica a expressão usada é

“da boca do Senhor"

enquanto a Septuaginta traz

“da boca de Deus".

Nos capítulos 6 e 7 do Livro dos Atos dos Apóstolos, lemos

que Es tevão foi levad o ao Sin éd rio14 pela m ultidão (cf. A t 6,12). Dirigindo-se a seus acusadores, conta-lhes como Jacó trouxe

seus 75 descendentes para o Egito (cf. At 7,14-15).

Porém os textos hebraicos dizem que Jacó trouxe 70 descen dentes para o Egito (cf. Gn 46,26-27; Dt 10,22 e Ex 1,5). O Sinédrio conhecia bem a proibição divina de acrescentar ou retirar algo dos livros sagrados (cf. Dt 4,2; 12,32; SI 12,6-7 e Prov 30,6), mas não ousou acusar Estevão de estar pervertendo as Escrituras, orde nando matá-lo porque foi contraditado na defesa de Cristo.

A s olução deste caso é muito simpl es. Es tevão citava Gn 46,26- 27 a partir da Septuaginta, que possui cinco nomes a mais que o Texto Massorético hebraico. Os cinco nomes que faltam na versão

hebraica foram preservados na Septuaginta em Gn 46, 20, onde Makir, filho de Manasses, e Makir, filho de Galaad (=Gilead, no hebraico), são apontados, posteriormente, como os dois filhos de Kfraim, Taam (=Tahan, no hebraico) e Sufalaam (=Shufhelah, no hebraico) e seu filho Edon (=Eran, no hebraico).

Outro e xemp lo é o nome de um deus pagão citado por Estevão cm At 7,43. Estevão citou-o como Renlão. Esta citação é de Aniõs 3,26. No texto hebraico o nome do deus é Quijum. Estevão citou a versã o da Septu aginta que traz Renfã e não Quijum do texto hebrai co.

Isto significa que o uso da versão da Septuaginta era também comum entre o s Judeu s da Pal estina, contrariando aqueles que afir mam que somente os judeus de Alexandria aceitavam esta versão.

Pelo fato da Septuaginta ter sido amplamente usada pelos

Apóstolos e presbíteros da primitiva Igre ja, a Trad ição Cristã con fe riu-lhe lugar especial (SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL, 2003, v).

A s descobertas do M a r M or to

Partes da Septuaginta foram encontradas na Judéia, entre os manuscritos do Mar Morto, descobertos em Qumran, sendo anteri ores ao ano 70 d.C. Alguns exemplares foram encontrados na ca verna 4 ( 1 19 L X X L ev .; 1 2 0 p ap L X X L ev .; 121 LX XN um .;

122LXX Deu t.), um texto não i dentificado da Septua ginta grega en  contrado na caverna 9 (Q9), e existe um fragmento de papiro, escri to em grego, encontrad o na caverna 7 (LXXExod.). A cav erna 7 produ -

11 Conselho naci onal  que  notem po deJesus tinha autoridadee ntreosjude us parajul gar

PôncioPilatos.

ziu ainda muitos pequenos fragmentos em grego (da Septuaginta), cujas identifi cações pe rmane cem e m discussão ou sem classi ficação.

O Dr. Emanuel Tov sugere as seguintes identificações para al guns destes fragmentos gregos do primeiro século antes de Cristo:

7Q4. Números 14,23-24;

7Q5. Êxodo 36,10-11; Números 22,38; 7Q6. 1 Salm o 34,28; Prové rbios 7,12-13; 7Q6. 2 Isaías 18,2

7Q8. Zacarias 8,8; Isaias 1,29-30; Salmo 18,14-15; Daniel 2,43; Eclesiastes 6,3.

Entre estes fragmentos constam ainda trechos dos livros deuterocanônicos do AT:

■ Em grego foram encontrados fragm entos d e: 4Q 478 [Tobi as], 4Q383, 7QLXXEpJer. [Epístola de Jeremias];

■ Em hebraico foram encontrados: uma cópia do livro do Ec le siástico [manuscrito 2QSir.], “A História de Suzana” (corres pon dente ao capítu lo 13 do livro de Daniel ) [man uscrito 4Q551] e fragmentos do livro de Tobias [manuscrito 4Q200].

■ Em aramaico f oi encontrado um fragm ento do livro de Tobias [manuscrito 4Q196-9],

Uma cópia do livro do Eclesiástico, em hebraico, foi encontra da nas ruínas de Mas ada e é datada como do início do século I a.C.

Estas evidências mostram que o s livr os d euterocanônicos eram conhecidos e manuseados pelos Judeus da Palestina.

Alguém poderia objetar afirmando que tais descobertas

correspon dem à literatura usada pel os Ebionitas (sei ta de Q um ran ), um grupo estranho ao ramo principal do Judaísmo. Não é desta forma que pensam os especialistas:

“Tanto no jud aís m o m oderno quanto no cris tianismo, uma 'sei- ta ’ é, geralmente, um ramo de um tronco religioso maior e é

freqüente mente vista como excêntrica ou desviada nas suas crenças. Ma s os pesqu isadores e leigos deveriam reco rdar que durante todo o período de existência de Qumran, os faris eus e os saduceus eram

‘seitas’, assim como eram os essênios! Foi apenas a partir do século II d. C. que pass ou a se fo rm a r um tipo de jud aís m o ‘ aquele dos fariseus, dos rabis ‘ que veio a se tornar padrão para o povo ju d eu

como um todo. Tais matérias são de menor importância se compara- das com os manuscritos bíblicos. Primeiro, porque toclos os pesquisa- dores concordam que nenhum dos textos bíblicos (tais como Gênese ou Isaías ) Joi com posto e m Qum ran; ao contr ário, todos eles se srci- naram antes do período de Qumran. Também é aceito que muitos ou a maioria desses m anuscritos f oram traz idos de for a pa ra Q umra n e. depois, aí reproduzidos. Isto significa que o valor da maioria dos man uscrit os bíblic os enganam, não em estabelecer prec isam ente onde foram escritos ou copiados, mas especifica men te quanto ao estudo

das formas textuais que encerram ” 15 (ABEG G, 1999).

Não é possível afirmar que todo conjunto de livros da Septuaginta foi considerado sagrado pelos judeus alexandrinos,

judeus palestinen ses ou por Jesus e seus Apóstolos. Só podem os afirmar que era conhecido por todos eles por constar na versão

bíblica por eles usada.

O tempo levará a sinagoga e a Igreja a escolherem alguns li vros da Septuaginta como canônicos e a rejeitarem outros. Nesta decisão a sinagoga saiu na frente. Vejamos no próximo capítulo como isto aconteceu.

ir’ FragmentotraduzidoporCarl os Martins Nabeto . 25

CAPÍTULO 4