• Nenhum resultado encontrado

5. REVISÃO DA LITERATURA

5.1. FATORES QUE INIBEM O PATENTEAMENTO NAS UNIVERSIDADES

5.1.2. Revisão Bibliográfica Sistematizada

O objetivo desta seção é apresentar os artigos selecionados, como contribuição para um quadro da literatura (Quadro 5).

Núcleo de artigos

Autor (es) Título

Mansfield e Lee (1996) The modern university: contributor to industrial innovation and

recipient of industrial R&D support

Packer e Webster (1996)

Patenting culture in science: Reinventing the scientific wheel of credibility

Wallmark (1997) Inventions and patents at universities: The case of Chalmers

University of Technology

Trajtenberg, Henderson e Jaffe (1997)

University versus corporate patents: a window on the basicness of invention

Henderson, Jaffe e Trajtenberg (1998)

Universities as a source of commercial technology: A detailed analysis of university patenting 1965–1988

Hannabuss (2001) Intellectual property rights and university employees

Mowery et al. (2001) The growth of patenting and licensing by U.S. universities: An

assessment of the effects of the Bayh-Dole act of 1980

Santoro e Gopalakrishnan (2001)

Relationship dynamics between university research centers and industrial firms: Their impact on technology transfer activities

Feldman et al. (2002) Equity and the technology transfer strategies of American

research universities

Jensen, Thursby e Thursby (2003)

Disclosure and licensing of University inventions: ‘The best we can do with the s**t we get to work with’

Andersson e Ejermo (2005)

How does accessibility to knowledge sources affect the innovativeness of corporations? - Evidence from Sweden

Autor (es) Título

Dai et al. (2005) Institutions and intellectual property: The influence of institutional

forces on university patenting

Ejermo e Karlsson (2006)

Interregional inventor networks as studied by patent coinventorships

Fontana, Geuna e Matt (2006)

Factors affecting university-industry R and D projects: The importance of searching, screening and signalling

Rahal e Rabelo (2006)

Assessment framework for the evaluation and prioritization of university inventions for licensing and commercialization

Baldini, Grimaldi e Sobrero (2007)

To patent or not to patent? A survey of Italian inventors on motivations, incentives, and obstacles to university patenting

Elfenbein (2007) Publications, patents, and the market for university inventions

Moutinho, Fontes e Godinho (2007)

Do individual factors matter? A survey of scientists’ patenting in Portuguese public research organisations

Arvanitis et al. (2008)

University-industry knowledge and technology transfer in Switzerland: What university scientists think about co-operation

with private enterprises

Baldini (2009) Implementing Bayh–Dole-Like Laws: Faculty Problems and Their

Impact on University Patenting Activity

Azagra Caro e De Pablos (2009)

The institutional determinants of patenting by the Spanish National Research Council: A historical approach and a dialectic

with economics

Chang et al. (2009) The determinants of academic research commercial performance:

Towards an organizational ambidexterity perspective

Boardman e

Ponomariov (2009) University researchers working with private companies

Pelyasov e Kuritsyna-Korsoyskaya

(2009)

Geographic dimension of innovation activity

Sellenthin (2009) Technology transfer offices and university patenting in Sweden

and Germany

Tödtling et al. (2009) Do different types of innovation rely on specific kinds of

knowledge interactions?

Grimpe e Fier (2010)

Informal university technology transfer: A comparison between the United States and Germany

Baldini (2011) University patenting: Patterns of faculty motivations

Huang et al. (2011) Organizational and individual determinants of patent production

of academic scientists and engineers in the United States

Ismail, Omar e Majid

(2011) The commercialisation process of patents by universities

Usai (2011) The Geography of Inventive Activity in OECD Regions

Autor (es) Título Berbegal-Mirabent et

al. (2012)

Brokering knowledge from universities to the marketplace: The role of knowledge transfer offices

D'Este et al. (2012) Inventors and entrepreneurs in academia: What types of skills and

experience matter?

Marion et al. (2012) The university entrepreneur: a census and survey of attributes and

outcomes

Pazos et al. (2012) Financing Research as a Key to Academic Entrepreneurship:

Analysis of University Patents

Ramos-Vielba e Fernández-Esquinas

(2012)

Beneath the tip of the iceberg: Exploring the multiple forms of university-industry linkages

Calderón-Martínez e

García-Quevedo (2013) Knowledge transfer and university patents in Mexico

Chen et al. (2013) Influencing factors of collaboration with industry of Chinese

Universities

Acosta et al. (2014) Regional Scientific Production and Specialization in Europe: The

Role of HERD.

Calderón-Martínez

(2014) Patentes en Instituciones de Educación Superior en México

Lawson e Sterzi (2014)

The role of early-career factors in the formation of serial academic inventors

Romano et al. (2014) Knowledge creation and exploitation in italian universities: The

role of internal policies for patent activity

Lewensohn et al. (2015) Applying patent survival analysis in the academic context

Sahlan e

Rahman (2015) The propensity to commercialize in Malaysian research university

Wu et al. (2015) Commercialization of university inventions: Individual and

institutional factors affecting licensing of university patents

Ejermo e Källström (2016)

What is the causal effect of R&D on patenting activity in a “professor’s privilege” country? Evidence from Sweden

Hayter e Feeney (2016) Determinants of external patenting behavior among university

scientists

Chang (2017) Key technology network model for the industrialization of

research output: A university patent perspective

Chang, Chen e Fong (2017)

University invention disclosure: balancing the optimal stage and type

Quadro 5 - Quadro da literatura de Fatores Fonte: Elaboração Própria

Posteriormente, os 50 artigos que compõem o Quadro da literatura foram analisados de acordo com as categorias: (1) ano de publicação; (2) periódico de publicação; (3) nacionalidade da instituição de afiliação do(s) autor(es); (4) nuvens de palavras-chave, títulos e resumos; e (5) conteúdo dos artigos.

5.1.2.1. Análise por ano de publicação

Conforme pode ser observado na Figura 23, a busca por fatores que inibem o patenteamento nas Universidades é recente, pois os primeiros artigos identificados através da pesquisa são de 1996. Apesar do Bayh-Dole Act ter ocorrido em 1980, pode-se perceber que seus efeitos nos países em geral demoraram para serem percebidos e refletidos em artigos científicos.

Figura 23 - Artigos por ano de publicação - Fatores Fonte: Elaboração Própria

De forma geral, pode-se perceber que houve um ápice de artigos publicados em 2009 devido a um maior estímulo a interação Universidade-Empresa, principalmente, decorrente da Crise mundial de 2008. Percebe-se uma queda no número de publicações sobre este assunto, porém até os dias atuais nota-se que ainda existe interesse na temática de fatores inibidores ao patenteamento no meio acadêmico.

5.1.2.2. Análise por periódico

Analisando os periódicos resultantes da pesquisa, pode-se observar que 40% das publicações estão concentradas nos seguintes periódicos: Research Policy (12%),

Technovation (10%), Journal of Technology Transfer (8%), Science and Public Policy (6%) e Scientometrics (4%). A maior parte dos periódicos (60%) possuem apenas 1 publicação, tais

como: Management Science, Journal of Economic Behavior and Organization e Higher

Education. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Nº de ar tigos Ano Ano de Publicação

De forma a analisar o fator de impacto dos periódicos utilizados na pesquisa sobre fatores inibidores do patenteamento nas Universidades foi elaborada a Tabela 1, a qual apresenta os Periódicos em ordem decrescente de Journal Citation Reports – JCR.

Tabela 1 - Fator de impacto dos Periódicos – Fatores Periódicos Journal Citation Reports JCR (2016) Scientific Journal Rankings SJR (2016) Research Policy 4,495 3,625

Journal of Policy Analysis and Management 3,415 2,148

Technovation 3,265 1,557

California Management Review 2,943 1,871

Review of Economics and Statistics 2,926 6,306

Management Science 2,822 3,885

Regional Studies 2,780 2,038

Journal of Technology Transfer 2,631 1,254

R & D Management 2,444 1,194

Small Business Economics 2,421 2,150

Research Evaluation 2,312 1,081

Scientometrics 2,147 1,154

Journal of Knowledge Management 2,053 1,138

Higher Education 1,571 1,486

Science and Public Policy 1,538 0,672

Management Decision 1,396 0,613

European Planning Studies 1,332 0,976

Journal of Economic Behavior and Organization 1,323 1,665

Technology Analysis and Strategic Management 1,273 0,653

Revista De Educacion 1,185 0,382

International Journal of Industrial Organization 0,795 1,364

Revista Espanola de Documentacion Cientifica 0,746 0,347

Annals of Regional Science 0,694 0,569

Engineering Management Journal 0,548 0,280

Social Science Information 0,490 0,322

Academia-Revista Latinoamericana De

Administracion 0,237 _

Science, Technology, & Human Values _ 0,952

Journal of Enterprise Information Management _ 0,575

Library Review _ 0,332

African Journal of Business Management _ 0,159

Advanced Science Letters _ 0,135

Revista de la Educacion Superior _ 0,115

Information Technology Journal _ 0,102

Izvestiya Akademii Nauk, Seriya Geograficheskaya _ _

Economics of Innovation and New Technologies _ _

De acordo com a Tabela 1, percebe-se que de forma geral, o estudo dos fatores de inibição do patenteamento nas Universidades é amplamente aceito em diferentes tipos de periódicos com elevados JCR e SJR, ressaltando a aceitabilidade e importância do assunto no meio acadêmico.

5.1.2.3. Análise por nacionalidade da instituição de afiliação do(s) autor(es)

De forma a avaliar onde têm sido realizadas as pesquisas inerentes ao tema de pesquisa, foi elaborada a Figura 24, a qual retrata a frequência de artigos de acordo com a nacionalidade da instituição de afiliação do(s) autor(es) dos artigos provenientes da pesquisa.

Figura 24 - Artigos por nacionalidade da instituição de afiliação do(s) autor(es) – Fatores Fonte: Elaboração Própria

Conforme observado na Figura 24, a maior parte dos autores dos artigos são vinculados a instituições provenientes dos Estados Unidos (28%), Itália (16%), Espanha (14%) e Suécia (10%). Essa concentração de, aproximadamente, 68% em quatro países decorre de um maior estímulo existente a identificação de fatores inibidores ao patenteamento no meio acadêmico nesses países. No campo “Outros” foram considerados os países com

16% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 6% 6% 10% 14% 16% 28% Outros China França Suíça Alemanha Malásia México Israel Taiwan Reino Unido Suécia Espanha Itália Estados Unidos 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

apenas 1 autor vinculado, tais como: Inglaterra, Áustria, Bélgica, Turquia, Portugal, Coréia do Sul, Nova Zelândia e Rússia.

A partir dessa pesquisa pode-se observar a carência de artigos em periódicos indexados nas bases Scopus ou ISI produzidos por autores vinculados a instituições de países em desenvolvimento, como o Brasil, analisando os fatores de inibição ao patenteamento nas Universidades.

Dessa forma, a identificação de fatores de inibição ao patenteamento nas Universidades no cenário brasileiro ainda carece de literatura a ser explorada.

5.1.2.4. Análise das palavras-chave, títulos e resumos dos artigos

Três nuvens de palavras (Figuras 25, 26 e 27) foram desenvolvidas com o software Wordle (FEINBERG, 2009) de acordo com as palavras-chave, títulos e resumos dos artigos do quadro da literatura de fatores a fim de destacar os termos que apareceram com maior frequência.

Para a elaboração dessas nuvens foi feito um refinamento, a fim de retirar os numerais e artigos definidos e indefinidos; e padronizar expressões no plural/singular e sinônimos. Além disso, para evitar duplicidades todas as palavras foram consideradas em caixa alta e as expressões foram separadas por um ponto.

Figura 25 - Nuvem de palavras-chave do quadro da literatura de fatores Fonte: Elaboração própria através do software Wordle (FEINBERG, 2009)

De acordo com a Figura 25, após a elaboração da nuvem de palavras-chave percebe-se uma maior frequência das seguintes palavras/expressões: Technology Transfer (18), Patent (17), Academic Research (14), Management (8), Commercialization (8), Patents and

inventions (7), University (7), Innovation (7), Knowledge (7), University.Industry (5), Societies and institutions (5), Industry (5), Licensing (5) e Science (5).

Figura 26 - Nuvem de títulos do quadro da literatura de fatores

Fonte: Elaboração própria através do software Wordle (FEINBERG, 2009)

Conforme a Figura 26, após a elaboração da nuvem com os títulos percebe-se uma maior frequência das seguintes palavras/expressões: University (34), Patent (14), Patenting (12), Research (8), Knowledge (7), Technology.Transfer (5), Factors (5), Inventions (5),

Academic (5) e Activity (5).

Figura 27 - Nuvem de resumos do quadro da literatura de fatores

Fonte: Elaboração própria através do software Wordle (FEINBERG, 2009)

De acordo com a Figura 27, após a elaboração da nuvem com os resumos percebe-se uma maior frequência das seguintes palavras/expressões: University (140), Patent (99),

Research (42), Factors (39), Inhibitors (35), Patenting (31), Industry (20), Faculty (20), Commercialization (20), Licensing (20), Knowledge (18), Scientists (18), Inventions (17), Technology.Transfer (16) e Firms (16).

Pode-se observar analisando as três nuvens com as palavras-chave, títulos e resumos dos artigos (Figuras 25, 26 e 27), que existem muitos fatores que inibem o patenteamento e a transferência de tecnologia nas Universidades.

5.1.2.5.Análise do conteúdo dos artigos

Esta seção tem como objetivo obter um maior detalhamento dos artigos que contemplam o quadro da literatura analisada e identificar fatores que inibem o patenteamento nas Universidades.

O foco desse trabalho é o estudo do patenteamento com propensão a dar continuidade ao processo inovativo, por isso, os artigos identificados na pesquisa abrangem limitações a outras etapas além do patenteamento, como o licenciamento e a interação Universidade- Empresa.

Tendo-se em vista que essa temática é sensível as questões locais (cultura, política, normas, financiamento, etc.) de cada instituição e país, buscou-se nesta seção descrever em ordem cronológica um resumo dos artigos identificados na pesquisa.

Mansfield e Lee (1996) dizem que a interação entre a indústria e as Universidades é de importância fundamental na promoção da inovação tecnológica. Dessa forma, baseado em dados de Empresas norte-americanas, este trabalho aborda que áreas com maior aplicabilidade industrial oferecem maior atratividade ao depósito de patentes do que outras.

Packer e Webster (1996) examinam a cultura de patenteamento no contexto do aumento crescente da comercialização da ciência. Em particular, a análise sugere que os cientistas devem mover-se entre dois mundos sociais distintos para gerir as recompensas acadêmicas e de patentes e que os cientistas não se envolvem em atividades de patenteamento por causa do custo.

Wallmark (1997) através de pesquisa com mais de 400 patentes no período de 1943- 1994 na Universidade de Chalmers na Suécia, analisou questões sobre a demora na avaliação realizada pelo Órgão Regulador das Patentes.

Trajtenberg, Henderson e Jaffe (1997) relatam que existe apreensão por parte da academia de que as pesquisas básicas sejam prejudicadas pelo aumento do interesse em

pesquisas aplicadas capazes de gerar patentes e que as invenções comercializáveis não necessariamente implicam em avanços na fronteira do conhecimento.

Henderson, Jaffe e Trajtenberg (1998) exploram alterações no registro de patentes de Universidades americanas entre 1965 e 1988 mostrando que os fatores que inibem o aumento de patentes são: baixa atratividade da área de pesquisa e o elevado custo do processo de patenteamento para a Universidade.

Hannabuss (2001) argumenta que o direito de propriedade intelectual na área de patentes tornou-se cada vez mais importante para os profissionais do ensino superior, uma vez que as partes interessadas procuram capitalizar os ativos intelectuais e há um desalinhamento de objetivos entre a Empresa e a Universidade.

Mowery et al. (2001) usam dados previamente não explorados para considerar os efeitos do Bayh-Dole Act em três Universidades principais: Universidade da Califórnia, Universidade de Stanford e Universidade de Columbia. A evidência sugere que as atividades de patenteamento e licenciamento na Universidade são influenciadas por: a baixa atratividade da área de pesquisa e o desconhecimento das normas institucionais sobre o patenteamento.

Santoro e Gopalakrishnan (2001) mostram a partir de dados de 189 Empresas industriais que trabalham com 21 centros de pesquisa afiliados com Universidades dos EUA que a falta de infraestrutura, o desconhecimento das normas institucionais sobre o patenteamento e a alta quantidade de exigências na transferência de tecnologia dificultam as atividades de patenteamento.

Feldman et al. (2002) empregando dados de uma pesquisa com instituições americanas apresentam um modelo que considera os fatores inibidores do patenteamento nas Universidades como função de fatores comportamentais relacionados a falta de profissionais capacitados nos Escritórios de Transferência de Tecnologia das Universidades e o desconhecimento das normas institucionais sobre o patenteamento.

Jensen, Thursby e Thursby (2003) concluem através de testes empíricos baseados em pesquisa com 62 Universidades de pesquisa dos EUA que o principal limitador do patenteamento e da transferência de tecnologia é o custo de desenvolvimento das tecnologias que é necessário para fazer com que as invenções sejam atraentes às Empresas, visto que as tecnologias desenvolvidas pela Universidade estão em estágio embrionário.

Andersson e Ejermo (2005) estudam o desempenho inovador de 130 Empresas suecas durante 1993-1994. Os resultados mostram que há uma relação positiva entre a inovação de uma instituição e sua acessibilidade aos pesquisadores universitários dentro das regiões onde

estão localizados os próprios grupos de pesquisa, destacando também que a falta de membros capacitados nas equipes de P&D prejudicam o processo de patenteamento.

Dai et al. (2005) examinam como fatores tanto de dentro como de fora da academia influenciam a decisão de patentear a pesquisa universitária. Segundo os mesmos autores, o

Bayh-Dole Act estimulou a patente na Universidade, mas não resultou em mais pesquisa

aplicada nas Universidades, pois fatores tais como: elevado custo do processo de patenteamento para a Universidade, alto custo do desenvolvimento das tecnologias para a Universidade e a falta de infraestrutura (laboratórios, equipamentos, etc.) nas Universidades inibem o processo de patenteamento.

Ejermo e Karlsson (2006) estudando a estrutura das redes interregionais de inventores na Suécia envolvidos nos pedidos de patentes suecos ao Instituto Europeu de Patentes identificam que o alto custo do desenvolvimento das tecnologias para a Universidade influencia negativamente os pedidos de patentes.

Fontana, Geuna e Matt (2006) apresentam uma análise empírica dos fatores que influenciam a cooperação entre Empresas e organizações públicas de pesquisa para uma amostra de pequenas e médias Empresas inovadoras. Os achados sugerem que são limitadores desse processo, a baixa capacitação dos profissionais nos Escritórios de Transferência de Tecnologia das Universidades, alta quantidade de exigências na transferência de tecnologia e o desalinhamento de objetivos entre a Empresa e a Universidade.

Rahal e Rabelo (2006) relatam que há falta de recursos humanos capacitados e limitações financeiras nos escritórios de licenciamento e gestão tecnológica de muitas Universidades dos Estados Unidos, inibindo o processo de patenteamento.

Baldini, Grimaldi e Sobrero (2007) relatam resultados de uma pesquisa com inventores de patentes de propriedade de Universidades na Itália. Os fatores inibidores em destaque são: elevado custo do processo de patenteamento para a Universidade, falta de infraestrutura (laboratórios, equipamentos, etc.) nas Universidades, desconhecimento das normas institucionais sobre o patenteamento, falta de divulgação do Escritório de Transferência de Tecnologia e desalinhamento de objetivos entre a Empresa e a Universidade. Elfenbein (2007) examina os fatores que influenciam a probabilidade de uma invenção universitária estar licenciada. O artigo sugere que o alto custo do desenvolvimento das tecnologias para a Universidade, o estágio embrionário das tecnologias desenvolvidas pela Universidade e a alta quantidade de exigências na transferência de tecnologia influenciam negativamente o processo de patenteamento.

Moutinho, Fontes e Godinho (2007) a partir de dados de entrevistas com pesquisadores portugueses de nove Universidades em ciências da vida e da biotecnologia revelam que os cientistas pesquisados mostram uma baixa propensão a se envolver em atividades de patenteamento e licenciamento. Da mesma forma, a maioria também acredita que existem muitas dificuldades associadas ao processo de patenteamento, principalmente, pela falta de infraestrutura, desconhecimento das normas institucionais sobre o patenteamento e desalinhamento de objetivos entre a Empresa e a Universidade.

Arvanitis et al. (2008) exploram empiricamente os fatores que determinam a propensão das instituições científicas suíças para se envolver em atividades de transferência de conhecimento e tecnologia com Empresas privadas. Uma conclusão principal é que os institutos científicos com uma orientação mais fraca para a pesquisa aplicada são também menos inclinados a envolverem-se em atividades globais de transferência de conhecimento.

Baldini (2009) através de pesquisa em Universidades italianas mostra que os obstáculos à atividade de patenteamento decorrem, principalmente, da falta de mecanismos de apoio através de um Escritório de Transferência de Tecnologia e de problemas relacionados ao conhecimento escasso dos regulamentos de patentes em nível institucional.

Azagra Caro e De Pablos (2009) concluem a partir de pesquisa realizada na Espanha que do ponto de vista histórico e econômico, a mudança no plano político e jurídico, o domínio de certas áreas da ciência sobre as outras tem influenciado a cultura de patenteamento.

Chang et al. (2009) relatam fatores estruturais e contextuais sobre o patenteamento, licenciamento e startup através de um conjunto de dados de 474 inventores de patentes acadêmicas em Taiwan. De acordo com esses autores, a falta de capacitação dos profissionais nos Escritórios de Transferência de Tecnologia das Universidades, baixa atratividade da área de pesquisa, falta de infraestrutura nas Universidades e desconhecimento das normas institucionais sobre o patenteamento inibem o depósito de patentes.

Boardman e Ponomariov (2009) fazem uma pesquisa com cientistas nos EUA para identificar características pessoais e profissionais que influenciam os cientistas universitários a interagir com Empresas privadas, demonstrando como uma série de fatores, tais como: o elevado custo do processo de patenteamneto para a Universidade e o desalinhamento de objetivos entre a Empresa e a Universidade, podem inibir o patenteamento e a transferência de tecnologia para a Empresa.

Pelyasov e Kuritsyna-Korsoyskaya (2009) examinam as fontes de inovação, focalizando especificadamente a relação entre as atividades de patentes e os fatores que

formam a infraestrutura inovadora de determinadas regiões russas. Este modelo testa a hipótese de que a inovação está concentrada em regiões que possuem uma infraestrutura tecnológica bem desenvolvida.

Sellenthin (2009) analisa os fatores que influenciam a decisão dos pesquisadores de patentear seus resultados de pesquisa a partir de um levantamento realizado com professores universitários na Suécia e na Alemanha. Os resultados da regressão mostram que a falta de infraestrutura, o desconhecimento das normas institucionais sobre o patenteamento e a falta de divulgação do Escritório de Transferência de Tecnologia nas Universidades inibem a solicitação de patentes.

Tödtling et al. (2009) concluem a partir de pesquisa realizada na Austria que a falta de

Documentos relacionados