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GENERO E GESTÃO SOCIAL ARTIGOS

3.4 P ROCEDIMENTOS PARA C OLETA DE D ADOS

Para se definir as cidades que seriam escolhidas, foi feito um levantamento, por meio de contato telefônico com cada uma das prefeituras para que fossem apuradas quais secretarias eram lideradas por homens e quais seriam lideradas por mulheres. Antes mesmo de o Projeto de Pesquisa ser aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), foram realizados contatos nos locais onde seriam realizadas as entrevistas para solicitar autorização oficial dos prefeitos municipais dos municípios escolhidos que assinaram o termo de autorização da Instituição (Apêndice II).

Após a aprovação do Projeto no Comitê de Ética e Pesquisa, os profissionais que atuam nas respectivas prefeituras e que aceitaram participar foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, sendo que uma via ficou em posse do pesquisador (Anexo A).

O projeto foi aprovado na Plataforma Brasil / Comitê de Ética da Universidade de Taubaté (UNITAU), com o protocolo CEP/UNITAU nº 25401714.7.0000.5501 (ANEXO B).

Para que o projeto fosse aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, foi solicitada a autorização do responsável para acessar os participantes das entrevistas, no caso, os prefeitos municipais das cidades escolhidas nas sub-regiões I e II, e, após a aprovação, deu-se inicio aos contatos para que fossem marcadas as entrevistas com os sujeitos da pesquisa. Inicialmente, os participantes foram contatados por telefone e o envio do projeto foi disparado via e-mail. Foram marcadas as datas e horários para realização das entrevistas de acordo com a agenda dos sujeitos da pesquisa. Após terem sido esclarecidas sobre o objetivo do estudo e assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, ficando uma das vias com o sujeito e a outra com a pesquisadora, foi-lhes garantido o sigilo da identidade pessoal e do local onde trabalham e, por esse motivo, seus nomes e cidades escolhidas não foram identificados nesta pesquisa, bem como a saída do estudo a qualquer momento, se assim desejassem. As gravações foram feitas em mídia digital e, depois, transcritas para efeito de análise, elas serão guardadas pela pesquisadora por cinco anos, após esse período, serão destruídas. Por questões éticas, as transcrições não serão disponibilizadas na íntegra.

Foram convidadas a participarem seis secretarias de políticas públicas, sendo três da Secretaria Municipal de educação e três da Secretaria Municipal de Assistência Social nas quais os cargos de gestão de politicas públicas são exercidos por mulheres. Dentre as secretarias de educação, por sobrecarga de agenda, não foi possível realizar a entrevista com uma delas, apesar de várias tentativas e datas agendadas.

As entrevistas seguiram as etapas da metodologia de História Oral, na qual, a pré- entrevista corresponde à etapa de preparação do encontro em que se dará a gravação, a entrevista onde serão gravados os relatos e a pós-entrevista no qual é enviado o agradecimento ao entrevistado (MEIHY, 2013).

3.4.1.Procedimentos para Análise de Dados

As narrativas coletadas foram analisadas por meio da técnica da triangulação a qual se constitui no confronto entre as narrativas, a conjuntura em que essas narrativas se constituíram e os autores que discutem a temática estudada.

a triangulação vem de um quadro de referência positivista, pressupondo,

como vimos, ser possível encontrar uma única realidade ou “verdade”.

Entretanto, isso não quer dizer que apenas os dados quantitativos sejam relevantes – os qualitativos e os quantitativos podem ser combinados para formar um único quadro coerente. (GRAY 2012, p337)

Para Minayo (2010), a triangulação pode ser utilizada em três dimensões: para avaliação de programas, projetos e disciplinas; para coleta de dados na qual permite a utilização de três ou mais técnicas; e para análise das informações coletadas.

A Triangulação enquanto técnica empregada para análise de dados prevê três momentos distintos, porém, articulados; momentos esses que são:

O primeiro momento diz respeito à preparação dos dados empíricos coletados, mediante diversos procedimentos a serem adotados. Esses procedimentos são representados por etapas sumárias que visam à organização e ao tratamento das narrativas. [...] O segundo momento se refere à análise propriamente dita, que implica a necessidade de se refletir sobre: primeiro, a percepção que os sujeitos constroem sobre determinada realidade; segundo, os processos que atravessam as relações estabelecidas no interior dessa estrutura e, para isso, a recorrência aos autores que se debruçam sobre tais processos e a temática trabalhada na pesquisa são imprescindíveis; terceiro, as estruturas que permeiam a vida em sociedade. (MINAYO, 2010).

Na técnica da triangulação, devem-se considerar três aspectos: as informações, ou os dados empíricos contidos nas narrativas; o diálogo com os autores, ou seja, o que dizem a respeito da temática em questão e, por último, a análise de conjuntura ou de contexto no qual as narrativas foram produzidas.

Para a utilização das entrevistas nos moldes da história oral, os dados foram transcritos em três fases: transcrição, textualização e transcriação. Na transcrição, o conteúdo da entrevista foi transformado em um texto escrito, estabelecendo uma cópia escrita perfeita e fiel da gravação, incluindo sons e a forma com que foram captados, mantendo os erros de linguagem. Na textualização, o texto foi mantido em primeira pessoa e reorganizado à partir de indicações cronológicas e/ou temáticas num exercício de aproximação dos temas abordados e retomados em diferentes momentos com o objetivo de facilitar a leitura e possibilitar uma melhor compreensão do que o narrador expos. Por último, foi feita a transcriação, em que é elaborado um texto recriado em sua plenitude, afirmando a

interferência do autor no texto, obedecendo ao que foi combinado com o colaborador. Nessa etapa, foram incorporados os elementos extratexto, procurando trazer ao leitor as sensações provocadas pelo contato e, por isso, a importância da validação do entrevistado.