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1 - a rritMias e e letro F isiologia

No documento CARD I OLO G I A P RÁ TI C A (páginas 111-125)

EP 021

BRADICARDIA SINUSAL SINTOMÁTICA APÓS IMPLANTE DE BALÃO INTRA-GÁSTRICO

GUSTAVO LAMOS CHECOLI, MARIANA PEZZUTE LOPES, MARCEL DE PAULA PEREIRA, JAIRO TAVARES NUNES, FERNANDO RABIOGLIO GIUG-NI, PATRICIA OLIVEIRA GUIMARÃES, GUSTAVO ANDRÉ BOEING BOROS, PAULO VINICÍUS RAMOS SOUZA, FRANCISCO AKIRA MALTA CARDOZO, ALEXANDRE DE MATOS SOEIRO

UNIDADE CARDIOLÓGICA INTENSIVA BP MIRANTE - SÃO PAULO - SP - BRASIL Introdução: Mais de 1. 4 bilhões de adultos no mundo tem sobrepeso ou são obesos.

Individuos com obesidade comumente desenvolvem comorbidades como diabetes e hiper-tensão. O balão intra-gástrico (BIG) pode ser considerado como terapia para perda de peso e controle de comorbidades associadas. É uma terapia minimamente invasiva e temporária que consiste num balão macio, preenchido de solução salina implantado no estômago para promover saciedade e restrição. Complicações são raras e normalmente não relacionadas à problemas cardiológicos. Relato do caso: Paciente do sexo masculino, 47 anos, iniciou quadro de epigastralgia em cólica, náuseas e vômitos intensos há 12 horas, refratários ao tratamento sintomático. Havia implantado BIG eletivo no da anterior Indicado para auxílio no emagrecimento. Referia ter obesidade grau 1 (IMC 30,3 kg/m2), hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2. À entrada encontrava-se hemodinamicamente estável, porém com frequência cardíaca de 38 bpm. Realizado eletrocardiograma e constatada bradicardia si-nusal. Na ocasião sem sinais de instabilidade, porém com PA em níveis mais baixos do que o seu habitual e apresentava-se com palidez cutânea sem anemia. Como paciente não fez nenhum uso de medicamentos cronotrópicos negativos e não havia alteração de eletrólitos, na ausência de bloqueios AV e outros sintomas, foi realizada hipótese de estimulo vagal exacerbado pela presença do BIG, procedendo a sua retirada. Logo após, o paciente retoma frequencia cardíaca de 82 bpm com ritmo sinusal, assintomático. Discussão: Vários estu-dos mostram que o implante de BIG é seguro com baixo índice de complicações. Efeitos colaterais comuns são náuseas, vômitos e epigastralgia. Complicações severas incluem obstrução intestinal, perfuração e morte. A taxa de mortalidade é de zero segundo meta--análise com 1200 pacientes. Entretanto nesse caso vemos uma possível complicação rara, com poucas descrições na literatura, sendo que o BIG pode induzir hiperativação do nervo vago por meio de estiramento da parede gástrica e esse estímulo contínuo pode aumentar o estimulo colinérgico cardíaco, resultando na bradicardia apresentada, resolvida após sua retirada. Conclusão: Apesar de raras, complicações cardiovasculares relacionadas ao BIG podem ocorrer, sendo necessária avaliação minuciosa e suspeição clínica correta.

EP 022

REGISTRO DE ABLAÇÃO DE TAQUICARDIA VENTRICULAR NA CARDIOMIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA

CRISTIANO DE OLIVEIRA DIETRICH, RODRIGO CALIGARIS CAGI, CE-CILIA BITARAES DE SOUZA BARROS, RAFAEL THIESEN MAGLIARI, LUIZ ROBERTO LEITE, FABIO MARTINS NARDO BOTELHO, ANDRE, BENHUR DAVI HENZ

CENTRO DE ARRITMIAS E ELETROFISIOLOGIA CARDIACA - SAO PAULO - SP - BRASIL, INSTITUTO BRASILIA DE ARRITMIAS - BRASILIA - DF - BRA Introdução: A taquicardia ventricular (TV) apresenta importante impacto para po-pulação chagásica. Episódios recorrentes são frequentes e necessitam terapia supres-siva farmacológica e ablativa. Nesta análise, objetiva-se demonstrar os resultados da ablação de TV na cardiomiopatia chagásica crônica (CCC). Tipo de estudo: coorte retrospectiva. Métodos: Incluídos pts chagásicos com TV recorrente sem resposta a terapia medicamentosa que foram submetidos ao procedimento. Ablação foi realizada por abordagem endocárdica e/ou epicárdica com auxílio de mapeamento eletroanatô-mico durante ritmo de base (sinusal 14/23 e marcapasso 9/23) para definir a cicatriz (<0,5mV) e localizar área contendo LAVA e potenciais tardios (PT). Ablação foi diri-gida ao istmo da TV em arritmias estáveis e região contendo PT. Resultados: Incluídos 23 pts (idade 63±7 anos; FEVE de 36±5%) com 4±2 TV apesar de amiodarona + betabloqueador (23/23). Todos pts tinham cicatriz: endo 20/23 e epi 18/19 (epicár-dio não abordado: 4 pts). Localização da cicatriz em região póstero-basal e lateral em 21/23 pts; outros 2: ântero-apical. Induzidas 1,9±0,8 TV (n=44), sendo 1,3±0,9 instáveis (32/44). Eliminação de LAVA/PT foi atingida em todos pts (endo=6/23;

endo+epi=14/23; epi=3/23). Intercorrências do procedimento: nenhuma. Seguimento de 27±11 meses com 2 recorrências (12 e 15 mês). Um paciente morreu de falência car-díaca aos 18 meses (sem recorrer). Conclusão: Ablação por cateter em paciente cha-gásicos é segura e efetiva utilizando-se a abordagem com eliminação de eletrogramas anormais. Há baixa possibilidade de recorrência com a técnica guiada pelo substrato.

EP 023

RELAÇÃO ENTRE PARÂMETROS DE REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR E A INDUTIBILIDADE DE ARRITMIAS VENTRICULARES DURANTE ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO EM PORTADORES DE DOENÇA CORONÁRIA CARVALHO, G. D., ARMAGANIJAN, L. V., MOREIRA, D. A. R, GALVÃO, B. M. A., PESSOA, C. C., ERBANO, B. O., OLANDOSKI, M., LUZ, R. S. B.

INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - SP - BRASIL Introdução A morte súbita cardíaca (MSC) corresponde a 5% dos óbitos na popu-lação. Até 80% dos casos ocorrem em portadores de doença isquêmica. Na atuali-dade, o parâmetro utilizado com este fim é a fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE). Nas últimas décadas, parâmetros de repolarização ventricular se mostraram ferramentas úteis na estratificação deste risco em diversas patologias. Métodos Estudo transversal, que incluiu 177 portadores de doença coronária e foram submetidos a estudo eletrofisiológico (EEF) em um hospital terciário entre 2013-2017, e teve por objetivo avaliar a associação entre parâmetros eletrocardiográficos de repolarização ventricular e indução de arritmias ventriculares malignas (AVM) nos grupos com FEVE maior e menor do que 35%. Resultados A amostra apresentou idade média de 65 anos, predomínio do gênero masculino (83,6%) e FEVE média de 37,5%. Em relação a eventos prévios, 76,8% dos pacientes apresentaram síndrome coronária e 16,9%, MSC abortada. AVM foram induzidas em 75 indivíduos (42,4%). Análise multivariada demonstrou que o intervalo QT associou-se ao desfecho, com aumento de 7% na chance de indução de arritmia a cada incremento de 10ms. Em contrapartida, os intervalos QT corrigido e T pico-fim, suas dispersões e a relação QT/T pico-fim não apresentaram tal relação. Curva ROC evidenciou que QT > 452ms possui acurácia de 0,611 (p=0,011) para predizer indução de AVM, com OR=2,7 (p=0,04). No que diz respeito aos indivíduos com FEVE < 35%, análise univariada demonstrou que nenhum dos parâmetros de repolarização ventricular relacionou-se com a indutibilidade arrítmica. Quando avaliadas conjuntamente as variáveis FEVE e intervalo QT, utilizando o ponto de corte de 452 ms, verificou-se que o prolongamento do parâmetro eletrocardiográfico associado à disfunção ventricular importante aumentou o risco do desfecho (p=0,0003) e, em análise multivariada, apresentou OR=5,44 (p=0,0004). No tangente aos pacientes com FEVE ≥ 35%, a dispersão do QT foi significativamente maior naqueles com indução de arritmia; tal associação não foi verificada nas demais variáveis. A curva ROC demonstrou que valores > 20ms obtiveram acurácia de 0,638 na predição do desfecho. Conclusão: O intervalo QT relaciona-se à indução de AVM durante EEF em pacientes portadores de doença coronária, e valores acima 452 ms demonstraram moderada capacidade preditiva para este desfecho, especialmente quan-do associaquan-do a FEVE < 35%. A dispersão quan-do QT foi um fator de risco com acurácia intermediária para predição naqueles com FEVE ≥ 35%.

FABIO K. DORFMAN, EVANDRO SBARAINI, PEDRO AUGUSTO GORI LIMA, ROBERTA BOARI, CONRADO BALBO, CLAUDIA DA SILVA FRAGATA, BRUNO KIOSHI NUMATA, PAULO ALEXANDRE DA COSTA, MAURÍCIO I. SCANAVACCA

HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP - BRASIL, INCOR - SÃO PAU-LO - SP - BRASIL, HOSPITAL SÃO LUIZ - OSASCO - SÃO PAUPAU-LO - BRASIL Introdução: As reações de hipersensibilidade aos componentes do marcapasso têm sido raramente descritas. O diagnóstico deve ser considerado após a exclusão da infec-ção. O titânio é o componente de marca-passo mais comum relacionado a reações alér-gicas, mas o diagnóstico é desafiador. O objetivo deste relatório é descrever uma abor-dagem prática para fazer esse diagnóstico. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 43 anos, portadora de cardiomiopatia chagásica, submetida a implante de marcapasso por bloqueio AV tipo II grau 2. Após 1 mês, ela relatou dor local persistente, apesar da associação de analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais. O paciente foi operado após 6 meses devido a sintomas persistentes com processo inflamatório local e exames de sangue inconclusivos e ultrassonografia. Não foram encontrados sinais claros de infecção durante a inspeção da ferida; bacterioscopia fluida e culturas para patógenos aeróbicos e anaeróbicos foram negativas. O gerador foi substituído em uma posição mais profunda e as suturas foram feitas com poliglecaprona. No acompanhamento, os sintomas e exames laboratoriais permaneceram inalterados. Em seguida, foi feita uma hipótese de alergia aos componentes de titânio do marcapasso, com base na história do paciente de alergia de contato a metais. Como o Teste de Imunoestimulação por Linfó-citos da Memória (MELISA) não estava disponível, usamos uma faixa elástica abdo-minal para colocar o marcapasso em contato direto com a pele do paciente na região abdominal. Após 4 horas, o paciente relatou um desconforto importante com a neces-sidade de remover o dispositivo (FIG1). Um gerador de ouro (Medtronic Adapta®DR PVV, ouro de 24 quilates, espessura mínima de revestimento de 0,45 mm) foi fabricado e implantado, levando à resolução dos sintomas em 8 semanas. Conclusões: A alergia de contato deve ser considerada no diagnóstico diferencial do processo inflamatório crônico após o implante de marcapasso. O teste de contato direto com marcapasso na pele do paciente pode ser útil como uma estratégia alternativa de diagnóstico. Estudos adicionais são necessários para avaliar se o método pode ou não ser validado como um teste recomendado.

DO LARROVERE VÁSQUEZ, LUCAS TRINDADE CANTÚ RIBEIRO, NÚBIA FER-REIRA PEDRO LACK, MARTINA BATTISTINI PINHEIRO, TAN CHEN WU, CARO-LINA LEMES, JOÃO HENRIQUE CLASEN, MAURÍCIO IBRAHIM SCANAVACCA HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - BRASIL

A Síndrome do QT longo congênito (LQTS) é uma síndrome arrítmica hereditária ca-racterizada por prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma (ECG), torsades de pointes e maior risco de morte súbita cardíaca. Inúmeras drogas podem ocasionar aumento do intervalo QT, não somente devido a ação dessas medicações nos canais iônicos, mas também relacionadas com predisposição genética, alterações eletrolíticas e metabólicas e alterações autonômicas. Caso clínico: Paciente 17 anos, sexo feminino, admitida no pronto-atendimento com relato de abalos musculares involuntários associa-dos a perda da consciência e liberação esfincteriana, pouco após acordar. Na chegada, apresentou episódio de crise convulsiva tônico-clônica generalizada presenciada pela enfermagem, também associada a liberação esfincteriana, seguida de sonolência. Fami-liares referiam se tratar do terceiro episódio, apresentou o primeiro episódio há 5 anos e o segundo há 2 anos, sempre logo após o despertar. Durante monitorização em unidade terapia intensiva, registrou-se Torsades de pointes, sem instabilidade hemodinâmica.

No ECG foi evidenciado ritmo sinusal com QTc 518 ms (Bazett). Corrigidos distúrbios hidroeletrolíticos e iniciado infusão de sulfato de magnésio e optado por passagem de marcapasso provisório transvenoso. Na história pregressa, referia uso recente de Amo-xicilina-Clavulanato, Dipirona, Fexofenadina e Betametasona tópica. Realizou exames complementares, sendo excluída a presença cardiopatia estrutural no ecocardiograma;

realizou teste ergométrico que não demonstrou encurtamento do intervalo QTc no quar-to minuquar-to da recuperação; e no Holter apresenquar-tou alteração da repolarização ventricular durante todo o exame, com intervalo QT de até 660 ms. Coletada pesquisa genética para QT longo, que encontra-se em andamento. Foi iniciado Propranolol com aumen-to gradual e progressivo da dose até 2,26 mg/kg, máxima dose aumen-tolerada, porém ainda mantendo QTc maior que 500ms. Devido critérios de gravidade acima citados, optado conjuntamente com paciente e familiares por implante de cardiodesfibrilador implan-tável (CDI). Conclusão: O tratamento de escolha para pacientes diagnosticados com SQTL é betabloqueador com ação no sistema nervoso central (Propranolol e Nadolol).

O CDI deve ser conside-rado como terapia adjun-ta não só na prevenção secundária de indivíduos recuperados de parada cardíaca, mas também em pacientes com even-tos arrítmicos apesar do uso de betabloqueado-res. Drogas que prolon-gam o intervalo QT de-vem sempre ser evitadas nesses pacientes.

EP 026

QUALIDADE DA IMAGEM DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA DE 1,5 TESLA COM AQUISIÇÕES CONVENCIONAIS EM PORTADORES DE CARDIOVERSOR DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL

VERIDIANA SILVA DE ANDRADE, MARTINO MARTINELLI FILHO, CARLOS EDUARDO ROCHITTE, ARIANE BINOTI PACHECO, BERNARDO BAPTISTA DA CUNHA LOPES, SÉRGIO FREITAS DE SIQUEIRA, ALINE LORIENE SOU-ZA, SILVANA ANGELINA D´ORIO NISHIOKA

INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - SP - BRASIL

Introdução: A imagem apurada da ressonância magnética cardíaca (RMC) é ferrramenta diagnóstica e terapêutica essencial para pacientes com cardiomiopatia e cardiodesfibrilador implantável (CDI). Nestes, o uso indiscriminado da RMC, atualmente, é limitado aos dispositivos condicionais e, tem sido muito questionado pelas dificuldades de interpretação dos achados. O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade e a capacidade diagnóstica da RMC em portadores de CDI condicional. Métodos:

avaliamos 22 pacientes que realizaram 2 exames de RMC, antes-(RMC1) e após implante de CDI (RMC2). Esta seguiu protocolo de segurança e de múltiplas sequências de pulsos, incluindo técnicas da rotina clínica de avaliação de função ventricular, anatomia e análise tecidual. A qualidade da imagem de RMC foi avaliada por 3 radiologistas e a classificada por escore, de 1(pior) a 5 (melhor), considerando a capacidade diagnóstica e a presença de artefatos. As imagens de ventrículo esquerdo (VE), adquiridas em múltiplos cortes, foram analisadas conforme segmentação da American Heart Association, totalizando 1.

837 segmentos. Resultado: a RMC1 obteve escores elevados (m = 4,7±0,5 para Cine SSFP e 4,8±0,6 para realce tardio - RT) com 100% de diagnóstico. Todos os exames de RMC2 foram afetados por artefatos de suscetibilidade, principalmente nas paredes anterior e lateral do VE. O escore segmentar médio e as respectivas taxas de capaci-dade diagnóstica foram: 3,1 (82,3%) para o Cine SSFP; 1,74 (27,8%) para o RT e 2,1 (30,4%) para perfusão miocárdica (PM). Também analisamos 88 imagens em corte único cujas taxas de capacidade diagnóstica foram de 0% para o mapa T1; 77,3% para FSE

triple anatômico e double IR; 68,2% para mapa de fluxo e 9,0% para FSE triple edema.

Analisando separadamente imagens diagnósticas, o escore segmentar médio e a propor-ção de imagens diagnósticas foi: 3,4±0,6 (307/373) para Cine SSFP; 4,0±0,8 (96/364) para RT; 4,2±0,8 (107/352) para PM. Os testes funcionais do CDI realizados antes e após a RMC2 e, no seguimento de 3 meses não demonstraram alterações significativas.

Encontramos correlações entre altura do paciente, vetores cardíacos e diâmetros ventri-culares com a qualidade da imagem. Conclusão: Em pacientes com CDI condicional, a qualidade e a capacidade diagnóstica das imagens de RMC são comprometidas por artefatos de suscetibilidade. Em particular, o RT, uma das seqüências mais importantes para a abordagem de cardiomiopatias, monstrou taxa diagnóstica reduzida, sugerindo a necessidade de novas estratégias na detecção de fibrose / lesão do miocárdio por RMC.

CRISTIANO DE OLIVEIRA DIETRICH, RODRIGO CALIGARIS CAGI, RA-FAEL THIESEN MAGLIARI, CECÍLIA BITARAES DE SOUZA BARROS, ALE-XANDRE TERUYA

HOSPITAL MORIAH - SAO PAULO - SP - BRASIL

Introdução: A ablação de fibrilação atrial (FA) é atualmente uma terapia estabelecida.

Estima-se que a sua exposição fluoroscópica equivale a 800 Rx torácicos, aumentando risco aos profissionais e pacientes (pts). O sistema eletroanatômico (MEA) e o eco-cardiograma intracardíaco (EIC) possibilitaram uma exposição inferior a 10min. Ob-jetivo: Avaliar a eficácia e segurança na implementação de ablação de fibrilação atrial totalmente sem fluoroscopia. Métodos: Incluídos pts consecutivos com indicação para ablação de FA. Após termo de consentimento ser assinado, o procedimento foi reali-zado sob anestesia geral. Punção venosas guiadas por ecodoppler vascular. Punção transeptais realizadas sob visualização do EIC (43/45) ou ETE (2/45). Ablação com isolamento WACA das veias esquerdas e direitas por técnica ponto-a-ponto utilizando--se 40-50w por 5-15s. Adicionalmente, pesquisa de trigger não-VP ou modificação de substrato (casos redo ou persistentes). Análise apresentada como média±desvio padrão (quantitativas) ou valor absoluto (quantitativas). Resultados: 45 pts (idade 55±9anos;

masculino 33/45) foram incluídos (FA paroxística 30/45, persistente 7/45, persistente longa duração 3/45 e redo 5/45). Tempo de FA de 3,2±2,5anos. Dados ecocardiográfi-cos: AE 39±3mm 34±6ml/m2 FEVE 64±3%. Procedimento realizado em ritmo sinusal (40/45) ou FA (5/45) com Carto-3 (38/45) e EnSite-Precision (7/45). Tempo total procedimento 146±31min, tempo total de punção transseptal 11±4min; tempo total p/ mapa do AE 11±1,3min; tempo total de AE 84±21min. Para isolamento antral das VPs: tempo total 402±172s; tempo VPEs 200±83 e VPDs 202±86s. Sem complicação no procedimento. Seguimento com 3 recorrências (5,7±1,1 meses). Conclusões: A ablação de FA pode ser realizada sem fluoroscopia com eficácia e segurança utilizando os sistemas 3D e ecocardiografia.

TRADICIONAL DE APRENDIZAGEM

THAISE WRUBLESKI, EMILTON LIMA JUNIOR, GUSTAVO LENCI MAR-QUES, THAIS BIANCO, MAYARA PRUDÊNCIO DE SOUZA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ - CURITIBA - PARANÁ - BRASIL

Introdução: Sabendo que o ensino superior nas últimas décadas tem exigido cada vez mais aperfeiçoamento de habilidades práticas, inúmeras transformações e inovações estão surgindo para complementar o ensino. A introdução nas escolas médicas de métodos didáticos, como a educação baseada em simulação, além de estimular o auto aprendizado, contribui para a formação de profissionais capazes de lidar adequadamente com situações complexas do dia-a-dia da medicina, como por exemplo as arritmias cardíacas. Métodos: Trata-se de um estudo clínico prospectivo randomizado no qual noventa estudantes de medicina do 11º período foram selecionados e divididos em dois grupos aleatoriamente. No grupo “teoria” os alunos foram submetidos a um teste de múltipla escolha contendo quinze questões antes e após uma aula teórica/expositiva sobre arritmias cardíacas. No grupo “simulação” os alunos foram submetidos a um trei-namento prático sobre arritmias sendo aplicado novamente o mesmo questionário do primeiro grupo, antes e após o treinamento. As respostas dos participantes foram ana-lisadas para obter a conclusão de qual método de ensino mostrou-se mais eficaz. Re-sultados e discussão: A partir dos noventa alunos previamente selecionados, seis não compareceram ou não aceitaram participar do estudo, sendo assim, trinta e oito alunos compuseram o grupo “teoria” e quarenta e seis o grupo “simulação”. As mulheres fo-ram maioria e não houve diferenças de idade entre os grupos (p> 0,05). Na comparação dos grupos de simulação e teoria quanto à nota geral no teste pós-aula imediato, os resultados demonstraram que houve diferença estatisticamente significante (p= 0,047), entre o grupo que participou da aula teórica (M = 74,4, DP = 13) e o grupo de simula-ção clínica (M = 79,5, DP = 11,2) sobre o tema de conhecimento arrítmico. No entanto não houve significância estatística (p=0,126) ao ajustar a análise dos dados utilizando a nota geral pré-aula como covariável. Considerações finais: Infere-se a partir do que foi exposto que, ao analisar as pontuações médias nas avaliações pós-aula imediatos, o treinamento baseado em simulação aparenta ser superior em eficácia quando compa-rada ao ensino teórico/expositivo. No entanto, ao comparar a eficácia entre essas duas metodologias corrigindo

para o conhecimento prévio dos alunos a par-tir das avaliações pré--aula, não foi possível determinar qual forma de ensino obteve melho-res melho-resultados. Palavras chave: Educação médi-ca; Simulação médimédi-ca;

Arritmias cardíacas;

Competência clínica;

Habilidades técnicas.

EP 029

PERDA TRANSITÓRIA DA CONSCIÊNCIA E SÍNCOPE: ANÁLISE DO PERFIL DE PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL PRIVADO E PROPOSTA DE ALGORITMO DE ABORDAGEM.

GIORGIO MARINARO, MARINA PASSOS PIZZITOLA, GABRIELA VINCENZI DE SOUZA, CAMILLA TOLEDO FONZAR, ANA CAROLINA R. PÉGOLO, IZA ANDRADE A. SOUZA, NAYARA M. CARVALHO, LAIS G.

YOKOTA, RICARDO CARNEIRO AMARANTE

HOSPITAL EDMUNDO VASCONCELOS - SÃO PAULO - SÃO PAULO - BRASIL Introdução: O quadro de síncope é um desafio médico no pronto-atendimento, sobre-tudo para avaliação do risco de etiologia cardíaca e desfechos desfavoráveis. Objetivo:

Avaliação do perfil de pacientes com diagnóstico de síncope internados em um hospital privado, além de estratificar o risco inicial de etiologia cardíaca e propor um modelo de abordagem no departamento de emergência. Métodos: Estudo transversal, retros-pectivo e observacional. A coleta de dados se deu via prontuário eletrônico, selecio-nando pacientes com síncope internados com a equipe da Cardiologia entre janeiro de 2015 e novembro de 2019. Os pacientes foram estratificados precocemente no pronto--atendimento quanto ao risco de gravidade do quadro sincopal. Para tal avaliação, foi utilizada a diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia. 2018 ESC Guidelines for the diagnosis and management of syncope (ESC 2018). Por fim, avaliou-se se há associa-ção entre o risco estratificado e o diagnóstico de síncope de etiologia cardíaca. Análise estatística: As variáveis numéricas foram representadas em média, mediana e desvio padrão. As associações se deram por meio do teste qui-quadrado com valor p-calculado por método de simulações Monte-Carlo (Hope, 1968) quando envolvendo somente variáveis categóricas; e one-way ANOVA para variáveis intervalares. Resultados: A amostra foi composta por 64 pacientes, com média de idade de 63 anos, discreta pre-dominância do sexo masculino e alta prevalência de doença arterial vascular prévia estabelecida (Tabela 1). Quanto a etiologia da síncope, houve alta porcentagem de

Avaliação do perfil de pacientes com diagnóstico de síncope internados em um hospital privado, além de estratificar o risco inicial de etiologia cardíaca e propor um modelo de abordagem no departamento de emergência. Métodos: Estudo transversal, retros-pectivo e observacional. A coleta de dados se deu via prontuário eletrônico, selecio-nando pacientes com síncope internados com a equipe da Cardiologia entre janeiro de 2015 e novembro de 2019. Os pacientes foram estratificados precocemente no pronto--atendimento quanto ao risco de gravidade do quadro sincopal. Para tal avaliação, foi utilizada a diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia. 2018 ESC Guidelines for the diagnosis and management of syncope (ESC 2018). Por fim, avaliou-se se há associa-ção entre o risco estratificado e o diagnóstico de síncope de etiologia cardíaca. Análise estatística: As variáveis numéricas foram representadas em média, mediana e desvio padrão. As associações se deram por meio do teste qui-quadrado com valor p-calculado por método de simulações Monte-Carlo (Hope, 1968) quando envolvendo somente variáveis categóricas; e one-way ANOVA para variáveis intervalares. Resultados: A amostra foi composta por 64 pacientes, com média de idade de 63 anos, discreta pre-dominância do sexo masculino e alta prevalência de doença arterial vascular prévia estabelecida (Tabela 1). Quanto a etiologia da síncope, houve alta porcentagem de

No documento CARD I OLO G I A P RÁ TI C A (páginas 111-125)