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Capítulo 5 – CONCLUSÕES

5.1. Síntese Conclusiva dos Resultados

Decorrente da finalidade do presente estudo, exposta no primeiro capítulo e recapitulada ao longo do Relatório Final, desenvolveram-se cinco atividades orientadas para a promoção do Pensamento Crítico, potenciadoras do estabelecimento de conexões entre Ciências e Matemática e da articulação de contextos de Educação Formal e de Educação Não-formal.

Com a implementação das atividades, os sujeitos do estudo, alunos do 1.º ano de escolaridade do 1.º CEB, foram confrontados com questões (orais e escritas) que apelavam à mobilização de capacidades de Pensamento Crítico, assim como à (re)construção/mobilização não só de conhecimentos em Estudo Meio (científicos) mas também matemáticos.

Deste modo, apresenta-se, nesta secção, uma síntese das conclusões dos resultados obtidos, apresentados no capítulo anterior, tendo em conta as duas questões de investigação, as quais são relembradas:

 Qual o contributo das atividades orientadas para a promoção do Pensamento Crítico, potenciadoras do estabelecimento de conexões entre Ciências e Matemática e da articulação de contextos de Educação Formal e de Educação Não-formal para a mobilização de capacidades de Pensamento Crítico dos alunos?

 Qual o contributo das atividades orientadas para a promoção do Pensamento Crítico, potenciadoras do estabelecimento de conexões entre Ciências e Matemática e da articulação de contextos de Educação Formal e de Educação Não-formal para a (re)construção/mobilização de conhecimentos científicos e matemáticos dos alunos?

Relativamente à primeira questão, os resultados obtidos apoiam a conclusão de que as cinco atividades desenvolvidas contribuíram para os alunos, envolvidos neste estudo, mobilizarem capacidades de Pensamento Crítico.

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Tal como exposto no capítulo anterior, 85% das respostas dadas pelos alunos às questões formuladas por escrito, conforme Guião do Aluno, e que apelavam a capacidades de Pensamento Crítico, foram consideradas aceitáveis. Isto significa que a implementação das atividades contribuiu para que os alunos, de uma forma global, usassem capacidades de Pensamento Crítico.

Tendo em conta que as várias questões apelavam a capacidades de Pensamento Crítico correspondentes a áreas (dimensões) distintas da Taxonomia de Ennis, verificou-se que a percentagem de respostas consideradas como aceitáveis divergiu consoante a área da capacidade a que cada uma apelava. Neste âmbito, constatou-se que a área da Inferência é aquela que apresenta um resultado mais positivo, sendo que 100% das respostas dadas pelos alunos a questões que apelavam explicitamente a uma capacidade desta área foram consideradas aceitáveis.

Os resultados obtidos permitem afirmar que sempre que foi apelada uma capacidade de Pensamento Crítico mais do que uma vez, observou-se um aumento do número de alunos, de uma questão para a outra, a mobilizarem essa mesma capacidade. Em relação à capacidade fazer e responder a questões de clarificação e desafio: porquê? [3.a)], esta foi apelada explicitamente três vezes, concretamente nas questões 5. e 7.2 da atividade 3 e na questão 3.b.) da atividade 5. Os resultados evidenciam que os alunos foram capazes de responder a questões de clarificação e desafio,  como  por  exemplo,  “porquê?”.  A  este  respeito,  é  de  salientar  o  aumento  progressivo  do   número de alunos que evidenciou ter mobilizado esta capacidade, de 16 para 20 alunos, da primeira para a segunda questão e, de 20 para 23 alunos, da segunda para a terceira questão. De facto, da terceira e última vez que se apelou a esta capacidade, todos os alunos que responderam (23 em 24 alunos) mobilizaram esta capacidade.

Quanto à capacidade Interatuar com os outros – apresentar uma posição a uma audiência particular [12.c)], verificou-se também um aumento do número de alunos a evidenciarem mobilização desta capacidade de PC, de 71% para 95%. Neste contexto, importa realçar o facto de os alunos, na segunda vez a que se apelou a esta capacidade, apresentarem respostas mais completas, integrando mais afirmações e sem recorrer a desenhos e/ou esquemas.

Relativamente à capacidade Fazer e avaliar induções – Investigar [7. c)], verifica-se que foi apelada três vezes. Os resultados sugerem que os alunos foram capazes de investigar em três atividades de cariz experimental distintas, sendo que a totalidade dos alunos mobilizou esta capacidade em todas as questões apeladas.

Em relação à segunda questão de investigação, é possível afirmar que, de uma forma global, os resultados obtidos suportam a conclusão de que as cinco atividades desenvolvidas contribuíram para que os sujeitos envolvidos no presente estudo (re)construíssem/mobilizassem conhecimentos científicos e matemáticos.

Relativamente aos conhecimentos científicos, os resultados obtidos sugerem que as atividades desenvolvidas criaram oportunidades para os alunos (re)construírem/mobilizarem

85 conhecimentos de Estudo do Meio, apelados explicitamente em várias questões. O conhecimento g)   “reconhecer   o   princípio   de   funcionamento   do   parafuso   de   Arquimedes”   em   foco   em   três   questões distintas (questões 5, 6 e 7 da atividade 2) foi (re)construído, pois o número de respostas que evidenciam que o conhecimento foi mobilizado, aumenta da primeira para a segunda vez em que é apelado, com 11 alunos a (re)construir/mobilizar o conhecimento nara primeira questão e a totalidade, 24, na segunda. Da segunda para a terceira vez a que se apelou à mobilização do conhecimento g), o número de respostas consideradas aceitáveis diminuiu, com menos um aluno a evidenciar a mobilização deste conhecimento.

O  conhecimento  b)  “dar  exemplos  de  atividades  do  Ser  Humano  em  que  pode  ser  utilizado  o   parafuso de  Arquimedes”  foi aquele que apresentou um menor número de alunos a evidenciar a sua (re)construção/mobilização, pois na única questão a que foi apelado explicitamente (questão 6.1. da atividade 3), apenas 46% dos alunos apresentaram uma resposta considerada aceitável.

Quanto aos conhecimentos matemáticos, os conhecimentos Identificar numa imagem o local onde se encontram [a)], Realizar estimativas [e)], Realizar medições utilizando unidades de medida não convencionais [f)] foram apelados em várias questões. Os resultados obtidos sugerem uma boa mobilização destes conhecimentos matemáticos, uma vez que todos os alunos que responderam evidenciaram a (re)construção/mobilização destes três conhecimentos.

Em suma, os resultados obtidos permitem afirmar que as atividades, orientadas para a promoção do Pensamento Crítico, potenciadoras do estabelecimento de conexões entre Ciências e Matemática e da articulação de contextos de Educação Formal e de Educação Não-formal, criaram oportunidades para os alunos do 1.º ano de escolaridade do 1.º CEB, envolvidos no presente estudo, mobilizarem capacidades de Pensamento Crítico, tais como: Identificar ou formular uma questão; Fazer e responder a questões de clarificação e desafio, como por exemplo, Porquê? ou O que seria um exemplo?; Fazer e avaliar observações; Fazer e avaliar induções: Investigar; Decidir sobre uma ação: Formular soluções alternativas; Rever, tendo em conta a situação no seu todo e decidir; e Interatuar com os outros – apresentar uma posição a uma audiência particular. Além disso, atividades criaram ainda oportunidades para os alunos (re)construírem/mobilizarem conhecimentos matemáticos alusivos a diferentes subdomínios do Programa de Matemática do Ensino Básico (Ponte et al., 2007), nomeadamente: Orientação espacial; Figuras no plano e sólidos geométricos; Comprimento, massa, capacidade e área; Tempo (respeitantes ao domínio da Geometria e Medida); e, finalmente, Regularidades (pertencente ao domíno dos Números e Operações). Por fim, as atividades permitiram ainda que os alunos (re)construíssem/mobilizassen conhecimentos científicos centrados, por um lado, na temática Água e, por outro, em vários blocos de conteúdo do Estudo do Meio, previstos no documento Organização Curricular e Programas Ensino Básico – 1º Ciclo (ME, 2004), mais concretamente nos seguintes blocos: À descoberta do ambiente natural, À descoberta de si mesmo; À descoberta dos materiais e objetos; À descoberta das inter-relações entre a natureza e a sociedade.

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