• Nenhum resultado encontrado

Síntese da Avaliação de Impactos por Aproveitamento

No documento INV.URG-GE.00-IT.4001-(P) (páginas 104-123)

I Impacto na Subárea (j), quando se instala apenas o i-ésimo aproveitamento da alternativa.

POPURB População Rural

3.2.6.3 Síntese da Avaliação de Impactos por Aproveitamento

Este item apresenta uma síntese dos principais impactos por aproveitamento para possibilitar um melhor entendimento e facilitar a análise comparativa dos mesmos.

Para tanto foram elaborados tabelas resumo para cada um dos aproveitamentos com alguns dos parâmetros considerados na avaliação ambiental dos impactos.

a) Aproveitamento San Pedro 52,0 m

O aproveitamento de San Pedro localiza-se no rio Uruguai a uma distância de 520 km da foz do rio. Este é o maior dos aproveitamento estudados na etapa de Estudos Preliminares e pode ser vizualizado no mapa INV.URG-GE-77-MP.2001, apresentado no Tomo 21 – Apêndice D – Estudos Ambientais. A área de reservatório é mais do que o dobro do que a de Garabi na cota 89,0 m abrangendo cerca de 198 mil ha e um comprimento total da ordem de 260,14 km.

Quadro 3.2.6.3-1. Parâmetros do Reservatório

Parâmetros San Pedro

52,0 m

Área do reservatório (ha) 198.340

Volume do Reservatório (hm3) 9.299,7

Vazão Média (m3/s) 4.249

Comprimento do Reservatório (km) 260,1

Tempo de Residência (dias) 25,3

O tempo de residência condiciona a reciclagem de nutrientes e o potencial de assimilação pelos organismos autótrofos, controlando a produção primária e secundária, o desenvolvimento de algas e macrófitas e também o grau de trofia do ambiente aquático. Para o aproveitamento San Pedro, o tempo de residência calculado é de 25,3 dias o que reflete um grau de impacto considerado moderadamente baixo.

As características das margens do rio Uruguai na região do aproveitamento determinam grandes áreas de alagamento e longos braços. No rio principal, o reservatório deve se estender por cera de 260 km, que somados aos 975,1 km de arroios comprometidos, totalizam cerca de 1.235 km de ambientes que hoje apresentam regime lótico e que passarão, com a formação do reservatório, para lêntico, o que provocará modificações na velocidade da corrente e na qualidade da água, influenciando a estrutura e a diversidade das comunidades aquáticas. Quanto aos ambientes ecologicamente estratégicos, habitats que por suas características específicas são relevantes para a vida, reprodução e perpetuação das espécies da ictiofauna e comunidades associadas, destaca-se que serão afetados cerca de 200 mil ha, o que representa menos de 2% da área da bacia. Já os ambientes associados às ilhas sofrem um impacto significativo, sendo que estimou-se em cerca de 62% a perda desse tipo de ambiente (Quadro 3.2.6.3-2).

Quadro 3.2.6.3-2. Principais Impactos sobre os Ecossistemas Aquáticos

Impacto San Pedro

52,0 m

Perda de Ambientes Lóticos

Extensão do Reservatório no rio principal

(km) 260,1

Extensão do Reservatório nos Arroios

(km) 975,1

Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 1.235.2 Perda de

Ambientes

Área do reservatório (exclusive ilhas)

Página: 215/680

Impacto San Pedro

52,0 m

Ecologicamente Estratégicos - AEE

Área Total da Bacia

(ha) 11.589.614

Percentual da Área da Bacia Afetada

(%) 1,70%

Perda de Ilhas Fluviais

Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos

(ha) 2.454

Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado

(ha) 3.932

Percentual de Área de Ilhas Afetado

(%) 62%

Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).

A grande área alagada contribuiu para que o aproveitamento de San Pedro, cota 52,0 m, apresente valores superiores aos de Garabi 89,0 m para quase todos indicadores de ecosistemas terrestres.

Quadro 3.2.6.3-3. Vegetação Afetada

Vegetação (ha) San Pedro

52,0 m

Vegetação de Campos Afetada (ha) 37.174

Vegetação de Florestas Afetada (ha) 19.492

Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 56.666

Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717

Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,81%

Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN- PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).

A área de vegetação nativa afetada é da ordem de 57 mil ha, o que representa menos de 1% da vegetação de toda a bacia. A área de Campos cobre toda a extensão afetada do lado brasileiro, formando uma paisagem bastante antropizada e homogênea, interrompida em alguns pontos por Matas de Galeria ou Matas de Encosta.

Na margem argentina, o aproveitamento insere-se na área caracterizada por vegetação associada a solos que vão desde terrenos úmidos (humedales) a alagados, banhados. Estas áreas, ao longo do rio Aguapey, apresentam uma alta biodiversidade. Na região mais próxima do eixo, está o distrito do Ñandubay, que abrange as áreas de vegetação de espinales. Ressalta-se que o Parque Estadual do Espinilho, que protege na margem brasileira esta vegetação, não será alagado pelo aproveitamento.

Cerca de 15% da Reserva Biológica de São Donato será inundada pelo aproveitamento. Trata- se de uma unidade de Proteção Integral, com acesso restrito à pesquisa científica e educação ambiental. Da área total (4.392 ha), serão afetados cerca de 650 ha, na porção noroeste da Reserva, no limite com o rio Butuí.

As margens do rio Aguapey são consideradas uma das Áreas Importantes para a Conservação de Aves. O braço do reservatório de San Pedro, que se extende no rio Aguapey por cerca de 55km, afeta esta área. Na margem brasileira, a barra do rio Ibicuí é considerada uma área prioritária para a conservação. Também há indicativo para a criação de corredores que

abarcariam o entorno da Reserva Biológica São Donato e do Parque Estadual do Espinilho, situado a jusante do eixo e parte do território do município de Uruguaiana. O reservatório afetaria cerca de 130 mil ha de Áreas de Interesse Ecológico Relevante.

A implantação do aproveitamento de San Pedro significará a inundação de parcelas significativas de áreas urbanas e rurais de núcleos importantes da região, as cidades de Uruguaiana e Paso de los Libres. A população urbana a ser afetada é de cerca de 13 mil pessoas e a rural da ordem de 3 mil pessoas. Também serão afetadas cerca de 168 km de vias vicinais e 54 km de estradas pavimentadas principais e secundárias, além de pontes sobre os rios Ibicuí no lado brasileiro e Aguapey no lado argentino.

Todas as áreas indígenas consideradas no estudo distam mais de 15 km da área do reservatório não sendo previstos impactos sobre estas comunidades.

Haverá interferência em 16 sítios arqueológicos (nove da categoria Caçador coletor Pleistocênico, um Caçador Coletor Holocênico, cinco Horticultor Guaraní e um Missioneiro Jesuítico) o que significa um impacto moderadamente baixo. Ainda que não seja o aproveitamento que afete o maior número de sítios, o grau de impacto reflete a interferência de sítios com alto valor científico e patrimonial, como são os vestígios materiais dos caçadores coletores que ocuparam a região e as ruínas de Yapeyú que são testemunhas do período histórico das missões jesuíticas.

b) Aproveitamento Garabi 89,0 m

O aproveitamento de Garabi 89,0 m localiza-se no rio Uruguai a uma distancia aproximada de 863 km da foz do rio. O reservatório a ser formado abrangerá uma área de 64.204 ha, com comprimento de 134 km (Quadro 3.2.6.3-4). O mapa INV.URG-GE.77-MP.2002 apresenta a localização do aproveitamento e as principais interferências.

Quadro 3.2.6.3-4. Parâmetros do Reservatório

Parâmetros Garabi

89,0 m

Área do reservatório (ha) 64.204

Volume do Reservatório (hm³) 7.304,3

Vazão Média (m³/s) 2.730

Comprimento do Reservatório (km) 134,0

Tempo de Residência (dias) 31

O reservatório, por suas características e vazão média mensal no local do eixo, apresenta um potencial de estratificação térmica nos meses de janeiro a março, ou seja, nesses meses as camadas mais profundas do reservatório tenderão a condições de anoxia, com conseqüências negativas sobre a qualidade da água. O tempo de residência é de cerca de um mês, o que determina um comportamento intermediário entre um ambiente de lago e de rio.

A extensão de cursos d’águas comprometida com a formação do reservatório é da ordem de 568 km, dos quais 134 km correspondem ao rio Uruguai. É notável a extensão de arroios que serão transformados em ambientes lênticos, assim como o percentual de áreas de ilhas que serão afetadas, 18%. Destaca-se entre os ambientes ecologicamente estratégicos afetados a foz dos rios Chimiray (Argentina) e Piratini, Ijuí e Comandaí (Brasil), utilizadas para a desova. As principais informações sobre os ecossistemas aquáticos são apresentadas no Quadro 3.2.6.3-5.

Página: 217/680 Quadro 3.2.6.3-5. Principais Impactos sobre os Ecossistemas Aquáticos

Impacto Garabi

89,0 m

Perda de Ambientes Lóticos

Extensão do Reservatório no rio principal

(km) 134,0

Extensão do Reservatório nos Arroios

(km) 433,9

Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 567,9

Perda de Ambientes Ecologicamente Estratégicos - AEE

Área do reservatório (exclusive ilhas)

(ha) 63.483

Área Total da Bacia

(ha) 11.589.614

Percentual da Área da Bacia Afetada

(%) 0,55%

Perda de Ilhas Fluviais

Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos

(ha) 721

Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado

(ha) 3.932

Percentual de Área de Ilhas Afetado

(%) 18%

Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).

O aproveitamento de Garabi está situado na área de transição entre a formação de campos sulinos e os remanescentes de floresta mista, na margem brasileira. Do lado argentino, predominam os campos paranaenses, caracterizado por diversos tipos de comunidades definidas pelo componente edáfico, que difere localmente. Da vegetação nativa, serão afetados cerca de 44 mil ha, o que representa menos de 1% da cobertura natural identificada na bacia (Quadro 3.2.3.6-6).

Quadro 3.2.6.3-6. Vegetação Afetada

Vegetação (ha) Garabi

89,0 m

Vegetação de Campos Afetada (ha) 29.682

Vegetação de Florestas Afetada (ha) 14.724

Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 44.406

Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717

Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,64%

Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).

As unidades de conservação que serão afetadas pelos aproveitamentos estudados nos estudos preliminares são apresentadas no Quadro 3.2.6.3-7. O aproveitamento de Garabi 89,0 m inundará 4,4% de áreas do Parque ruta Costera do rio Uruguay e 82% da área da Reserva Privada Santa Rosa, ambos situados na Argentina.

Quadro 3.2.6.3-7. Áreas protegidas que serão inundadas pelos diferentes aproveitamentos considerados

País Nome Categoria Legislação Áreas de UC a serem inundadas pelos aproveitamentos Aspectos relevantes Argentina Reserva Biósfera Yabotí Área restringida Lei Nº 3.041/93 Roncador 130,0 m, Panambi 130,0 m e Porto Mauá 130,0 m

A Reserva da Biosfera Yabotí, localizada no norte da província de Misiones, nas margens do rio Uruguai, encontra-se separada do Parque do Turvo, no Brasil, pelos Saltos de Yucumã/Moconá. Nesta Reserva da Biosfera estão incluídos o Parque Provincial Yucumã/Moconá e a Reserva de Esmeralda que não serão afetados por nenhum dos aproveitamentos Parque Ruta Costera del río Uruguay Paisagem protegida Decreto 1373 de 7 de novembro de 2002 Garabi 89,0 m, Roncador 130,0 m, Panambi 130,0 m, Porto Mauá 130,0 m, Panambi 120,5 m e Roncador 120,5 m

A “Ruta Parque Costera del Río Uruguay” (“Parkway”) integra o Corredor Verde da Província de Misiones, criado anteriormente, que se estende desde o limite com a Província de Corrientes até seu final na Reserva da Biosfera de Yabotí, envolvendo uma área de 10 km de largura, de cada lado da Ruta Nº 2, até o limite com Brasil. Abrange uma área total de 360.082 ha, o que implica que o rio Uruguai está incluído na área do parque. O objetivo é preservar os atrativos naturais característicos da zona, desenvolver o turismo ecológico e agropecuário, proteger a paisagem, promover o desenvolvimento sustentável da zona e ampliar a continuidade do Corredor Verde. Reserva

Provincial Santa Rosa

Reserva

privada Garabi 89,0 m Conservação e ecoturismo

Brasil Parque Estadual do Turvo Parque Decreto Nº 2.312/47 Roncador 130,0 m, Panambi 130,0 m e Porto Mauá 130,0 m

Os principais objetivos do parque são conservar os ambientes naturais e a biodiversidade, promover educação ambiental, pesquisa científica e turismo ecológico O Parque está inserido no contexto do bioma da Mata Atlântica e abriga um dos maiores fragmentos da Floresta do Alto Uruguai (Floresta Estacional Decidual) do RS. É um importante sitio para os ecossistemas terrestres e aquáticos. Reserva Biológica de São Donato Reserva Decreto 23798 de 12/03/75 San Pedro 52,0 m

É uma unidade de Proteção Integral, com acesso restrito para atividade de pesquisa científica e educação ambiental.

As áreas de interesse ecológico relevante afetadas somam quase 30 mil ha, ou seja, 0,5% do total identificado para a bacia. Na região do eixo de Garabi, encontra-se delimitada uma área prioritária para conservação PROBIO (Pampas), devido à presença de espécie endêmica, o pau-ferro (Caesalpinia ferrea) e a provável ocorrência do rato-do-mato (Kunsia tomentosus),

Página: 219/680 maior cricetídeo do mundo, coletado em 1830 e depois nunca mais encontrado no RS. No lado brasileiro, além dessa área, serão afetadas trechos das margens do rio Uruguai e do rio Ijuí, onde existe o indicativo para a composição de um corredor que chegue até o rio Turvo. No lado argentino, deverão ser afetadas as AICAs C.Martires-Barra S.Maria, Azara e Barra Concepción. A implantação do aproveitamento de Garabi na cota 89,0m implicará a inundação de parcelas significativas de áreas urbanas e rurais dos núcleos de Garruchos (ARG) e Garruchos(BR) e também dos núcleos de Azara, San Javier, Itaucaruaré e Porto Xavier. A população urbana a ser afetada é de cerca de 2,1 mil pessoas e a rural, da ordem de 3,8 mil pessoas. A afectação urbana corresponde à área do reservatório e à faixa de proteção. No caso de Garruchos (Arg.) e Garruchos (Bra.), o reassentamento de população deverá adicionar 800 habitantes por superar-se 50% de população afetada. Também serão afetadas 86 km de vias pavimentadas principais, secundárias e vicinais.

A pecuária, principal atividade econômica a ser afetada pela implantação do aproveitamento, tem cerca de 90% das áreas de pastagem localizadas na subárea Zona Sul Misiones e Norte Corrientes e na subárea Missões. Além da pecuária, também deverão ser afetadas algumas áreas de produção de soja, arroz e áreas com reflorestamento.

Seis das nove áreas indígenas consideradas no estudo distam mais de 15 km da área do reservatório e três se encontram a uma distância que varia de 4,7 a 6,6 km (Comunidades Ojo de Água, Pindo Ty e Y Haka Miri). Serão afetados 10 sítios arqueológicos do tipo Horticultor Guarani e um do tipo Caçador Coletor Pleistocênico.

c) Aproveitamento Roncador 130,0 m

O aproveitamento de Roncador 130,0 m localiza-se no rio Uruguai a uma distancia de cerca de 1.000 km da foz do rio. O futuro reservatório deverá ter comprimento de 200 Km e volume de 5.894,2 hm³ (Quadro 3.2.6.3-8), conformando uma área de cerca de 40 mil ha, de acordo ao que pode ser visto no mapa INV.URG-GE.77-MP.2003.

Quadro 3.2.6.3-8. Parâmetros do Reservatório

Parâmetros Roncador

130,0 m

Área do reservatório (ha) 39.763

Volume do Reservatório (hm3) 5.894,2

Vazão Média (m3/s) 2.315

Comprimento do Reservatório (km) 200,2

Tempo de Residência (dias) 29,5

De acordo com o número de Froude calculado, nos meses de janeiro e março existe o risco de estratificação térmica do reservatório. O tempo de residência calculado é ligeiramente inferior a 30 dias, o que caracteriza o reservatório como um ambiente de comportamente intermediário entre lago e de rio.

No rio Uruguai, o reservatório se estenderá por cerca da 200km, metade da extensão que o reservatório terá nos arroios.

Em termos de ambientes ecologicamente estratégicos, a perda ocasionada por este empreendimento é proporcional ao seu tamanho, sendo que os braços do reservatório irão

estender-se por diversos arroios utilizados como refúgio e alimentação de peixes, tais como os arroios Ramón, Acaraguá, Alegre, Pindaiti e Saltiño, na Argentina. No Brasil, destacam-se o lajeado Bugre e os rios Santa Rosa e Santo Cristo. O trecho do rio Uruguai onde este aproveitamento não apresenta muitas ilhas, o que diminui as áreas afetadas para 4% do total de áreas de ilhas no rio (Quadro 3.2.6.3-9).

Quadro 3.2.6.3-9. Principais Impactos sobre os Ecossistemas Aquáticos

Impacto Roncador

130,0 m

Perda de Ambientes Lóticos

Extensão do Reservatório no rio principal

(km) 200,2

Extensão do Reservatório nos Arroios

(km) 356,6

Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 656,8

Perda de Ambientes Ecologicamente Estratégicos - AEE

Área do reservatório (exclusive ilhas)

(ha) 39.592

Área Total da Bacia

(ha) 11.589.614

Percentual da Área da Bacia Afetada

(%) 0,34%

Perda de Ilhas Fluviais

Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos

(ha) 171

Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado (ha) 3.932 Percentual de Área de Ilhas Afetado

(%) 4%

Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).

O aproveitamento está inserido em ambiente de Floresta Mista, sendo que, do lado brasileiro, a vegetação está alterada pela ocupação intensa da área e, do lado argentino, existem maiores extensões ainda preservada. O total de vegetação nativa afetada é da ordem de 24 mil ha, que representam apenas 0,34% da vegetação de toda a bacia.

Quadro 3.2.6.3-10. Vegetação Afetada

Vegetação (ha) Roncador

130,0 m

Vegetação de Campos Afetada (ha) 9.520

Vegetação de Florestas Afetada (ha) 14.346

Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 23.866

Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717

Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,34%

Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan- 2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).

Este aproveitamento deve inundar áreas do Parque Ruta Costera do rio Uruguay, da reserva de Biosfera Yabotí, na Argentina, além de uma pequena porção do Parque Estadual do Turvo, conforme apresentado anteriormente no Quadro 3.2.6.3-10 e 3.2.6.3-7. Em relação ao Parque Estadual do Turvo, dadas as características topográficas do rio Uruguai nessa área, a inundação, considerando a cota 130,0 m, é da ordem de 60 ha, uma vez que a declividade

Página: 221/680 dessa área é muito alta. No tocante à inundação de áreas protegidas, a cota 120,5 m não afeta o Parque do Turvo, área de proteção integral, nem a Reserva da Biosfera Yaboti.

O Parque do Turvo é uma unidade de proteção integral e esta categoria tem o objetivo de preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com algumas exceções. Os parques nacionais são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais e objeto de preservação permanente, submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo. Destinados a fins científicos, culturais, educativos e recreativos, os parques têm como objetivo a preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem.

Serão afetados cerca de 15.435 ha de Áreas de Relevante Interesse Ecológico, que correspondem às margens do rio Uruguai, que formariam um corredor entre os rios Ijuí e o Turvo. Nesta área foram identificadas oportunidades relacionadas a educação ambiental, pesquisa científica e ecoturismo, além da existência de locais de beleza cênica.

A implantação do aproveitamento de Roncador na cota 130,0 m implicará a inundação de áreas urbanas dos núcleos de Alba Posse, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Panambi, afetando cerca de 2,5 mil pessoas distribuídas em várias localidades. Na área rural serão afetadas 6,7 mil pessoas. Também serão afetadas cerca de 150 km de vias pavimentadas principais e secundárias e também vicinais.

No caso de Roncador 130,0 m, mais de 50% das cidades de Alba Posse, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Panambi serão impactadas e portanto, as cidade terão que ser relocadas.

A Figura 3.2.6.3-1 apresenta as áreas urbanas afetadas de Alba Posse pelos empreendimentos Roncador 130,0 m e Panambi 130,0 m. A área cor verde claro da figura representa a faixa de proteção de 100 m. A afetação no caso de Porto Mauá pode ser vista mais adiante na Figura 3.2.6.3-3.

Figura 3.2.6.3-1. Cidade de Alba Posse (ARG) – Reservatório NA 130,0 m e faixa de 100 m

Em relação ao patrimônio arqueológico, os aproveitamentos com o eixo Roncador têm um baixo grau de impacto. A diferença entre a cota 120,5 m (cinco sítios da categoria Caçador Coletor Holocênico e dez de Horticultor Guarani) e a cota 130,0 m (sete sítios da categoria Caçador Coletor Holocênico e 17 de Horticultor Guarani) deve-se a interferência num número maior de sítios na cota mais alta.

Em relação às terras indígenas, o aproveitamento Roncador 130,0 m e Panambi 130,0 m são os que apresentam um grau de impacto considerado médio baixo uma vez que somente 3 (Ojo de Água, Y Haka Miri e Pino Poty) das nove comunidades indígenas consideradas na avaliação de impactos distam mais de 15 km do local do barramento.

d) Aproveitamento Roncador 120,5 m

Trata-se do mesmo eixo do aproveitamento Roncador 130,0m, porém com um reservatório menor, de cerca de 25 mil ha (contra quase 40 mil ha, do reservatório na cota alta). No mapa INV.URG-GE.77-MP.2003 podem ser vizualizados os dois aproveitamentos do eixo Roncador. Na cota mais baixa, o comprimento do reservatório é de 144 km e o volume é de 2.766 hm³ (Quadro 3.2.6.3-11).

Quadro 3.2.6.3-11. Parâmetros do Reservatório

Parâmetros Roncador

120,5 m

Área do reservatório (ha) 25.317

Volume do Reservatório (m³) 2.766,1

Vazão Média (m³/s) 2.315

Comprimento do Reservatório (km) 144,1

Página: 223/680 O tempo de residência menor que duas semanas sugere um baixo impacto, já que o reservatório, sob este aspecto, deverá apresentar comportamento próximo ao dos rios, com

No documento INV.URG-GE.00-IT.4001-(P) (páginas 104-123)

Documentos relacionados