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5 AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS

5.3 Gestão dos resíduos gerados

5.4.3 Saúde e segurança

Em consonância com a Figura 5, foram elencadas 58 citações relacionadas à unidade de ‘saúde e segurança’, sendo o tema mais recorrente do eixo qualidade de vida no ambiente de trabalho. Verifica-se que as instituições ainda não realizaram a constituição das Comissões Interna de Saúde do Servidor Público (Cissp), que são equivalentes às Cipas existentes hoje na iniciativa privada. Entretanto, 18 entrevistados indicaram expressamente que as instituições estão realizando ações para a prevenção de acidentes e a melhoria da saúde ocupacional.

A UFC conta com uma Divisão de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (DESMT), que é composta por uma equipe interdisciplinar das áreas de saúde e segurança no trabalho, além de servidores do cargo de assistente em administração, totalizando o total de treze servidores. Destaca-se que a instituição lançou, no ano de 2018, o Programa Saúde e Segurança no Trabalho, com o intuito de formalizar e fomentar ações na área de saúde e segurança no Trabalho. As principais atividades em execução são: confecção de laudos técnicos para concessão de adicionais de insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante e gratificação por Raio-X; revisão dos processos de concessão de adicionais de insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante e gratificação por Raio-X; participação em perícias técnicas judiciais; avaliação técnica para emissão de relatório de Inspeção Ambiental; dimensionamento de Equipamentos de Proteção Individual; assessoria para emissão de Mapas de Risco; avaliação da exposição radiológica por controle de dosimetria; e etc.

Ademais, a UFC iniciou efetivamente a realização dos exames periódicos para avaliar o estado de saúde de seus servidores públicos, buscando identificar possíveis

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alterações relacionadas ou não a sua atividade laborativa e/ou com o ambiente de trabalho, conforme destacado pela entrevistada E1: “nessa área de saúde um projeto novo, novíssimo, que a gente tem aqui, a questão dos exames periódicos, os exames periódicos não eram uma realidade da Universidade, a gente começou praticamente a fazer esse ano”. Percebe-se ainda a incidência de outras ações para a melhorar a saúde e segurança do servidor, como a criação de um ambulatório para atendimento dos servidores no hospital universitário.

Um outro projeto que a gente vinha lutando e que graças a Deus a gente agora finalizando a gestão do professor Fulano [Reitor] a gente conquistou foi porque a gente tem um hospital universitário e que não atendia os servidores, né, tinham dificuldades, e a gente conseguiu, a gente tá montando um ambulatório médico pra atendimento aos servidores lá dentro do hospital e a gente acabou de lançar o edital fazendo concurso pra treze médicos e quatro enfermeiros especialmente pra atender o servidor nessa questão de saúde (E1).

O IFCE possui um setor estruturado atualmente para atender às questões de saúde e segurança. O Setor de Engenharia de Segurança do Trabalho (Sest), subordinado ao Departamento de Infraestrutura da Pró-reitoria de Administração e Planejamento do IFCE já realizou visitas técnicas a praticamente todos os 34 campi que compõem a instituição para avaliar os riscos ocupacionais nos diversos ambientes organizacionais. A instituição já possui também um manual de segurança no trabalho, que é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da instituição no campo da preservação da saúde e da integridade de seus servidores e demais colaboradores.

Nós temos a SEST, que é onde fica os engenheiros de segurança do trabalho, porque assim, como a gente teve uma demanda muito grande e reprimida nessas questão dos laudos periciais, então essa parte deles fazerem essas atividades preventivas e de orientação ficou um pouco a desejar, o foco deles maior foi concluir as perícias, então hoje tem dois engenheiros de segurança do trabalho aqui na Reitoria, eles não ficam aqui na Progep, eles ficam na Proap, na parte das engenharias, mas trabalham em conjunto com a gente, então eles é quem fazem os laudos ambientais tanto para a concessão do adicional de periculosidade e insalubridade, mas ao mesmo tempo quando eles vão no ambiente eles fazem as recomendações do ambiente, no caso do uso de EPI, de Equipamento de Proteção Individual ou Coletiva, e fazem as orientações de proteção do ambiente, se é um ambiente insalubre, eles fazem todas as recomendações. O que nós não estamos ainda conseguindo atender é a cobrança e o acompanhamento dessas recomendações, que é isso que eu tenho me reunido com eles porque não basta só fazer o laudo, né, a gente precisa tá acompanhando se foi feito, se foi investido em equipamentos de proteção, se foi alterado o ambiente, adaptado pra que aquelas condições não permaneçam (E17).

Tem, aqui na própria reitoria de administração e planejamento nós temos um setor que é voltado só para isso, segurança no trabalho certo. Então esse setor de segurança do trabalho ele já fez estudos em relação a ergonomia no trabalho, já fez esse estudo aí, já levantou quais são as necessidade de...faz também campanha aqui também sobre essa questão da segurança do trabalho e faz uns estudos aí que aí envolve também os campis, eles vão até os campis e fazem esses estudos aí em relação à insalubridade né dos locais insalubres e estes estudos que esse setor faz serve também de subsídio até mesmo para que esses servidores tenham aquele

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acréscimo no salário, que faz jus a essa questão de insalubridade (E18).

existe o setor de engenharia de Segurança do Trabalho, que é o Sest, que tem 2 engenheiros de segurança e dois técnicos de segurança. Existe a parte de Saúde do Servidor, também responsável pelo SIASS, que é composta por, se não me engano, dois ou três médicos do trabalho, um enfermeiro, um enfermeiro, mais um coordenador de saúde e um assistente. Então primeiro há essa divisão na segurança com a saúde aqui. A segurança hoje faz parte do departamento de infraestrutura e não da parte de gestão de pessoas. Então já há uma separação aí. Então como hoje são 34 unidades no IFCE, nenhuma unidade possui o cargo de técnico de segurança ou engenheiro de segurança. Então fica tudo centralizado aqui na reitoria. O que é que a gente, qual foi o plano pra assim para atuar nos campos, fazer uma avaliação de cada unidade, de cada ambiente laboral de cada unidade. Então nós passamos aí dois anos viajando para cada unidade, fazendo a avaliação de cada ambiente com relação aos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidente. Então foi feita a avaliação é..Hoje em dia está faltando alguns campis ainda mais os campis novos. Praticamente então foi feita essa avaliação, foi feito um relatório nessa avaliação, que é o Relatório de Avaliação e prevenção de riscos ocupacionais. Então esse esse relatório ele contempla para cada ambiente os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos de acidente e as medidas corretivas para melhorar o ambiente laboral (E21).

Percebe-se então, pela fala do entrevistado E21, que na instituição atualmente existe uma separação dos setores de saúde e segurança, no entanto o trabalho é coordenado e articulado. Acrescenta-se ainda a preparação de um curso para a capacitação dos servidores para criação das CISSP nos campi do IFCE.

Hoje a gente está com alguns projetos, como o projeto da CISSP, que é equivalente à CIPA na CLT. A CISSP, como ela é equivalente a CIPA na CLT, ela é obrigatória para o serviço público. Aqui hoje não possui possui nenhuma comissão formada. O nosso projeto é fazer a formação de cada comissão em cada unidade. Então a gente está montando um curso, a gente elaborou um manual de segurança do trabalho para o IFCE, em que alguns capítulos estão contemplados, como brigada de incêndio contempla no capítulo do manual, então o manual já foi lançado e assinado pelo reitor. Então esse manual de segurança que tem um capítulo de montar, como montar a brigada de incêndio, como montar CISSP, como atuar com relação às concessões de adicional de insalubridade e periculosidade. Então dentro manual ele faz a diretriz e aí conforme a unidade vai solicitar, por exemplo, a montagem da CISSP, vamos dizer...e aí a gente está preparando hoje, a nossa fase é a preparação do conteúdo para ministrar o curso. Então o curso que, de acordo com o manual, se não me engano 20 né, são 20 horas de curso, de treinamento e a gente capacita o pessoal para formar a comissão (E21).

A Unilab, por meio da Divisão de Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho (DSSQVT), também desenvolve atividades e ações para a promoção da saúde e segurança na instituição. A divisão atualmente apresenta um setor de segurança, que dispõe de um engenheiro e de um técnico de segurança no trabalho, para a realização das avaliações dos ambientes de trabalho.

Hoje nós temos um setor de segurança no trabalho que é vinculado a divisão de saúde, segurança e qualidade de vida e esse setor é composto atualmente por um tecnico de segurança e um engenheiro de segurança do trabalho. Como é que é feito

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o trabalho: inicialmente nós fazemos os estudos dos riscos nos locais programados ou por demanda. Programados a gente já sabe os locais que a gente vai fazer as verificações, as avaliações ambientais e as demandadas quando ocorre algum problema inerente a essa temática de segurança no trabalho, o setor responsável, a unidade solicita e a gente marca e vai até o encontro e lá a gente faz a identificação técnica né dos cinco tipos de riscos físico químico biológico ergonômico e de acidente e a partir daí a gente elabora, emiti laudos de avaliação ambiental não só só para o fim preventivo mas também para o fim de pagamento de adicional ocupacional, insalubridade ou periculosidade, e a partir daí são criadas ações em conjunto com as unidades responsáveis por cada cada ação vamos dizer assim e isso aí é cobrado né, é estipular prazos para saneamento dessas não conformidades vamos dizer assim, basicamente trabalhando dessa forma

Não foi verificada a existência da Comissão Interna de Saúde do Servidor Público (Cissp) na instituição. No entanto, o setor de segurança está trabalhando para a aprovação de uma resolução para nortear o trabalho e a forma de constituição desse grupo, conforme palavras do entrevistado E14, “A Cissp não, como é que tá hoje o andamento disso aí, estamos em processo de elaboração para a resolução, para aprovação no Consuni, tá tramitando isso aí já”.

Uma iniciativa da universidade foi a criação de um questionário para averiguar aspectos de saúde dos servidores e terceirizados, conforme destacado pela entrevistada E16: “Ele era questão geral de saúde né se a pessoa faz atividade física, se sente dores, se sente dores relacionadas ao trabalho então a qualidade do sono, o estresse, se busca atendimento médico né, como é essa busca do atendimento médico”.

A UFCA atua nas questões de saúde e segurança por meio de dois setores vinculados à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas: Núcleo de Perícias e Segurança no trabalho; e Coordenadoria de Qualidade de Vida no Trabalho. Atualmente, conforme já exposto, a Coordenadoria de Qualidade de Vida tem somente um servidor efetivo para a realização das atividades. Já o Núcleo de Perícias e Segurança no trabalho conta com o trabalho de dois médicos para atender as demandas da instituição. Assim, percebe-se que as atribuições dos dois setores ainda não estão efetivamente determinadas e a dificuldade de realizar ações diante das limitações de pessoal.

Tô recente ainda na coordenação, ainda não estou conseguindo compreender quais são as atribuições que são da coordenação e que não são do núcleo de perícias, já que aqui estão separados [...] a gente ainda não tem um engenheiro de segurança do trabalho na UFCA, ainda não, mas teve concurso foi realizado agora no início do mês e tava lá uma vaga para esse cargo eí, como o núcleo de perícias ele é da mesma Pró-reitoria da qualidade vida, acredito que vai haver uma reunião com a gestão para distinguir melhor as atribuições e ver aonde esse servidor vai ficar lotado, e aí ele que vai né (E25).

Verifica-se ainda que a instituição também não formalizou a existência da Comissão Interna de Saúde do Servidor Público (Cissp). Além disso, também não foi

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identificada a realização dos exames médicos periódicos. Destaca-se que, apesar das dificuldades, no caso de solicitação de adicional de insalubridade e periculosidade, os médicos da instituição estão realizando as avaliações dos ambientes de trabalho, conjuntamente, com o apoio da UFC ou do IFCE.

O médico perito, que é o doutor Fulano, ele faz essa avaliação e quando eles não se sentem por algum motivo, eles não se sentem confortáveis para realizar é feita a parceria com os servidores da UFC, eu já recebi visita aqui do engenheiro de segurança do trabalho lá da UFC, sempre atua assim como a universidade é nova, ainda tem um quantitativo limitado de servidores, a gente sempre trabalha nessa questão de parcerias com a UFC, IF (E25).

O entrevistado E26 reforçou também a perspectiva de implantação de adaptações estruturais para garantir melhores condições de saúde e segurança: “o pessoal vai começar a licitar agora esse pacote de corrigir sinalização de emergência, corrigir posição de hidrante, quantidade certa de extintores, a brigada de incêndio enfim foi todo um pacote de prevenção de incêndio [...] tá sendo criados vários espaços de convivência também”.

Desta forma, em relação ao terceiro objetivo, que está relacionado às ações para a melhoria da qualidade de vida dos servidores, nota-se que as instituições enfatizaram a importância das ações desenvolvidas como: programas de atividade física; vacinação; esporte e lazer; atividades culturais; datas comemorativas; manutenção do paisagismo e acessibilidade do campus. Estes resultados indicam que as quatro instituições possuem uma preocupação com a qualidade de vida dos seus servidores. Esta questão vai ao encontro dos resultados de Viegas et al. (2015) que identificou que a IFES estudada desenvolve uma política bem estruturada de saúde e qualidade de vida aos seus stakeholders, o que evidencia o atendimento às diretrizes do terceiro eixo temático da A3P.

5.5 Sensibilização e capacitação dos servidores

A subseção a seguir busca atender ao quarto objetivo específico proposto nesta pesquisa: identificar as ações desenvolvidas referente à sensibilização e capacitação dos servidores. O quarto eixo da A3P trata sobre a sensibilização e capacitação dos servidores no que concerne à gestão socioambiental. A sensibilização busca criar e consolidar a consciência cidadã sobre as questões socioambientais nos servidores, já as ações de capacitação contribuem para o desenvolvimento de competências institucionais e individuais para um melhor desempenho de suas atividades (BRASIL, 2009).

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campanhas e divulgações na intranet, cartazes, etiquetas e informativos; promoção de capacitação por meio de palestras, reuniões, exposições, oficinas, cursos, etc.; produção de informativos referentes a temas socioambientais, experiências bem-sucedidas e progressos alcançados pela instituição, dentre outros (ARAUJO, 2018). Na Figura 6 evidencia-se que a categoria sensibilização e capacitação dos servidores apresenta duas unidades de registro, a saber: cursos e eventos (24) e campanhas (29).

Figura 6- Sensibilização e capacitação de servidores

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Quanto à sensibilização, observa-se que, em termos de materialidade, ela é amparada principalmente pela a realização de campanhas e divulgações no que concerne às ações da gestão socioambiental.