CAPÍTULO II PARADIGMA EDUCATIVO: A METODOLOGIA
II.10 Sala Aula, formação, aprendizagem, criatividade: chaves do
Esta investigação não poderia estar completa sem que fosse analisado um aspeto fundamental onde a metodologia projetual, e a aprendizagem em geral desenvolvem a sua função formadora: a Sala de Aula.
O seguinte tema, para o autor deste relatório, reveste-se de um interesse particular, pois a sua formação em arquitetura leva-o espontaneamente a examinar aspetos ligados ao espaço e habitat educativo.
II.10.1 Sala de aula
Um dos piores inimigos da aprendizagem é o stress e um dos melhores amigos é o conforto. Condições favorecedoras de aprendizagem se obtêm-se quando o desafio de aprender envolve sujeito, objeto e lugar. Esta afirmação é ainda mais justificada quando a metodologia projetual, com o seu princípio fundamental do Problem Solving, requer lugares que transmitam bem-estar. Ao contrário, o estres desenvolve substâncias no cérebro que, modificando os sistemas neuronais, comprometem as prestações dos sujeitos.
Com ambiente de aula se entende-se todos os lugares onde seja possível o acontecer do ato educativo pedagógico, desde uma floresta a um praça de uma cidade, passando por um museu ou uma sala de cinema. Desta forma a pesquisa seguinte quer restringir o campo de análise à sala de aula tradicional da escola, aquela delimitada entre quatro paredes, que também representa o lugar mais habitual onde se desempenham as funções pedagógicas.
Quando se fala de bem-estar de um lugar escolar, em específico a sala de aula, refere-se a uma série de condições que são necessárias para o desenvolvimento de atividades didáticas, nenhuma disciplina excluída.
Com esta motivação, todas as salas de aula, deveriam ser projetadas e responder a requisitos de habitabilidade, acústica, distribuição espacial, iluminação, conforto térmico etc. entre as numerosas características. Ao contrário, como já referido, medo, ansia e desejo de fugir a experiencia de aprendizagem serão a reações obvias para todos os intervenientes no processo educativo.
Um interessante ponto de vista do conceito de meio ambiente escolar vem do pedagogo Herbert Read, ele afirma que a educação e meio ambiente são conceitos não dissociáveis. Assim como protagonistas da sociedade são obrigação criar / modificar o meio ambiente no momento em que se exercem as responsabilidades e os direitos como cidadãos. Read certifica que não se pode prescindir uns conceito do outro, e intenta estabelecer umas leis gerais entre educação e meio ambiente:
1) O meio ambiente escolar não deve ser artificial; 2) A escola não deve afastar-se da ideia de ser um lar;
Relatório MEAV A Metodologia Projetual Francesco Pignatelli
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4) Os lugares da educação devem possuir requisitos higiénicos, ambientais, científicos adequados;
5) Os lugares, na forma e na aparência, devem seguir as leis da proporção e da estética; 6) Arquitetura e mobiliário devem ser concebidos de forma dependente e ser parte da função pela qual um lugar foi concebido;
7) Devem possuir liberdade no seu sentido mais óbvio (de demovimento e criativa).
O autor põe a questão de um ponto de vista politico-sociológico asseverando que os sistemas democráticos são desenhados e necessitam de um meio ambiental adequado para que sejam conseguidos objetivos de harmonia e educação (Read, 1943).
É portanto fundamental para que qualquer tipo de aprendizagem se possa concretizar, que o lugar seja organizado de forma a favorecer o desafio de “aprender”, e que as condições de trabalho sejam positivas promovam o desejo de assimilar, colocando os conteúdos escolares na memoria chamada a “Longo Prazo”. Isto também é metodologia projetual.
De seguida examinam-se dois modelos de organização do meio escolar, nos seus diferentes aspetos (espacial, educativo, psicológico etc.).
II.10.2 Modelo Aprendizagem BASIS
O modelo anglo-saxónico do Accelerated Learning62 considera o ambiente de
aprendizagem como base fundamental para o sucesso das atividades de ensino / aprendizagem.
A atenção às condições ambientais é uma espécie de filosofia que poderia ser resumida naquilo que vem definido BASIS, onde B està para Belonging (sentido de pertença), A por Aspiration (ambição), S por Safety (segurança), I por Identity and Individuality (identidade) e S por Success (sucesso):
• B Belonging. É o sentido geral que faz sentir o estudante parte do grupo, e o seu contributo, de qualquer natureza que seja, é valorizado.
• A Aspitation. É a ambição com que os alunos são estimulados em definir objetivos alcançáveis. Neste sentido são encaminhados para trabalhar e reflexionar nos seus progressos escolares.
• S Safety. A aula e os ambientes de aprendizagens são lugares seguros para aprender, onde, entre experimentações e espectativas, os estudantes sentem-se seguros.
• I Identity and Individuality. Um sentido de segurança é suportado por o conceito de afirmação da identidade e do potencial individual, que não devem ser subjugados pelo conformismo.
• S Success. Os erros são instrumentos válidos para aprender lugar onde se podem correr resgos, e onde os resultados são valorizados.
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A Aceleração da Aprendizagem é um método de aprendizagem experimental. É um sistema para acelerar e aumentar o processo celebrar, poupando tempo e recursos no processo.
Relatório MEAV
Esta filosofia de base, opera para o desenvolvimento de um meio de aprendizagem positivo, onde os estudantes possam crescer e ter consciência dos seus progressos. Encontra inspiração e confirmação na pirâmide hierárquica
é preciso calcular tempos, recursos, materiais e meios. Nos cuidados a ter em conta na sala de aula,
que estimulem a atenção e participação cooperativa, assim como os acessos aos canais físico e não físicos dos ambientes. Por exemplo acompanhar laboratórios de trabalho de projeto com música, estimula o intelecto e concentração;
iluminação e dimensão, em geral estimulam os canais visuais e espaciais; favorecem a interdisciplinaridade etc..
O variar da metodologia projetual e das atividades
instrumento que garante o desenvolvimento sensorial e conquista o interesse dos utentes.