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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

2. ÁREA DE ESTUDO

2.4 Saneamento básico

Os dados de saneamento básico foram obtidos junto ao Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), do Ministério da Saúde. Os dados do SIAB são gerados a partir do trabalho das equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, que fazem o cadastramento das famílias e identificam a situação de saneamento e moradia.

2.4.1 Abastecimento de água nos domicílios

De acordo com dados fornecidos pelo SIAB, o índice médio de atendimento de água pela rede pública na Bacia PJ no período de 2006 a 2015 passou de 55% para 63,4%. No mesmo período, o uso de água proveniente de poços tubulares ou nascentes, nos domicílios da bacia, decresceu de 44,81% para 36,25% (Tabela 2.6), o que indica aumento no consumo de águas superficiais da Bacia PJ.

Embora Extrema seja o município da Bacia PJ com maior proporção de domicílios com abastecimento de água proveniente da rede pública, em 2015 abrangia 74,41%, no e em 2006 esta proporção era de 80,2%. A queda de 5,8% no consumo de água da rede pública é reflexo do aumento de 5,5% do uso de água proveniente de poços neste mesmo período (Tabela 2.6).

Da mesma forma, Itapeva também apresentou uma diminuição na proporção de domicílios que faziam uso de água da rede pública entre 2010 e 2015, diminuindo de 61,8% para 53,1%, enquanto o consumo de água proveniente de poços ou nascentes cresceu de 37,96% para 46,66% (Tabela 2.6).

Tabela 2.6 - Tipo de abastecimento de água nos domicílios dos municípios da Bacia PJ em valores percentuais.

Município Ano Abastecimento de água nos domicílios Rede pública Poço / nascente Outros

Camanducaia 2006 13,54 86,16 0,30 2010 51,24 48,42 0,33 2015 57,11 42,50 0,39 Extrema 2006 80,20 19,67 0,13 2010 76,75 23,13 0,12 2015 74,41 25,17 0,43 Itapeva 2006 - - - 2010 61,80 37,96 0,24 2014 53,10 46,66 0,24 Sapucaí-Mirim 2006 57,84 42,16 0,00 2010 54,61 45,39 0,00 2014 54,60 45,34 0,06 Toledo 2006 14,69 84,66 0,65 2010 50,54 48,87 0,60 2015 53,51 46,08 0,40 Média Bacia PJ 2006 54,99 44,81 0,20 2010 63,10 36,67 0,23 2015 63,40 36,25 0,35

Em contrapartida, o abastecimento de águas da rede pública nos domicílios de Camanducaia e Toledo, no período de 2006 a 2015, tiveram aumentos expressivos de 43,57% e 38,82%, respectivamente. Já o uso de água oriunda de poços e nascentes, por domicílios, decresceu nestes dois municípios (Tabela 2.6). Entre 2006 a 2015, o município de Sapucaí- Mirim sempre teve a mesma proporção dos meios de abastecimento de água nos domicílios, sendo 55% provenientes da rede pública e 45% de poços e/ou nascentes.

2.4.2 Destinação dos resíduos sólidos domésticos

Dados do SIAB indicam que entre 2006 e 2015 aproximadamente 92% dos domicílios dos municípios da Bacia PJ tiveram seus resíduos sólidos coletados pelo serviço de limpeza dos municípios, 7% foram queimados e/ou enterrados e 1% não recebeu nenhum tipo de tratamento, sendo deixado a céu aberto (Tabela 2.7). Em 2015, 98,43% do lixo domiciliar de Extrema foi coletado, sendo este o município com maior proporção de lixo coletado, enquanto Camanducaia coletou 87,8% de seu lixo domiciliar, sendo que 9,57% dos domicílios desse município queimaram ou enterraram seus lixos (Tabela 2.7).

Tabela 2.7 - Destinação dos lixos domésticos nos municípios da Bacia PJ em valores percentuais.

Município Ano Destino dos lixos domésticos

Coletado Queimado / enterrado Céu aberto

Camanducaia 2006 76,35 17,33 6,32 2010 86,16 10,80 3,04 2015 87,80 9,57 2,63 Extrema 2006 99,27 0,68 0,04 2010 98,09 1,86 0,05 2015 98,43 1,50 0,07 Itapeva 2006 - - - 2010 89,89 9,72 0,39 2014 92,16 7,72 0,12 Sapucaí-Mirim 2006 86,92 12,26 0,83 2010 90,72 8,47 0,80 2014 91,35 7,91 0,74 Toledo 2006 87,49 10,23 2,29 2010 91,65 6,92 1,43 2015 91,94 7,14 0,92 Média Bacia PJ 2006 90,15 7,99 1,86 2010 92,44 6,44 1,12 2015 93,83 5,38 0,78

Fonte: SIAB (2016). Org.: Garofalo, 2017.

Atualmente, o lixo coletado em Camanducaia, Itapeva, Sapucaí-Mirim e Toledo é depositado em aterros controlados, de responsabilidade das suas prefeituras. Apenas o lixo coletado em Extrema é depositado em Aterro Sanitário, administrado pela prefeitura.

Segundo a NBR 8849/1985 da ABNT, o aterro controlado segue uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, cobrindo-os com uma camada de material

inerte na conclusão de cada jornada de trabalho. Este tipo de aterro produz poluição localizada, não havendo impermeabilização de base (comprometendo a qualidade do solo e das águas subterrâneas), nem sistema de tratamento de percolado (chorume mais água de infiltração) ou de extração e queima controlada dos gases gerados (FEAM, 2006).

Segundo a norma NBR 8419/1992 da ABNT, o aterro sanitário é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada trabalho, ou intervalos menores. Este tipo de aterro deve contar com os seguintes elementos de proteção ambiental: sistema de impermeabilização de base e laterais; sistema de recobrimento diário e cobertura final; sistema de coleta e drenagem de líquidos percolados; sistema de coleta e tratamentos dos gases; sistema de drenagem superficial; sistema de tratamento de líquidos percolados; e sistema de monitoramento.

Além dessas exigências técnicas estruturais e construtivas, há que se avaliar também as probabilidades de impacto local e sobre a área de influência do empreendimento e se buscar medidas para mitigá-los (FEAM, 2006).

Visto que quatro municípios da Bacia PJ fazem uso de aterros controlados na disposição do lixo urbano, os corpos d’águas próximos a estes podem apresentar alta suscetibilidade a contaminação pelo percolado.

2.4.3 Destinação dos efluentes domésticos

Conforme os dados do SIAB para 2015, aproximadamente 60,04% dos efluentes domésticos dos domicílios integrantes da Bacia PJ foram captados pela rede de esgoto, enquanto que 31,27% foram destinados para fossas e 8,69% foram lançados a céu aberto, geralmente em córregos (Tabela 2.8).

Destaca-se que a totalidade dos esgotos coletados pela rede pública são de domicílios urbanos, enquanto que os efluentes com destino fossas e céu aberto são derivados, principalmente, de domicílios rurais.

Observa-se um aumento no uso de fossa pelos domicílios dos municípios de Itapeva, Sapucaí-Mirim e Extrema, sendo que a proporção de efluentes domésticos com este tipo de destino nesses domicílios no ano de 2015 foi de 47,47%, 28,53% e 27,12%, respectivamente (Tabela 2.8).

Tabela 2.8 - Destino dos efluentes domésticos nos municípios da Bacia PJ.

Município Ano Destino dos efluentes domésticos Rede de esgoto Fossa Céu aberto

Camanducaia 2006 14,98 49,46 35,56 2010 45,65 31,32 23,03 2015 49,03 28,80 22,16 Extrema 2006 80,50 19,25 0,26 2010 73,58 24,09 2,33 2015 72,05 27,12 0,83 Itapeva 2006 - - - 2010 61,21 34,68 4,10 2014 50,16 47,47 2,37 Sapucaí-Mirim 2006 59,80 23,74 16,46 2010 55,78 26,90 17,32 2014 55,28 28,53 16,20 Toledo 2006 11,10 58,32 30,58 2010 47,49 35,68 16,83 2015 51,44 33,12 15,44 Média Bacia PJ 2006 55,34 29,31 15,36 2010 60,02 28,83 11,14 2015 60,04 31,27 8,69

Fonte: SIAB (2016). Org.: Garofalo, 2017.

Ainda que o despejo de efluentes a céu aberto tenha diminuído quase que pela metade no montante dos domicílios inseridos na Bacia PJ neste período, Camanducaia, Sapucaí- Mirim e Toledo apresentaram índices elevados deste tipo de destino do efluente, com valores de 22,16%, 16,20% e 15,44%, respectivamente.

Atualmente, embora o índice de domicílios atendidos com esgotamento sanitário da COPASA seja superior a 60%, atendendo aproximadamente 100% dos domicílios das sedes urbanas dos municípios da Bacia PJ, apenas o município de Extrema possui estação de tratamento de esgoto, a qual tratou, em 2015, 46,33% do esgoto gerado no município, com lançamento no rio Jaguari (Ministério das Cidades, 2016). O município de Camanducaia lança todo seu esgoto no rio Camanducaia, assim como, Itapeva. No município de Toledo o esgoto coletado pela COPASA é lançado em seis diferentes pontos in natura no rio Guardinha. Com relação ao município de Sapucaí-Mirim, o esgoto coletado pela COPASA é lançado no rio Sapucaí-Mirim, fora dos limites geográficos da Bacia PJ (IRRIGART, 2013).