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Seleção das obras

No documento ISBOA F ACULDADE DE M OTRICIDADEH UMANA (páginas 122-126)

5. ANÁLISE DAS OBRAS DE VÍDEO-DANÇA PORTUGUESAS

5.1 Seleção das obras

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A investigação contemplou reunir a maior quantidade possível de obras portuguesas produzidas nos últimos 10 anos, sabendo que seria impossível tomarmos conhecimento de tudo o que tinha sido criado neste período, uma vez que a produção de vídeo-dança não é controlada no país. Foi possível conhecer, sobretudo, as obras que foram programadas dentro dos festivais nacionais. E ao conhecer os respetivos artistas, percebemos que estes não produzem apenas uma única obra de vídeo-dança, porque em geral quem o faz costuma repetir a experiência, tendo no seu repertório mais algumas obras. Além disso, eles também indicaram outros criadores, conseguindo, desta forma, ampliar a nossa lista de artistas e ter acesso a uma quantidade maior de obras.

Uma vez na posse de uma considerável quantidade de vídeo-danças e tendo como objetivo mostrar uma visão real e transparente do panorama da produção portuguesa, definimos que ao selecioná-las deveríamos abster-nos de emitir qualquer juízo de valor, sem discriminação ou favorecimento com base na vertente profissional e/ou artística da obra. Optámos por encontrar outros parâmetros que dessem base para a seleção.

Assim, foram definidos alguns requisitos importantes para a escolha: primeiramente, houve um especial cuidado para evitar que obras de outros géneros entrassem equivocadamente para o inventário. Pelo que, foram definidos dois critérios para a seleção das obras: a) o criador devia reconhecer a sua obra como pertencendo ao género vídeo-dança; b) a obra teria de ter sido difundida através de eventos ou plataformas reconhecidamente dedicadas a esse fim.

O primeiro critério levou em consideração a opinião do artista, permitindo assim compreender como os criadores portugueses pensam e concebem as obras. O segundo

parâmetro teve em conta o meio normalmente utilizado em Portugal para a divulgação deste género de obras. Uma vez que festivais e plataformas da área aplicam processos de seleção através de curadorias, considera-se que, se a obra conseguiu passar pelo crivo de especialistas, estaria apta para representar o género, no que diz respeito a este estudo.

Além destes crivos, e em segundo lugar, solicitámos a cada um dos criadores que aceitaram participar uma autorização para podermos publicar os vídeos na plataforma Mapa D2. Uma vez munidos do consentimento dos criadores para a publicação, aproveitámos a mesma seleção final para usarmos na análise desta dissertação. Desta forma, as obras que serão mencionadas durante este capítulo são as mesmas que entraram para o Eixo Curatorial proposto por nós.

Após a aplicação dos respetivos procedimentos acima citados, finalizámos a seleção, com um total de 39 obras devidamente autorizadas e aptas para entrarem para o estudo.

E uma vez que a intenção era dar a conhecer as obras produzidas em Portugal nos últimos 10 anos (considerando a faixa de tempo de 2003 a 2013), definimos que a primeira sistematização que deveríamos dar às obras seria a de uma organização cronológica:

Ano Nomes da obra Autor Evento

2013 Whisper Bárbara Hora Cinedans – Dance on Screen Festival Mountain Mouth Catarina Miranda Dancebox (Kobe)

2012 Untitled Luis Marrafa Festival InShadow

Respiro Valdjiu e Sylvia Rijmer Feedback Kolectiv

Pura & Simplesmente Ana Sanchez Sneak a Peek (Jazzy Dance Studios) O guardador de Rebanhos João Paulo Santos InShadow

Mazezan Catarina Miranda InShadow

Corpo sem Órgãos Renata Ferraz InShadow

Amenta Catarina Miranda Festival Magnética

A Dimensão Oculta de Renata Polónia Renata Polónia Extensões InShadow Opressão | Libertação Nelson Castro e Sofia Afonso InShadow

2011 Untraceables Patterns Felipe Martins e Né Barros InShadow Tzero Rafaela Salvador e Carlos

Porfírio Quinzena de Dança de Almada Try Till Die Dário Pacheco e José Gonçalves Quinzena de Dança de Almada

P48 Ana Sanchez, Bruno Duarte, Ana

Rita Rodrigues e Luís Malaquias. Quinzena de Dança de Almada Nº 2743 Dário Pacheco e José Gonçalves Casa PRIMAVERA - Exposição

Colectiva I'm not a hooker I'm a dancer Dário Pacheco e José Gonçalves Streaming Festival Existência Abstrata e Obediência Bruno Canas InShadow

A Praça Filipe Martins InShadow

ACSC1 António Cabrita e São Castro Add-Wood

2010 Tao Valdjiu Fantasporto (cerimonia de abertura)

Hope Pedro Sena Nunes Festróia

2009 Tênue Nuno Neves Estoril Film Festival

Próteses para feridas emocionais Bruno Canas Festival InShadow

Ophélia. Acto I Cláudia Batalhão Quinzena de Dança de Almada Mergulho Pedro Sena Nunes Festival VideoDanzaBA

Hannah Sérgio Cruz InShadow

Exótica Sérgio Cruz InShadow

2008 Procissão K Filipe Martins FRAME Research

Partes Cláudia Batalhão Dança sem Sombra

ID Bárbara Hora Dança Sem Sombra

Floema João Luz Mostra de vídeo-dança+

2007 Skin Catarina Barata Dança Sem Sombra

Outside Sérgio Cruz FRAME

IIB Luís Marrafa e António Cabrita Temps d’Image

CORpo Rafaela Salvador Quinzena de Dança de Almada

2005 EHora António Cabrita FRAME

Animalz Sérgio Cruz Dança Sem Sombra

2003Viagens da Dança na Floresta da

Teoria Paula Varanda Quinzena de Dança de Almada

Quadro I - Obras organizadas por ano de lançamento

Como pode ser visto, para o ano vigente de 2013, existem apenas duas obras, porque a maioria das criações que estão sendo lançadas este ano ainda não foram vinculadas a eventos para este fim, pelo que ainda não podem fazer parte desta seleção. Logo a seguir, pode-se observar que para os anos de 2012 e 2011, há uma maior quantidade de aglomeração de obras de vídeo-dança. Enquanto para os anos mais

afastados, o número de obras começa a diminuir, não havendo nenhuma obra para o ano de 2004 e 2006, e apenas uma, para o ano de 2003.

Como foram poucas as obras mais antigas encontradas, ficou demonstrado que, à medida que o tempo passa, a tendência destas obras se perderem aumenta. Por outro lado, como já tínhamos referido no capítulo anterior sobre a produção, através das informações facultadas pelos nossos informantes, nos últimos anos os artistas tem estado mais alinhados com a vertente vídeo-dança, enviando um maior número de obras deste estilo para serem divulgadas nos festivais nacionais. Sendo natural haver mais obras nos anos mais próximos, já que parece que o género é cada vez mais conhecido ou popular entre os artistas, enquanto nos anos mais distantes os festivais ainda eram muito novos e menos pessoas conheciam a proposta deste estilo artístico.

Em relação à duração do tempo das obras, a mais longa da lista é Mountain Mouth, da artista Catarina Miranda, com 25:08 minutos, e a mais curta é Whisper, de Bárbara Hora, com 1:00 minuto de duração. A grande maioria ronda aproximadamente os 4 a 10 minutos. Sendo que a média exata das 39 obras é de 7 minutos de duração. Isto dá-nos uma ideia da preferência de tempo dos criadores de vídeo-dança em Portugal.

As informações referentes a cada obra, como ficha técnica, sinopse e currículo dos criadores, encontram-se em anexo68, no final desta dissertação.

68 Ver anexo II, onde pode ser encontrada a lista dos autores ordenadas por ordem alfabética, com as obras correspondentes de cada um. E ver anexo III, onde podem ser encontrado os dados bibliográficos dos autores.

No documento ISBOA F ACULDADE DE M OTRICIDADEH UMANA (páginas 122-126)