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Sendo Semiótica a ciência de toda e qualquer informação (Santaella, 1983), torna-se de fundamental importância o seu estudo quando aborda-se o tema informação.

Segundo Martins e Moraes (2002), a Semiótica (ciência dos signos) peirceana define signo como sendo aquilo, de alguma maneira, representa alguma coisa para alguém. O signo cria na mente do indivíduo um outro signo equivalente a si mesmo ou, eventualmente, mais desenvolvido, denominado de interpretante, formando assim a relação triádica (signo- interpretante-objeto). A semiótica tem, então como meta tentar explicar estes fenômenos de significação e interpretação. De acordo com as suas características, ainda baseado na obra de Peirce, podem ser classificados em:

Î Ícone: aquele que representa uma semelhança ou analogia com o objeto que

representa, possibilitando uma linguagem direta e imediata. Mesmo que o seu objeto não exista, as características do ícone o tornam significativo: sua relação dinâmica com o objeto, suas qualidades fazem lembrar as qualidades do objeto e desperta na consciência sensações análogas àquelas que o próprio objeto despertaria. Qualquer coisa será um ícone de algo na medida em que é semelhante a esse algo e usado como um signo dele, podendo ser imagem (que enfatizam determinadas características formais do objeto, cuja utilização se efetua normalmente através de ilustrações, glifos e fotografias), diagramas (representam as relações entre os elementos que compõem o objeto através de analogias com as partes do objeto) e

metáforas (representam o objeto através de um paralelismo).

Î Índice: aquele que tem uma relação física com o seu objeto, sem levar em conta o

interpretante, ou seja indica algo ou algum processo. O índice perderia de imediato o caráter que faz dele um signo, caso não houvesse o interpretante. Tanto o signo quanto o seu objeto devem ser fatos ou coisas individualmente existentes e, como todo ser individualmente existente, possui características próprias. Um índice pode conter um ícone. Apesar de indireta, não envolve nenhum tipo de raciocínio. Requer apenas um esforço mental do observador para trazer à consciência a idéia que se associa ao signo: um indivíduo, ao observar folhas molhadas no jardim, conclui que choveu estabelecendo, dessa forma, uma relação física entre o fenômeno da chuva com a folha molhada.

Î Símbolo: signo que pode ser compreendido com a ajuda de um interpretante. Se

refere ao objeto que, por força de lei, geralmente denota uma associação de idéias que o leva a ser interpretado como se referido àquele objeto. Apesar do significante do símbolo ser uma lei ou uma convenção, ele pode ser constituído de índices e ícones. O símbolo por si mesmo não identifica o objeto. A mente deve estar capacitada para imaginar o objeto e a ele associar o símbolo. Exige do receptor um repertório de idéias pré-concebidas.

Um exemplo que demonstra bem a diferença entre ícone e símbolo é o apresentado abaixo (fig. 3.4) onde, a esquerda tem-se um desenho que estabelece uma relação direta com um caminhão, isto é, um ícone ; enquanto que a direita tem-se uma imagem onde, através de grafismo simples, há a percepção do impedimento de tráfego de caminhões, esta é um símbolo.

Observando mais uma vez essa imagem (figura 3.4) torna-se facilmente compreensível a idéia de cada conceito na pesquisa em questão. Dessa maneira, os elementos constituientes da mensagem serão ícone, enquanto que, a mensagem como um todo, e a informação/procedimento que ela traz é o símbolo.

Linguagem gráfica é aquela que se refere aos signos produzidos por mãos ou máquinas que pretendem comunicar uma mensagem. Dependendo do que deseja comunicar, a mensagem pode ser classificada, segundo Ackoff apud Bernardes(1995), em: (i) informativa, (ii) instrutora e (iii) estimuladora ou motivacional, dessa maneira:

Î Informativa: aquela em que a informação predomina na mensagem, em lugar das

tentativas de influenciar comportamentos. Exemplo: quando um cliente de um banco efetua um depósito e pede ao caixa o extrato de sua conta;

Î Instrutora: quando o emissor procura influenciar, mostrando os efeitos que o

comportamento do influenciado deve ter. Exemplo: quando se pede a um indivíduo que ele atinja a meta de X peças produzidas;

Î Estimuladora ou Motivacional: quando há a tentativa de influenciar o receptor,

mostrando a conveniência de este comportar-se de certa forma. Utilizando o exemplo anterior ter - se -ia: quando se pede a um indivíduo que ele atinja a meta de X peças produzidas porque isso fará com que a empresa venda mais e proporcione uma maior gratificação a ele.

É importante salientar que os três tipos de mensagens não se excluem.

Quanto a forma como a mensagem visual é apresentada esta pode ser (Twyman,1985): (i) verbal : quando constituída por caracteres alfa-númericos; (ii) não verbal : "aquela baseada em mensagens decodificáveis pela capacidade sensorial" (Green apud Gorni, 2002); ou (iii) verbal - pictórico : quando há, numa mesma mensagem, a presença de caracteres verbais e não verbais (Twymann, 1985).

As mensagens visuais fazem parte da nossa vida e problemas em seu entendimento podem provocar sérias conseqüências. Tais problemas de entendimento podem ser provocadas por uma série de fatores, abordados pelo design da informação. Portanto, é de grande importância o estudo dos fatores constituintes das mensagens visuais para a elaboração da mesma correta. Tais fatores são: (i) texto, (ii) cor e (iii) ilustração. Uma apresentação mais

detalhada de cada um deles encontra-se descrito a seguir.

3.4.1 Texto

As mensagens visuais podem apresentar em sua estrutura conteúdo verbal que são constituídos de tipos. Os tipos apresentam grande diversidade de atributos, que muitas vezes por questões estéticas, tem sua legibilidade ofuscada e conseqüentemente inutilizada, e interferm na relação velocidade x tempo de leitura, a saber: (i) serifa, (ii) proporções, (iii) contraste, (iv) stress, (v) tamanho x. Tais atributos encontram-se descritos a seguir.

3.4.1.1 Serifa

Uma família tipográfica pode ou não possuir serifas. Aquelas que não possuem apresentam diferentes formas de terminação das hastes, sem muitas variações. As figuras 3.5 e 3.6 apresentam um exemplo de fonte com e sem serifa

Os tipos com serifas têm grande fator de diferenciação já que a variedade é ampla, podendo ser, segundo Moraes e Balster (2002):

Tabela 3.1 - Tipos de Serifas.

Serifa Definição Exemplo

Côncava Aquela cuja conexão da serifa com a haste

da letra é suavizada com curvas

A; E; G; QSabefsy&248 (Baskerville Times)

Linear Fina Consiste de apenas uma linha cuja conexão

com a haste não é suavizada com curvas

A;E;G;QSabefsy&248 (Courrier)

Quadrada Aquela que possui pelo menos dois vértices

em cada serifa

A; E; G; QSabefsy&248 (URWTypewriterT)

Terminação Quadrada

Quando a terminação é simplesmente uma linha reta

A; E; G; QSabefsy&248 (Avant Garde)

Terminação Alargada

Consiste no alargamento da terminação da

haste que produz uma falsa serifa (Optima)

A ; B; C; 1; 2; 3