• Nenhum resultado encontrado

2. CONSTRUÇÃO NARRATIVA

2.3. SEQUENCE APPROACH

Estrutura proposta pelo roteirista tcheco Frank Daniel e repensada e publicada por Paul Joseph Gulino (2013), a Sequence Approach é uma construção narrativa que adota a abordagem de sequência que divide o roteiro em oito partes, cada uma pensada como um microfilme; a presença dos três atos, entretanto, é preservada e dividida nas sequências. A ideia de sequência continua sendo um conjunto de cenas com uma unidade dramática própria e que interfere, em maior ou menor grau, o desenvolvimento da trama. Para unificar a terminologia do método de Daniel, foram utilizados números, em ordem numérica, para auxiliar na compreensão do crescimento da narrativa.

Como dito, as sequências são tidas com uma micro estrutura, apresentando no Ato I conflitos e objetivos; no II, uma complicação que impede que a meta seja alcançada; e no III, uma solução. Daniel esquematizou as sequências para durarem cerca de 15 minutos de tela, porém, a verdade é que as sequências naturalmente têm tamanhos distintos mediante ao conflito implícito ou explícito, mais curtos ou mais longos.

O paradigma da Sequence Approach se desmembra em três atos e oito sequências, distribuídas em duas, no primeiro ato; quatro, no segundo; e mais duas no último. Essa divisão ensina uma métrica para o filme em que cada cena dura mais ou menos dois minutos e amadurece o desenvolvimento do filme, considerando que cada cena é um micro filme. Pensando na estrutura, a sétima cena da primeira sequência deve ser tônica, ao apresentar o Incidente Incitante, e antes dela, há outras seis cenas que ajudam na ambientação e apresentação dos personagens; na sétima cena do segunda sequência, a narrativa ganha fôlego porque a mudança foi aceita e o protagonista assume o seu lugar na história.

Enquanto isso, no Ato II, a quantidade de cenas por sequência diminui; o desenvolvimento da narrativa requer mais envolvimento e pontos de virada para despertar a atenção do espectador. Ao final de cada cena desse ato, algo novo deve acontecer para que os caminhos do personagem se compliquem. Após trinta e nove cenas, o último ato é iniciado e traz a resolução da trama, dividido em duas sequências de cinco cenas cada. Considerando a narrativa em relação às cenas tônicas de cada sequência, percebe-se que a história é contada nesses pontos cruciais e as cenas anteriores servem para alicerçar o que as tônicas mostram.

• ATO I

SEQUÊNCIA 1

Estabelece a rotina, o status quo do protagonista antes que o “problema” entre em sua vida. Introduz o universo da ação e apresenta as regras que regem o universo. Ao final dessa sequência existe o Incidente Incitante.

SEQUÊNCIA 2

A segunda sequência expande os elementos da primeira: revela novas camadas do protagonista, esclarece mais regras do universo, introduz rivais e aliados, e levanta a questão dramática que irá nortear a narrativa. Se o herói é relutante, ele entra em negação de seu conflito ou questiona se deve enfrentar o problema. Aqui entra também a confirmação de que não há como fugir dessa jornada.

• ATO II

SEQUÊNCIA 1

Esta nova sequência é onde as primeiras tentativas de resolver o problema se apresentam. O personagem tenta resolver o problema de forma mais simples ou fácil. Ao final dessa sequência descobre-se que o problema não será resolvido facilmente e que o protagonista precisa adentrar mais profundamente o problema para resolvê-lo.

SEQUÊNCIA 2

O obstáculo começa a ficar maior e exige mais trabalho, esforço do personagem. Tendo tentado todo lógico e sensato, mas sem sucesso, agora é hora de medidas mais extremas e um plano é definido. O protagonista coloca seu plano em ação, mas ainda se frusta por não conseguir executá-lo. Ao final dessa sequência, a “Primeira Culminação”, resultando em um aumento dos riscos, que acaba virando a história em outra direção, ainda mais complexa, chamada de Mid Point.

SEQUÊNCIA 3

O protagonista tentou todas as possibilidades e ainda não alcançou o sucesso, ele precisa se reposicionar, reagrupar e definir novas estratégias. Ele enfrenta a necessidade de mudar, encarando suas próprias fraquezas. Isso cria um respiro da meio da trama.

SEQUÊNCIA 4

Um imprevisto faz com que o protagonista aplique um novo plano, agora pronto para mudar, porque o anterior falhou de alguma forma. O plano em curso quase pode destruí-lo, mas então ele tem uma revelação.

SEQUÊNCIA 59

Nesta sequência, o maior obstáculo se apresenta, o desafio que pode mudar drasticamente a vida do personagem, mas ele sabe, e está determinado, a enfrentar o perigo e arcar com as consequências futuras.

• ATO III

SEQUÊNCIA 1

A falsa resolução. Essa sequência atribui um falso final à trama, deixando o espectador pensar que o filme vai acabar, antes que uma reviravolta envie a história para seu final verdadeiro.

SEQUÊNCIA 2

A resolução verdadeira que expande o tema e a moral da história. Um jogo entre o que mais tememos que possa acontecer e o melhor cenário possível que possa ocorrer.

Figura 17 – Paradigma do Sequence Approach

Fonte: < http://genrehacks2.blogspot.com/2014/01/frank-daniels-sequence-approach.html>. Acessado em 11 de Nov. de 2019.

Para o teórico e roteirista Frank Daniel, o importante de se lembrar é que o propósito de determinar sequências ou usar uma estrutura de sequências é ajudar a dar forma às histórias; o que importa, o que é feito no ato de criação, se é eficaz ou não. Por isso, essa

9 Apesar de não haver uma quinta sequência no paradigma de Frank Daniel, utilizei-a conforme Anna Muylaert propôs. Notei que era necessário mais uma sequência no segundo ato para estruturar melhor a narrativa.

estrutura pode ser utilizada meramente como metodologia, e, dessa forma, em vez pensar a história como um todo, é possível construir as narrativas em etapas, como pequenos microfilmes que levam a história adiante. Ao invés de se preocupar com as 90 ou 120 páginas que necessita escrever, essa preocupação recai com as 15 primeiras, e depois com as 15 próximas, e assim por diante.

2.4 – A ESTRUTURA EM ALENTO

A estrutura narrativa de Alento passou por diversas mudanças no decorrer do desenvolvimento do projeto. No início e conforme planejado no pré-projeto deste trabalho, a trama seria contada de forma não-linear, começando com o final e intercalando com vários pontos da narrativa que se ligassem, embora a linha temporal não fosse necessariamente linear, em ordem cronológica. Contudo, uma vez que Alento foi se modificando na sua forma, senti a necessidade de mudar também a estrutura: antes, seria uma websérie, que permite uma maior experimentação no campo narrativo; agora, pensada como um longa-metragem, a estrutura deveria ser contada em ordem cronológica porque, enquanto roteirista, preciso entender como a estrutura clássica da narrativa funciona para pensá-la diferente em outros projetos.

Definido que a narrativa seria clássica, parti para os estudos da Jornada do Herói e da

Sequence Approach para compreender como traçar a história de Isadora. A teoria de

Campbell, repensada por Vogler, descrevia exatamente como o primeiro tratamento do argumento estava: o primeiro ato terminava com a revelação do HIV; o segundo, com Isadora conseguindo comprar os medicamentos abortivos; o último, com ela voltando pra casa, em uma tentativa de reconciliação com a mãe, e falando abertamente sobre ser soropositiva e ter realizado aborto. Estruturei a narrativa de acordo com os três atos para compreender a potência das cenas climáticas, os pontos de virada, dentro da história assim como auxiliar a construção narrativa de cada ato; pensar cena por cena. Referente à Jornada do Herói, a utilização desses estágios ajudou tanto na harmonização dramática quanto no entendimento da função de cada cena na composição do todo. Entretanto, não usei as etapas da maneira proposta por Vogler; pelo contrário, inverti a ordem de algumas etapas: Isadora encontra Tereza, sua psicóloga (Mentor), após aceitar se submeter ao tratamento psicológico (Travessia do Primeiro Limiar); depois, acha em Martha um apoio para continuar o aborto (Aliada)

quando entra em um grupo de WhatsApp que comercializa medicamentos abortivos (Aproximação da Caverna Secreta). De modo pragmático, a estrutura da Jornada do Herói em

Alento se constitui da seguinte forma: Mundo Comum; Chamado à Aventura; Recusa ao

Chamado; Travessia do Primeiro Limiar; Encontro com o Mentor; Aproximação da Caverna Secreta; Provas, Aliados e Inimigos; Provação; Recompensa; O Caminho de Volta; Ressureição; Retorno com o Elixir. As teorias narrativas, como é possível ver, não são imutáveis; servem para nortear a escrita e estruturação das tramas.

A Sequence Approach foi inserida na construção da estrutura quase no final do processo criativo e me foi apresentada pela Anna Muylaert. A roteirista e diretora utiliza o método para escrever suas histórias e explicou que a teoria de Daniel auxilia o criador a pensar em uma narrativa mais fluida, uma vez que as cenas principais, chamadas por ela de “tônicas”, estão centradas no final de cada sequência. Para o Alento, essa metodologia serviu para entender a unidade dramática como um microfilme e dar mais liberdade a mim, roteirista, quanto às cenas que comporiam cada sequência até a cena tônica. O paradigma de Daniel, ao contrário da Jornada, não propõe estágios tampouco traz arquétipos de personagens, mas pensa a trama em blocos muito bem definidos para a fluidez da narrativa. Ao passo em que a Jornada do Herói me fez enxergar a narrativa clássica mais claramente, a

Sequence Approach tornou o processo de construção mais leve e atribuiu outro olhar sobre a

3 PROJETO

3.1 – DESCRIÇÃO DO PROJETO

Alento é um longa-metragem de ficção que tece uma narrativa que dialoga com as

problemáticas sociais no que toca o contágio do HIV e o ato de abortar. Alento tem uma mulher como protagonista e trata de questões sexuais e de saúde pública, ao questionar a maternidade inerente ao sexo feminino e o não-uso de preservativos em relacionamentos amorosos, possibilitando o contágio do HIV.

3.2 – PÚBLICO ALVO

O projeto tem como público-alvo mulheres entre 15-35 anos, de todas as classes sociais. Embora a protagonista pertença socialmente à Classe C, o contágio do HIV e o aborto são assuntos que não se restringe à classe social; é possível que todas as mulheres possam contrair o vírus e cogitar o aborto.

O longa-metragem será exibido em escolas, associações comunitárias e durante eventuais palestras que coloquem em discussão os problemas de saúde pública abordados pela narrativa ficcional, além dos circuitos de exibição dos festivais e mostras cinematográficas. Apesar de ser uma ficção, o projeto se baseou em história reais para o desenvolvimento da trama e, dessa forma, gerar mais empatia e identificação do público com a protagonista.

3.3 – LOGLINE

Após descobrir que é portadora do vírus HIV e ser abandonada pelo companheiro, uma grávida de três meses decide que não quer mais o bebê e entra em um grupo de conversas online que comercializa medicamentos abortivos. Agora, ela precisa de dinheiro para realizar o aborto.

3.4 – SINOPSE

Isadora não está feliz com a gravidez. Ela e o namorado Miguel estão em dissonância no relacionamento, mas nunca falaram sobre o bebê que está por vir. A jovem se vê sozinha quando ele a abandona repentinamente, sem explicação alguma. Contudo, Isadora enfrenta o seu pior pesadelo ao descobrir que está contaminada com HIV e tem certeza que Miguel a deixou porque a infectou. Nesta reviravolta, ela deve decidir se vai continuar com a gravidez indesejada ao entrar em um grupo de conversas online que comercializa medicamentos abortivos, além de lidar com uma doença inesperada.

3.5 – ARGUMENTO

Não é segredo para ninguém que Isadora Martin, de 23 anos, está desanimada com a ideia de colocar o filho no mundo. Ela não se sente preparada para cuidar de um bebê por inúmeros motivos, um deles financeiro, mas o principal é que ela não consegue ter afetividade pelo bebê. A relação conturbada com a mãe, Lúcia, é outro fator que a faz questionar se deve continuar coma gravidez. Cientes do desânimo da jovem, os amigos dela preparam um chá de bebê durante o intervalo no call center, onde trabalham. Gustavo, melhor amigo, teve a ideia de organizar a comemoração com pretexto de se aproximar mais da amiga que está cada vez mais distante.

Durante a comemoração, Isadora tira algumas fotos e recebe palavras de entusiasmo dos amigos. A jovem envia fotos para Miguel, seu namorado e pai do bebê, e não recebe resposta alguma, embora ele tenha visualizado as mensagens. Ela finge animação ao abrir alguns presentes e agradece pela festa. Após recolher o lixo do refeitório, Isadora organiza os presentes do bebê recebidos. Gustavo questiona se Miguel já estava sabendo da festa e ela nega. Isadora está grávida de quase três meses e, devido às instabilidades do seu relacionamento, questiona o quão responsáveis e prontos ambos estão para cuidar do filho. Entretanto, eles nunca conversaram sobre a vinda do bebê. Ela abandonou a família para viver com Miguel em Natal e começa a cogitar que Lúcia sempre esteve certa sobre ele. Gustavo sabe da relação complicada que a amiga tem com a mãe e evita fazer qualquer menção à mãe, mas o amigo pergunta se Isadora já pensou em falar com ela sobre a gravidez. Não recebe resposta.

Após o expediente, Isadora e Gustavo esperam por Miguel e ela reclama do emprego de telemarketing. Isadora acende um cigarro enquanto Gustavo diz que o problema todo se resume ao relacionamento dela. Miguel se surpreende com os presentes e aconselha a namorada a parar de fumar, tentando tirar o cigarro de suas mãos. O casal tem uma rápida discussão dentro do carro e Isadora continua a tragar o fumo.

Miguel e Isadora tiram os presentes das embalagens e os guardam em um quarto vazio, que será do bebê. Não há mobília ainda. Ela, enquanto cozinha, pergunta se ele pagou a conta de luz. Miguel diz que sim. Isadora percebe que o namorado está estranho há algumas semanas e ela pergunta se está tudo bem. Miguel se aproxima dela e lhe dá um beijo da testa, sem falar nada. Durante o banho de Miguel, Isadora entra no banheiro para escovar os dentes e indaga se ele já procurou um médico para saber o que são as manchas na pele dele. Miguel

diz que o dermatologista o diagnosticou com apenas com uma alergia. Nada que o preocupasse. Na madrugada, Miguel sai do quarto, tira uma mala de trás da porta da dispensa e deixa a casa. Ele a abandona.

Isadora acorda, percebe que Miguel não está na cama e procura por ele. Entretanto, quando se dá conta que as coisas dele sumiram, sabe que foi deixada. Isadora tenta telefonar para Miguel. A jovem se tranca no quarto do bebê e coloca música para ouvir por uma caixinha de som portátil. Gustavo chega à casa de Isadora logo após saber que Miguel se foi. Ele não encontra uma Isadora chorosa, mas um pouco triste. Gustavo pergunta sobre o bebê e Isa não responde.

Em seguida, Isadora retira quaisquer objetos da casa que lhe recordem Miguel e pede ao amigo para ficar sozinha em casa. Contudo, depois, ela pergunta se Gustavo pode passar um tempo com ela no apartamento e ele diz que sim. Isadora começa a pensar em sair do trabalho de telemarketing e Gustavo a aconselha a não fazer isso por causa do bebê. Gustavo chama Isadora para uma boate na qual vai tocar como drag queen. Ele performa após o expediente no call center; ele é transformista, sonha em viver disso. Isadora avisa que fará a primeira consulta do pré-natal.

Isadora vai à consulta e, durante o atendimento, recebe os resultados, que variam desde o hemograma completo até a sorologia para HIV e VDRL. A médica tenta preparar a jovem para dizer que ela é soropositiva. Isadora alega que os exames estão errados e que não há essa possibilidade, afinal só teve um parceiro durante todo esse tempo. A médica pergunta se Miguel era portador ou se ela lembra de algum comportamento estranho do parceiro. Isadora recorda de ferimentos na pele dele, surgidas pouco tempo atrás. Ela liga todos os pontos: Miguel a deixou porque a infectou. A médica recomenda que Isadora comece a fazer terapia durante o acompanhamento da gravidez. A garota, ainda em choque e chorando, questiona como pode cuidar de um bebê estando com HIV. A médica fala que é possível a criança não ser portadora. Isadora aceita ter acompanhamento psicológico e da assistência social mesmo se negando a acreditar no resultado dos exames.

Voltando para casa, Isadora passa por uma farmácia e compra testes rápidos de HIV. Ela leva nas costas o peso de ter sido concebida sem a vontade de sua mãe, de uma gravidez indesejada. A relação complicada entre Lúcia e ela se pavimentou entre olhares tortos e recriminações, mas o que Isadora nunca percebeu é que a sua mãe não queria que ela cometesse os seus mesmos erros: casar jovem e engravidar antes do tempo. Lúcia não

aprovava o relacionamento da filha com Miguel e deixou isso claro, até mesmo quando os dois fugiram de Ipueira, interior do Rio Grande do Norte.

Isadora refaz os testes em casa, ainda não acreditando nos resultados da consulta do pré-natal. A confirmação, contudo, é a mesma: ela é soropositiva. Gustavo liga para Isadora para saber da consulta e ela não atende. Isadora passa o resto do dia dentro do quarto. Antes de entrar no palco para performar, Gustavo torna a ligar e Isadora diz que não poderá ir. Ele sabe que há algo errado.

Sob o nome artístico de Ágatha Black, Gustavo se apresenta na boate e decide ir para casa. Isadora não comenta com amigo sobre o HIV e se entrega ao cigarro em uma tentativa de conter as lágrimas. Ela não está disposta a falar sobre ser soropositiva a Gustavo por inúmeros motivos, um deles é por ainda não acreditar que está infectada. Enquanto atende uma ligação no trabalho, Isadora repete a informação para a cliente e é xingada. A jovem revida e eleva o tom de voz. Isadora derruba a ligação e sai correndo da operação.

Gustavo percebe a movimentação, mas continua o atendimento. Enquanto se tranca dentro do banheiro e acende o fumo, ela decide que é o momento de pedir demissão do emprego. Isadora vai ao hospital pegar os coquetéis e tem uma conversa com a assistente social sobre o acompanhamento psicológico. Ela esconde os comprimidos em casa. Isadora sai do apartamento noite adentro, vagando pela cidade até que para em frente a uma loja de piscinas – relembra da infância, quando praticava natação.

Isadora vai para a primeira consulta com a psicóloga e fala sobre a descoberta do HIV e como tem lidado com a doença. A psicóloga pergunta se a jovem começou os medicamentos e ela diz que sim. Gustavo nota que a amiga está distante: fala pouco, não diz nada sobre o bebê, e se importa cada vez menos com o trabalho. Isadora surpreende Gustavo ao perguntar se eles podem se mudar do condomínio para algum outro que tenha piscina. Ele percebe que Isadora está mais aliviada e alegre com a ideia da piscina.

No acompanhamento psicológico, Isadora diz que não quer ter o bebê; quer abortar. A terapeuta oferece a Isadora um número, em sigilo, de um grupo de conversas online, o qual é voltado para a venda de medicamentos abortivos. Isadora liga para o número e é atendida por uma mulher que pergunta o nome da pessoa quem passou o contato. Em seguida, a jovem entra no grupo online composto apenas por mulheres e fica sabendo do alto preço do medicamento vendido clandestinamente. Gustavo vai atrás novos apartamentos, mesmo com pouco dinheiro.

Isadora pensa em como vai conseguir o dinheiro, perguntando ao corretor os valores dos apartamentos, para o aborto enquanto ela e Gustavo visitam condomínios. O amigo percebe que a jovem está meio alheia. No grupo de mulheres, a jovem consegue o contato de uma participante, Marta, com quem começa a tirar dúvidas sobre os procedimentos. Isadora diz que não tem dinheiro ainda, mas sabe como vai conseguir: através do calção do outro apartamento. Ela planeja substituir o dinheiro quando sair do emprego. Isadora e Gustavo visitam o futuro apartamento e se mudarão em uma semana. Isadora pergunta ao corretor se pode ficar um tempo sozinha na piscina, antes de ir embora.

Isadora pede para que o supervisor da equipe do call center a demita e ele nega; então, ela entra com processo do aviso prévio. Marta tranquiliza Isadora quanto ao aborto e oferece a sua casa para ela ficar, caso dê algo errado. Gustavo vê a amiga em casa, dentro do quarto, sempre conversando com alguém e discute com ela o aviso prévio, porém, Isadora diz que tem outro emprego em vista, mentindo. Gustavo e Isadora combinam de levantar dinheiro

Documentos relacionados