B) SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE ALTA
1. Serviço de Acolhimento Institucional
1.1. Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes
O Município conta com o Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária (2009), elaborado com base em estudo e pesquisa, atendendo o que preconiza a Política Nacional para a municipalização do atendimento desta área.
O Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes está inserido na Proteção Social de Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência Social e organizado em consonância com os princípios, diretriz e orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente, do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e das “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”, Política Nacional de Assistência Social e Projeto de Diretrizes das Nações Unidas sobre Emprego e Condições Adequadas de Cuidados Alternativos com Crianças.
O referido serviço atende crianças e adolescentes de ambos os sexos, de 0 a 17 anos e 11 meses, em situação de risco pessoal, social e de abandono, cujas famílias ou responsáveis encontram-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, encaminhados pela Vara da Infância e Juventude.
A medida de proteção11 possui caráter de acolhimento provisório e excepcional. São
oferecidos às crianças e aos adolescentes: moradia, alimentação e atendimento personalizado, garantindo-lhes o acesso aos serviços comunitários e a preservação dos vínculos sociais e comunitários até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou família substituta.
Aos grupos com vínculos de parentesco é garantido o atendimento na mesma unidade. No período de acolhimento a criança e o adolescente frequentam a Escola da Rede Pública de Ensino e utilizam de outros equipamentos e serviços disponíveis na localidade. Para isso, o serviço de acolhimento mantém articulação com o Sistema de Garantia de Direitos (Justiça da Infância e da Juventude, Conselho Tutelar etc.) e com a Rede de Serviços (saúde, educação, CRAS, CREAS).
Usuários:
Crianças e adolescentes de 0 a 17 anos e 11 meses.
Objetivo Geral:
Acolher e garantir proteção integral à criança e adolescente em situação de risco pessoal e social e de abandono, oferecendo atendimento em caráter provisório e excepcional, visando a garantia da convivência familiar e comunitária.
11Medida protetiva aplicada nas situações dispostas no Art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, sempre que os direitos forem ameaçados ou
violados e, no que couber, segundo o estabelecido nos Artigos 90 a 94. A excepcionalidade dessa medida está prevista no Art. 101, parágrafo único. Importante ressaltar que a falta de recursos materiais não constitui motivo para o abrigamento, conforme Art. 23 dessa lei.
Objetivos Específicos:
Objetivos Específicos Atividades
1..Oferecer acolhimento, cuidado e espaço de desenvolvimento para crianças e adolescentes com Medida de Proteção, encaminha- das pela Vara da Infância e Juventude cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção.
1..Atitude receptiva e acolhedora no momento da che- gada da criança e do adolescente e durante o pro- cesso de adaptação e permanência;
2. Atendimento às necessidades materiais, físicas, emocionais, intelectuais, humanas e sociais por meio do acesso a ambiente acolhedor e espaços reservados a manutenção da privacidade do usuário; 3..Identificação da rede socioassistencial, dos órgãos do
Sistema de Garantia de Direitos e das demais políticas públicas que acompanham a família.
2..Promover acesso ao ensino regular e profissionalizante, a programa- ções culturais, de lazer, de esporte e ocupacionais internas e externas, relacionando-as a interesses, vivências, desejos e possibilidades da criança e adolescente.
1..Desenvolvimento de aptidões, capacidades e oportunidades para que as crianças e adolescentes façam escolhas com autonomia;
2..Preparação do adolescente para a independência e o autocuidado.
3..Contribuir para o desenvolvimento integral da criança e do adoles- cente e para o fortalecimento dos vínculos familiares.
1. Orientação e encaminhamento da família a rede soci- oassistencial, nos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos e nas demais políticas públicas de acordo com as necessidades;
2. Fortalecimento das habilidades parentais necessárias ou redução dos fatores negativos que impedem o de- senvolvimento dessas habilidades;
3. Elaboração do PIA (Plano Individual de Atendimento), pactuado com a família, criança e/ou adolescente, ar- ticulado com a rede de atendimento;
4..Preparação gradativa para o desligamento da criança e do adolescente visando a reintegração a família de origem, ou na impossibilidade, colocação em família substituta;
5..Acompanhamento das famílias no processo pós- rein- tegração, atendendo ao plano de fortalecimento de vínculos, no período de 6 meses.
4..Manter articulação intersetorial para fortalecer o desenvolvimento das ações.
1. Realização de reuniões periódicas, com a participa- ção de profissionais do serviço de acolhimento, equi- pe técnica da Vara da Infância e da Juventude e pro- fissionais da rede, envolvidos no acompanhamento das crianças e adolescentes e suas famílias;
2..Elaboração do Plano de Ação em conjunto com os ór- gãos envolvidos, delimitando as competências e pa- péis na construção de fluxos e procedimentos com- plementares.
Provisões Institucionais, Físicas e Materiais:
Espaço para moradia, endereço de referência, espaço de estar e convívio. acessibilidade de acordo com as normas da ABNT; recursos humanos de acordo com a NOB-RH/SUAS e o documento das “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”; capacitação continuada dos profissionais, especialmente aqueles que têm contato direto com as crianças e adolescentes e suas famílias; estágio de observação ao cuidador/educador iniciante no serviço, que deverá integrar a equipe, acompanhando
como auxiliar nas diferentes atividades da rotina institucional, sob supervisão de um(a) cuidador/educador experiente e da equipe técnica.
Aquisições dos Usuários:
Ser acolhido em suas demandas, interesses, necessidades e possibilidades; ter acesso a ambiente acolhedor e espaços reservados a manutenção da privacidade do usuário; ter reparado ou minimizado os danos por vivências de violência e abusos; ter sua identidade, integridade e história de vida preservadas; vivenciar experiências que contribuam para o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários; ter acesso a serviços, benefícios socioassistenciais e programas de transferência de renda, conforme necessidades e inserção e permanência na rede de ensino; receber ações pautadas pelo respeito a si próprio e aos outros, fundamentadas em princípios éticos de justiça e cidadania; conhecer seus direitos e como acessá-los; ter oportunidades de escolha e tomada de decisão; ter experiências para relacionar-se e conviver em grupo, administrar conflitos por meio do diálogo, compartilhando outros modos de pensar e agir; ter oportunidade de avaliar as atenções recebidas, expressar opiniões e reivindicações; ter espaço com padrões de qualidade quanto a: higiene, acessibilidade, habitabilidade, salubridade, segurança e conforto; ter acesso à alimentação em padrões nutricionais adequados e adaptada a necessidades específicas. (Portaria SP 46, p. 132-133); preparar gradativamente para o desligamento.
Indicadores de Avaliação do Serviço:
25% ou mais de crianças e adolescentes desligados pelo retorno à família de
origem ou família substituta durante o semestre;
100% das crianças e adolescentes de 6 a 17 anos frequentando a rede pública
de educação;
50% de adolescentes de 15 a 17 anos realizando cursos e/ou atividades
profissionalizantes e/ou de preparação para o mundo do trabalho;
100% de crianças e adolescentes, sem restrição judicial, recebendo visita familiar
(nuclear e/ou extensa);
100% de famílias de crianças e adolescentes (nuclear e/ou extensa)
acompanhadas;
6 (seis) ou mais atividades externas de natureza socioeducativa/lazer realizadas
com as crianças e adolescentes durante o semestre (Deverá ser realizada ao menos uma atividade externa por mês).
Fontes de Verificação:
Relatórios Consubstanciados e Relatório anual de atividades/Cumprimento do Objeto.
Recursos Humanos:
Equipe de Referência para cada grupo de 20
Função Carga Horária Quantidade
Coordenador 40hs/semanais 1 profissional de nível superior e experiência em função congênere
Assistente Social 30/hs/semanais 1
Psicólogo 40hs/semanais 1
Cuidador(a)/Educador(a) 40hs/semanais 1 para até 10 usuários, por turno (com formação mínima: nível médio e qualificação/capacitação especí-fica).
Obs.: A quantidade de profissionais
deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem atenção específica (com deficiência, com necessidades específicas de saúde, idade inferior a um ano). Para tanto, deverá ser adotada a seguinte relação:
a) 1 cuidador para cada 8 usuários,
quando houver 1 usuário com demandas específicas;
b) 1 cuidador para cada 6 usuários,
quando houver 2 ou mais usuários com demandas específicas.
*Para preservar seu caráter de proteção e tendo em vista o fato de acolher em um mesmo ambiente crianças e adolescentes com os mais diferentes históricos, faixa etária e gênero, faz-se necessário que o abrigo mantenha uma equipe noturna acordada e atenta à movimentação.
Auxiliar de Cuidador(a)/
Educador(a) 40hs/semanais
1 profissional para até 10 usuários, por turno (com formação mínima: nível fundamental e capacitação específica).
Obs.: A quantidade de profissionais
deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem atenção específica, adotando-se a mesma relação do cuidador(a)/educador(a).
*Conforme a demanda específica de cada abrigo, o número destes profissionais poderá ser reduzido no período noturno.
Funcionamento:
Ininterrupto, 24 horas diárias
Unidade:
Espaços Institucional (cedidos, próprios ou locados), administrados por organizações sem fins lucrativos com características residenciais, sem placa de natureza institucional e endereço sigiloso para a preservação da identidade e integridade do público atendido, destinado a atendimento de grupos de até 20 crianças e adolescentes e mais 2 vagas na vigência da Operação Baixas Temperaturas.
Forma de Acesso:
Determinação do Poder Judiciário, requisição em caráter emergencial pelo Conselho Tutelar. Nesses casos a autoridade competente deverá ser comunicada, conforme previsto no artigo 93 do ECA.