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8.1 Tribunais de Contas do Brasil e Serviços para Garantia do Acesso à Informação

8.1.2 Serviço de Informação ao Cidadão – SIC

O art. 8º da Lei nº 12.527, de 18, de novembro de 2011(Lei Federal de Acesso à Informação – LAI) expõe:

Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. [...]

Assim, podemos dizer que a internet é um dos mais fáceis instrumentos para se ter o acesso à informação para o atendimento às perguntas mais frequentes da sociedade sobre atos da administração pública. Limitar respostas por intermédio da internet é, portanto, uma barreira criada para dificultar o acesso à informação. Um cidadão atualmente, pode receber informações por essa via e não precisa se deslocar fisicamente ao órgão ou à instituição para obter informações públicas que foram requeridas. O objetivo da LAI é exatamente facilitar o acesso.

No art. 9º da LAI foi instituído como um dever do Estado de criar um ponto de contato entre a sociedade e o setor público e este ponto de conexão é o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC. São funções do SIC:

a) Atender e orientar os cidadãos sobre pedidos de informação; b) Informar sobre a tramitação de documentos e requerimentos de acesso à informação;

c) Receber e registrar os pedidos de acesso e devolver as respostas aos solicitantes.

O Serviço de Informações ao Cidadão - SIC permite que encaminhe pedidos de acesso à informação, acompanhe o prazo e receba a resposta da solicitação realizada para as Cortes de Contas. Os cidadãos ainda podem entrar com recursos e apresentar reclamações caso seu pedido não seja atendido, ou justificado nos termos da Lei de Acesso à Informação.

O objetivo do SIC é organizar e facilitar o procedimento de acesso à informação para o cidadão bem como para os demais órgãos da Administração Pública. Podem ser gerados relatórios com dados referentes às solicitações de acesso à informação aos Tribunais de Contas.

Cada órgão e entidade do poder público deve se estruturar para tornar efetivo o direito de acesso à informação, sendo obrigatória a instalação do SIC pelo menos em sua sede, em local de fácil acesso e identificação pela sociedade.

Podemos dizer que todos os Tribunais de Contas estudados oferecem o Serviço de Informação ao Cidadão -SIC. Quanto ao pedido de Acesso à Informação Tribunal de Contas do Acre – TCE-AC, no seu art. 8º e incisos dispõe que qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso às informações públicas. Do mesmo modo dispõe o art. 7º da Resolução Normativa nº 12, de 19 de junho de 2012, do Tribunal de Contas do Mato Grosso, o art. 6º da Resolução nº 45, de 17 de

abril de 2014, do Tribunal de Contas do Paraná e o art. 8º da Resolução nº 275, de 25 de março de 2013, do Tribunal de Contas o Estado do Rio de Janeiro.

Os Tribunais de Contas do Estado do Acre, do Mato Grosso, do Paraná, do Pernambuco têm diretamente como destinatários a Ouvidoria, mas o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro tem como destinatário o Presidente e deve ser apresentado o pedido ao Serviço de Informação ao Cidadão – SIC e, posteriormente atendido pela Ouvidoria, assim dispondo os arts. 9º, I e 10 da Resolução TCE-RJ nº 275, de 25 de março de 2013.

Verificamos que neste aspecto há uma unanimidade de ―seguir‖ as mesmas regras e ainda uma similaridade de linguagem. Porém, observamos que no Tribunal de Contas do Estado do Acre – AC, o Sistema de Informação ao Cidadão (SIC) foi desenvolvido e disponibilizado para ser mais um canal de comunicação com a sociedade. Por meio do SIC, é possível comunicar irregularidades, fazer denúncias, criticar, reclamar, elogiar, sugerir ou solicitar informações sobre os serviços prestados pelo Tribunal de Contas do Estado. As demandas serão recebidas e encaminhadas aos setores competentes para que respondas às perguntas.

No TCE-AC a Ouvidoria Eletrônica acompanha as providências adotadas e mantém o cidadão informado, de acordo com a tramitação dos atendimentos. A intenção do SIC é dar uma resposta rápida ao cidadão, portanto, existem algumas perguntas que precisam de maior elaboração quanto à resposta. Assim, o atendimento só será considerado encerrado quando o cidadão receber uma resposta conclusiva. Neste sentido, repetimos, é a partir do uso em suas duas ―margens‖, indagação e retorno do pedido, que a ―transparência‖ ganha suas condições de efetivação.

Para facilitar o acesso ao SIC pelos cidadãos, TCE-MT formulou algumas perguntas frequentes com respostas para tirar dúvidas, caso o assunto que interesse ao cidadão esteja incluído neste rol. Desta forma, percebemos objetivamente a presença do ―uso‖ sob uma via ―contextual‖, uma correlação mais ponto com os ―jogos de linguagem‖ que perpassam a ―forma de vida‖ dos Tribunais, não apenas do legal para o documental, mas do documental para o informacional, perpassando todos os agentes partícipes desta ―vivência‖, dos usuários aos servidores dos órgãos. Trata-se, pois, de uma atitude ativa que deve ser estimulada pelos demais Cortes de Contas Nacionais.

formulário eletrônico de solicitação de informações que estão de acordo com o cumprimento à Lei 12.527/2011, assim de forma semelhante as demais de Cortes de Contas também realizam desta forma. Podemos acessar também o Portal do Cidadão, com informações sobre os municípios do Estado de Pernambuco.

No Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro a designação do SIC é diferente dos demais Tribunais estudados. Denomina-se Atendimento aos Pedidos de Informação, mas, na prática, traduz-se em um serviço semelhante aos SIC dos demais Tribunais de Contas, apenas apresenta a denominação diferente.

O que constatamos é que, no geral, os Tribunais de Contas ―seguem‖ uma regra de vinculação do Serviço de Informação ao Cidadão-SIC às Ouvidorias. No entanto, as nuances, as ―variações‖ de apropriação da LAI, permitem compreender que entre a ―lei‖ e a ―regra‖ (no sentido wittgensteiniano) existem diferenças sutis que podem representar ―ações de informação‖ completamente diferentes. As regras, flexíveis, que respondem não apenas pelas ―leis do Estado‖, por outras ―leis‖, como aquelas oriundas dos hábitos dos cidadãos, são tecidas sob um jogo cotidiano da linguagem, e se estabelecem sob dinâmicas distintas. Os modos de ―interpretação‖ e ―efetivação‖ da LAI demonstram como, no nível de cada Tribunal, existe um modo de ―aplicação‖ da lei, bem como, no nível do usuário, existirá um modo específico de apropriação das informações.