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2 PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOAS EXISTENTE NO TERRITÓRIO

2.2 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI Panambi

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI começou suas atividades em Panambi nas instalações do Colégio Evangélico Panambi, participando diretamente da implantação dos primeiros cursos técnicos profissionalizantes na década de 80. A partir de 1999, as instituições desmembraram-se e o SENAI passou a ter sede própria, onde desenvolve suas atividades com maior visibilidade.

O SENAI Panambi tem seu foco em cursos profissionalizantes, com atuação na educação básica, aperfeiçoamento e qualificação. Em Panambi, tem desenvolvido diversos cursos, atendendo a demanda da indústria local, com destaque ao auxílio oferecido às empresas quanto ao que é estabelecido na Lei nº 10.097/2000 - Lei da Aprendizagem, que determina que todas as empresas de médio e grande porte contratem adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos. Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego, a Lei prevê um contrato especial de trabalho por tempo determinado, de no máximo dois anos. Os jovens beneficiários são contratados por empresas como aprendizes de ofício, previsto na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO do Ministério do Trabalho e Emprego, ao mesmo tempo em que são matriculados em cursos de aprendizagem, em instituições qualificadoras reconhecidas, responsáveis pela certificação. A carga horária estabelecida no contrato deverá somar o tempo necessário à vivência das práticas do trabalho na empresa e ao aprendizado de conteúdos teóricos ministrados na instituição de aprendizagem. Muitos desses jovens são contratados antes mesmo de concluir o curso, sendo essa a forma encontrada pelas empresas para garantir a permanência do profissional qualificado.

Nesse sentido, o SENAI Panambi tem oferecido diversos cursos profissionalizantes de aprendizagem, como manutenção elétrica e mecânica, ferramenteiro, mecânica e usinagem, conformação de chapas (operador de prensa), solda, manutenção elétrica e logística, sendo este último voltado aos portadores de deficiência intelectual.

O SENAI Panambi auxilia também as indústrias locais no atendimento a outra determinação do MTE. Trata-se da Lei Nº 8.213, que dispõe sobre a contratação de portadores de necessidades especiais, sendo que as empresas com 100 ou mais funcionários estão obrigadas a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção: até 200 funcionários

2%, de 201 a 500 funcionários 3%, de 501 a 1000 funcionários 4% e acima de 1001 funcionários 5%.

Marcos Henkes (2014), diretor da instituição no município, destaca que o SENAI Panambi tem um diferencial se comparado a outras escolas do SENAI do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Em 2014 o número aproximado de matrículas chega a 8 mil, equiparando-se a escolas de capital. O SENAI Panambi possui uma das melhores escolas no estado do Rio Grande do Sul e o diretor remete esse diferencial à demanda local e a parceria que existe entre o SENAI e as empresas.

Em Panambi o SENAI visita as empresas e flexibiliza cursos que visam a atender as especificidades de cada uma, tornando-os um atrativo tanto para os empresários como para seus funcionários, que entendem a oportunidade de se qualificar e melhorar sua condição dentro da empresa, devido aos planos de carreira adotados.

Há ainda parcerias mais direcionadas em que os cursos são ministrados por professores do SENAI, dentro do espaço e com equipamentos da própria empresa. Em 2014, a procura por cursos fechados chegou a aproximadamente 6 mil matrículas, sendo que uma só empresa chegou a colocar em funcionamento 25 turmas por semana. Os cursos fechados são financiados pela empresa que se interessa em qualificar seus funcionários em áreas específicas, porém, esses cursos fechados são oportunizados apenas em empresas maiores, onde é possível fechar uma turma com 15 ou 20 pessoas que atuam numa mesma área. Para as empresas menores, são oferecidas as “vagas de balcão”, que são preenchidas através de um levantamento, para conhecer as especificidade e demandas comuns a um grupo de empresas e então estabelecer um curso para alunos de diversas delas, mas com objetivos equivalentes. Esses levantamentos são feitos pelo próprio SENAI e também com auxílio do Arranjo Produtivo Metalmecânico Pós-Colheita.

O SENAI Panambi oferece também cursos na modalidade PRONATEC, um programa do governo federal que possibilita o acesso ao ensino técnico e ao emprego. Nessa modalidade também são oferecidos cursos voltados ao setor metalmecânico, sendo a maior parte das vagas preenchidas por mulheres. Contudo, percebe-se um alto número de evasão nos cursos do PRONATEC, diferentemente do que acontece com os demais cursos oferecidos pelo SENAI, onde o nível de evasão é considerado muito baixo. Quanto ao gênero, a procura por cursos do SENAI, apresenta uma equiparação entre homens e mulheres, porém, quando acontece processo seletivo as mulheres levam vantagem em relação aos homens.

O diretor Marcos Henkes(2014) entende que essa demanda por profissional qualificado no setor metalmecânico tem a ver com a modernização, inovação e agregação de

tecnologias cada vez mais crescente, aos equipamentos produzidos [...] “isso faz aumentar a carência por profissional qualificado”. Outro fator, segundo o entrevistado, tem a ver com a rotatividade de funcionários nas empresas da região, onde se contrata muito, porém, demite-se quase na mesma proporção. Até mesmo a escola perde profissionais qualificados para as indústrias, uma vez que não há um atrativo na região, além da oferta de trabalho, fazendo com que a carência de profissionais qualificados esteja sempre em ascensão.

O SENAI Panambi tem assumido papel de destaque na qualificação de pessoas para as empresas que compõe o APL Metalmecânico Pós-Colheita. Muitos empresários entenderam que qualificar seus funcionários através de escolas preparadas traz um retorno imediato para a empresa, reduz custos em treinamentos internos, além de aumentar o interesse por parte do funcionário em se qualificar. Outro ganho é que as escolas que se propõem a qualificar não trabalham apenas o conhecimento técnico, mas também o desenvolvimento humano, as relações interpessoais, o espírito de equipe e liderança, que são ferramentas necessárias para o bom andamento das atividades em qualquer empresa. Assim é definido o bom êxito do SENAI em Panambi, pelo seu diretor.

2.3 Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ