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43 Servidões administrativas 44 Requisição da propriedade privada Ocupação temporária.

187 será concedido e nenhuma construção civil ou pública autorizada, considerando-se nulas as propriedades porventura existentes, sem ônus para o Estado.

Art. 2º Na 2ª zona de 600 braças (1.320 metros) observar-se-á o seguinte: Nenhum novo aforamento de terreno será concedido;

nenhuma construção ou reconstrução será permitida fora dos gabaritos determinados pelo Ministério da Guerra que poderá também promover a desapropriação do imóvel, se necessitar do terreno as obras da Organização da Defesa da Costa;

qualquer construção ou reconstrução em andamento, ou já autorizada, será sustada, para cumprimento do disposto na letra anterior.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 17 de julho de 1941, 120º da Independência e 53º da República.

GETULIO VARGAS. As fronteiras também são de extrema importância para a defesa nacional, justamente por isso sofrem limitações. Veja-se a legislação sobre o assunto:

LEI Nº 6.634, DE 2 DE MAIO DE 1979

Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. - É considerada área indispensável à Segurança Nacional a faixa interna de 150 Km (cento e cinquenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional, que será designada como Faixa de Fronteira.

Art. 2º. - Salvo com o assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional, será vedada, na Faixa de Fronteira, a prática dos atos referentes a:

I - alienação e concessão de terras públicas, abertura de vias de transporte e instalação de meios de comunicação destinados à exploração de serviços de radiodifusão de sons ou radiodifusão de sons e imagens;

II - Construção de pontes, estradas internacionais e campos de pouso;

III - estabelecimento ou exploração de indústrias que interessem à Segurança Nacional, assim relacionadas em decreto do Poder Executivo.

IV - instalação de empresas que se dedicarem às seguintes atividades:

a) pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerais, salvo aqueles de imediata aplicação na construção civil, assim classificados no Código de Mineração;

b) colonização e loteamento rurais;

V - transações com imóvel rural, que impliquem a obtenção, por estrangeiro, do domínio, da posse ou de qualquer direito real sobre o imóvel;

VI - participação, a qualquer título, de estrangeiro, pessoa natural ou jurídica, em pessoa jurídica que seja titular de direito real sobre imóvel rural;

§ 1º. - O assentimento prévio, a modificação ou a cassação das concessões ou autorizações serão formalizados em ato da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional, em cada caso.

§ 2º. - Se o ato da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional for denegatório ou implicar modificação ou cassação de atos anteriores, da decisão caberá recurso ao Presidente da República.

§ 3º. - Os pedidos de assentimento prévio serão instruídos com o parecer do órgão federal controlador da atividade, observada a legislação pertinente em cada caso.

§ 4o Excetua-se do disposto no inciso V, a hipótese de constituição de direito real de garantia em favor de instituição financeira, bem como a de recebimento de imóvel em liquidação de empréstimo de que trata o inciso II do art. 35 da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)

188 Art. 3º. - Na faixa de Fronteira, as empresas que se dedicarem às indústrias ou atividades previstas nos itens III e IV do artigo 2º deverão, obrigatoriamente, satisfazer às seguintes condições:

I - pelo menos 51% (cinquenta e um por cento) do capital pertencer a brasileiros; II - pelo menos 2/3 (dois terços) de trabalhadores serem brasileiros; e

III - caber a administração ou gerência a maioria de brasileiros, assegurados a estes os poderes predominantes.

Parágrafo único - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será permitido o estabelecimento ou exploração das indústrias ou das atividades referidas neste artigo.

Art. 4º. - As autoridades, entidades e serventuários públicos exigirão prova do assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional para prática de qualquer ato regulado por esta lei.

Parágrafo único - Os tabeliães e Oficiais do Registro de Imóveis, bem como os servidores das Juntas Comerciais, quando não derem fiel cumprimento ao disposto neste artigo, estarão sujeitos à multa de até 10% (dez por cento) sobre o valor do negócio irregularmente realizado, independentemente das sanções civis e penais cabíveis.

Art. 5º. - As Juntas Comerciais não poderão arquivar ou registrar contrato social, estatuto ou ato constitutivo de sociedade, bem como suas eventuais alterações, quando contrariarem o disposto nesta Lei.

Art. 6º. - Os atos previstos no artigo 2º., quando praticados sem o prévio assentimento do Conselho de Segurança Nacional, serão nulos de pleno direito e sujeitarão os responsáveis à multa de até 20% (vinte por cento) do valor declarado do negócio irregularmente realizado.

Art. 7º. - Competirá à Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional solicitar, dos órgãos competentes, a instauração de inquérito destinado a apurar as infrações às disposições desta Lei.

Art. 8º. - A alienação e a concessão de terras públicas, na faixa de Fronteira, não poderão exceder de 3000 ha (três mil hectares), sendo consideradas como uma só unidade as alienações e concessões feitas a pessoas jurídicas que tenham administradores, ou detentores da maioria do capital comuns.

§ 1º. - O Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional e mediante prévia autorização do Senado Federal, poderá autorizar a alienação e a concessão de terras públicas acima do limite estabelecido neste artigo, desde que haja manifesto interesse para a economia regional.

§ 2º. - A alienação e a concessão de terrenos urbanos reger-se-ão por legislação específica.

Art. 9º. - Toda vez que existir interesse para a Segurança Nacional, a união poderá concorrer com o custo, ou parte deste, para a construção de obras públicas a cargo dos Municípios total ou parcialmente abrangidos pela Faixa de Fronteira.

§ 1º. - Revogado

§ 2º. - Os recursos serão repassados diretamente às Prefeituras Municipais, mediante a apresentação de projetos específicos.

Art. 10. - Anualmente, o Desembargador - Corregedor da Justiça Estadual, ou magistrado por ele indicado, realizará correção nos livros dos Tabeliães e Oficiais do Registro de Imóveis, nas comarcas dos respectivos Estados que possuírem municípios abrangidos pelo Faixa de Fronteira, para verificar o cumprimento desta Lei, determinando, de imediato, as providências que forem necessárias.

Parágrafo único - Nos Territórios Federais, a correção prevista neste artigo será realizada pelo Desembargador - Corregedor da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Art. 11 - O § 3º do artigo 6º do Decreto-lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 6º -...

§ 3º. Caberá recurso ao Presidente da República dos atos de que trata o parágrafo anterior, quando forem denegatórios ou implicarem a modificação ou cassação de atos já praticados."

Art. 12 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas a Lei nº 2.597, de 12 de setembro de 1955, e demais disposições em contrário.

Brasília, 2 de maio de 1979; 158º da Independência e 91º da República. JOÃO B. DE FIGUEIREDO

189 Pela importância ambiental, as florestas também recebem proteção por meio das limitações administrativas.

A Constituição Federal, no art. 225, § 4º, limitou a utilização da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica, da Serra do Mar, do Pantanal Mato-Grossense e da Zona Costeira por serem consideradas patrimônio nacional.

Pode o Poder Público conferir proteção espacial para outros espaços territoriais, ao que se chama unidades de conservação ambiental.

Tombamento: é a interferência estatal com vistas a proteger o patrimônio artístico, cultural, histórico, científico, turístico e paisagístico brasileiros, em consonância com o art. 216, º 1º da Constituição.

43 SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS. 44 REQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA.

Servidão administrativa e requisição da propriedade privada são formas de intervenção do Estado na propriedade, vejamos:

O fundamento jurídico geral que autoriza o Estado brasileiro a intervir na propriedade de particulares é o princípio da função social da propriedade estabelecido no art. 5º, XXIII, da Constituição Federal, segundo o qual: “a propriedade atenderá sua função social”. 33

Embora a própria Constituição assegure o direito de propriedade (art. 5º, XXII), tratasse de um direito relativo na medida em que o seu exercício, para ser legítimo, deve se compatibilizar com os interesses da coletividade.

Cabe ao Estado, utilizando os instrumentos de intervenção na propriedade, o papel de agente fiscalizador do cumprimento da função social. O proprietário que desatende aos requisitos da função social incide na prática de ato ilícito, podendo sujeitar-se à imposição de instrumentos sancionatórios de intervenção na propriedade, como é o caso da desapropriação por interesse social com indenização paga em títulos (arts. 182, § 4º, III, e 184 da Constituição Federal).

Entretanto, o descumprimento da função social não é requisito para a intervenção do Estado na propriedade privada. Alguns instrumentos de intervenção, como a servidão e o tombamento, por exemplo, não têm caráter sancionatório, podendo recair sobre propriedades cumpridoras da função social.

Requisitos para o Cumprimento da Função Social

Para saber se determinada propriedade cumpre ou não sua função social é necessário identificar inicialmente se trata-se de propriedade urbana ou rural. Convém salientar que, para o Direito Administrativo, deve ser utilizado o critério da destinação a fim de diferenciar imóvel urbano do rural. Assim, considera-se urbano o imóvel destinado predominantemente para fins de moradia, comércio, indústria e serviços. Já o imóvel rural é aquele com predomínio de utilização agrária.

A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor (art. 182, § 1º, da CF).

Já a propriedade rural cumpre a função social quando atende simultaneamente, segundo critérios e graus definidos em lei, aos seguintes requisitos (art. 186 da CF):

1) aproveitamento racional e adequado;

2) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

3) observância da legislação trabalhista;

4) exploração que favoreça o bem-estar de proprietários e trabalhadores.

Interessante notar que o Texto Constitucional não distingue, para fins de cumprimento da função social, entre bens móveis e imóveis. Os requisitos acima transcritos são claramente direcionados à propriedade imobiliária. Porém, os bens móveis devem cumprir os mesmos requisitos de função social exigidos para os imóveis aos quais estiverem vinculados.

190 Quanto à propriedade pública, o cumprimento de sua função social, além dos requisitos gerais exigidos para qualquer propriedade, está relacionado com atendimento da afetação específica no caso dos bens de uso especial e do uso múltiplo (multiafetação) característico dos bens de uso comum do povo.

São modalidades de intervenção na propriedade:

Servidão Administrativa: ocorre quando a Administração Pública necessita utilizar a propriedade particular para realizar e conservar obras e ou serviços públicos. Por se tratar de ônus real de uso, ao proprietário é garantida indenização dos prejuízos sofridos.

Requisição Administrativa: trata-se da utilização de bens e ou serviços de particulares pela Administração Pública. Está em acordo com o art. 5º, XXV da Constituição Federal que diz “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”.

Constitui direito pessoal da Administração, fato que difere esse instituto da servidão.

Outros elementos também diferenciam os institutos, quais sejam: enquanto a servidão incide sobre um bem imóvel, na requisição, a incidência se dá sobre bens móveis, imóveis ou serviços.

A servidão tem caráter de definitividade, já a requisição é caracterizada pela transitoriedade. No primeiro instituto a indenização é prévia, no segundo é ulterior.

Tombamento: é a interferência estatal com vistas a proteger o patrimônio artístico, cultural, histórico, científico, turístico e paisagístico brasileiros, em consonância com o art. 216, º 1º da Constituição, acima colacionado.

Ocupação Temporária ou provisória: ocorre quando há a utilização, pela Administração, de bens imóveis que pertencem a particulares para a execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse público. Tem caráter transitório e pode ser remunerada ou gratuita.

Segundo MAZZA34, é a modalidade de intervenção do Estado na propriedade de bens particulares em apoio à realização de obras públicas ou à prestação se serviços públicos, mediante utilização discricionária, autoexecutável, remunerada ou gratuita e transitória. Pode ter como objeto bem móvel ou imóvel. Não tem natureza real.

Limitação Administrativa: deriva do poder de polícia do qual o Estado é detentor e se caracteriza por ser uma imposição geral e unilateral com vistas a condicionar o exercício de direitos e ou atividades particulares ao cumprimento de determinados requisitos que visam o bem-estar social. Possui caráter de definitividade e não há indenização.

Direito de Construir, Loteamento e Zoneamento: embora todo aquele que seja proprietário possa construir, ou seja, tenha o direito de construir, em função do poder de polícia que possui o Município, esse direito pode ser limitado. Conforme prega o art. 30, VIII da Constituição os Municípios são competentes para promover o adequado ordenamento territorial o que ocorrerá por meio de planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.

Para haver loteamento ou parcelamento do solo, se faz necessário aprovação e autorização do Poder Executivo que analisará a situação de acordo com os critérios da conveniência e oportunidade.

191 A desapropriação é um direito da Administração Pública consistente na retirada da propriedade de um bem. Para tanto, se faz necessário que haja motivação seja por necessidade, por utilidade pública ou por interesse social.

O fundamento da desapropriação se encontra no princípio da supremacia do interesse público ao particular.

Se a Administração pode desapropriar, deve também indenizar. A indenização pode ser prévia e em dinheiro, hipótese que é chamada de desapropriação comum ou em títulos da dívida pública, quando voltada para a política urbana e a reforma agrária.

Contudo, se a propriedade for utilizada para o plantio de ervas ou plantas psicotróficas, caberá a desapropriação sem qualquer tipo de indenização.

De acordo com a Constituição a desapropriação pode ocorrer por necessidade pública, assim entendida como a situação inadiável que força a Administração a incorporar o bem particular ao seu domínio.

Ainda de acordo com a CF, a utilidade pública também autoriza a desapropriação. Ocorre a utilidade pública quando o bem e sua utilização são interessantes e vantajosos para a Administração Pública.

Por fim, o último elemento autorizador é o interesse social que ocorre quando a desapropriação ocorre em prol das pessoas carentes.

Pressupostos da Desapropriação:

NECESSIDADE PÚBLICA UTILIDADE PÚBLICA

INTERESSE SOCIAL

Veja-se o dispositivo constitucional:

Art. 5º, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.

Podem ser objeto de desapropriação os bens móveis, imóveis, semoventes, corpóreos e incorpóreos que pertençam ao particular. Porém, alguns bens não são suscetíveis à desapropriação, conforme o art. 185 da Constituição Federal, veja-se:

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;

II - a propriedade produtiva.

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45 Desapropriação por utilidade pública: conceito e fundamento

jurídico; objeto da desapropriação e competência para

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