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CAPÍTULO I – SESI, UM RESGATE HISTÓRICO

1.2 SESI e Regime Militar

O novo período foi assinaladocom um crescente planejamento administrativo, produto da necessidade de aparelhamento do instituto descentralizado em que a

composição do SESI tinha decorrido. Novas expectativasde gerencia, como por exemplo, a Qualidade Total, principiaram a surtir resultado na instituição. Ainfluência do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek igualmente foi categórica para a atitude de racionalização e planejamento adotada neste momento.

No ano de 1965, o SESI estruturou um novo regulamento. Para adaptar-se ao que eranele instituído, o Departamento Nacional esquadrinhou reestruturar-se técnica e administrativamente. Em meio aos empreendimentos conduzidos pelo novo código, destaca-se o I Seminário de Educação Comunitária, concretizado em Brasília em 1967, com a participação de todosos Departamentos Regionais e Departamentos Locais. As conclusões mais condescendentes deste encontro expunham à adaptação da composição administrativa e dos serviços nos departamentos regionais, através do acréscimo domovimento de publicações e informativos, da ativaçãodos programas de treinamento e do estímulo à concretizaçãorecorrente deseminários nacionais e regionais.

Aguçou-se, assim, a conscientização a propósito da importância da permuta detentames locais como tática de fortalecimento e aliança do SESI. Ressalta-se, além disso, o aparecimento de seminários para cada uma dos espaçosde atuação, demonstrativo do avanço quantitativo dos serviços proporcionados peloinstituto, bem como da especialização pessoal.

As alterações sobrepujadas no novo Regulamento de 1965 refletiram igualamente na esfera de serviços do SESI, que foi reestruturado para que estivesse com toda a primazia ao desenvolvimento de atividades educativas em todo o Brasil. Os Departamentos Regionais e Departamentos Locais auferiram adesão para que pudessem expandir ou instalar originais projetosem benfeitoria da classe trabalhadora.

De tal modo, a ampliação e a interiorização da instituição receberam força. A Comissãode Estudos e Planejamento de Centros Sociais foi designada com o desígnio deefetivar pesquisas para a constituição de novos núcleos de atividades, racionalizandoa atuação do SESI. Acerca do período de 1966 a 1976, assegura-se que:

Nada menos do que 80 novas representações do SESI foram erguidas ou estãoem construção ou projeto. Levando-se em conta que cada iniciativa destasé precedida de exaustivos estudos sobre a área em que será implantada,resulta que o SESI, entre planejamento e execução das obras, tem mantidouma média de quase dez realizações por ano (SESI, 1976, p. 102).

Aentrada da fase de Planejamento do SESI foi caracterizada pelo golpe militar de1964. Nesse corrente ano, um general assumiu afunção mais alta do Conselho Nacional

do SESI. O caderno memorativodistribuídono ano de 1976 é simbólico datática de justaposição dos interesses do instituto aos do Governo Federal. A presença do SESI na região servida pela autoestrada denominada Transamazônica, espaço de peculiar interesse do Governo Federal, é corolário dapolítica de constantecooperação com os órgãos públicos, dotada esustentada pelo instituto.

Em benefício das particularidades locais – extensãogeográfica, precariedade dos meios de transporte e comunicação, rarefaçãodemográfica e mobilidade populacional – a implantação dos serviçosassistenciais do SESI processa-se paulatinamente, segundo programas ecronogramas flexíveis (SESI, 1976, p. 82).

A instituição evidencia sua suscetibilidade em referência às modificaçõesno panorama político federal, particularidade de ininterrupção histórico manifesto e cuja motivo pode ser contribuída, por um lado, ao privilégio de indicativo do presidente do Conselho Nacional do SESI pelo chefe do Poder Executivo. Por outro lado, fica evidente a propensão do SESI em adotar planos de competência nacional, espólio do empreendedorismo dos industriais responsáveis por sua fundação.

Uma das maneiras de demonstração dessa missão é a evidência dispensada aopapeleducativodo SESI. Inventada para proporcionar assistência material e moral ao trabalhador industrial, a instituição promovia distintos cursos, expandindo-se a educaçãocomo forma de ascensão do padrão de vida.

A oferenda constante de ensino ansiava conduzir o operário e à sua família ciências ponderadas como imprescindíveis para sua concepção moral e cívica, com afinalidade de elevar as informações da população brasileira, parte de um projeto nacional mais amplo. O nacionalismo, todavia, não deixaria de sofrer as influências do regime militar e de uma visão de Brasil que não transformava as estruturas conservadoras.

Acenderam o número e a dimensão das ocorrências tendendo à promoção do SESI e comprovou-se uma maior preocupação com sua figura institucional. A política da entidade voltou-se para a publicação nacional dos serviços proporcionados pelo SESI, ressaltando a conexão das pessoas atendidas com a promoção de campanhas para despertar os sujeitos e grupos para uma maior participação na comunidade. O estímulo às organizações comunitárias colocava-se comouma vicissitude à ausência de espaço de representação e de atos políticos. O meio ambiente igualmente foi uma apreensão introduzida neste momento. Antecedendo o aumento da proeminência aos movimentos sociais ambientalistas, advindo na década de 1970, o SESI disseminou entre 1966 e 1968 a

Coordenação de Tecnologia Ambiental (SESITEC) e o Centro de Tecnologia Ambiental (SESILAB).

Ambas as repartições estiveram agrupadas ao Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSO). Estes empreendimentos explicam a perceptibilidade das iniciativas do SESI, pronunciando a atenção de acidentes no trabalho com a avaliação dos riscos ambientais das tecnologias empregadas nas indústrias.

A fase de Planejamento do SESI foi assinalada pela crescente preocupação com o autoconhecimento e a organização, particularidades presentes até os dias atuais. As tendências de planejamento e racionalização se avivaram ao longo do período de 1960. Em 1969, foi criado o Plano Estratégico do SESI (Diretrizes Gerais de Ação), no ano de 1971 tornou-se público o I Plano Nacional do SESI. Propendendo a ampliação da efetividade dos programas de atividades do SESI- Departamento Nacional, criou-se o “Grupo de Trabalho Especial de Programação” no ano de 1969. Os fundamentais desígnios desse grupo eram: indicar normas para a regência dos programas de atividades, aprimorar o relacionamento entre planos de trabalho, organizar e acompanhar a execução orçamentária. Uma das conclusões do Grupo de Trabalho foi que:

[...] o SESI teria que empreender um esforço, a curto prazo, para assumir a função normativa de nível nacional, que lhe compete, de forma a assegurar à instituição uma posição de pioneirismo, frente ao processo de mudança socioeconômica, idêntica à que caracterizou o SESI nos primeiros anos de sua existência. Tal esforço deveria consubstanciar-se na seleção dos campos de atuação que efetivamente atendessem às necessidades de cada região do país, simultaneamente à adoção de medidas internas com vistas à implantação de uma sistemática de planejamento do SESIDN (SESI, 1982, p. 30).

O ano de 1972 foi assinalado por Encontros Nacionais nos campos de Saúde, Serviço Social, Educação e Lazer. Pesquisas e estudos serviram de base para o “auto- diagnóstico da instituição”, dentre eles ( SESI , 1982 , p . 32 ):

I. Elaboração de um questionário para conhecer o trabalho realizado por algumas

regionais nos termos do Plano Nacional de Valorização do Trabalhador;PERÍODO D

II. Levantamento indireto de dados da distribuição espacial do pessoal ocupado e de empresas contribuintes do SESI, visando à definição dos núcleos de usuários do SESI; III. Estudo da reestruturação dos Núcleos e Delegacias Regionais;

IV. Realização do VII Seminário Nacional de Técnicos do SESI, tendo como principal conclusão a definição da terminologia básica, unificada, utilizada no SESI.

A formação do Grupo de Trabalho Especial de Programação (GT) demonstrava uma preocupação do SESI em manter-se como precursor em determinados programas de atividades e serviços. Esse GT expressava também o ensejo de padronização do SESI-DN,

de modo que os Departamentos Regionais mantivessem as suas peculiaridades sem deixar de pautar-se pelo modelo nacional do SESI. O Serviço de Assessoria Técnica , atuante em 1973, era mais uma mostra do interesse do SESI em uniformizar os Departamentos Regionais e aumentar a qualidade técnica dos serviços da entidade .

O crescente interesse do SESI na uniformização de seus trabalhos pode ser corroborado com o recolhimento de indicadores estatísticos. Um documento a respeito da análise de relatórios regionais afirma que:

O trabalho final da análise dos relatórios constituía-se assim em documento orientador. Através desse trabalho, os técnicos do DN sentiram necessidade de uma maior e indispensável uniformidade, quer na maneira de considerar os princípios e técnicas do Serviço Social, quer na conceituação dos verdadeiros objetivos do SESI. Outrossim, torna-se de todo conveniente que nos Relatórios, o levantamento e a apresentação dos dados estatísticos e outros sigam um molde geral, sob uma terminologia mais precisa e exata, o que viria facilitar os estudos comparativos de ano a ano,dando ideia mais nítida das atividades realizadas (SESI, 1982, p. 49).

No início da década de 1970, o Departamento Nacional procurou constituir uma ferramenta estatística que cooperasse para o esboço de uma representação do SESI no Brasil. Com esta finalidade, a Central de Informação começou a estruturação de seu acervo, até então passivo, alocando-o em condições de consulta e aberta aos servidores. O Banco de Dados organizado em 1973 foi empregado em 1980 para ainteração de elementos entre Departamentos Regionais, tendo sido representativo para o aperfeiçoamento do SESI. A preocupação em retratar-se em seminários e dados estatísticos pode ser explicada como uma constante procura pela qualidade e efetividade dos serviços oferecidos pelo SESI. Do mesmo modo, a reestruturação do acervo da Central de Informação apresentou- se como um empreendimento para a normatização dos documentos originados pelos Departamentos Regionais. O momento entre 1964 a 1979 foi designado pelos autores como o período do planejamento, de organização, expansão e desenvolvimento do SESI, tanto de infraestrutura como de competências. A etapa apropriada à ditadura militar no

Brasil e sua política paternalista, autoritária e desenvolvimentista

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