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As práticas de saúde e segurança no trabalho como fator de sustentabilidade organizacional: uma aplicação ao Serviço Social da Indústria

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As práticas de Saúde e Segurança no Trabalho como fator de

Sustentabilidade Organizacional

Uma aplicação ao Serviço Social da indústria

 

 

 

Dissertação de Mestrado em Gestão Pública

   

Maria Neuma Lopes de Sales  

     

(2)

i    

 

As práticas de Saúde e Segurança no Trabalho como fator de

Sustentabilidade Organizacional

Uma aplicação ao Serviço Social da indústria

 

 

Dissertação de Mestrado em Gestão Pública

   

Maria Neuma Lopes de Sales  

Orientadora: Professora Doutora Fernanda Maria Duarte Nogueira

Composição do Júri:

___________________________________________

___________________________________________

___________________________________________

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À Profª Doutora Fernanda Maria Duarte Nogueira, minha Orientadora, exemplo profissional, tanto nas brilhantes aulas ministradas quanto nos produtivos encontros.

À Professora Coordenadora do Curso de Gestão Carla Marques. À Professora Maria Lívia, Platoforma Magna.

À professora Maria Lúcia Leal, UNB por me fazer repensar as minhas escolhas.

Minha gratidão ao Professor Miguel Fontes por sua generosidade e tempo despendido às minhas intermináveis solicitações. Sua contribuição foi fundamental na orientação das leituras e encadeamento das ideias, possibilitando, assim, a transformação de informações em conhecimento.

Aos colegas de Mestrado 2011/2013 que embora, dispersados estarão sempre nas boas lembranças, como Márcia Amorim, Nancy Plonczynski e em especial Márcia Toscan e Francielle Bogado, presentes em todo o trajeto.

Ao Conselho Nacional do SESI, nas pessoas do Presidente Jair Meneguelli, e Superintendente Carlos Boaventura e equipe;

À Colaboradora Silvia Yano do Departamento Nacional do SESI Sérgio Monforte da Gerência de Meio ambiente CNI – GEMA - Valena Savia Departamento Regional do SESI/DF

À Organização Internacional do Trabalho e todos os Pesquisados.

Às Empresas que gentilmente responderam os questionários necessários para realização dessa pesquisa.

Aos amigos queridos que me auxiliaram acadêmica, profissional e afetivamente.

Aos meus familiares pela compreensão e solicitude. Em especial a minha amada mãe (in

memoriam) amor eterno e vitória compartilhada.

Às divindades, pelo equilíbrio da minha religiosidade, fé e crença. Não poderia esquecer os poetas presentes no meu renascimento diário.

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iii   O presente trabalho tem como objetivo identificar se o programa de segurança e saúde do trabalhador-PSST pode representar um mecanismo de sustentabilidade para as empresas. A pesquisa foi desenvolvida em quatro capítulos, sendo o primeiro um resgate histórico da instituição SESI – Serviço Social da Indústria, o segundo capítulo desenvolveu aspectos de sustentabilidade organizacional e suas normativas, bem como modelos de avaliação desustentabilidade organizacional. O terceiro capítulo compreendeu a metodologia de investigação da pesquisa e o quarto capítulo foram apresentados os resultados da pesquisa e respectiva análise. Esta foi desenvolvida através do modelo de avaliação de desempenho de sustentabilidade organizacional, denominado inventário social, para tanto, foram eleitas categorias sociais, econômicas e ambientais para compor os roteiros aplicados. Os roteiros foram aplicados em gestores e técnicos de 20 empresas, sendo 10 que investiram no Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador e 10 que não fizeram o investimento. Ao finalpesquisa foi possível verificar que a hipótese inicial de que o programa de saúde e segurança do trabalhador poderia ser considerado um mecanismo de sustentabilidade organizacional, foi afirmativa.

(5)

The present work aims to identify if the security and health program of worker – PSST can represent a sustainability mechanism for companies. The research was conducted in three chapters, the first being a historic rescue of the institution SESI – Social Service of Industry, the second chapter developed aspects of organizational sustainability and its normative, well as models of corporate sustainability assessment. The third chapter understood the analysis of field research. This model was developed through the performance evaluation of business sustainability, called social report, for both, were elected social categories, economic and environmental for compose the scripts applied. The scripts were applied to managers and technicians 20 companies, being 10 invested on Health Program and Worker Safety and 10 not invested. At the end of research was possible to verify that the initial hypothesis that the program of health and worker safety can be consider a sustainability mechanism for companies.

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v  

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ALCA Área de Livre Comércio das Américas

APL Arranjos Produtivos Locais

BNDE Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

BSR Business Social Responsability

CBT Confederação Brasileira do Trabalho

CEBS Conselho Empresarial Brasileiro para o DesenvolvimentoSustentável

CEPAA Council on Economic Priorities Accreditation Agency

CEPAL Comissão Econômicapara a América Latina

CGT Comando Geral dos Trabalhadores

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

CN Conselho Nacional

CNI Conselho Nacional da Indústria

CNTI Confederação Nacional dosTrabalhadores na Indústria

CSR Corporate Social Responsibility

CUT Central Única dos Trabalhadores

DL Departamento Local

DN Departamento Nacional

DR Departamento Regional

DST Doenças Sexualmente Transmissíveis

EPE Environmental PerformanceEvaluation

FAT Fundação de Assistência aos Trabalhadores

FIEMG Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

FIESP Federação dasIndústrias do Estado de São Paulo

GRI Global ReportingInitiative

GT Grupo de Trabalho Especial de Programação

IChmE Associação dos Engenheiros Químicos

IDH Índice de Desenvolvimento Ecnômico

INSS Instituto Nacional de Seguro Social

ISEB Instituto Superior de EstudosBrasileiros

MERCOSUL Mercado Comum do Sul

NPI Nova Política Industrial

NRR Normas Regulamentadoras Rurais

OCDE Organização Internacional do Trabalho e as Diretrizes

OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series

OHSAS Occupational Health andSafetyAssessment Series

OIT OrganizaçãoInternacional do Trabalho

OMS Organização Mundial de Saúde

ONG Organização Não Governamentais

ONU Organização das Nações Unidas

PACTI Apoio à Capacitação Tecnológica da Indústria

PBQP Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade

PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção  

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

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PPPA Programa de Prevenção de Perda Auditiva

PPRA Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais  

PSD Partido Social Democrático

PSQT Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho

PSST Programa em Saúde e Segurança do trabalhador

PTB Partido Trabalhista Brasileiro

SAI Social AccountabilityInternational

SAI Social ImpactAssessment

SENAC Serviço Nacional de Apendizagem Comercial

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESC Serviço Social do Comércio

SESI Serviço Social da Indústria

SESILAB Centro de Tecnologia Ambiental

SESITEC Coordenaçãode Tecnologia Ambiental

SUDENE Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste

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vii  

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - PDCA aplicado especificamente ao gerenciamento de Segurança e Saúde

Ocupacional.(BS 8800) ... 48

Figura 2 - Gestão estratégica da organização ... 51

Figura 3 -Triple bottomline: Balanced Scorecard Sustentável, aspecto sistêmico de abordagem da gestão ... 52

Figura 4- . Sustentabilidade e objetivos para o futuro (WBCSD, 2007) ... 54

Figura 5 - Benefícios do gerenciamento sustentável (VDI 4070, 2006) ... 59

Figura 6- Fases existentes para a EPE de acordo com a ISO 14031 (1999) ... 60

Figura 7 - Categorias de indicadores de desempenho de acordo com a ISO 14031 (1999) 61 Figura 8 - Sistema de medição de desempenho em sustentabilidade de operações ... 62

Figura 9 - Sugestão de indicadores de desempenho de acordo com a VDI (2006) ... 64

Figura 10 - Critérios, Aspectos de impacto e Indicadores de Desempenho de acordo com GRI (2007) ... 65

Figura 11 - Categorias de desempenho de acordo com o modelo IChemE (2007) ... 66

Figura 12 -. Sistema de avaliação de desempenho em sustentabilidade e ferramentas de suporte aplicadas a seleção de métricas ... 75

(9)

Gráfico 1 - Investimento em Programas de SST ... 85

Gráfico 2 – Investimento em Programas de SST ... 86

Gráfico 3 - Qualidade de vida no ambiente de trabalho como elemento de saúde do trabalhador ... 87

Gráfico 4 - Qualidade de vida no ambiente de trabalho como elemento de saúde do trabalhador ... 88

Gráfico 5 – Contribuições da empresas em políticas locais de Programas em SST ... 89

Gráfico 6 - Contribuições da empresas em políticas locais de Programas em SST ... 89

Gráfico 7 - Abertura da empresa para críticas e sugestões do público estratégico ... 91

Gráfico 8 - Abertura da empresa para críticas e sugestões do público estratégico ... 91

Gráfico 9 - Promoção pela empresa da participação de funcionários em SST ... 92

Gráfico 10 - Promoção pela empresa da participação de funcionários em SST ... 93

Gráfico 11 - Promoção da participação de acionistas em SST ... 94

Gráfico 12 - Promoção da participação de acionistas em SST ... 94

Gráfico 13 - Alocação de receitas para PSST ... 95

Gráfico 14 - Alocação de receitas para PSST ... 96

Gráfico 15 - Investimentos em SST apenas em consequência de acidentes e violação de leis e normas ... 98

Gráfico 16 - Investimentos em SST apenas em consequência de acidentes e violação de leis e normas ... 99

Gráfico 17 - Manutenção em PSST ... 100

Gráfico 18 - Manutenção em PSST ... 100

Gráfico 19 - Manutenção do financiamento de PSST em longo prazo ... 101

Gráfico 20 - Manutenção do financiamento de PSST em longo prazo ... 102

Gráfico 21 – Utilização de ferramentas de gerenciamento pelas empresas para financiar PSST ... 103

Gráfico 22 - Utilização de ferramentas de gerenciamento pelas empresas para financiar PSST ... 103

Gráfico 23 - Empresa incorpora SST no guia de política de trabalho ... 105

Gráfico 24 - Empresa incorpora SST no guia de política de trabalho ... 105

Gráfico 25 - Prevenção como elemento importante para a SST ... 106

Gráfico 26 -Prevenção como elemento importante para a SST ... 107

Gráfico 27 - Utilização de indicadores de SST para tomada de decisões da empresa ... 108

(10)

ix   Gráfico 30 - Utilização de indicadores sociais como parte de ferramentas de gerenciamento

... 110

Gráfico 31 - Instrumentos apenas para aferir desempenho financeiro ... 111

Gráfico 32 - - Instrumentos apenas para aferir desempenho financeiro ... 112

Gráfico 33- Geração de oportunidades de crescimento geral na empresa ... 113

Gráfico 34 - Geração de oportunidades de crescimento geral na empresa ... 114

Gráfico 35 - Preocupações das empresas com a minimização de impactos sobre o meio ambiente ... 115

Gráfico 36 - Preocupações das empresas com a minimização de impactos sobre o meio ambiente ... 116

Gráfico 37 - Preocupação com minimização dos riscos de acidentes ... 117

Gráfico 38 - Preocupação com minimização dos riscos de acidentes ... 117

Gráfico 39 - Trabalho de prevenção traz melhorias para o trabalhador e empresa ... 119

Gráfico 40 - Trabalho de prevenção traz melhorias para o trabalhador e empresa ... 119

Gráfico 41 - Ética, transparência, diversidade e responsabilidade social fazem parte dos conceitos da alta administração ... 120

Gráfico 42 - Ética, transparência, diversidade e responsabilidade social fazem parte dos conceitos da alta administração ... 121

Gráfico 43 - Menores resíduos e recursos aumenta a produção ... 122

Gráfico 44 - - Menores resíduos e recursos aumenta a produção ... 122

Gráfico 45 - Segurança e saúde no ambiente físico de trabalho da empresa ... 123

Gráfico 46 - Segurança e saúde no ambiente físico de trabalho da empresa ... 124

Gráfico 47 - Segurança, saúde e bem-estar no ambiente psicossocial de trabalho ... 125

Gráfico 48 - Segurança, saúde e bem-estar no ambiente psicossocial de trabalho ... 125

Gráfico 49 - Envolvimento das empresas na melhora de aspectos da saúde dos trabalhadores e seus familiares ... 126

Gráfico 50 - Envolvimento das empresas na melhora de aspectos da saúde dos trabalhadores e seus familiares ... 126

Gráfico 51 - Investimentos para saúde pessoal no ambiente de trabalho ... 127

Gráfico 52 - Investimentos para saúde pessoal no ambiente de trabalho ... 127

Gráfico 53 - Os investimentos geralmente são aplicados em medidas de prevenção em SST ... 128

Gráfico 54 - Os investimentos geralmente são aplicados em medidas de prevenção em SST ... 129

Gráfico 55 - Houve transformações efetivas referentes a SST como elemento de gestão 129 Gráfico 56 - Houve transformações efetivas referentes a SST como elemento de gestão 130 Gráfico 57 - SST é vista como patrimônio da Empresa ... 131

(11)

Gráfico 61 - Monitoramento da saúde do trabalhador nas empresas ... 133

Gráfico 62 - Monitoramento da saúde do trabalhador nas empresas ... 133

Gráfico 63- Diagnóstico da empresa em relação a SST ... 134

Gráfico 64 - Diagnóstico da empresa em relação a SST ... 134

Gráfico 65 - Continuidade ao Plano de ação ... 135

(12)

xi  

INTRODUÇÃO ... 1

CAPÍTULO I – SESI, UM RESGATE HISTÓRICO ... 5

1.1 Período de Institucionalização do SESI ... 16

1.2 SESI e Regime Militar ... 21

1.3 SESI Período Pós-Ditadura ... 25

CAPITULO II - DETERMINAÇÃO LEGAL E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL ... 43

2.1 A Norma BS 8800 ... 46

2.2 Sustentabilidade das Organizações ... 49

2.3 Introdução de Modelos Sustentáveis de Produção ... 56

2.3.1. Controles do tipo end-of-pipe ... 56

2.3.2 Produção mais Limpa ... 57

2.3.3 Eco-eficiência ... 57

2.3.4 Desenvolvimento Sustentável ... 58

2.4. Modelos de Medição de Desempenho em Sustentabilidade ... 59

2.4.1. ISO 14031 ... 59

2.4.2. Labuschagne, Brent e Erck, 2005 ... 61

2.4.3. Verein Deutscher Ingenieure (VDI), 2006 ... 63

2.4.4. Global ReportingInitiative (GRI), 2007 ... 65

2.4.5 Institution of Chemical Engineers (IChemE), 2007 ... 66

CAPITULO III – METODOLOGIA APLICADA E SELEÇÃO DE MODELO DE INDICADORES DE DESEMPENHO ... 68

3.1 Tipo e Método ... 68

3.2 Hipóteses da pesquisa ... 70

3.3População em Estudo ... 71

3.4 Instrumentos de Medida ... 72

3.5 Aplicação e Tratamento Estatístico ... 72

3.6 Modelo de Avaliação de Desempenho em Sustentabilidade – Inventário Social ... 74

CAPÍTULO IV – EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DO MODELO SESI EM SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR ... 79

(13)

Apêndice – Roteiro para Gestores ... 155 Apêndice – Roteiro para Técnicos ... 163

(14)

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo principal identificar se o programa de segurança e saúde do trabalhador-PSST pode representar um mecanismo de sustentabilidade para as empresas. Percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa cujo foco se destinaria ao tema “as práticas de Saúde e de segurança no trabalho como fator de sustentabilidade organizacional”, uma vez que as empresas ainda permanecem com uma visão de que os investimentos nestas modalidades de serviços são consideradas despesas e não receitas. Para tanto, os caminhos percorridos foram: examinar o serviço de segurança e saúde do Serviço Social da Indústria-SESI; contextualizar os serviços de segurança e saúde do SESI; verificar os resultados dos serviços de segurança e saúde e os impactos na sustentabilidade organizacional e levantar a importância da segurança e saúde do trabalhador como referência à sustentabilidade organizacional.

Para abranger tais resultados, o trabalho foi desenvolvido em quatro capítulos. O primeiro, intitulado SESI, um resgate histórico, uma vez que foi necessário conhecer a história e trabalho desta instituição.

O segundo capítulo denominado Determinação legal e Sustentabilidade

Organizacional, desenvolve um arcabouço teórico que contempla alegislação trabalhista e

previdenciária, a cultura e mudança organizacional, ética e responsabilidade social e Sustentabilidade organizacional abrangendo aspectos como conceitos, normas, importância da sustentabilidade nas organizações e o impacto econômico dos problemas ligados à saúde do trabalhador.

A segurança e saúde ocupacional iniciaram-se como sistema de gestão por meio de normas como a OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety Assessment Series) e BS 8800 (British Standard). Hoje, a legislação brasileira é considerada avançada, ainda assim, os números de acidentes no trabalho e o ônus que a sociedade paga é altíssima. Assim, diversas organizações no Brasil ainda têm uma visão limitada em relação à segurança, medicina do trabalho e saúde ocupacional. O procedimento para lidar com essas demandas se reduz à coleta de dados estatísticos, ações reativas a acidentes do trabalho e respostas a causas trabalhistas, sendo necessário alterar essa visão que apenas se restringe a respostas

(15)

imediatas a crises e dar início a um trabalho de prevenção em saúde e segurança do trabalho.

Ressalta Maslow (1970) que os procedimentos de segurança e higiene ocupacional são fundamentais para evitar acidentes e afiançar a saúde dos trabalhadores tendo como “produtos” a motivação e o comprometimento. As boas práticas de segurança estão agregadas com o progresso das condições de trabalho. Subestimar ou ser indiferente aos riscos do ambiente de trabalho indica um ambiente favorável à ocorrência de acidentes.

O Serviço Social da Indústria-SESI,conjuga as metodologias da OMS/OIT/PNSST1

e adapta-as às empresas privadas, apresentando um leque de possibilidades para empresas e indústrias. Dentre todos os modelos que o SESI dispõe, neste trabalho analisaremos o Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador–PSST a fim de averiguar se este programa implantadopelo SESI tem a devida resposta como um mecanismo de sustentabilidade.

Exatamente porque o mundo do trabalho estabelece que para uma organização, empresa ou entidade obtenha sucesso há de se considerar fatores e variáveis relevantes, sendo necessário que os empresários brasileiros entrem em consonância com esses ou estes "novos" conceitos.

É visível que cada vez mais, se sobressaem as preocupações do governo, empresários e sindicatos em aperfeiçoar a segurança, a saúde e as condições do meio ambiente de trabalho. Para isto é indispensável um planejamento que comporte a participação da alta administração e dos empregados para localizar as soluções práticas e economicamente viáveis.

Bergamini (1997) salienta que a melhora da segurança, saúde e meio ambiente de trabalho além de majorar a produtividade, diminui o custo do produto final, pois atenua as interpelações no processo, absenteísmo e imprevistos e/ou doenças ocupacionais.

Sendo assim, a tese de que a gestão sustentável é ponderada quando uma empresa consegue por em prática os conceitos de sustentabilidade, ou seja, que identifica os impactos socioambientais e constrói práticas para minimizá-las ou reduzi-las, somando ao capital humano na sua cadeia de valor é apropriada. Ser sustentável também é identificar um ponto de interseção claro entre os interesses do lucro com a preservação ambiental e da promoção do desenvolvimento social.

Os aspectos preventivos abrangidos na segurança do trabalho buscam tornar mínimo os riscos e as condições impróprias e agrupar o melhoramento ininterrupto das                                                                                                                          

1OMS - Organização Mundial de Saúde; Organização Internacional do Trabalho e PNSST – Política Nacional de segurança e saúde do trabalhador

(16)

condições de trabalho introduzindo procedimentos de segurança cada vez mais rigorosos. Fatores como estes, também devem ser levados em consideração em se tratando de sustentabilidade organizacional.

O terceiro capítulo descreveu a metodologia percorrida para a pesquisa. Neste momento, foi apresentado o modelo de avaliação em desempenho de sustentabilidade, inventário social.

O quarto capítulo foi apresentado os resultados da pesquisa, bem como o Modelo SESI em PSST, Programa de Segurança e saúde do trabalhador e a análise das pesquisas.

Nesta pesquisa, optou-se pelo método exploratório junto a dez empresas que participaram do Programa em saúde e segurança do trabalhador do Serviço Social da Indústria – SESI e dez empresas que não investiram no PSST do SESI. Para a execução da pesquisa, foi aplicado um questionário com perguntas semi-estruturadas para os gestores das empresas e para os técnicos das empresas. Sendo assim, foram dois questionários distintos, que buscam averiguar o mesmo conteúdo em duasvisões diferenciadas.

Assim, visando alcançar o objetivo definido neste trabalho, para averiguar se a saúde e segurança do trabalhador podem ser considerados um mecanismo de repercussão para a sustentabilidade organizacional, o estudo teve como processualidade metodológica três movimentos estruturados e correspondentes.

O primeiro movimento circundou o universo da revisão bibliográfica acerca da produção teórica vinculada aos termos constantes do objeto desta investigação. Ele surgiuna construção de um aparelhamento conceitual suficiente para o vislumbre da importante condição do tema desenvolvido. Assim, a apuração conceitual visou estabelecer os eixos entre os quais trafegarão as análises desta pesquisa e os patamares mais aproximados do reconhecimento que se pretendeu alcançar, considerando uma construção que perpassa o universoconvencional da área de Gestão de Pessoas e Sustentabilidade Organizacional.

O segundo movimento foi realizado no terreno da pesquisa empírica, tendo por base fontes primárias, a saber: empresas que participam ou participaram de programas de saúde do trabalhador pelo SESI e empresas que não participaram de programas de saúde e segurança do trabalhador. Para a coleta de dados foi utilizada a metodologia de avaliação de desempenho de sustentabilidade, a qual tratou-se no capítulo terceiro. As categorias que foram desenvolvidas no roteiro foram a partir do tripé de sustentabilidade: Triple

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bottomline: Balanced Scorecard Sustentável, utilizando elementos dos indicadores sociais,

ambientais e econômicos. Inicialmente, para investigar o tema, contatou-sediversos profissionais que foram participantes dos programas, bem como, colaboradores das empresas, após aplicou-se os roteiros.

O terceiro movimento, por fim, foi singularizado pela análise do material coletado em um âmbito de avaliação de resultados, de forma a construir um conhecimento dos formatos, da importância e do papel que segurança e saúde do trabalhadoratribuiu ou não à sustentabilidade organizacional das respectivas empresas.

Assim, a partir desta pesquisa buscou-se consolidar os conceitos e conclusões desenvolvidos, nos quais os autores participantes deste trabalho atuam e com a citação e descrição de dados coletados em pesquisa de campo. Objetivou-se a partir da análise da prática do programa de segurança e saúde ocupacional do SESI avaliar se esta modalidade de serviços pode ser considerada um mecanismo de sustentabilidade. Percebeu-se que apesar dos gestores visualizarem modificações no tocante a implantação do programa, ainda é distante do ideal manter como instrumento de gestão, elementos de indicadores para o acompanhamento e monitoramento dos resultados da implantação de tais serviços em suas empresas. O resultado final constitui-se em contribuição ao pensamento gerencial em franco desenvolvimento no que se refere à Construção Sustentável.

(18)

CAPÍTULO I – SESI, UM RESGATE HISTÓRICO

 

O Serviço Social da Indústria (SESI) é uma instituição aliada das empresas no esforço para melhorar a qualidade da educação e elevar a escolaridade dos brasileiros, como também a saúde, lazer e cultura. Assim ajuda a criar ambientes de trabalho seguros e saudáveis e a aumentar a qualidade de vida do trabalhador. Com 1.696 unidades espalhadas pelo Brasil, o SESI mantém uma rede de escolas que oferecem educação básica, educação de jovens e adultos, educação continuada e acompanhamento pedagógico para trabalhadores da indústria e seus dependentes.

O SESI tem como atribuições: assegurar o alinhamento aos direcionamentos

estratégicos do Sistema Indústria; promover a integração e o alinhamento dos Departamentos Regionais e do Departamento Nacional os direcionamentos estratégicos do Sistema SESI; criar condições necessárias à implantação de uma cultura de resultados que permeiem toda a organização e garanta a satisfação dos clientes; representar o Sistema SESI junto aos órgãos governamentais e não governamentais e na busca de parcerias estratégicas; gerir os recursos humanos, físicos e financeiros, garantindo a otimização do seu uso; e propor políticas, diretrizes e estratégias para o cumprimento da missão institucional.

O SESI tem como missão “promover a qualidade de vida do trabalhador e de seus dependentes, com foco em educação, saúde e lazer, e estimular a gestão socialmente responsável da empresa industrial” e Visão “ser o líder nacional na promoção da melhoria da qualidade de vida do trabalhador e de seus dependentes e da gestão socialmente responsável da empresa industrial”.

Para compreender a trajetória do SESI fez-se a opção de desenvolver um resgate histórico delineando aspectos importantes do país e como estes fatores influenciaram o desenvolvimento desta instituição.

O Brasil desde o início de sua colonização vem passando por inúmeras modificações para acompanhar o desenvolvimento da sociedade. O Brasil adquiriu status de Nação no século XIX. Lilia Moritz Schwarcz (1998) destaca que o primeiro momento de modernização do país foi impulsionado pela monarquia de D. Pedro II. Segundo Wolkner (1999) nesse período, foi edificada uma primeira rede viária para a conexão das

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principais regiões do país, aumentado o comércio, e constituída sua regulamentação, através de um Código editado em 1850. Todavia, as estruturas nacionais eram controladas pela aristocracia rural e escravocrata, o que oferecia uma atitude conservadora a tais

modificações e um aspecto particular a opiniões liberais.  

Para Beau-Clair (1992) a preocupação com o comércio avivou-se no início do século XIX, com a chegada da família real portuguesa para o Brasil e a abertura dos portos nacionais às “nações amigas”. A Junta de Comércio, Agricultura e Fábricas de Navegação

foi criada para contrapor as solicitações de abertura de negócios.  

Prado Junior (1988) explana que no comércio do Império, o varejo era controlado pelos portugueses, e o atacado, pelos ingleses. O legado político progressista do Império satisfaz, no terreno econômico, à relação consecutiva do país numa outra forma produtiva:

a forma capitalista.  

O setor industrial brasileiro obteve um desenvolvimento tardio se comparando com outras potências capitalistas. Para Brandão (2.000) este atraso industrial brasileiro ocasionou o atrelamento da indústria nacional ao capital financeiro internacional e o impedimento do surgimento de umsetor de bens de produção.  

A classe operária, da mesma forma que o setor industrial teve seu desenvolvimento

tardio no Brasil. Para Hardman e Leonardi (1982) a primeira geração de proletários era muito pequena e vivia sob condições análogas às dos escravos. Até meados do século XIX, inúmeras indústrias não empregavam trabalhadores livres, ou, estes eram indicados para os ofícios especializados, enquanto os escravos desenvolviam o trabalho considerado mais

grosseiro.  

Hardman e Leonardi (1982) informam que no final do século XIX, com a Abolição da Escravatura (1888) e a Política Migratória acarretaram a ampliação do mercado consumidor nacional, que adquiria artigos locais e importados. Nesse período, a Inglaterra vivia a terceira etapa da Revolução Industrial (quando máquinas já eram capazes de produzir outras) e o Brasil apresentava-se como um forte consumidor dos produtos daquele país.  

Entre as primeiras classes de proletários brasileiros constituídas no século XIX estavam ferroviários, operários da construção civil, estivadores, portuários, têxteis e gráficos. Vários artesãos igualmente executavam ocupações fabris e se juntaram aos proletários, como os tipógrafos, sapateiros, alfaiates etc. A jornada de trabalho era de treze a quinze horas por dia e não existia direito a férias e ao repouso semanal remunerado. O patronato conservava um espantoso domínio sobre a vida dos trabalhadores. Nas décadas

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de 1840 e 1850, o pagamento de salários aos operários ainda expressava inovação

extraordinária.  

Segundo Hardman e Leonardi (1982), apenas no ano de 1866 apareceram alusões a pagamentos de salários a todos os trabalhadores de uma fábrica têxtil. Quando remunerados, os operários recebiam menos do que os trabalhadores das plantações de café. Mulheres e crianças da classe recebiam salários inferiores aos dos homens, apesar de

trabalharem o mesmo número de horas, tanto no campo quanto na cidade.  

Na Primeira República, que se encetou no ano de 1889, houve um aumento relativamente elevado do número de operários industriais. Segundo levantamentos oficiais, se em 1889 os operários industriais constituíam 54 mil, em 1919importavam 275 mil. Embora o desenvolvimento ainda constituía uma quantia limitada da população brasileira, representando 1% da mesma em 1919. Ressaltamos que, até a década de 1920, o aspecto da economia brasileira ainda era predominantemente agroexportador, tendo como

fundamental produto o café.  

Para Pinheiro (1985), durante o período da Primeira Grande Guerra, o país desenvolveu um embrionário parque de indústrias de substitutivos de importados, em particular de alimentos e vestuário, para suprir os produtos que não podiam ser importados da Europa em consequência do conflito bélico e da transferência de parcela das indústrias

do Velho Continente para a fabricação de armamentos e provisões para as forças armadas.  

De acordo com Nicolau Sevcenko (1992), a conjuntura da guerra, originou o esgotamento das linhas do comércio internacional e comportou acelerada industrialização em São Paulo, para a substituição das importações. Os resultados imediatos de tal industrialização em ampla escala se fizeram experimentar no desenvolvimento demográfico, no pleito por terrenos e habitações e numa careza total em completa disparada inflacionária.

Carvalho (1987) assevera que no início do século XX, as condições de trabalho ainda eram precárias, com péssimas instalações, sem ventilações, máquinas sem proteção, sem instalações sanitárias. No ano da Proclamação da Republica, os operários,

organizados, enviaram documento a Benjamin Constant2reivindicando uma legislação

trabalhista que instituísse o descanso semanal remunerado, férias de 15 dias, aposentadoria,

                                                                                                                         

2   Benjamin Constant Botelho de Magalhães nasceu em 18 de outubro de 1836, no bairro do Porto do Meyer, região de

São Lourenço, Niterói. Em 1852, entrou para o exército, em no ano seguinte ingressou na Escola Militar. ntegrou o primeiro governo republicano como Ministro da Guerra, e posteriormente como Instrutor público e responsável pelos Correios e Telégrafos. Faleceu em 22 de janeiro de 1891, no bairro de jurujuba, em Niterói.

(21)

pensão para as viúvas, jornada de sete de horas e estabilidade após sete anos. Contudo, na Constituição da República de 1891, apenas a proteção ao trabalho do menor foi

contemplado.  

O período concernente entre 1900 a 1945foi considerado o período de consolidação da identidade nacional e do primeiro surto industrial brasileiro, contemplando as indústrias de substituição de importação e as indústrias de base possibilitadas pelo Estado Novo. Neste período houvemuitas manifestações sociais, e estas foram enfrentadas com fortes repressões. Pinheiro (1987) ressalta que a postura repressora contra líderes sindicais incluía

prisões e deportações. A polícia era acionada para acabar com as greves.  

Encarregada de requerer um extenso programa de exigências operárias, a Confederação Brasileira do Trabalho (CBT) foi instituída por iniciativa do governo no ano de 1912. Após este passo, foram constituídas convencionalmente conquistas inéditas, como jornada de oito horas, semana de seis dias úteis, programa de edificação de habitações para operários, compensação para acidentes de trabalho, restrição da jornada de trabalho para mulheres e menores de 14 anos, acordos coletivos suprindo contratos individuais, seguro obrigatório para ocorrências de enfermidades, pensão para velhice, definição de salário mínimo, reforma dos impostos públicos e obrigatoriedade da instrução primária, apesarda

maior parte delas tenha permanecidoapenas no papel (BRASIL, 2007).  

As manifestações continuaram, contudo, fortalecidas, e algumas garantias foram conquistadas, como por exemplo, o seguro de acidentes que em 1919 tornou-se compulsório nas companhias de transporte e construção, bem como nas fábricas que empregavam grandes máquinas. No ano de 1923 foi criado o Conselho Nacional do Trabalho, cujo objetivo era assessorar o governo em questões trabalhistas. Neste ano, também foi criada a Lei Eloi Chaves que determinava a criação de um funcho de aposentadoria e pensão para os empregados de empresas ferroviárias. Para Carvalho (1987)

a legislação foi o ponto de partida para a instituição da Previdência Social no país.  

Para Carvalho (1987) foi apenas no final da República Velha que a singular conquista da primeira geraçãodos operários ganhou existência: a suspensão do trabalho infantil. A lei foi votada no governo de Washington Luís e constituída oficialmente em 1927, pelo decreto federal conhecido como Código de Menores. Contudo, não há registros

de que haviam sido colocadas em exercício até a Revolução de 303 e a quebra da República

Café com Leite4.  

                                                                                                                          3

(22)

Considera Carone (1970) que o momento entre guerras é assinalado como o primeiro colapso da democracia liberal. O desenvolvimento industrial desmesurado abarrotou o mercado de bens e acendeu um esgotamento mundial do capitalismo. Posteriormente a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, o Estado se fortaleceria para

tentar suavizaras sequelas da crise.  

Para Carone (1970) o Brasil igualmentelidou com o forte impacto da crise, contudo os prejuízos foram menores para a indústria, devido à sua insuficiente expressividade para a economia nacional. Todavia, foi comprometida a cultura de café, fundamental atividade agroexportadora doperíodo. Logo, a cardealconsequência da crise para o país foi orompimento do poder das oligarquias vinculadas ao produto, que dominaram

politicamente o Brasil desde a Proclamação da República.  

De acordo José Carlos Pereira (1984), os anos 30 acabaram sendo, até aquele período, os que mais apresentaramampliação da produção industrial. Em consequência à crise de 1929, a economia brasileira voltou-se mais para seu mercado interno, permitindo à demanda externa o papel de estabelecer o principal impulso dinâmico de desenvolvimento. O período de mudança de uma economia agroexportadora para uma economia industrial foi igualmente de umacrescente oscilaçãono êxodo rural, que expandiu a oferta de mão de

obra para a indústria e, em alguns eventos, criou novos consumidores.  

O processo de urbanização cooperou para acelerar as forças populares por condições de vida mais elevados. O governo adotou políticas populistas para se sustentar no poder e para amainar as sequelas da crise. A imagem que prevalecia na política do momento era de intervencionismo e protecionismo, do New Dealnos EUA ao nascimento do Estado de Bem Estar Social na Europa, passando pela ascensão dos regimes totalitários. Neste período, eram observados no Brasil a carência de mantimentos, a decomposição das qualidades de saneamento e higiene, a precarização das moradias e a desagregação social efamiliar. O quadro era considerado resultado do intenso desenvolvimento urbano, que por

sua vez estava conectado inteiramente à industrialização.  

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  constituíam um amplo setor de apoio. Nesse momento, o setor cafeeiro era atingido pelos primeiros efeitos da Crise de 1929 e se distanciava do Governo Federal. Daí a possibilidade de vitória de uma revolução.Portanto, um fator externo - a Crise Mundial de 1929 - combinou-se com o agravamento de contradições internas.O setor cafeeiro continuou representando o papel fundamental na economia do País, mas, com a derrota, perdeu a hegemonia política.A Revolução levou a uma nova composição de equilíbrio entre setores da classe dominante. Não houve uma ruptura no processo histórico, e sim apenas uma acomodação de interesses e uma atualização de instituições.

4Ficou conhecida como “política do café-com-leite” o arranjo político que vigorou no período da Primeira República (mais conhecida pelo nome de República Velha), envolvendo as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais e o governo central no sentido de controlar o processo sucessório, para que somente políticos desses dois estados fossem eleitos à presidência de modo alternado. Assim, ora o chefe de estado sairia do meio político paulista, ora do mineiro.

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No início do governo de Getúlio Vargas (1930) foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, sendo uma das estratégias do governo para suavizar os efeitos da crise de superprodução passada. De tal modo, havia a necessidade de instituir postos de serviços para originar emprego e regulamentar o trabalho, aumentando a remuneração e atenuando a jornada produtiva. A proposta era acrescer o consumo e reduzir a produção. Nesse sentido, foram instituídas leis trabalhistas, como a Lei de Amparo ao Trabalhador Brasileiro Nato. Quaisquer estabelecimentos industriais ou comerciais precisariam computar dois terços de brasileiros natos para compor seu quadro funcional. Esta lei era uma reação à intensa imigração europeia que acontecera nas décadas anteriores havendo

criado uma contenda pelos postos de trabalho entre trabalhadores nativos e imigrantes.  

Neste período também ocorreu a primeira lei no Brasil que regulamentou o trabalho feminino na indústria e comércio, exatamente no ano de 1932. Essa medida garantiu direitos como a remuneração idêntica para trabalhos análogos, sem diferenciação de gênero. A maternidade foi resguardada com o impedimento do trabalho das gestantes

quatro semanas anteriores e quatro semanas posteriores ao parto.  

Neste mesmo ano, estourou a conceituada Revolução Constitucionalista, que incidia em uma insurreição apadrinhada pela oligarquia paulista, motivada na reconstitucionalização do país. O movimento foi sobrepujado, mas Vargas sentiu-se premido a conferir a efetivação de eleições para uma Assembleia Constituinte, que ofereceu ao país a mais lacônica das constituições, em 1934. Esta jovem Constituição, que seria suprida três anos depois, acarretou respeitáveis conquistas para os trabalhadores, como por exemplo, a instituição do salário-mínimo e da carteira de trabalho, a jornada de oito horas, férias anuais, repouso semanal remunerado, entre outras. Não obstante algumas dessas leis já houvesse para os grupos de maior importância, como ferroviários e

portuários, todos os trabalhadores passaram a ser favorecidos a partir dessa data.  

A concepção do Estado Novo foi considerada marco histórico de 1937, igualmente com o alheamento da justiça. As eleições presidenciais, assinaladas para acontecer no ano subsequente, não se concretizaram. Sob ensejo de segurar os projetos de um provável golpe comunista, Vargas ordenou que as tropas da Polícia Militar fechassem o Congresso Nacional. O período ditatorial determinaria a censura, o controle das informações e o uso dos meios de comunicação para propaganda governamental. O Estado Novo manteve as conquistas trabalhistas da Constituição de 1934, contudo ampliou as formas de controle e aboliu o direito de greve.

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Vargas declarou a urgência na produção de aço como umamaneira de promover a independência econômica do Brasil. O presidente tambémdestacou a necessidade de substituição das importações e de produçãode bens duráveis. O desejo de autossuficiência vinha da iminência da Segunda Guerra Mundial (BRANDÃO, 2000, p.41).

Neste período, houve uma quedana produção de café e o aumento das importações suscitou uma gravetensão econômica no país. Assim, o governo interrompeu o pagamento da dívida externa evoltou-se para o desenvolvimento da indústria.

Em meados de 1938 foi criada a Confederação Nacional da Indústria, considerada em entidade patronal de grau superior, iniciou com a aliança entre federações e agrupando outras que seriam fundadas.

No ano de 1942 o então presidente Getúlio Vargas, assinou um Decreto com a criação de um órgão para a formação de mão de obra especializada, o Serviço Nacional da Indústria (SENAI). Para Sobral (1948) apud Weinstein (2000, p. 217) isto Foi “resultado direto das pressões exercidas pelos sindicatos operáriossobre o governo”. A iniciativa contou com uma recepção positiva por parte dos sindicatos.

Conforme Weinstein (2000) os administradores nacionais davam evidência aos aspectos nacionalistas dos programas do SENAI, uma vez que, no passado, os empresários não evidenciavam interesse pela capacitação de seus operários. Além disso, os industriais, mormente de São Paulo, ponderavam menos dispendiosos contratar operários e engenheiros estrangeiros especializados na Europa e nos Estados Unidos do que investir na qualificação dos trabalhadores.

A configuração de gestão institucional do SENAI foi paradigmática. Primeiramentedependentedo Ministério da Educação, por influência da Confederação Nacional da Indústria e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), oestabelecimentofoi redistribuído para sergeridoatravés de coordenações sindicais, fortalecendoportanto o projetocoorporativo de intermediação dentre as classes, acastelado pelo governo de Vargas, e abdicando o Estado de qualquer investimento financeiro.

O ano 1943 foi um ano que ingressou na história do Brasil com a criação da Consolidaçãodas Leis Trabalhistas (CLT). Esta legislação foi uma resposta às inópias originadas pela industrialização, como resultado das lutas dos operários durante o intricado período da República Velha. A CLT significou uma indigência institucionalabrolhada posteriormente a concepção da Justiça do Trabalho em 1939, com a finalidade de integrare regulamentar toda a legislação trabalhista existente no país.

A Consolidação das Leis Trabalhistasfoi consequência de intenso trabalho de proeminentes juristas, que se comprometeramem instituir uma legislação que acolhesse à

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necessidade de proteção ao trabalhador, dentro de uma conjuntura de “estado regulamentador”. Seus fundamentais assuntos são: Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho, Jornada de Trabalho, Período de Descanso, Férias, Medicina do Trabalho, Proteção do Trabalho da Mulher, Contratos Individuais de Trabalho, Organização Sindical, Fiscalização, entre outros.

No ano de 1942, o Brasil ingressou na guerra, em adesão aos Estados Unidos. Novamente, em umaocasião de colapso mundial, o país foifavorecidoeconomicamente. Confirmou-se a mudança da dependência da Inglaterra– cardinal parceiro mercantil da América Latina desde o século XIX – para os Estados Unidos. Segundo Cardoso (1984 p. 249) “em 1913, o país proporcionava 26% do conjunto das importaçõeslatinas e comprava 30% do total das exportações. Em 1948, esses índicespassaram a 53% e 39%”. De tal modo, a indústria iniciou o atendimentoao crescente mercado interno, alargaram as exportações aos países coligados Estados Unidos trouxe maquinários ao país, estimulando a fabricação industrial emregiões menos desenvolvidas no setor.

O termino da guerra estabilizou os Estados Unidos como potência mundial, quereduziu o interesse em investir no Brasil. Concomitantemente, sucedeu uma da indústria nacional, que necessitava se adaptar à nova realidadeeconômica. Brandão (2000) ressalta que as fundamentais necessidades eram a diminuição da margem de lucro ea concretização de investimentos industriais em regiões menos desenvolvidas dopaís, como forma de estabilização do setor.

No Pós-guerra, determinados países capitalistas adotaram o Estado de Bem Estar Social. Essa forma de organização política e econômica colocou o Estadocomo agente da promoção (protetor e defensor) social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado foi o agente regulamentador de toda vida esaúde social, política e econômica do país, em parceria com sindicatos e empresasprivadas, em níveis diferentes, de acordo com a nação em questão. No Brasil, um Estado do Bem Estar Social não foi consolidado nos moldes europeus,conquanto o país adentrasse em uma fase republicana, materializada pelaConstituição de 1946. Getúlio Vargas, que de acordo com a ideologia fez umgoverno conexo ao das potências totalitárias da Europa, foi destituído do governoe consequentementeo fim ao Estado Novo. Essas dificuldades governamentais fizeram comque a seguridade social estivesseafiançada em boa parte pelas esferas privadas. Eurico Gaspar Dutra foi o próximo presidente eleito, igualmente do Partido Social Democrático(PSD), coligado do trabalhismo getulista.

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Neste período, com o Plano de Desenvolvimento Industrial para o Pós-guerra, estruturado por Roberto Simonsen e exposto no I Congresso Brasileirodas Indústrias, em 1944, acabou cooperando de maneira significativa para o desenvolvimentoda indústria no final da Segunda Guerra Mundial. Porém, com o adensamentodos problemas sociais em 1945 alguns empresários iniciaramo debate sobre a necessidade de dar uma nova direção àeconomia brasileira.

Foi neste panorama que a Fundação de Assistência aos Trabalhadores (FAT) foi criada, mantida peloapoio dos empresários, cuja finalidade era prestar serviços assistenciais aos operários das indústrias. Emboraimplementadono ano de 1945, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a FAT não chegou a ser legitimamenteinstituída. Seus postos deabastecimento foram posteriormente reutilizados pelo SESI.

No ano de 1945 foi realizada a I Conferência Nacional das Classes Produtoras do Brasil. Neste evento, foi organizada a “Carta Econômica de Teresópolis”, agrupa as ideias daconfraria de empregadores capitalistas e progressistasencabeçados por Roberto Simonsen e EuvaldoLodi. Juntamente com os sindicatos patronais e de empregados do estado e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) foi elaborada, a “Carta da Paz Social”,na qual se os assegurava que “uma sólida paz social, fundada na ordem econômica,há de resultar [...] uma obra educativa, através da qual se consiga fraternizar os homens,fortalecendo neles o sentimento de solidariedade e confiança” (SESI, 1976, p.19). Uma das recomendações era a concepção de “um fundo social a ser aplicado em obras e serviços que beneficiassem os empregados de todas as categorias, em assistência social em geral, repartindo com os institutos existentes as atribuições assistenciais e de melhoramento físico e cultural da população” (SESI, 1976, p. 19).

Foi a partir dessa proposta, a regulamentaçãoda implementação do SESI, quese concretizou em 25 de junho de 1946, durante o mandato do presidente Eurico Gaspar Dutra, pelo Decreto-Lei n°. 9.403. Competiu à CNI instituir, organizar e gerir o SESI. O Conselho de Representantes organizou o Regulamento da nova instituição,divulgado no Diário Oficial da União em 22 de julho do corrente ano. Em 7 de agosto, o SESI foiinscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. A iniciativa dos industriais foiimediatamenteampliada para os comerciantes, tendo o Decreto-Lei n°. 9.853, de13 de setembro de 1946, aprovado a Confederação Nacional do Comércio acriar o Serviço Social do Comércio (SESC).

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Durante o período de 1950, apareceram as principais tentativas de uma política relativamente ordenada de desenvolvimento do Brasil. Brandão (2000) destacam regresso de Getúlio Vargas (1951-1954) ao governo brasileiro, com extensa adesão dos trabalhadores urbanos e rurais, contudo com grande oposição por parteda burguesia industrial e da classe média, representados politicamente pelo partido liberal União Democrática Nacional (UDN). A política desenvolvimentista adquiriu consistência na segunda metade dadécada de 50. Dentre os destaques do momento, podem ser mencionadas a concepção da Companhia Siderúrgica Nacional e o “Programa de Metais”, que culminou naampliação da produção de metais e minerais no Brasil.

Benevides (1979) explana que no ano de 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito Presidente da República, em uma união entre os partidos políticos PSD e PTB, levando João Goulart, sucessor político do trabalhismode Vargas, à vice-presidência. O encargo de JK ficou caracterizado pelo Plano Nacional de Desenvolvimento, também manifesto como Plano de Metas, um audacioso projeto para modificar o Brasil num estado industrializado. Indústria de base e educação; privilegiando muitas vezes o capital estrangeiro, com opor exemplo a indústria automobilística.

Pereira (1984) afirma que o governo JK apresentava como particularidades a concepção desenvolvimentista, priorizando esferas que produziam bens duráveis e a maior emissão de moeda, para promover o aumento do consumo. Sobressaíram iniciativas como a instituiçãodo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), com fins de levantamentoe planejamento de recursos de configuração mais ordenada e hábil.

Neste período político, também sobreveio um amplo interesse no estímulo da produçãointerna de bens substitutivos de importações, permanecendo secundário o plano a defesa dosetor exportador da economia. O desenvolvimento antecedente da indústria já tinha modificado arelação setorial de forças, dando um valor maior ao mercado interno.

O cenário mundial da indústria proporcionava à concepção de novas tecnologiase a reestruturação produtiva no departamento automobilístico. Continentes como Europa Ocidentale América do Norte imediatamente após a Primeira Guerra Mundial executavam a produção em massa, trocando a produção artesanal do automóvel. O Plano de Metas de JK considerou a abertura direta desse sistema no setor automobilísticobrasileiro, oferecendoàs multinacionais o domínio das montadoras e conservando aprodução de autopeças para o empresariado nacional. Também, foi aplicada uma política de encerramento das importações e nacionalização da produção.

(28)

Conforme Womack, Jones e Roos (2004), que precisamente o país entrou na produção em massa, e a indústria automobilística assegurou sua importância para o crescimento industrial nacional e a extensão direta acerca de outros setores, como o de autopeças e o petroquímico. Em 1960, aprodução de veículos alcançou o total de 321 mil unidades.

Toledo (1982) menciona que foi como parte daconjuntura de desenvolvimento que originou a manifestação de instituiçõe spara oferecer baluarte à política industrial. Sobressaem-se a Comissão Econômicapara a América Latina (CEPAL), vinculada à ONU, que se transformou na mais respeitável escola do axioma econômico dasnações sub desenvolvidos; a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), protegendo a reforma agrária e a industrialização no Nordeste, e o Instituto Superior de Estudos Brasileiros –ISEB

Pereira (1984) salienta que embora os intensos efeitos nesse período o processo de industrialização adentrou em colapso quando praticamente se exauriu o estímulo proporcionado pelo processo de substituição. A população não conseguia compartilhar com capacidade de compra, uma vez que seu salário estava estancado, compondo um obstáculo estrutural à ampliação da industrialização, a despeito dos reiterados acréscimos no salário mínimo conferidos de modo populista pelo governo.

Moreira (2003) assevera que ao mesmo tempo em que promoveu a industrialização e a urbanização, amodernização conservadora praticada por JK sustentou os latifúndios arepartição desigual das riquezas. O momento de elevada produtividade originou excedentes, todavia eles se empregaram ou foram expedidos para oexterior. A população estava com os salários estancados, sem poder de compra.

Com o fortalecimento do trabalhismo induziu Jânio Quadros e João Goulart a comporemo novo executivo nacional. Entretanto, um panorama conturbado delineou-se coma abdicação do presidente, de 1961. As forças conservadoras atreladas às elites clássicas arriscaram um primeiro golpe, tentando evitar a posse do vice. Jango tão somente assumiu com o esvaziamento dos papéis presidenciais, a partir da adoção do parlamentarismo.

Em 1960, foi realizado o III Congresso Sindical Nacional, no qual os trabalhadores unificaram suas forças sob uma excepcional organização nacional de coordenaçãoda luta sindical: o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). A entidade era conduzida por líderes sindicais, nomeadamente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), constituída em 1946.

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Notadamente no governo de João Goulart, o CGT foi demonstração expressiva domovimento sindical brasileiro. Teve papel categórico na administração de grandes manifestações operárias, como por exemplo, a Greve de Paridade em 1960, que deprecava a equiparação salarial aos militares. Igualmente de grande importância política as paralisações durante a criseentre a renúncia de Jânio e a ascensão de Jango. Neste período aconteceram diversas greves com inúmeros protestos.

Pode-se entender que o período de 1946 a 1963, foi configurada como a etapa de desenvolvimento da estruturação dos valores e das primeiras diretrizes e ações do SESI, que correspondeu ao primeiro grande período republicano do país.

1.1 Período de Institucionalização do SESI

O SESI é uma instituição privada com características públicas. Não estando inteiramente subordinado ao poder público, embora dependa do seu amparo e presta-lhecontas. Os serviços são organizados nos padrões das empresas privadas, possuindopatrimônio próprio e administração particular, porém não tem em visãolucro. Esse predicado demandou um formato administrativo adequado.

O elementar momento de existência do SESI foi assinalado pelo paulatino desenvolvimento da composição institucional, com distribuição de pertinências entre as repartições e regionais. O Decreto-Lei n°. 9.403 instituiu que toda empresa das categorias da indústria, dos transportes, das comunicações e da pesca fixada em terreno brasileiro precisaria redirecionar uma percentualidade computada acerca do total da folha salarial para o custeamento do Serviço Social da Indústria, dependente à CNI. A diversidade geográfica do desenvolvimento do país condicionou a preparação do regulamento interno, que estipula a necessidade de uma administração nacional – composta por Conselho Nacional (CN) e Departamento Nacional (DN) – e administrações regionais, com seus atinentes Conselhos Regionais (CRs) e Departamentos Regionais (DR). A repartição do resultado estabelece a conservaçãode 75% do arrecadamento na região de procedência, o que apresentou primordial importânciaao longo de toda a história do SESI.

No período de estabelecimento do SESI, seis estados tinham federações das indústrias estabelecidas, sendo Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Os departamentos regionais nesses estados a partir da concepção do SESI passaram a apresentar existência legal. Competia às federações constituir os

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departamentos e conselhos regionais, implementando, com relativaautonomia, os direcionamentosinstituídos pela administração nacional. A inserção dos serviços foi perpetrada gradativamente, no alcance das probabilidades e oportunidades de cada região. (SESI, 2008)

Em estados onde a disposição dos sindicatos patronais industriais era ainda incipiente e, por conseguinte, não existia Federação das Indústrias, o Departamento Nacional instalou gradativamente Departamentos Locais (DLs), geridas diametralmente pelo SESI nacional.

Conforme Iamamoto e Carvalho (1983) a fundação do SESI pode ser compreendida como uma medida revolucionáriapara o enfrentamento da questão social. O primeiro programa da instituiçãocompreendia alimentação, habitação, higiene, saúde e educação moral e cívica. Em meio ao panorama do país no período Pós-guerra, a performance do SESI privilegiou dois setores avaliados como “cruciais eestratégicos”: alimentação e provimento e educação social. Foi a insuficiência de gêneros de primeira necessidade nos grandes centros urbanos e a insatisfação popular contra as classes patronais as condições determinantes para o estabelecimento dos objetivos primordiais.

A característica predecessor da concepção do SESI e sua especificidade institucional fizeram com que ficasse aparente a carência de pessoal especializado para trabalhar no serviço social durante os seus primeiros anos de existência. De tal modo, a Escola de Serviço Social, o Instituto de Direito Social, o Instituto de Serviço Social e a Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo foram contratados para estruturar cursos intensivos designados à constituição de assistentes sociais, educadores sociais, orientadores sindicalistase trabalhadores de diversas categorias para fazerem parte do quadro do SESI. (SESI, 2008)

Segundo Weinstein (2000) o SESI passou a proporcionar um amploleque de oportunidades de emprego para técnicos e profissionais, como por exemplo, engenheiros, educadores, psicólogos, assistentes sociais e de economia doméstica e higienistas industriais.

Em defesa do SESI, Weinstein (2000) afirma que a instituição auxiliou a concretizar a importância dos conhecimentos técnicos desses profissionais, colaborando para o processo através de algumas funções na sociedade brasileira e a sua capacitação se tornaram domínio de profissionais. Neste período, tanto o SESI quanto o SENAI ampliaramo prelado do pessoal técnico e dos componentes das profissões auxiliares na vida industrial, tanto dentro como fora da fábrica.

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No período que abrange 1940 a 1953, a classe operária duplicou de dimensão no Brasil. Para esse grande contingente, o SESI apresentou um projeto civilizacional. A população do Serviço Social era compreendido como a “família operária”. Cursos de corte e costura, higiene e administração doméstica eram oferecidosàs esposas. A Revista Sesinho foi distribuída no ano de 1947 para as crianças. A finalidade que conduzia estas ações era a ideia de uma atmosfera doméstica benéfica para os empregados, tendendo a aumentar sua produtividade, bem como o desenvolvimento cívico cuja tese habitava no desenvolvimento do patriotismo em favor da paz social.

Pelo espírito que o inspirou e pela estrutura funcional que lhe fora dada, o SESI deveria exercer uma missão pedagógica e educacional de nítidos valores éticos e sociais. A educação técnico-profissional do trabalhador realizada pelo SENAI e pelo Estado exigia uma complementação cívico-socialque o integrasse no seu grupo social e profissional. (SESI, 1976, p. 22).

Segundo Weinstein (2000) a fundação do SESI lidou coma oposição por parte dos sindicatos, pois muitos trabalhadores julgavam os desígnios da instituição, que era intensamente atrelada à pretensão dos industriais. Além disso, outro ponto que atrapalhava ainda mais a aqui escência do SESI por parte dos sindicatos era a assimilação do órgão com osrepresentantes sindicais vinculados ao governo.

Conforme Weinstein (2000, p. 231), “o SESI iniciou suas atividades ligado a um governo que ataca o operariado – sua vida institucional começa com uma imagem politizada e com pouca credibilidade entre os militantes sindicais”. Apesar disso, os serviços do SESI, avaliados como de conveniência prática, tendiam a receber adesão dos operários e de seus líderes, independentemente das finalidades educacionais integradas a tais ações. As pretensões dos industriários igualmente eram atendidos, uma vez que existia uma pendência legítima por assistência nas áreas de alimentação, saúde, educação e habitação.

Em 1953, por exemplo, foi realizada uma das mais importantes paralisaçõesda história do Brasil, a chamada “greve dos 300 mil”. Após essa mobilização em busca de reposição salarial, muitos sindicatos que vinham contribuindo com o SESI na promoção dos jogos operários passaram a assumir posições mais críticas (WEINSTEIN, 2000 p.234).

Para Weinstein (2000) foi a partir disso, sindicatos passaram a celebrar o Dia do Trabalhador independente de instituições como o SESI e o SESC, percebendo como um elementode iludir a classe operária. Embora as censuras dos sindicatos, as festividades do

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1º de Maio do SESI prosseguiram a ocorrer, e os jogos continuaram como assunto alto das comemorações para os atletas operários. Destarte, perfilhando a anuência dos eventos esportivos, os sindicatos aguerridos passaram a constituir suas próprias competições, proporcionando assim uma opção para os jogos operários.

Conquanto estivessem mais fascinantes do que os programas com intenções ideológicas, os serviços materiais oferecidos pelo SESI não estavam livres de censuras por parte dos sindicatos, “Um exemplo eram as cozinhas distritais, que, para grande parte dos trabalhadores, serviam “uma comida de baixa qualidade, semgosto e fria” (Weinstein, 2000, p.235).

É necessário compreender que mesmo que algumas desses julgamentos estivessem extrapoladas, elas conjecturavam um descontentamento legítimo do operariado. O próprio SESI, através de suas estatísticas, assinala uma grande propensão na questão de seus alimentosem meados de 1950. Esse evento suscitou uma cadeia de firmas que abriram seus próprios restaurantes, trocando as refeições proporcionadas pela instituição.

Para Weinstein (2000) apesarderemota, a expressão “paz social” passou a ser muito propagada com o final da Segunda Guerra Mundial, depoisdapublicação da “Carta da Paz Social” pelos industriais, e com o aparecimento de um discurso democrata cristão, que aconselhava a colaboração entre as classes. Foi nessa acepção que o SESI optou pelo slogan “Pela Paz Social no Brasil”, e os condutores da FIESP indicaram Morvan Dias de Figueiredo como Ministro da Paz Social. Apreleção de aliançade classes se colidia com as teorias revolucionárias de esquerda, quer e comendavam a exasperação das contradições.

Alguns sindicatos independentes incidiam o conceito de paz social, proferindo que a expressão não passava de um lema dos empregadores que explicada queria articular “poderemos viver em paz, desde que vocês pensem como nós e façam o que queremos” (Weinstein, 2000, p. 234).

As principais ações do SESI do período entre 1946 a 1963 assinalam as diretivas recomendadas em cada uma das áreas de desempenho do instituto, em um momento de desenvolvimento industrial e de crescimento urbano no país, que vivia um conciso período de democracia. A promoção da saúde assume corpo em ambulatórios, consultórios odontológicos, serviços de saúde nas empresas e na edificação doprimeiro hospital do SESI. A deficiência dos industriários derivou na priorização da medicina curativa em prejuízo do enfoque preventivo.

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