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 A segunda ronda iniciou‐se a 20 de Setembro de 2011 com o envio de nova mensagem de correio electrónica a explicar o procedimento associado à segunda ronda e a solicitar o preenchimento do 

questionário  cuja  hiperligação  foi  mencionada.  Duas  semanas  depois  foi  solicitada  aos  Serviços  de  Tecnologias  de  Informação  e  Comunicação  da  Universidade  de  Aveiro  informação  relativa  ao  número  de  questionários  preenchidos,  registando‐se  um  baixo  número  de  respostas.  Assim,  foi  enviada  uma  nova  mensagem de correio electrónico a relembrar os inquiridos para o preenchimento do questionário. A 17 de  Outubro foi repetido este procedimento, dado que o número de respostas obtidas se mantinha baixo. A 31  de Outubro de 2011 deu‐se por concluída esta fase da investigação.  

6.4.

 

M

ÉTODOS DE 

A

NÁLISE DOS 

R

ESULTADOS 

 

A análise dos resultados dos questionários foi efectuada com recurso à aplicação XLSTAT, que potencia a  análise  estatística  do  EXCEL.  O  método  de  análise  utilizado  foi  a  análise  univariada  com  a  utilização  de  medidas de tendência central (média e moda) e de dispersão (desvio padrão).    A média determina um valor que corresponde à tendência da resposta do grupo. O desvio padrão é uma  medida de dispersão associada à média, que permite conhecer qual a variação dos valores em relação ao  valor da média e diferenciar uma média de outra. Por exemplo, duas variáveis podem ter o mesmo valor  médio, mas tal não implica que os valores que lhe deram origem tenham a mesma valoração. Analisando o  desvio padrão é possível concluir se esse valor médio teve resultado num conjunto de valores aproximados  ou dispersos. Quando o desvio padrão assume o valor zero isso significa que os valores que deram origem à  média são iguais a esta, não havendo variabilidade. Quanto maior for o desvio padrão, maior é a dispersão  dos valores analisados. 

A  moda  corresponde  ao  valor  que  mais  vezes  se  repete  no  conjunto  dos  valores  em  análise.  Quando  o  desvio padrão tem como resultado o valor zero, o valor da moda será igual à média. Esta medida estatística  é  a  única  que  pode  ser  representada  por  um  valor  qualitativo.  A  moda  é  utilizada,  neste  estudo,  na  comunicação  aos  inquiridos  dos  dados  obtidos  na  primeira  ronda  de  questionários,  uma  vez  que  se  pretende  a  convergência  das  respostas  para  um  único  valor  e  é  mais  fácil  para  o  inquirido  entender  o  significado da moda, expressa num valor qualitativo, do que o significado da média ou da mediana. 

6.5.

 

C

ONCLUSÃO

 

Pela sua natureza, a técnica de Delphi afigurou‐se como o método ideal para alcançar o objectivo proposto  neste  estudo. O  seu  processo  iterativo  possibilita  chegar a  um  consenso  junto  do grupo  de  inquiridos  no  sentido  de  escolher  os  indicadores  que  permitem  avaliar  os  contributos  do  turismo  para  a  qualidade  de  vida.  

Capítulo 6. Metodologia 

Dado que este estudo pretende analisar a contribuição do turismo para a qualidade de vida da população  residente  no  destino  turístico,  a  sua  atenção  é  prestada à  abordagem ao  turismo  pelo  lado  da  oferta,  de  forma,  a  perceber  em  que  medida  a  oferta  turística  existente  no  destino  turístico  é  importante  para  a  qualidade de vida dos seus residentes. Assim, optou‐se por efectuar a análise tendo por base a perspectiva  dos  responsáveis  por  empresas/instituições  das  áreas  de  negócios  definidas  pela  CST  como  produtos  característicos da oferta turística (alojamento, restauração e bebidas, transportes (de passageiros e rent a 

car),  agências  de  viagens  e  operadores  turísticos,  serviços  culturais  e  serviços  recreativos).  A  área  em 

estudo corresponde à Área Metropolitana do Porto. 

Para a recolha da informação junto dos inquiridos foram aplicados questionários desenhados com base na  revisão  da  literatura  e  na  análise  de  diversos  sistemas  de  indicadores  de  qualidade  de  vida,  de  desenvolvimento  sustentável  e  de  turismo  sustentável,  o  que  permitiu  avançar  com  a  definição  de  um  conjunto  de  indicadores  sobre  os  quais  os  inquiridos  devem  fazer  uma  avaliação  relativamente  à  sua  importância para avaliar o contributo do turismo para a qualidade de vida.  

Capítulo 7. Análise e discussão dos resultados   

CAPÍTULO 7. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 

7.1.

 

I

NTRODUÇÃO

 

Neste capítulo pretende‐se analisar a informação recolhida através da aplicação da metodologia descrita no  capítulo anterior e discutir as conclusões daí retiradas.  Inicia‐se com a elaboração de um pequeno enquadramento da área em estudo, a Área Metropolitana do  Porto,  com  o  qual  se  pretende  caracterizar  esta  região  relativamente  ao  seu  potencial  turístico  e  às  características que possam influenciar a qualidade de vida.  

De  seguida,  é  efectuada  a  análise  dos  dados  recolhidos  com  o  intuito  de  averiguar  se  as  hipóteses  de  investigação  colocadas  são  verdadeiras.  Com  base  nas  conclusões  retiradas  das  diferentes  análises  realizadas  ao  longo  desta  investigação  é  apresentada  a  proposta  final  do  sistema  de  indicadores  que  permite avaliar os contributos do turismo para a qualidade de vida. 

7.2.

 

B

REVE CARACTERIZAÇÃO DA 

Á

REA 

M

ETROPOLITANA DO 

P

ORTO

 

A  AMP,  instituída  no  ano  de  2004,  é  formada  por  16  municípios  ‐  Arouca,  Espinho,  Gondomar,  Maia,  Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Porto, Póvoa do Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da  Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia – pertencentes aos distritos de  Aveiro e do Porto, e ocupa uma área aproximada de 1.885,10 km2.  

Segundo  os  dados  preliminares  dos  Censos  de  2011,  disponibilizados  pelo  INE,  a  população  residente  na  AMP perfaz um total de 1.671.536 habitantes. Em comparação com os dados dos Censos de 2001, constata‐ se que a população residente aumentou 1,46%, o equivalente a 24.067 habitantes. No que diz respeito aos  municípios que possuem um maior número de habitantes residentes, destacam‐se, naturalmente, Vila Nova  de Gaia (18,07%), seguido do Porto (14,21%) e Matosinhos (10,47%). Os concelhos que menos contribuem  para  a  população  residente  são  S.  João  da  Madeira  (1,30%),  Arouca  (1,34%)  e  Vale  de  Cambra  (1,37%)  (Figura 7.1.). Contudo, a análise da densidade populacional transmite uma outra visão da AMP (Figura 7.2.),  uma vez que esta é mais elevada no Porto (5.752 hab/km2), seguido de Matosinhos (2.812 hab/km2) e de S.  João da Madeira (2.745 hab/km2). Os municípios com a densidade populacional mais baixa são Arouca (68  hab/km2), Vale de Cambra (156 hab/km2) e Oliveira de Azeméis (421 hab/km2). 

Capítulo 7. Análise e discussão dos resultados     Figura 7.1. | População residente da Área Metropolitana do Porto      Figura 7.2. | Densidade populacional da Área Metropolitana do Porto

Capítulo 7. Análise e discussão dos resultados 

A AMP caracteriza‐se por ser um território com fortes densidades populacionais, empresariais e funcionais,  mas onde se assiste a situações de acentuadas assimetrias entre municípios, quer em termos do número de  habitantes,  quer  em  termos  de  graus  de  urbanização,  onde  se  distinguem  municípios  com  características  marcadamente urbanas e outros com características marcadamente rurais. São exemplos desta situação os  concelhos  do  Porto  e  de  Arouca  (Gestluz  Consultores,  2008).  Em  termos  de  graus  de  urbanização,  reconhece‐se que enquanto o núcleo central da AMP se caracteriza por ser uma área urbana consolidada,  com  perdas  populacionais,  forte  expressão  do  comércio  e  degradação  do  edificado,  as  restantes  áreas  assumem‐se como “uma extensa mancha difusa urbano‐industrial, com povoamento disperso e dinâmicas  populacionais e construtivas muito significativas” (idem, ibidem, p. 17).  

As assimetrias entre os municípios também se verificam ao nível da qualidade de vida. Segundo o estudo  efectuado por Manso & Simões (2009), que visava a criação de um sistema de indicadores estatísticos de  monitorização do nível de desenvolvimento e da qualidade de vida dos concelhos portugueses11, constata‐ se  que,  na  generalidade,  os  concelhos  que  apresentam  melhor  classificação  são  os  que  se  localizam  no  núcleo  central  da  AMP  (Figura  7.3.),  onde  se  regista  melhor  oferta  ao  nível  de  emprego,  habitação,  transportes,  equipamentos  públicos  e  infra‐estruturas.  Curiosamente,  o  concelho  que  ocupa  a  melhor  posição no ranking não se localiza nesta área geográfica. A posição ocupada por São João da Madeira pode  ser explicada pelo facto de ser um concelho de dimensão muito reduzida, em que a gestão do território e a  satisfação das necessidades da população poderá ser mais facilitada.           11 Este estudo foi apenas aplicado aos 278 concelhos do Continente, por não existir toda a informação necessária para a sua aplicação  às Regiões Autónomas. 

Capítulo 7. Análise e discussão dos resultados