questionário cuja hiperligação foi mencionada. Duas semanas depois foi solicitada aos Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação da Universidade de Aveiro informação relativa ao número de questionários preenchidos, registando‐se um baixo número de respostas. Assim, foi enviada uma nova mensagem de correio electrónico a relembrar os inquiridos para o preenchimento do questionário. A 17 de Outubro foi repetido este procedimento, dado que o número de respostas obtidas se mantinha baixo. A 31 de Outubro de 2011 deu‐se por concluída esta fase da investigação.
6.4.
M
ÉTODOS DEA
NÁLISE DOSR
ESULTADOSA análise dos resultados dos questionários foi efectuada com recurso à aplicação XLSTAT, que potencia a análise estatística do EXCEL. O método de análise utilizado foi a análise univariada com a utilização de medidas de tendência central (média e moda) e de dispersão (desvio padrão). A média determina um valor que corresponde à tendência da resposta do grupo. O desvio padrão é uma medida de dispersão associada à média, que permite conhecer qual a variação dos valores em relação ao valor da média e diferenciar uma média de outra. Por exemplo, duas variáveis podem ter o mesmo valor médio, mas tal não implica que os valores que lhe deram origem tenham a mesma valoração. Analisando o desvio padrão é possível concluir se esse valor médio teve resultado num conjunto de valores aproximados ou dispersos. Quando o desvio padrão assume o valor zero isso significa que os valores que deram origem à média são iguais a esta, não havendo variabilidade. Quanto maior for o desvio padrão, maior é a dispersão dos valores analisados.
A moda corresponde ao valor que mais vezes se repete no conjunto dos valores em análise. Quando o desvio padrão tem como resultado o valor zero, o valor da moda será igual à média. Esta medida estatística é a única que pode ser representada por um valor qualitativo. A moda é utilizada, neste estudo, na comunicação aos inquiridos dos dados obtidos na primeira ronda de questionários, uma vez que se pretende a convergência das respostas para um único valor e é mais fácil para o inquirido entender o significado da moda, expressa num valor qualitativo, do que o significado da média ou da mediana.
6.5.
C
ONCLUSÃOPela sua natureza, a técnica de Delphi afigurou‐se como o método ideal para alcançar o objectivo proposto neste estudo. O seu processo iterativo possibilita chegar a um consenso junto do grupo de inquiridos no sentido de escolher os indicadores que permitem avaliar os contributos do turismo para a qualidade de vida.
Capítulo 6. Metodologia
Dado que este estudo pretende analisar a contribuição do turismo para a qualidade de vida da população residente no destino turístico, a sua atenção é prestada à abordagem ao turismo pelo lado da oferta, de forma, a perceber em que medida a oferta turística existente no destino turístico é importante para a qualidade de vida dos seus residentes. Assim, optou‐se por efectuar a análise tendo por base a perspectiva dos responsáveis por empresas/instituições das áreas de negócios definidas pela CST como produtos característicos da oferta turística (alojamento, restauração e bebidas, transportes (de passageiros e rent a
car), agências de viagens e operadores turísticos, serviços culturais e serviços recreativos). A área em
estudo corresponde à Área Metropolitana do Porto.
Para a recolha da informação junto dos inquiridos foram aplicados questionários desenhados com base na revisão da literatura e na análise de diversos sistemas de indicadores de qualidade de vida, de desenvolvimento sustentável e de turismo sustentável, o que permitiu avançar com a definição de um conjunto de indicadores sobre os quais os inquiridos devem fazer uma avaliação relativamente à sua importância para avaliar o contributo do turismo para a qualidade de vida.
Capítulo 7. Análise e discussão dos resultados
CAPÍTULO 7. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
7.1.
I
NTRODUÇÃONeste capítulo pretende‐se analisar a informação recolhida através da aplicação da metodologia descrita no capítulo anterior e discutir as conclusões daí retiradas. Inicia‐se com a elaboração de um pequeno enquadramento da área em estudo, a Área Metropolitana do Porto, com o qual se pretende caracterizar esta região relativamente ao seu potencial turístico e às características que possam influenciar a qualidade de vida.
De seguida, é efectuada a análise dos dados recolhidos com o intuito de averiguar se as hipóteses de investigação colocadas são verdadeiras. Com base nas conclusões retiradas das diferentes análises realizadas ao longo desta investigação é apresentada a proposta final do sistema de indicadores que permite avaliar os contributos do turismo para a qualidade de vida.
7.2.
B
REVE CARACTERIZAÇÃO DAÁ
REAM
ETROPOLITANA DOP
ORTOA AMP, instituída no ano de 2004, é formada por 16 municípios ‐ Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Porto, Póvoa do Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia – pertencentes aos distritos de Aveiro e do Porto, e ocupa uma área aproximada de 1.885,10 km2.
Segundo os dados preliminares dos Censos de 2011, disponibilizados pelo INE, a população residente na AMP perfaz um total de 1.671.536 habitantes. Em comparação com os dados dos Censos de 2001, constata‐ se que a população residente aumentou 1,46%, o equivalente a 24.067 habitantes. No que diz respeito aos municípios que possuem um maior número de habitantes residentes, destacam‐se, naturalmente, Vila Nova de Gaia (18,07%), seguido do Porto (14,21%) e Matosinhos (10,47%). Os concelhos que menos contribuem para a população residente são S. João da Madeira (1,30%), Arouca (1,34%) e Vale de Cambra (1,37%) (Figura 7.1.). Contudo, a análise da densidade populacional transmite uma outra visão da AMP (Figura 7.2.), uma vez que esta é mais elevada no Porto (5.752 hab/km2), seguido de Matosinhos (2.812 hab/km2) e de S. João da Madeira (2.745 hab/km2). Os municípios com a densidade populacional mais baixa são Arouca (68 hab/km2), Vale de Cambra (156 hab/km2) e Oliveira de Azeméis (421 hab/km2).
Capítulo 7. Análise e discussão dos resultados Figura 7.1. | População residente da Área Metropolitana do Porto Figura 7.2. | Densidade populacional da Área Metropolitana do Porto
Capítulo 7. Análise e discussão dos resultados
A AMP caracteriza‐se por ser um território com fortes densidades populacionais, empresariais e funcionais, mas onde se assiste a situações de acentuadas assimetrias entre municípios, quer em termos do número de habitantes, quer em termos de graus de urbanização, onde se distinguem municípios com características marcadamente urbanas e outros com características marcadamente rurais. São exemplos desta situação os concelhos do Porto e de Arouca (Gestluz Consultores, 2008). Em termos de graus de urbanização, reconhece‐se que enquanto o núcleo central da AMP se caracteriza por ser uma área urbana consolidada, com perdas populacionais, forte expressão do comércio e degradação do edificado, as restantes áreas assumem‐se como “uma extensa mancha difusa urbano‐industrial, com povoamento disperso e dinâmicas populacionais e construtivas muito significativas” (idem, ibidem, p. 17).
As assimetrias entre os municípios também se verificam ao nível da qualidade de vida. Segundo o estudo efectuado por Manso & Simões (2009), que visava a criação de um sistema de indicadores estatísticos de monitorização do nível de desenvolvimento e da qualidade de vida dos concelhos portugueses11, constata‐ se que, na generalidade, os concelhos que apresentam melhor classificação são os que se localizam no núcleo central da AMP (Figura 7.3.), onde se regista melhor oferta ao nível de emprego, habitação, transportes, equipamentos públicos e infra‐estruturas. Curiosamente, o concelho que ocupa a melhor posição no ranking não se localiza nesta área geográfica. A posição ocupada por São João da Madeira pode ser explicada pelo facto de ser um concelho de dimensão muito reduzida, em que a gestão do território e a satisfação das necessidades da população poderá ser mais facilitada. 11 Este estudo foi apenas aplicado aos 278 concelhos do Continente, por não existir toda a informação necessária para a sua aplicação às Regiões Autónomas.
Capítulo 7. Análise e discussão dos resultados