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4. Resultados

4.1. Sinais EMG

De acordo com os resultados obtidos na primeira fase de testes (eléctrodos cortados e isolados com PVC, fabricado com fio Bekintex 50/1), é bastante visível a diferença entre as estruturas do primeiro grupo (laçada flutuante) e as do segundo grupo (laçada carregada). Nenhuma das malhas que combina laçada flutuante com laçada normal consegue obter um bom sinal EMG. Mesmo que esse esteja presente, é demasiado pequeno e os maiores sinais são, na realidade, referentes ao movimento do músculo e não à força executada. Por outro lado, o sinal EMG destaca-se em todas as estruturas com laçada carregada, variando a sua amplitude.

Os gráficos seguintes (Figuras 31 e 32) demonstram sinais EMG retirados de um eléctrodo com laçada flutuante (LF05) e de um com laçada carregada (LC05) durante a execução do exercício 1) com haltere de 5Kg.

Comparando ambos os sinais, verifica-se que o eléctrodo LC05 tem um melhor desempenho na detecção de sinais EMG do que o LF05. Apesar de os dois mostrarem sinais derivados do movimento do músculo (as grandes variações iniciais, especialmente visíveis na Figura 35) por exemplo aos 15, 21 e 25 segundos), a relação existente entre sinal EMG e movimento no caso do LC05 é bastante menor do que no LF05, ou seja, o sinal EMG com o elétrodo LC05 destaca-se mais dos provocados pela deslocação do músculo do que no caso do LF05. Nota-se alguns sinais electromiográficos no LF05 – entre os 32 e 35 segundos, por exemplo, o sinal afirma-se ligeiramente – mas como dito anteriormente, é demasiado pequeno e mistura-se com os de movimento, que são os maiores, o que não acontece no eléctrodo de laçada carregada, como se pode ver pelos respectivos gráficos. Quando o sinal é filtrado, torna-se imperceptível a diferença entre ambos os sinais EMG e movimento, excepto nos de maior amplitude, mas estes referem-se à deslocação do músculo e não à actividade muscular. Estas duas estruturas comparadas representam fielmente a restante amostragem, ou seja, todos os eléctrodos do primeiro grupo apresentam fraco desempenho na medição de sinais EMG, ao contrário dos do segundo grupo. Todas as estruturas fabricadas com laçada carregada têm um sinal regular e nota-se um ruído que varia sensivelmente entre os -0,05 e os 0,05 mV, quando o músculo está relaxado.

Figura 35) Sinal EMG original do eléctrodo LF05 em t=[14;40], na versão individual, executando o exercício 1); A) sinal original, B) sinal filtrado.

Figura 36) Sinal EMG original do eléctrodo LC05 em t=[18;40]], na versão individual, executando o exercício 1); A) sinal original, B) sinal filtrado.

Quando se comparam as estruturas da primeira fase (eléctrodo cortado) e ao executar o exercício 1), verifica-se que os LC01 e LC05 têm maior amplitude que os restantes, oscilando entre aproximadamente -2,5 e 2,5 mV, respectivamente, seguindo-se as combinações LC02, com sinais no intervalo de -2 até 2 mV, e LC03 e LC04, ambas com amplitude de sinal inferior a 1 mV. As variações de sinal notam-se em todos os casos da mesma forma – A) tem menor amplitude (apenas ruído), B) é quando o sinal é maior, indicando a altura em que o músculo exerce mais força e C) e D) têm valores intermédios e semelhantes. As diferenças entre momentos do exercício são mais notáveis nos eléctrodos que conseguem atingir maiores amplitudes. Por exemplo, a diferença de A) para B) em LC01 é sensivelmente de 1,5 mV, enquanto que em LC03, a subida é apenas de 0,2 mV.

Ao efectuar o exercício 2) com o mesmo tipo de eléctrodo, não se notam diferenças em relação ao anterior, excepto usando as estruturas LC01 e LC05. No primeiro caso, a amplitude de sinal em C) aumenta para cerca de 3 mV (intervalo de -1,5 e 1,5 mV) e, no segundo caso, este sinal diminui, passando a oscilar entre -1 e 1 mV, o que aumenta a distinção dos sinais em cada momento.

Figura 38) Sinais filtrados do eléctrodo LC04, na versão individual, a executar o exercício 1) em A e exercício 2), em B. Não é visível uma diferença significativa em ambos os casos.

Devido às diferenças assinaladas anteriormente entre tipo de laçada, as estruturas do grupo 2) foram produzidas em versão manga e testadas com fio Bekintex 50/1. Os resultados dos ensaios nessa segunda fase mostram as diferenças entre várias estruturas que combinam laçada normal com laçada carregada (LC01-05). Comparando os cinco eléctrodos, consegue-se observar variações de sinal em cada estrutura, tipo de exercício e versão da amostra, ou seja, diferença entre ter o eléctrodo cortado e em manga.

Quando os eléctrodos passam a ser tricotados em manga, a amplitude de sinal diminui em todos os casos. As estruturas onde essa alteração é mais visível são as LC02 e a LC05, com diminuições na ordem dos 80% e 90%, respectivamente, uma mudança que é coerente em ambos o exercícios. A amplitude de sinal em LC03 e LC04 decai para metade, também quando executados ambos os

movimentos. Em LC01, a diminuição é menor, passando o sinal a atingir cerca de dois terços do valor anterior. É importante notar que estas alterações se referem essencialmente aos sinais maiores – momento B – sendo que os sinais mais pequenos – A e C – permanecem aproximadamente semelhantes.

Figura 39) Sinais filtrados do eléctrodo LC03 na versão individual (A) e manga (B), durante o exercício 1).

O sinal obtido com os eléctrodos LC01 e LC05 em manga durante o exercício 1) distingue melhor os momentos, isto é, o sinal em C) passa a destacar-se do B), como seria de esperar, uma vez que, teoricamente, a força exercida ao levantar o haltere é maior do que quando se está a segurar o haltere com o braço dobrado. Essa distinção é apenas visível nesses dois eléctrodos. Nos restantes, nota-se uma ligeira diferença, mas não é significativa.

Pelos motivos acima descritos, a estrutura LC01 (piqué Lacoste) foi selecionada para efectuar os testes com outros fios – Shieldex e Elitex. Os eléctrodos foram tricotados e produzidos em manga e os resultados foram comparados com os anteriormente obtidos com o fio Bekintex.

Os resultados alcançados da comparação dos vários fios demonstram não existir uma diferença significa na mudança de fio, ao contrário do que seria expectável. Quando testados os eléctrodos no movimento 1), nota-se uma ligeira subida da amplitude de sinal ao utilizar o Shieldex – cerca de 0,5 mV no momento A). O fio Elitex é o que mostra menos alterações de sinal nos momentos do exercício, alternando entre os -2,5 e os 2,5 mV em B), C) e D) – apenas em A) é coerente com os restantes sinais.

Ao conduzir os testes com o movimento 2), os resultados são novamente parecidos, com alguma subida na amplitude de sinal quando usado o Elitex e o Shieldex. Neste exercício, é no Elitex que existe maior distinção das várias fazes do exercício – O sinal é menor em A) e maior em B), diminuindo para cerca de metade em C) e voltando a aumentar em D). Essa discriminação também é visível com o Shieldex (que continua a obter maior amplitude de sinal) e com o Bekintex, embora de forma mais ligeira.