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SISTEMAS DE CONTROLE

No documento PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (páginas 107-110)

Gestão de estoques

5.7 SISTEMAS DE CONTROLE

A gestão de estoques requer constante disponibilidade de informações sobre o andamento das decisões e dos níveis de estoque, em quantidade e valor. A obtenção e atualização dos dados neces-sários, além da transformação destes em informação útil, são os objetivos dos sistemas de controle de estoques.

Uma grande quantidade de sistemas está disponível para os gestores de estoques, com diferentes níveis de sofisticação e funcionalidades. Isso leva ao problema de como selecionar o sistema mais adequado para cada situação.

Estoques de dimensões reduzidas, típicos do pequeno comércio varejista ou de setores de apoio das empresas (como materiais de escritório e materiais de segurança individual, por exemplo), po-dem utilizar controles físicos (como o controle de duas gavetas, já comentado) ou controles monta-dos em planilhas eletrônicas, como as do Excel, em que os damonta-dos de dezenas de itens podem ser facil-mente acompanhados e atualizados sem grande dificuldade. São comercializados, também, diversos softwares de aplicação simples e baixo custo, que podem atender essas aplicações de forma eficiente e econômica.

Para estoques de maior porte, em que centenas ou milhares de itens devem ser controlados, o problema de atualização dos dados torna-se fundamental para a eficiência da gestão. A solução habi-tual é pela seleção de sistemas de porte, que permitem a rápida ahabi-tualização das transações e auxiliam na emissão de ordens, tendo interfaces com outros sistemas da empresa para troca de informações.

A entrada de dados passa a ser feita durante as transações, com utilização de códigos de barras e tec-nologia de radiofreqüência (RFID) permitindo maior controle dos estoques.

Estoques na manufatura requerem ferramentas integradas de gestão, em que dados, decisões e in-formações são compartilhados por várias áreas da empresa. Tais sistemas, conhecidos como Enter-prise Requirements Planning(ERP), abordados no Capítulo 11, possuem módulos específicos de controle de estoques, com diversos modelos de reposição e permitindo utilização de previsões.

Seja qual for o sistema adotado, o controle eficiente necessita de perfeita compatibilidade entre os dados registrados no sistema e os níveis físicos disponíveis no estoque. Auditorias e inventários fí-sicos regulares são necessários para a compatibilização entre os registros e as quantidades efetiva-mente existentes.

Em qualquer caso, cabe ao gestor a seleção do modelo mais adequado ao problema de estoques existente. Comprar ou produzir internamente o sistema de controle, integrar completa ou parcial-mente o sistema aos demais sistemas da empresa e disponibilidade de modelos de reposição para gestão eficiente são questões que devem ser consideradas na seleção.

Independentemente do porte e tipo de sistema adotado, do mais simples ao mais completo e inte-grado, será necessário o ajuste dos parâmetros de estoque para cada item. A falha em se proceder a esses ajustes é responsável por grande parte da ineficiência da gestão. Em especial, destaca-se o po-tencial do uso da simulação computacional para calibração e escolha de modelos de estoque mais adequados, proporcionando reduções de custos na operação dos sistemas (Freire, 2007).

5.8 REVISÃO DOS CONCEITOS

Estoques estão presentes nas mais diferentes formas de atividade econômica para adequar a dis-ponibilidade de materiais em quantidade e tempo às necessidades dos seres humanos. Por ser um tó-pico tradicional e importante da Engenharia de Produção, há uma vasta gama de conceitos e mode-los, tendo sido tratada aqui apenas uma pequena, mas fundamental, parte.

Este capítulo tratou do estudo de sistemas de estoque puro (nos quais não ocorre transformação do produto) em local único, com destaque para os modelos de reposição reativos tradicionais e suas lógicas. Esses conhecimentos contribuem para a compreensão dos próximos capítulos, em que os sistemas de produção e estoques são tratados, e a utilidade dos estoques, reafirmada.

Os objetivos e as decisões associados à gestão de estoques são apresentados e podem ser resumi-dos em: atingir o nível de atendimento desejado da demanda com o mínimo custo de estoque, medi-do indiretamente pelo giro ou pela cobertura de estoque. Três ações básicas devem nortear o gestor nessa tarefa:

— redução de estoques pela redução da incerteza da demanda – através da coordenação entre os clientes e a produção, sincronizando o fluxo entre ambos e criando um ambiente de confiança que reduz a variação não previsível da demanda;

— redução de estoques pela melhoria da qualidade e produtividade dos processos – reduzindo a necessidade de quantidades em estoque para cobertura das rejeições de lotes e refugos, para su-primento durante preparações de produção demoradas, geradoras de lotes econômicos maio-res e de maio-respostas lentas às mudanças na demanda;

— redução de estoques pela redução do custo de pedido – coordenando, na outra ponta do siste-ma de produção, a relação com os fornecedores, reduzindo os tempos de espera e suas varia-ções, as necessidades de transportes urgentes e evitando duplicação de estoques pela falta de sincronia nos fluxos de abastecimento.

São os modelos de estoque que permitem a reposição de seus níveis de diferentes formas e efi-ciências para cada ambiente de custos e incertezas de demanda e suprimento. A correta seleção dos modelos é a base sobre a qual a boa gestão deve se apoiar para atingir os objetivos da empresa.

Para um maior aprofundamento no tema gestão de estoques, o leitor encontrará uma vasta bi-bliografia, incluindo aqui publicações e recursos didáticos disponíveis na Internet. Em adição, reco-menda-se a consulta das referências listadas ao final deste livro, sendo algumas, embora antigas, bas-tante atuais e conceitualmente imporbas-tantes para a compreensão do tema.

PALAVRAS-CHAVE Estoque (inventory)

Sistemas de estoque (invetory systems) Políticas de estoque (inventory policies) Estoque base (base stock)

Lote econômico (economic lot quantity, economic lot-size) Modelos de estoque (inventory models, stock models) Reposição (replenish,reorder)

Ponto de pedido (reorder point, reorder level, order level) Revisão periódica (periodic review)

5.9 EXERCÍCIOS

1. Por que as empresas necessitam de estoques?

2. Quais os custos de manutenção de estoques? Como esses custos afetam a decisão de reposição dos esto-ques?

3. Como avaliar a qualidade da gestão de estoques em uma empresa de manufatura?

4. O que as empresas de manufatura podem fazer para reduzir seus níveis de estoque sem prejuízo do nível de serviço?

5. Explique o conceito de lote econômico. Como é calculado na prática?

6. Quais são os fatores importantes na determinação do tamanho do lote e do ponto de pedido no modelo revisão contínua?

7. Quais são os fatores importantes na determinação do período de revisão e do estoque máximo no modelo revisão periódica?

8. Compare os modelos revisão contínua e revisão periódica. Quais as vantagens e desvantagens de cada um?

9. Como se determina o nível de estoque no modelo estoque base?

10. Quais cuidados devem ser tomados na utilização de modelos reativos de estoque no ambiente da manufa-tura?

11. Qual a finalidade da análise de Pareto? Quais a limitações dessa análise na manufatura?

12. Considerem-se os seguintes dados para um item comprado regularmente: demanda anual, D=10.000 un.; custo de pedido, cP=$25 por ordem; custo de armazenagem, cA=$10 por un. por ano. Pede-se:

a) o lote econômico, a quantidade de pedidos no ano e custo anual total;

b) refaça os cálculos do item (a) para um custo de pedido cP=$20;

c) idem, para um custo de armazenagem cA=$15;

d) compare os resultados obtidos.

13. Um fabricante consome 6.000 un. de um item por ano. O preço de compra está cotado em R$2,00 por un. para quantidades abaixo de 1.000; R$1,90 para quantidades entre 1.000 e 1.999; e R$1,86 para quantidade acima de 2.000 unidades. Supondo custo de pedido igual a R$20,00 por ordem e custo de oportunidade de 16% a.a., determine o valor do lote econômico do item.

14. A demanda semanal de um produto apresenta distribuição normal estacionária com média igual a 800 e desvio-padrão de 150. Se olead timedo fornecedor é de uma semana, qual deve ser o estoque de seguran-ça para que ocorra falta de estoque (stockout) em apenas 15% das vezes? Idem para 5 e 1%.

Planejamento Agregado e Planejamento

No documento PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (páginas 107-110)