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Equação 4.1: Equação do desvio padrão

3.2 Modelos de Avaliação de acessibilidade e SIG

3.2.3 Sistemas de Informações Geográficas e análise multicritério da acessibilidade

Um estudo que pretende analisar a acessibilidade de um local está diretamente atrelado à análise espacial do referido local ou espaço. Para Câmara et al. (2000), a análise espacial é o estudo de fenômenos que são possíveis de serem localizados no espaço. Para analisar a acessibilidade, os dados que caracterizam o espaço em função de algum sistema de coordenadas são essenciais.

O termo SIG no Brasil se refere à abreviatura de Sistemas de Informações Geográficas, de forma análoga, GIS em inglês, Geographic Information System. Atualmente pode-se contar com uma série de ferramentas que possibilitam integrar as informações em ambiente georreferenciado, permitindo uma melhor visualização da área de estudo e as análises dos dados correlacionados.

Segundo Câmara et al. (2000), as ferramentas computacionais para Geoprocessamento, se referem à disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica chamadas de Sistemas de Informação Geográfica

bancos de dados georreferenciados, e vem sendo cada vez mais utilizado nas áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional.

Ainda, estes Sistemas, segundo Star & Estes (1991), podem ser considerados como ferramentas muito eficazes que integram um conjunto de programações que são desenvolvidas para representar e manipular grandes quantidades de dados, que contêm informações representativas do mundo real, através de coordenadas geográficas, e que por esse motivo vêm sendo amplamente utilizados para a estruturação e organização de variáveis espaciais e suas análises.

Segundo Rodrigues et al. (2004), o Sistema de Informações Geográficas pode ser utilizado como ferramenta para cálculo e mapeamento da acessibilidade de uma dada localidade, e mapear a variação espacial de um índice de acessibilidade na região, permitindo a visualização de áreas com maior e com menor acessibilidade e, consequentemente, as áreas prioritárias para o investimento em infraestrutura de transportes.

Em seu trabalho, Lima (2003), estabeleceu uma metodologia de apoio à decisão espacial para a implantação e utilização de equipamentos urbanos de educação e saúde com uso da plataforma SIG, e coloca a importância desse tipo de ferramenta no auxílio à decisão, principalmente por permitir que sejam incorporados muitos modelos para a análise espacial de problemas de transportes.

No trabalho de Rodrigues et al. (2004), a plataforma SIG foi essencial para implementar o modelo de avaliação multicritério da acessibilidade, tanto na organização dos dados alfanuméricos em tabelas e digitalização dos dados espaciais quanto para a análise das redes e o uso da álgebra de mapas.

Segundo Dias (2008), as várias definições da tecnologia SIG na literatura representam uma perspectiva interdisciplinar de utilização. A partir destes conceitos, é possível indicar as principais características de SIGs:

 Inserir e integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes de dados cartográficos, dados censitários e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno;

 Oferecer mecanismos para combinar as várias informações, através de algoritmos de manipulação e análise, bem como para consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de dados georreferenciados (DIAS, 2008).

Segundo Kneib (2012), as observações dos dados podem ser classificadas em três grupos distintos na análise espacial, conforme os padrões de como os respectivos dados estão distribuídos no espaço geográfico. Conforme o quadro, que apresenta a taxonomia, utilizada para analisar os padrões de dados no espaço, inclui-se também, o padrão da análise de rede, importante na área de transportes, conforme apresenta o Quadro 7.

Quadro 7: Padrões de análise espacial Padrões de análise espacial

Análise de padrões pontuais

Quando o objetivo é estudar a distribuição espacial de fenômenos que são expressos por meio de ocorrências como pontos localizados no espaço, também chamados de processos pontuais.

Análise de áreas

É utilizada quando não se dispõe ou não é vantajoso se trabalhar com as localizações exatas dos eventos. Trabalha-se com os valores agregados a partir de polígonos regulares ou não.

Análise de superfícies

O evento é estudado de forma contínua ao longo do espaço considerado

Análise de redes

É utilizada quando os objetos em análise são entidades lineares, ou quando o objeto de estudo é o acesso ou o fluxo entre regiões (Chou, 1996; Openshaw, 1991).

Fonte: Kneib (2012)

Assim, o SIG oferece ao administrador e decisores uma visão panorâmica de seu ambiente de trabalho, em que todas as informações disponíveis estão relacionadas com a localização geográfica. Para que isto seja possível, a geometria e os atributos dos dados num SIG devem estar georreferenciados, isto é, localizados na superfície terrestre e representados numa projeção cartográfica compatível (DIAS, 2008).

O mercado, atualmente, dispõe de um número variado de softwares de banco de dados geográficos para o armazenamento de informações espaciais.

No presente trabalho, o uso da plataforma SIG se deu por meio de um conjunto de ferramentas para processamento, criação, edição, manipulação, análise, exibição de dados geográficos e saída de informações geográficas. A lista de ferramentas de análise inclui, dentre outras:

1. Sobreposição topológica de dados; 2. Geração de áreas de influência; 3. Análise de proximidade; 4. Busca lógica e espacial; 5. Análise de superfície; 6. Modelagem de rede; 7. Modelagem 3D do terreno;

8. Modelagem de dados matriciais (imagens); 9. Outros.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para se alcançar os objetivos da pesquisa. A metodologia escolhida está relacionada com os objetivos da pesquisa e mostram os percursos percorridos e as etapas realizadas para que sejam concluídas.

Para realizar a análise da acessibilidade de propriedades rurais familiares no Município de Itajubá, e cumprir com o objetivo geral deste trabalho, o método empregado foi estudo de caso único. O estudo de caso pode ser trabalhado por meio de técnicas e metodologias variadas, compreendendo a aplicação de instrumentos de pesquisa ou procedimentos que facilitam e viabilizam o método na coleta de dados e informações (OLIVEIRA, 2010).

A Figura 4 apresenta as etapas de trabalho elaboradas para cumprir o objetivo geral e cada objetivo específico proposto, seus procedimentos metodológicos e os respectivos instrumentos (ou ferramentas) de pesquisa.

Figura 4: Procedimentos metodológicos da pesquisa

Com relação ao primeiro objetivo específico, a pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa descritiva, baseada na interpretação de fenômenos e na atribuição de significados próprios de um estudo de caso, envolvendo o estudo profundo do objeto de estudo, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento (YIN, 2005). Para cumprir o segundo objetivo se fez necessário a escolha do método para determinação do índice de acessibilidade, no qual se optou pela abordagem multicritério associada em ambiente SIG (MENDES, 2001;

RODRIGUES, 2001; RODRIGUES et al. 2004). Para melhor esclarecimento, as etapas serão detalhadas nos tópicos seguintes.

4.1 Caracterização e diagnóstico do objeto de estudo (perfil