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O V-22 Osprey foi feito para guerras no Terceiro Mundo; a “guerra contra as drogas”.

D) A Situação Atual da Digitalização

Esta seção é composta de seis partes; (1) os robôs; (2) o Laser Aerotransportado (ABL) e Baseado no Espaço (SBL); (3) as Aramas de Energia direta; (3) do uso da telefonia celular para derrubar stealths; (4) A Supercavitação; (5) As Armas Termobáricas; (6) Aeronaves Hipersônicas;

Os Robôs − UGVs, 236UAVs237, UCAVs238 e UUVs239.

A ficção nos habituou a uma idéia antropomórfica de robô. Afinal, na literatura os robôs vieram para tirar o lugar do Frankenstein de Mary Sheley. Assim, a idéia de robôs com o formato semelhante ao de carros, aviões, mísseis e submarinos, nos causa estranheza. Mas é justamente disto que se trata. Dunnigan afirma: “Robôs estão emergindo mais rápido do que você pensa. Porém, na maioria dos casos, robôs não se parecem com o que você supõe que eles deveriam parecer”240. Apesar de pilotados por seres humanos, desempenham suas funções essenciais (transmissão, catalogação de dados e a produção da informação) como autômatos.

Aqui o que importa é perceber que os Veículos Não-Tripulados são a moldura241 do campo de batalha digital (teatro sintético). Isto vale até mesmo para os Estados que possuem sistema de posicionamento por satélite (GPS, GLONASS e Galileu), pois se relacionam com a construção do teatro sintético de operações em tempo real. São as câmeras dos veículos não- tripulados que decompõem a realidade do teatro de operações em dados, o que permite o seu armazenamento e processamento por computadores − o comando e o controle da batalha em tempo real. Adicionalmente, os veículos não-tripulados desempenham múltiplas funções, como a vigilância da retaguarda, além de atraírem e revelarem as posições de fogo inimigas e servirem como cadeia de comunicação da rede digital.

236 UGV − Unmanned Ground Vehicle. (Veículo terrestre não-tripulado) 237 UAV − Unmanned Aerial Vehicles (Veículo Aéreo Não Tripulado).

238 UCAV− Unmanned Combat Aerial Vehicle (Veículo Aéreo Não Tripulado de Combate). 239 UUV − Unmanned Undersea Vehicles (Veículo Submarino Não Tripulado).

240 DUNNIGAN, James F. Digital Soldiers. Nova Iorque, St. Martin’s Press, 1996, p. XVI.

241 Como em um quadro, aquilo que dá seus contornos, estabelece os seus limites. Foi assim desde sua

Em terra, os veículos não-tripulados são denominados UGVs (Unmanned Ground Vehicle); as principais versões em uso são o COUGAR e o Gladiator242. O COUGAR pode

ser armado com mísseis antitanque Hellfire, que também são efetivos contra prédios e casamatas de concreto. O Gladiator traz uma grande opção de armas leves − o mais comum é uma combinação de uma metralhadora de uso geral (7,62 mm), com tubos lançadores de granadas. Devido a sua capacidade de ataque, eles não podem ser apenas ignorados. É aí que revelam sua funcionalidade, revelando posições antitanque inimigas e a localização dos elementos portadores de lançadores de mísseis ou granadas autopropelidas portáteis. Aqui se evidencia, mais uma vez, a importância de capacidade anticarro no armamento padrão do soldado de infantaria. Tropas municiadas com fuzis calibre .50 (12,7 mm) podem fazer frente a estes veículos sem revelar as posições de sua artilharia.

No ar temos o Global Hawk, o substituto do avião U-2. Trata-se de uma aeronave de 35 m de envergadura, com peso total de 2.326,5 kg (uma tonelada é de carga útil) que traz, no entanto, inúmeras vantagens em relação ao seu antecessor. Por não possuir piloto, permanece em vôo por mais de 40 horas, voando a 20 km de altura, com raio de ação de 5.556 km. Realiza simultaneamente a estocagem interna de dados ou sua transmissão em tempo real. Seus sensores óticos têm alcance de 250 km, seu radar ativo de 400 km e os sistemas passivos de 600 km243.

Mas a família de UAVs não é apenas estadunidense. Aliás, neste campo a vantagem dos EEUU em relação ao resto do mundo não é tão grande. Israel e África do Sul possuem grande experiência no emprego de UAVs táticos tendo, inclusive, exportado alguns (Hunter) para os americanos. Israel, por seu pioneirismo244, praticamente domina o mercado, mas diversos países têm uma participação nele, entre os quais a China e a Índia. A lista se completa com a República Checa e a Croácia245. O Hunter tem um peso máximo de decolagem de 726 kg, dos quais 113 de carga útil, e é concebido para missões de alcance entre 150 e 300 km, tendo por tarefa básica a vigilância e o reconhecimento no campo de batalha246.

242 COUGAR − COoperative Unmanned Ground Attack Robots (Robô terrestre de cooperação e

ataque). Gladiator −Tactical Unmanned Ground Vehicle (Veículo terrestre não-tripulado de combate).

243 OLIVER, 2002, p. 101a.

244 Então, os UAVs ainda eram chamados de RPV − Remotely Piloted Vehicle. (Veículo de Pilotagem

Remota).

245 OLIVER. 2002, p. 103. 246 LUCCHESI, 1997, p. 49.

O mais famoso, no entanto, é o Predator, que atualmente desempenha as funções de Veículo Não Tripulado de Combate. Credita-se a ele o extermínio de uma célula da Al-Qaeda no Iêmen alguns anos atrás. Os UCAVs não são como seus irmãos mais velhos UAVs, uma família pouco numerosa em termos de tipologia. Em grande parte isto se deve à China. Ela teria convertido grande parte da sua frota de MiGs-17 e 19 em UCAVs. O objetivo é obter a exata localização das defesas antiaéreas de Taiwan em caso de conflagração com a ilha. A idéia é que uma considerável massa de aviões seja percebida como parte de um ataque aéreo, e não como uma mera diversão produzida por UCAVs. O que não se pode perder de vista é que tanto UAVs como UCAVs, sejam em escala real, ou das dimensões de um aeromodelo, precisam ser conduzidos por pilotos experimentados em terra.

Aqui se insinua mais um aspecto da participação de civis na batalha real. À exceção dos países da OTAN (e possivelmente da Rússia e da China), Estado algum dispõe de um número tão grande de pilotos alistados em suas forças regulares. O uso destas aeronaves é intensivo, são derrubadas com grande freqüência e sofrem acidentes em igual ou maior proporção. Mas são imprescindíveis, não só como elemento de reconhecimento e vigilância, mas também como fator de comunicação. Israel é pioneiro no uso de UAVs como “relés” da cadeia de comunicações digital para orientação de tiro ou guiagem de armas247.

O quarto ramo é composto pelos UUVs, Veículos Submarinos Não Tripulados. Assim como seus irmãos mais velhos (UAVs e UCAVs), apresentam-se em uma vasta gama de tamanho e modelos. A diferença é que nestes não há distinção entre vetores de combate e reconhecimento e, além disto, sua difusão é extremamente restrita.

Há desde o projetado UUV Manta248, que é na verdade um mini-submarino projetado

para o cumprimento de diversas missões (reutilizável), até UUVs que são pouco mais do que torpedos modificados. Importa salientar é que estes veículos mudam o perfil da guerra submarina. Podem ser lançados à grande distância da frota por aviões, guiados por navegação inercial, e ter sua guiagem final para o alvo realizada por HUMINT249 (um grupo inocente de

247 No Brasil, a Aeromot empresa sediada no estado do Rio Grande do Sul, produzia UAVs para o

exército. Como outras empresas do complexo militar industrial brasileiro, quebrou, nos anos FHC.

248 Cf. JOHNSON, Jr., 2002. Edward A. Johnson, Jr. is Commander of U.S. Navy

249 HUMINT − Human Intelligence. Inteligência humana. Diz respeito ao emprego de espiões, agentes

pescadores próximos da frota “armados” com um computador digital ligado ao satélite) − o que mostra também a dissipação de fronteiras entre a atividade de inteligência e o combate250.

A vantagem UUV sobre os submarinos é óbvia: além de ter uma assinatura muito menor no sonar para efeitos de aproximação, não pode ser “marcado”, como são os submarinos em tempos de paz251. Ademais, qualquer ponto do alcance do avião serve como plataforma de disparo. Os UUVs podem também ser lançados diretamente do litoral, constituindo uma espécie de defesa costeira adicional. Recentemente, os EEUU concluíram a confecção do Seawolf (SSN-21), um dos empreendimentos mais caros de todos os tempos da construção naval252. Sem rival entre seus equivalentes, pode, entretanto, ser destruído por um UUV. De resto, há que se perceber que os UUVs criam uma alternativa complementar aos submarinos existentes, que podem servir como plataforma de lançamento sem exporem-se aos meios anti-submarinos (ASW) da frota253.

De todo o modo, o que importa salientar é o nítido padrão de horizontalização trazido pelas famílias de UGVs, UAVs, UCAVs e UUVs. Dependem muito mais do talento, da inventiva, e da criatividade humana do que de longos investimentos de capital e longo tempo de maturação como é o caso das armas nucleares ou dos mísseis balísticos intercontinentais. Como em outros ramos da guerra digital, os veículos não tripulados começaram como verdadeiras preciosidades para então se converterem em mais uma arma dos pobres.

250 Durante toda a Guerra do Vietnã, traineiras russas ficaram postadas junto à frota americana no

Golfo de Tonkin, sem que nada pudesse ser feito pelos estadunidenses, pois, como eles próprios argumentavam, tratava-se de “águas internacionais”. Afinal, os EEUU nunca reconheceram a soberania das 200 milhas, e só de forma muito reticente aceitam a noção de zona econômica exclusiva para esta porção da plataforma continental.

251 Portanto, dificilmente alguém poderá ter na sua “biblioteca” ELINT a “assinatura” do UUV. 252 Além de ser um dos mais controversos e ter sido envolvido em denúncias de corrupção. Cf.

CLANCY e GRESHAM, 1993, p.210.

253 Aqui se impõe a pergunta óbvia: se os UUVs são tão bons assim, porque os EEUU não investem

maciçamente neles? A resposta é simples: é porque são baratos. Este é um dos aspectos mais complexos da política de defesa americana, a ação dos lobbies junto ao Pentágono e ao Congresso. Na ausência de contratos superfaturados, ramos inteiros da construção naval simplesmente quebrariam − sobretudo agora com os planos de converter a quase totalidade da frota submarina dos EEUU e da Inglaterra a padrões do Seawolf.

Laser Aerotransportado (ABL254) e Baseado no Espaço (SBL255)

Todos os dois sistemas têm a mesma missão primária e possuem capacidades colaterais semelhantes. O Laser Aerotransportado é um engenho acelerador de fótons acoplado a um reator nuclear e a um sistema digital que cumpre as funções do JTIDS e do JSTARS. Este conjunto é transportado por um Boeing 747 e estima-se256 que os EEUU já terão pelo menos sete unidades operacionais.

A missão primária do ABL é destruir mísseis balísticos intercontinentais, na fase de lançamento ou na primeira fase de vôo (quando ainda não se desprenderam da ogiva todos os estágios do foguete). Como acontecia com os mísseis anti-radiação e, depois, com o F-117 e o B-2, o cumprimento desta missão primária supõe invasão do espaço aéreo inimigo − o que só é crível em um contexto de guerra preemptiva, na esteira de um ataque nuclear de surpresa, para eliminar a capacidade de retaliação remanescente. Integra ainda a missão primária do ABL a destruição dos Mísseis Balísticos de Curto Alcance (TBM257); trata-se de mísseis do

tipo “Scud” ou variações, empregadas pelo Irã, Paquistão e Coréia do Norte.

Para rastreá-los, há o computador que combina as características de rastreio do JTIDS e do JSTARS, isto é, é capaz de detectar, rastrear, adquirir e destruir alvos em vôo ou em terra. O sistema de comunicação envolve uma constelação de 20 satélites geo-estacionários, cuja órbita se dá a 1.300 km de altitude. O alvo é adquirido pelo próprio laser que o ilumina com um feixe de fótons e, a seguir, intensifica seu fluxo, convertendo o raio de luz em uma arma mortal. Seu raio de alcance útil é de 4.000 km. A patrulha aérea de combate é composta pelo Boeing 747 e sua escolta, mas cada equipe possui ao menos duas aeronaves. Estão em estudo possibilidades para usar laser de alta energia como mecanismo para autodefesa da aeronave, assim como o desenvolvimento de capacidade anti-satélite crível258. Pelo menos

duas equipes serão mantidas em prontidão 24 horas por dia (cinco aeronaves259).

O Laser Baseado no Espaço (SBL) terá um processo de engajamento semelhante, mas sua entrada em serviço é prevista apenas para 2014. O ABL está sob a jurisdição da força

254 ABL − Airborne Laser. 255 SBL − Space Based Laser.

256 BARKER, 1999, pp. 01/03. O Ten.Cel. Barker é responsável pela modernização do C-17

Globemaster

257 TBM −Theater Ballistic Missiles. Míssil balístico de teatro. O engenho possui trajetória balística,

mas trata-se de um míssil cruzador, pois a ogiva não sai da atmosfera terrestre. Isto limita tanto o alcance como a capacidade de entrega deste tipo de artefato.

258 BARKER, 1999, p. 28. 259 Cf. BARKER, 1999, p.23.

aérea e o SBL, da Organização de Iniciativa de Defesa Estratégica (SDIO260). Popularmente conhecido como “escudo antimíssil”, o programa do laser baseado no espaço é mais uma iniciativa da DARPA, a mesma empresa que desenvolveu a Internet e propugna a Força Aeroespacial Expedicionária.

À guisa de missões secundárias, já que têm capacidades261 semelhantes às do JTIDS e do JSTARS, o ABL pode enfrentar mísseis cruzadores, proteger estações aerotransportadas de alto valor, suprimir defesas antiaéreas inimigas e seu sistema de vigilância por imagens. Além disso, seu emprego de força de alta precisão lhe fornece capacidade para destruir centros de comando e controle, além de radares fixos. Trata-se, portanto, de uma arma altamente eficaz, do ponto de vista estratégico ou operacional. Mas, nos dois casos, ela só tem suas capacidades plenamente utilizáveis no contexto de um ataque surpresa. Do contrário, mesmo a grandes distâncias, o 747 se converterá em um alvo fácil para mísseis ar-ar dotados de cabeça nuclear de batalha. O risco político desta arma é enorme; sua eficácia induz a parte mais fraca a violação do limiar nuclear. A confrontação neste caso é sempre um processo imprevisível e de desdobramentos incertos. Por ora, basta assinalar que este nível de risco político e de custo material não é justificável a partir das ameaças representadas pelos ditos “Rogue States”.

Armas de Energia Direta

Trata-se de uma designação genérica, feita para abarcar desde o radar até a família das Microondas de Potencia Forte (MPF), mais conhecidas como High Power Microwaves (HPM262) e dos lasers. Também são conhecidas como DEW (Direct Energy Wepons). Armas

de Energia Direta263 ou, simplesmente e-bombs264, pois são capazes de entregar uma descarga

260 SDIO – Strategic Defense Initiative Oiganization. Organização que administrou a SDI (Iniciativa

de Defesa Estratégica) entre 1984, quando foi criada no governo Reagan, até 1993, quando foi renomeada BMDO − Ballistic Missile Defense Organization.

261 Tal como o JTIDS, pode enviar ou receber comunicações por datalink para orientar o fogo contra

ogivas nucleares ou mísseis cruzadores em vôo. Como o JSTARS, possui datalink para efetuar ataque ao solo.

262 WILSON Clay. High Altitude Electromagnetic Pulse (HEMP) and High Power Microwave

(HPM) Devices: Threat Assessments. CRS Report for Congress. Received through the CRS Web

Order Code RL32544. August 20, 2004. (On-line). http://www.fas.org/man/crs/RL32544.pdf (06/07/2006).

263 JANE’S. Directed Energy Weapons And Sensors. China's Aerospace And Defence Industry

december 01, 2000. Chapter Eight. Jane's Information Group. (On-line). www.janes.com. Jane’s Chem-bioweb,

http://chembio.janes.com.

http://www.aeronautics.ru/archive/research_literature/aviation_articles/Janes/topics/plasma_stealth/Dir ected%20Energy%20Weapons%20and%20Sensors.pdf (19/11/2006).

STOKES, Mark A. China’s Directed Energy Weapons. Appendix IV. In. STOKES, Mark A.

elétrica de dois gigawatts (2 gw) em seis nanosegundos (6 ns): o suficiente para destruir a infra-estrutura elétrica, produtiva, telefônica, e de computadores do alvo. Como assinala Dr. Carlo Kopp, trata-se das armas elétricas de destruição maciça do século XXI. Seu efeito devastador sobre humanos é indireto; fica por conta do colapso dos serviços e da produção, o que, de modo análogo às armas nucleares, deve produzir morte em massa por falta de assistência e, sobretudo, pela fome.

Mas as armas de radiofreqüência não entregam apenas eletricidade, podem conduzir impulsos sonoros que atingem diretamente ondas cerebrais causando disfunções orgânicas que conduzem diretamente ao óbito. Além disso, podem atuar sobre a ionosfera, abrindo buracos para que os íons penetrem através da atmosfera destruindo toda a espécie de vida na região atingida.

Lasers e e-bombs tem como missão primária interromper, de forma momentânea ou definitiva, a comunicação e a troca de dados das redes de computadores, neutralizando os sistemas de comando e controle, de vigilância ou alerta antecipado. Trata-se de armas que visam, no contexto de um ataque geral, isolar o inimigo e incapacitá-lo de controlar seus meios, deixando as unidades sem informações ou comando sobre a batalha em curso.

Os primeiros testes de e-bombs foram realizados em 1994 − a plataforma utilizada foi um avião F-16. Em 1996 foi feita a primeira licitação pública para que se desse início à produção (o nome do vencedor naturalmente não se tornou público). Entretanto, em 1997 foi feito o primeiro teste “de fogo” contra um helicóptero, que foi abatido. Daí em diante, passou- se à fase do comissionamento, sobre o que nada se dispõe, além da entrevista de agosto de

http://www.fas.org/nuke/guide/china/doctrine/chinamod.pdf (06/07/2006).

WILSON Clay. High Altitude Electromagnetic Pulse (HEMP) and High Power Microwave (HPM)

Devices: Threat Assessments. CRS Report for Congress. Received through the CRS Web Order Code

RL32544. August 20, 2004. (On-line). http://www.fas.org/man/crs/RL32544.pdf (06/07/2006). KOPP, Carlo. The Electromagnetic Bomb - a Weapon of Electrical Mass Destruction. Montgomery (Alabama): Air University Maxwell Air Force Base, 1995. (On-line). Dr. Carlo Kopp é Analista de Defesa em Melbourne, Austrália.

http://www.airpower.maxwell.af.mil/airchronicles/kopp/apjemp.html (29/11/2006).

WALLING, Eileen M. Colonel, USAF. High Power Microwaves: Strategic and Operational

Implications for Warfare. Occasional Paper No. 11. Alabama: Center for Strategy and Technology

Air War College Air University Maxwell Air Force Base, February 2000. (On-line). Eileen M Walling é Coronel da USAF. Walling atualmente está a serviço do Air Force Research Laboratory, na base da Força Aérea de Dayton, Ohio.

(On-line) https://research.au.af.mil/papers/ay2000/csat/csat11.pdf (23/07/2006). http://www.globalsecurity.org/military/library/report/2000/occppr11.htm (23/07/2006).

264 BEASON, Doug. The E-Bomb: how America’s new directed energy weapons will change the

2002, fornecida pelo secretário de defesa Donald Rumsfeld, que deu a entender que tais armas poderiam ser empregadas contra o Iraque naquela guerra265.

Ao contrário do armamento com laser, categoria em que os EEUU têm notáveis desenvolvimentos, as e-bombs são desenvolvidas por uma série de países, entre os quais Rússia, Inglaterra, Alemanha e China. O que se sabe266 é que a Áustria comprou da Rússia em 1998 (ano da crise russa) uma arma HPM267 por apenas 150 mil dólares. Desde outubro de

2001, a empresa russa Rosoboronexport oferece equipamentos que entram nesta categoria, como o Ranets-e − um sistema móvel de defesa, com 10 km de alcance, com pulsos de 10 a 20 nano segundos e de potência de 500 megawatts.

Além de seu emprego na esfera da estratégia e da tática, as armas de energia direta já têm seu lugar assegurado na esfera das operações. Um indicativo poderoso nessa direção é seu uso como componente orgânico da cavalaria blindada. As atualizações em curso no Merkava IV268 implicarão o comissionamento da primeira blindagem baseada em HPMs como método

adicional de proteção de carros contra granadas propelidas por foguetes e mísseis antitanque. Trata-se do sistema Trophy, de fabricação americano-israelense, que consiste na geração de um feixe de HPMs que detona a ogiva de granadas e foguetes que se aproxima do carro. O sistema parece oriundo da ficção científica, porém já faz parte da realidade da guerra contemporânea, com um sem número de testes realizados, documentados e publicizados.

Quanto ao emprego do laser, há o MHTEL − um canhão laser móvel apto a interceptar granadas de morteiro, projéteis de obuses, foguetes de artilharia, além de proporcionar defesa antiaérea de ponto. Também é um projeto americano-israelense e teve sua fase de testes já concluída e acredita-se que nos próximos anos deverá fazer parte do componente orgânico das forças blindadas dos dois países.

Além de sua missão primária − destruir computadores e redes e, por extensão, sistemas de controle e comando (C2)− as e-bombs possuem vasto espectro de empregos secundários. Destruir dispositivos de aeronaves C2 (AWACS e Elint) ou de qualquer outra natureza (o primeiro teste, com helicóptero já revelou isto). No entanto, seu principal emprego secundário parece mesmo associado à guerra subterrânea. Ao que se sabe, ela não deixa qualquer tipo de assinatura detectável, podendo ser empregadas em absoluto sigilo,

265 Sobre o uso militar das Microondas de Forte Potência ver WALLING, 2000, 40 p. 266 POUPÉE, 2006.

267 HPM em português: MPF – Microondas de Forte Potência

268CASTRO, Fábio Morais. Trophy Será Comissionado em 2008. Sistema de Armas, Notícias de

diretamente por Estados ou por grupos a seu serviço. Neste sentido, seu uso para atividades de sabotagem e terrorismo parece quase ilimitado.

As e-bombs e os lasers são, tanto quanto foram as armas termonucleares no século XX, dois motivos consistentes para a criação de redes baseadas na Inteligência Distribuída: as redes que congregam redes, que continuam funcionando a despeito da queda de diversos de seus “nós” (centros de comando e controle).

Seu desenvolvimento pode ser quase integralmente coberto por meio de pesquisa civil,