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4. Intervenção precoce na Europa e em Portugal

4.2. Situação das práticas em Portugal

Nas últimas duas décadas houve uma expansão significativa dos programas de intervenção precoce no nosso país. Inicialmente estas práticas não foram enquadradas por medidas legislativas específicas, e foi em 1999 que se publicou o primeiro diploma legal com os princípios orientadores para a organização dos serviços em intervenção precoce na infância, que reflectia as práticas e investigação neste domínio a nível internacional, particularmente nos Estados Unidos da América.

Não querendo fazer um longo historial no que diz respeito à implementação de programas de intervenção precoce na infância no nosso

europa e Portugal Capitulo I. Modelos Conceptuais em Intervenção Precoce

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Regões, sendo criados e geridos por organizações não-governamentais que recebem subsídios do governo, tendo os pais que contribuir, também, financeiramente. Os serviços têm que estabelecer um plano de formção bianual relativo aos objectivos, contexto de intervenção e dinâmica do serviço, bem como competências de cada membro da equipa.

- No Reino Unido, desde os anos 1980, tem havido um interesse crescente e um desenvolvimento das iniciativas relacionadas com a intervenção precoce. Historicamente, a intervenção precoce foi vista como um serviço dirigido individualmente à criança, mas desde os anos 1970, começou a dar-se ênfase aos pais como parceiros no programa de intervenção precoce e um reconhecimento paralelo de que o apoio de alta-qualidade à família é um elemento essencial num programa de intervenção precoce (Carpenter & Russell, 2005). Tem também havido um interesse crescente pela implementação da IP através de grupos de apoio para pais e programas educativos direccionados para famílias desfavorecidas cujas crianças estão em risco. A intervenção procura promover a confiança, competência, e condições económicas dos pais. Focaliza-se na educação dos pais e na família como um todo, assim como na criança. Historicamente, a IP desenvolveu-se no Reino Unido em função de duas abordagens distintas, caracterizadas por enfoques diferentes. A primeira representada por um conjunto de intervenções desenhadas para acompanhar a desvantagem social e promover competências parentais. A segunda tinha como foco principal as crianças com incapacidades, as intervenções também tinham enfoque nos pais, mas assumiam mais um papel educativo e envolviam os pais como parceiros num programa de ensino estruturado ou terapêutico (Carpenter, 2007). A intervenção precoce dirigida para a exclusão social e para a maximização do desenvolvimento da criança é um tema central das propostas para “reformar os serviços para as crianças no século XXI” e dá à IP alta prioridade em todos os serviços. Em 2004, as autoridades locais tiveram que estabelecer uma rede de apoio para os primeiros anos (Área de Coordenação para as Necessidades Educativas Especiais), tendo como papel decisivo construir elos entre diferentes contextos e serviços, quer sejam providenciados pela educação, acção social, saúde, ou

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voluntariado. Embora este recurso seja dirigido prioritariamente às crianças a partir dos três anos, a rede liga-se com a identificação precoce e serviços de intervenção apoiando a transição apropriada desde o nascimento até à idade escolar de crianças com ou sem incapacidades e suas famílias. A importância da identificação precoce é reforçada através do Código de Prática das Necessidades Educativas Especiais, que reconhece a importância de desenvolver um contínuo de intervenções desde o nascimento e durante toda a vida educacional da criança (Carpenter & Russell, 2005).

Apesar da extraordinária diversidade que é aparente na comunidade internacional, parece haver algum consenso em relação a alguns princípios, nomeadamente, no que diz respeito: (a) à monitorização e supervisão da prática; (b) aos vários níveis de coordenação; (c) à importância da avaliação dos factores de risco; (d) ao foco de intervenção baseado na rede de recursos e de apoios sociais; (e) à disponibilização de informação e serviços; e, entre outros, (f) à implementação de programas de prevenção primária. De acordo com Guralnick (2008), se fosse posto em prática um programa consistente com estes princípios levaria progressivamente a comunidade internacional a estar cada vez mais próxima. E, o autor, acredita, que o resultado seria a criação de condições em todas as comunidades, onde as crianças vulneráveis e as suas famílias podiam progredir.

4.2. Situação das práticas em Portugal

Nas últimas duas décadas houve uma expansão significativa dos programas de intervenção precoce no nosso país. Inicialmente estas práticas não foram enquadradas por medidas legislativas específicas, e foi em 1999 que se publicou o primeiro diploma legal com os princípios orientadores para a organização dos serviços em intervenção precoce na infância, que reflectia as práticas e investigação neste domínio a nível internacional, particularmente nos Estados Unidos da América.

Não querendo fazer um longo historial no que diz respeito à implementação de programas de intervenção precoce na infância no nosso

europa e Portugal

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país, importa referir que os primeiros serviços, estruturados de acordo com as normas internacionais, surgiram nos anos 80 e sobretudo nos anos 90 do século passado, após a publicação de normativos legais, a nível da acção social e da educação, que possibilitaram o desenvolvimento de projectos e a estruturação de serviços, sobretudo por parte de organizações não governamentais do sector da solidariedade social (ver Quadro 5).

É necessário reconhecer o contributo que o movimento associativo proporcionou ao nosso país no âmbito do atendimento às crianças com alterações no desenvolvimento e suas famílias. Graças ao seu contributo deram-se passos muito importantes para a inclusão destas crianças, constituindo um apoio substancial para o atendimento à infância.

A intervenção precoce no nosso país foi-se modificando, progressivamente, no sentido de uma abordagem centrada na família, que teve como instrumento catalisador a recomendação da elaboração de um Plano Individualizado de Apoio à Família (PIAF), desenvolvido e implementado pela equipa em colaboração com a família. Este “plano individual de intervenção”, que constituía uma orientação reguladora do Despacho Conjunto 891/99, baseou-se na versão americana do Individualized Family Service Plan (IFSP), concebido como um processo de planeamento, baseado nas prioridades, preocupações, forças e necessidades das famílias, e é implementado pela equipa constituída pela família e pelos profissionais (McGonigel, Kaufman, & Johnson, 1991). Quando se iniciaram acções no âmbito da Intervenção Precoce nos anos 1980, não existia legislação nem qualquer tipo de recomendações para a estruturação dos serviços em Portugal. Na maioria dos casos os serviços eram centrados na criança, usando os mesmos métodos que os programas de educação especial para as crianças mais velhas (Boavida & Borges, 1994).

De facto, a publicação do Despacho conjunto 891/99 representou um passo importante no caminho para o desenvolvimento de programas mais ecológicos e estruturados numa perspectiva de intervenção centrada na família. Enfatizava o envolvimento da família e da comunidade no processo de

Capitulo I. Modelos Conceptuais em Intervenção Precoce

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avaliação e intervenção, e especificava que os procedimentos necessários deveriam ter lugar nos contextos de vida da criança.

Quadro 5. Intervenção Precoce na Infância em Portugal

Período Marcos Históricos

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XX

Anos 1960

 Criação do Serviço de Orientação Domiciliária – Implementado por enfermeiras de saúde pública dos Centros Materno-Infantis.

 Primeiros programas dirigidos a crianças com necessidades especiais, nomeadamente, intervenção nas primeiras idades para crianças cegas, a nível nacional.

Anos 1970

 Criação de Equipas de Orientação Domiciliária – Constituídas por educadoras especializadas do Ministério dos Assuntos Sociais.  Criação da divisão de Educação Especial e, sob tutela do Ministério

da Educação, fundação por iniciativa de pais e profissionais das Cooperativas de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas.

Anos 1980

 Programa Portage para Pais – Implementado e divulgado pela Direcção de Serviços de Orientação e Intervenção Psicológica.  Projecto Integrado de Intervenção Precoce – Modelo de coordenação

e de integração de serviços do Distrito de Coimbra.

Anos 1990

 Ratificação da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas.

 Assinatura da Declaração de Salamanca, que preconiza a intervenção e inclusão precoces para crianças em risco de atrasos no desenvolvimento ou com incapacidades.

 Implementação a nível nacional de vários projectos e serviços de intervenção precoce, dinamizados por Cooperativas ou Associações de Solidariedade Social.

 Despacho n.º 26/95, Ministério da Segurança Social – Regulamenta o Programa Ser Criança.

 Portaria 52/97, Ministério da Educação – Regulamenta a articulação com as equipas de educação especial, para atendimento a crianças entre os 0 e os 6 anos de idade com necessidades especiais.

 Portaria n.º 1195/95, Ministério da Educação – Regulamenta as condições de frequência dos alunos com necessidades especiais nas Cooperativas de Educação Especial e define, quando da sua revisão em 97, a Intervenção Precoce.

 Portaria n.º 1102/97, Ministério da Educação – Regulamenta o financiamento a projectos integrados, incluindo a prestação de apoios às famílias, promovidos por instituições de solidariedade social.  Despacho Conjunto n.º 198/99 – Aprova o conjunto referencial de

perfis de formação especializada dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário.

 Despacho Conjunto n.º 891/99, Ministérios da Educação, da Saúde, do Trabalho e da Solidariedade Social – Aprova as orientações reguladoras da Intervenção Precoce para crianças com deficiência ou em risco de atraso grave do desenvolvimento e suas famílias.

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XXI Anos 2000

 Ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas.

 Decreto-Lei n.º 281/2009, Ministério da Saúde – Criação do Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância.

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país, importa referir que os primeiros serviços, estruturados de acordo com as normas internacionais, surgiram nos anos 80 e sobretudo nos anos 90 do século passado, após a publicação de normativos legais, a nível da acção social e da educação, que possibilitaram o desenvolvimento de projectos e a estruturação de serviços, sobretudo por parte de organizações não governamentais do sector da solidariedade social (ver Quadro 5).

É necessário reconhecer o contributo que o movimento associativo proporcionou ao nosso país no âmbito do atendimento às crianças com alterações no desenvolvimento e suas famílias. Graças ao seu contributo deram-se passos muito importantes para a inclusão destas crianças, constituindo um apoio substancial para o atendimento à infância.

A intervenção precoce no nosso país foi-se modificando, progressivamente, no sentido de uma abordagem centrada na família, que teve como instrumento catalisador a recomendação da elaboração de um Plano Individualizado de Apoio à Família (PIAF), desenvolvido e implementado pela equipa em colaboração com a família. Este “plano individual de intervenção”, que constituía uma orientação reguladora do Despacho Conjunto 891/99, baseou-se na versão americana do Individualized Family Service Plan (IFSP), concebido como um processo de planeamento, baseado nas prioridades, preocupações, forças e necessidades das famílias, e é implementado pela equipa constituída pela família e pelos profissionais (McGonigel, Kaufman, & Johnson, 1991). Quando se iniciaram acções no âmbito da Intervenção Precoce nos anos 1980, não existia legislação nem qualquer tipo de recomendações para a estruturação dos serviços em Portugal. Na maioria dos casos os serviços eram centrados na criança, usando os mesmos métodos que os programas de educação especial para as crianças mais velhas (Boavida & Borges, 1994).

De facto, a publicação do Despacho conjunto 891/99 representou um passo importante no caminho para o desenvolvimento de programas mais ecológicos e estruturados numa perspectiva de intervenção centrada na família. Enfatizava o envolvimento da família e da comunidade no processo de

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avaliação e intervenção, e especificava que os procedimentos necessários deveriam ter lugar nos contextos de vida da criança.

Quadro 5. Intervenção Precoce na Infância em Portugal

Período Marcos Históricos

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XX

Anos 1960

 Criação do Serviço de Orientação Domiciliária – Implementado por enfermeiras de saúde pública dos Centros Materno-Infantis.

 Primeiros programas dirigidos a crianças com necessidades especiais, nomeadamente, intervenção nas primeiras idades para crianças cegas, a nível nacional.

Anos 1970

 Criação de Equipas de Orientação Domiciliária – Constituídas por educadoras especializadas do Ministério dos Assuntos Sociais.  Criação da divisão de Educação Especial e, sob tutela do Ministério

da Educação, fundação por iniciativa de pais e profissionais das Cooperativas de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas.

Anos 1980

 Programa Portage para Pais – Implementado e divulgado pela Direcção de Serviços de Orientação e Intervenção Psicológica.  Projecto Integrado de Intervenção Precoce – Modelo de coordenação

e de integração de serviços do Distrito de Coimbra.

Anos 1990

 Ratificação da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas.

 Assinatura da Declaração de Salamanca, que preconiza a intervenção e inclusão precoces para crianças em risco de atrasos no desenvolvimento ou com incapacidades.

 Implementação a nível nacional de vários projectos e serviços de intervenção precoce, dinamizados por Cooperativas ou Associações de Solidariedade Social.

 Despacho n.º 26/95, Ministério da Segurança Social – Regulamenta o Programa Ser Criança.

 Portaria 52/97, Ministério da Educação – Regulamenta a articulação com as equipas de educação especial, para atendimento a crianças entre os 0 e os 6 anos de idade com necessidades especiais.

 Portaria n.º 1195/95, Ministério da Educação – Regulamenta as condições de frequência dos alunos com necessidades especiais nas Cooperativas de Educação Especial e define, quando da sua revisão em 97, a Intervenção Precoce.

 Portaria n.º 1102/97, Ministério da Educação – Regulamenta o financiamento a projectos integrados, incluindo a prestação de apoios às famílias, promovidos por instituições de solidariedade social.  Despacho Conjunto n.º 198/99 – Aprova o conjunto referencial de

perfis de formação especializada dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário.

 Despacho Conjunto n.º 891/99, Ministérios da Educação, da Saúde, do Trabalho e da Solidariedade Social – Aprova as orientações reguladoras da Intervenção Precoce para crianças com deficiência ou em risco de atraso grave do desenvolvimento e suas famílias.

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XXI Anos 2000

 Ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas.

 Decreto-Lei n.º 281/2009, Ministério da Saúde – Criação do Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância.

CAPÍTULO I . Modelos Conceptuais em Intervenção Precoce

europa e Portugal

Capitulo I. Modelos Conceptuais em Intervenção Precoce

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a) A intervenção precoce tem como destinatários crianças até aos seis anos de idade, especialmente dos zero aos três anos, que apresentem deficiência ou risco de atraso grave do desenvolvimento (ponto 3.1).

b) A intervenção precoce implica uma cultura e atitude dos agentes envolvidos, assente no reconhecimento que as necessidades destas crianças só podem ser devidamente avaliadas e interpretadas no contexto familiar e social (ponto 4.1).

c) A selecção dos casos para apoio em intervenção precoce é feita pelas equipas de intervenção directa e de acordo com os critérios de elegibilidade a definir pelas equipas de coordenação (ponto 7.2).

d) As equipas de intervenção directa actuam numa base concelhia, podendo, sempre que se justifique, englobar vários concelhos ou ser definidas por referência a freguesias (ponto 9.2).

e) As equipas de intervenção directa, conjuntamente com as famílias das crianças, elaboram executam e avaliam o plano individual de intervenção (ponto 9.3.2).

O diploma legal, em análise, teve o mérito de impulsionar o desenvolvimento de diversos projectos de intervenção precoce a nível nacional, em particular na região Centro e sobretudo no Alentejo (Almeida, 2008; Franco & Apolónio, 2008). Nas outras regiões, a legislação não foi plenamente implementada por falta de envolvimento das autoridades políticas regionais (Boavida, Carvalho, & Espe-Sherwindt, 2009). E, como referem Pinto, Grande, Felgueiras, Almeida, Pimentel e Novais (no prelo), a sua publicação “veio, não só, propor um enquadramento teórico para as práticas, como dinamizar as parcerias e a partilha de recursos, bem como formação no âmbito da IP”.

Contudo, constatou-se que a implementação deste modelo de intervenção, não foi uniforme a nível nacional, verificando-se muitas assimetrias em função das diferentes regiões. Como refere Bairrão (2006) verificou-se que era problemático realizar uma IP tal como o Despacho Conjunto propunha, funcionando os diferentes serviços de acordo com as suas vontades. Assim, não se cumpriam os critérios preconizados para a avaliação

Capitulo I. Modelos Conceptuais em Intervenção Precoce

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pluridisciplinar, para a participação da família aos vários níveis do sistema, para a formação continua dos técnicos, para a multidisciplinaridades na avaliação dos programas, bem como para a coordenação interserviços que, ou não existia ou não era uniforme.

Desenvolveram-se vários programas e serviços pelo país, alguns centrados na criança, outros centrados no profissional, implementados por profissionais de modo isolado ou por equipas. Estes programas e serviços foram sendo estruturados na dependência de diferentes tutelas, alguns dependendo de Departamentos da Educação ou da Saúde, outros dependendo directamente da Segurança Social, ou foram estruturados como resultado da articulação de entidades públicas e privadas (Almeida, 2000; Bairrão & Almeida, 2002). O enquadramento conceptual, modelos de prestação de serviços, público-alvo, metas, avaliação de resultados, nível de envolvimento parental, tipo, intensidade e duração dos serviços, variavam muito de programa para programa e até no âmbito do mesmo programa.

A implementação de modelos centrados na família, no nosso país, não é pois uma realidade, visto que os pais não têm estado envolvidos como verdadeiros parceiros no processo de intervenção, que tem sido maioritariamente caracterizado, de acordo com Coutinho (2003, p.229), “pelo modelo de especialista, no qual os pais não têm participação activa no processo de intervenção com o seu filho, nem na tomada de decisões relativas ao mesmo”.

Os anos 90 foram, de facto, anos de grande desenvolvimento da IPI em Portugal, tendo evoluído de um serviço emergente, centrado na criança, para um domínio em crescimento com um enquadramento conceptual totalmente diferente (Boavida, Carvalho, & Espe-Sherwindt, 2009). Desde o início deste século, a intervenção precoce na infância ampliou a sua influência, e profissionais, serviços e famílias estão plenamente conscientes da mudança de paradigma que ocorreu no nosso país. Uma abordagem centrada na família, inclusiva, ecológica e abrangente começou a ser implementada em algumas localidades. De modo geral, as famílias e os profissionais referem que ________________________________________________________________

Avaliação da Qualidade em Intervenção Precoce 55 avaliação e intervenção, e especificava que os procedimentos necessários deveriam ter lugar nos contextos de vida da criança.

Quadro 5. Intervenção Precoce na Infância em Portugal

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Anos 1960

 Criação do Serviço de Orientação Domiciliária – Implementado por enfermeiras de saúde pública dos Centros Materno-Infantis.

 Primeiros programas dirigidos a crianças com necessidades especiais, nomeadamente, intervenção nas primeiras idades para crianças cegas, a nível nacional.

Anos 1970

 Criação de Equipas de Orientação Domiciliária – Constituídas por educadoras especializadas do Ministério dos Assuntos Sociais.  Criação da divisão de Educação Especial e, sob tutela do Ministério

da Educação, fundação por iniciativa de pais e profissionais das Cooperativas de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas.

Anos 1980

 Programa Portage para Pais – Implementado e divulgado pela Direcção de Serviços de Orientação e Intervenção Psicológica.  Projecto Integrado de Intervenção Precoce – Modelo de coordenação

e de integração de serviços do Distrito de Coimbra.

Anos 1990

 Ratificação da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas.

 Assinatura da Declaração de Salamanca, que preconiza a intervenção e inclusão precoces para crianças em risco de atrasos no desenvolvimento ou com incapacidades.

 Implementação a nível nacional de vários projectos e serviços de intervenção precoce, dinamizados por Cooperativas ou Associações de Solidariedade Social.

 Despacho n.º 26/95, Ministério da Segurança Social – Regulamenta o Programa Ser Criança.

 Portaria 52/97, Ministério da Educação – Regulamenta a articulação com as equipas de educação especial, para atendimento a crianças entre os 0 e os 6 anos de idade com necessidades especiais.

 Portaria n.º 1195/95, Ministério da Educação – Regulamenta as condições de frequência dos alunos com necessidades especiais nas Cooperativas de Educação Especial e define, quando da sua revisão em 97, a Intervenção Precoce.

 Portaria n.º 1102/97, Ministério da Educação – Regulamenta o financiamento a projectos integrados, incluindo a prestação de apoios às famílias, promovidos por instituições de solidariedade social.  Despacho Conjunto n.º 198/99 – Aprova o conjunto referencial de

perfis de formação especializada dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário.

 Despacho Conjunto n.º 891/99, Ministérios da Educação, da Saúde, do Trabalho e da Solidariedade Social – Aprova as orientações reguladoras da Intervenção Precoce para crianças com deficiência ou em risco de atraso grave do desenvolvimento e suas famílias.

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XXI Anos 2000

 Ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas.

 Decreto-Lei n.º 281/2009, Ministério da Saúde – Criação do Sistema