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Localizada na região sudeste do Estado da Bahia, a 360 km da capital, Salvador, a cidade de Jequié, está na zona limítrofe entre a caatinga e a Zona da Mata, possui

aproximadamente duzentos mil habitantes, situada no médio Rio de Contas, que divide a cidade, com temperatura média entre 13 e 36º e a 216 metros acima do nível do mar. Teve seu desenvolvimento a partir de uma feira movimentada e que atraía comerciantes de todos os cantos da região, lá pelos idos do século XIX.

Na passagem do século, com as alterações sofridas trazidas pelo desenvolvimento de outras cidades próximas sofre alguns reveses que alteram profundamente o seu perfil:

Até 1930/40 Jequié foi importante centro de comércio, quando para ela convergia a produção regional em busca de transporte ferroviário. A abertura da BA – 2 provocou o deslocamento do transporte para Ilhéus e marcou o começo do declínio do comércio jequieense. Por essa época, armazéns de fumo, café e cacau tiveram de fechar suas portas. Em seguida, na década de 50 (1959), veio o fim da atividade ferroviária, decrescente desde 1945 (fim da segunda Guerra) e a construção da BR – 116, privilegiando Vitória da Conquista com relação à influência regional para o sertão de Brumado, Caitité etc, com novo golpe à economia e ao comércio de Jequié. Perdeu o município o caminho de seu desenvolvimento, perdeu a trilha do progresso, que alcançou cidades como Vitória da Conquista, Itabuna, Juazeiro, Santo Antonio de Jesus, Alagoinhas e tantas outras (PREFEITURA...,1992, p.11).

Hoje, a cidade se caracteriza como um lugar que atrai uma população jovem, não só da Bahia como também dos Estados vizinhos, por exemplo Minas Gerais, por causa dos cursos da Universidade, tais como: Enfermagem, Educação Física, Fisioterapia etc., uma população flutuante que basicamente não dialoga com a cidade, esta é apenas seu local de estudo.

Os níveis e modalidades de ensino apontados no PNE (BRASIL, 2001), estão presentes no município. No caso do nível de ensino superior, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, (UESB), com campi em três municípios (Jequié, Itapetinga e Vitória da Conquista), contempla uma parcela da população, além da Faculdade de Ciências Contábeis (particular).

Nos níveis Fundamental e Médio, há inúmeras escolas localizadas na sede do município, que tentam atender à demanda da população escolar: o Instituto de Educação Régis Pacheco, o Centro Integrado Luiz Viana Filho, o Polivalente, o Professor Magalhães Neto, o Celi de Freitas entre outros.

Na Educação Infantil, o número aproximado de creches/pré-escolas, na sede do município, para atender às crianças de 0 a 6 anos, gira em torno de 7: Yeda Barradas, Vovó Malvina, Santa Teresa, Senhor do Bonfim, Dr. Astolfo Silveira, Centro de

Atendimento Integral à Criança(CAIC), Nossa Senhora de Fátima, a escolhida para a realização desta pesquisa.

Estas instituições, voltadas para a educação da criança na faixa etária entre 0 e 6 anos, não podem perder de vista o que está anunciado no Plano Nacional de Educação:

Se a inteligência se forma a partir do nascimento e se há “janelas de oportunidade” na infância quando um determinado estímulo ou experiência exerce maior influência sobre a inteligência do que em qualquer outra época da vida, descuidar desse período significa desperdiçar um imenso potencial humano (BRASIL, 2001, p. 31).

O trecho acima chama a atenção para o período em que está se estruturando a formação da inteligência, e afirma: “desde o nascimento” e propõe que se esteja atento, devido à importância de se trabalhar estímulos e experiências, a partir das “janelas de oportunidade”, na infância, por ser esse um momento crucial para que não se perca o grande potencial de desenvolvimento da criança. Sem perder de vista estes elementos, está posto que o Plano Nacional de Educação visa a atender nos próximos 5 anos, 30% da população de 0 a 3 e 50% em 10 anos; para a faixa de 4 a 6 anos o prazo estabelecido foi de 50% em 5 anos e 80% em 10 anos (BRASIL, 2001), Estes prazos foram estabelecidos a partir dos seis objetivos da Educação para Todos, pactuados pelos países participantes da Conferência de Jontiem em 1990, na Tailândia: Nós (os países aqui reunidos) nos comprometemos com o atingimento dos seguintes objetivos: 1º) expandir e melhorar o cuidado e a educação infantil compreensivos, especialmente para as crianças mais vulneráveis e menos privilegiadas; 2º) Assegurar que, até 2015, todas as crianças particularmente meninas, crianças em circunstâncias difíceis e de minorias étnicas, tenham acesso á educação primária completa , gratuita, obrigatória e de boa qualidade; 3º) Assegurar que as necessidades de aprendizagem dos jovens e adultos sejam atendidas por meio de acesso eqüitativo a aprendizagem apropriada e a programas de competências para a vida; 4° ) Alcançar 50% de melhoria nos níveis de alfabetização de adultos até 2015, especialmente para as mulheres, e acesso eqüitativo à educação básica e continuada para todos os adultos; 5º) Eliminar as disparidades de gênero na educação primária e secundária até 2005, e alcançar igualdade de gênero na educação até 2015...; 6º) Melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar excelência em todos os resultados de aprendizagem reconhecidos e mensurados, alcançados por todos, especialmente na alfabetização, matemática e competências essenciais para a vida (BRASIL, 2001, p.17).

Postos os objetivos, indispensável que estes não se tornem letra morta e, por sua vez, as políticas educacionais busquem contemplar o que anunciam, visto que:

Hoje se sabe que há períodos cruciais no desenvolvimento, durante os quais o ambiente pode influenciar a maneira como o cérebro é ativado para exercer funções em áreas como a matemática, a linguagem, a música. Se essas oportunidades forem perdidas, será muito mais difícil obter os mesmos resultados mais tarde (BRASIL, 2001, p.32).

Esta percepção está posta no documento que deverá servir de baliza para os próximos anos no que se refere a uma educação não exclusiva, portanto tem como pressuposto a garantia do oferecimento indistintamente, embora priorize as necessidades emergentes como as anunciadas nos objetivos. “A educação é elemento constitutivo da pessoa e, portanto, deve estar presente desde o momento em que ela nasce, como meio e condição de formação, desenvolvimento, integração social e realização pessoal.” (BRASIL, 2001, p.32).