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3 OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS: RELAÇÃO COM O CAMPO DE

4.3 OS PARTICIPANTES DA PESQUISA E OS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

4.3.2 Sobre características e procedimentos dos grupos focais nos processos

Para planejamento da pesquisa, em um primeiro momento fez-se uma reunião com a coordenação do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação Especial da UFES a fim de definir-se o processo formativo a ser certificado aos professores participantes. Em um segundo momento, reunimos com a equipe de Coordenação e Acompanhamento à Educação Especial e Gestão Municipal, visando ao mapeamento dos CMEI e profissionais a serem convidados para a pesquisa. No terceiro momento, reunimos com a Gerência de Formação e Desenvolvimento da

Educação e a SEME para definir o horário de liberação das professoras, uma vez que os grupos focais estão organizados dentro do horário de trabalho.

Para realização dos grupos, foram reservados espaços apropriados, em um território neutro e de fácil acesso aos participantes. No âmbito da investigação, os encontros ocorreram no espaço da EMEF Suzete Cuendet em articulação com a UFES, com o NEESP, o GRUPICIS, o OEESP/ES e com a gestão municipal, no período de setembro/2016 a dezembro/2016, ocorrendo uma vez por mês, com duração de 60 até 90 minutos. Cabe considerar que o ano de 2016 foi atípico, quando ocorreu greve do magistério, com reposições de dias letivos. A transição de governo federal e os processos de manifestações também são destacados nas narrativas dos sujeitos na pesquisa, bem como as ocupações estudantis nas escolas de ensino médio e na universidade.

Para desenvolvimento do grupo focal, era necessária a articulação com a SEME. Em julho de 2016, solicitamos à Gerência de Formação a possibilidade de desenvolvermos uma pesquisa com os professores especializados dos 11 CMEI que têm em sua organização e funcionamento SRM do MEC. No registro no MEC, existe o cadastro de 11 salas de SRM até o ano de 2015. Para o ano de 2016, havia a previsão de aumento de mais sete salas, com um aumento para 18 salas no município, atendendo a educação infantil e o ensino fundamental, porém, com a mudança de andamento das políticas educacionais atuais, não houve nenhum encaminhamento para a ampliação até a finalização deste trabalho investigativo. A articulação com a SEME foi imprescindível para a liberação dos professores. O município conta com uma Política de Formação de Professores coordenada pela Gerência de Formação e Desenvolvimento da Educação (GFDE). Assim, foi importante a entrevista semiestruturada com o gestor a fim de compreender como a organização de formação está em andamento na rede municipal.

Era necessária uma sala que abrigasse, confortavelmente, o número previsto de participantes e moderadores, protegida de ruídos e interrupções externas. Em nosso caso, o número de participantes previstos reuniu as professoras do atendimento educacional especializado das unidades de ensino de educação infantil com salas de recursos multifuncionais. Os participantes foram organizados em um grupo a partir das 16h30. Convidamos os professores de 11 CMEI com Salas de Recursos

Multifuncionais já instaladas e ainda mais 7 escolas que estão planilhadas para recebimento das SRM na educação infantil. As professoras que desejavam a formação foram liberadas pela escola para a sua participação nos grupos focais. A escolha da escola foi articulada com as professoras e a equipe central da SEME, pois, em uma primeira tentativa, oferecemos o encontro na UFES, porém as professoras ressaltaram que a logística para a chegada seria complicada. Então, definimos uma escola com auditório e mais próxima à SEME. Contamos com a participação de 7 professoras do atendimento educacional especializado de 5 CMEI com SRM.

Os temas dos encontros formativos em formato de grupos focais foram, no mês de setembro, direito à educação e inclusão escolar; no mês de outubro, apropriação do conhecimento e formação de professores; no mês de novembro, currículo e práticas pedagógicas inclusivas na educação infantil e, por fim, em dezembro, o tema avaliação da/ na educação infantil e educação especial.

No primeiro grupo focal, no mês de setembro/2016, trabalhamos com questões em que se potencializou o debate do direito à educação e das políticas educacionais atuais, seus avanços e tensões. Houve distintas intervenções das professoras participantes, principalmente na discussão sobre as condições de trabalho na efetivação da garantia do direito à educação. No segundo, em outubro/2016, intensificou-se o debate sobre o desenvolvimento infantil e a apropriação do conhecimento das crianças indicadas à educação especial na educação infantil. Esses conceitos foram tratados a partir das referências teóricas aos estudos da abordagem histórico-cultural de Vigotski e seus colaboradores, além dos conceitos das interações e das brincadeiras como possibilidade de trabalho pedagógico, considerando os princípios preconizados nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009).

No terceiro grupo focal, no mês de novembro/2016, desenvolveu-se o debate coletivo sobre o currículo da/na educação infantil e as práticas pedagógicas inclusivas. A partir de questões disparadoras, discutiu-se sobre o currículo na pedagogia da infância. No quarto grupo focal, em dezembro/2016, apontou-se a importância do debate sobre avaliação da/na Educação Infantil e Educação Especial, uma vez que não pode estar dissociado do debate curricular.

Em nossa tarefa investigativa, utilizamos nomes fictícios para as professoras especializadas, compreendendo o sentido do sigilo da ética na pesquisa e respeito às práticas pedagógicas desenvolvidas pelas professoras especialistas. Cada encontro foi audiogravado e, posteriormente, transcrito. Além das narrativas verbalizadas com o grupo, utilizamos as narrativas individuais de cada professor e gestor envolvido na pesquisa.

Em nosso referencial teórico, potencializamos os autores que valorizam a linguagem na constituição histórica do ser humano. Essa concepção é necessária, uma vez que nosso estudo apresenta a possibilidade de fazermos reflexões sobre as crianças público–alvo da educação especial no contexto da educação infantil e sua concepção de direito à educação e de inclusão escolar no município de Vitória. Quanto à formação, esta foi de suma importância no processo investigativo, pois a pesquisa se constituiu como espaço de diálogo dos professores participantes

5 AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS DESENVOLVIDAS NO