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A modalidade de sonho na qual o sonhador compreende que está sonhando e não atuando sob a forma vígil, isto é, durante a vigília, que é o estado de quem está acordado, chama-se sonho lúcido.

Um sonho lúcido é, portanto, uma modalidade do estado onírico (aquilo que se refere ao sonho) na qual o sonhador está consciente do que se passa. Compreende que seu corpo dorme na cama e que viaja para dentro de si mesmo, através das profundidades da alma.

Durante os sonhos lúcidos, a realidade do mundo interno não é confundida com a realidade exterior: há dois modos de realidade: a exterior e a interior. A realidade exterior é a tridimensional, também denominada “material.” A realidade interior é dos sonhos, a realidade onírica.

Assim com há um mundo exterior, há um mundo interior. Podemos dizer que é

imagens psíquicas), pois é feito de imaginações.

São imagens internas de objetos, casas, cidades, pessoas e animais. Trata-se de uma vastidão que pode ser conhecida e explorada.

Quando temos o discernimento de que estamos sonhando, podemos aproveitar o sonho ao máximo.

É possível viajar para lugares distantes, conhecer o que está oculto dentro de nós mesmos e aprender a nos relacionarmos melhor com os nossos conteúdos psíquicos.

Se não estivermos conscientes, confundiremos as cenas oníricas com cenas físicas. Por tal razão, ao sonharmos com um leão, por exemplo, fugiremos apavorados acreditando que poderemos ser atacados.

É claro que o animal imaginal pertencente ao sonho, é inofensivo.

O mundo dos sonhos é real. Podemos dizer que é outro mundo, pertencente a outra dimensão de nossa existência (“A dimensão do inconsciente” – Sanford, 1988).

É o mundo misterioso ao qual adentrou o profeta Isaías (Tricca, 1992) em estado de êxtase ante uma multidão.

Estando lúcidos, podemos ser exploradores da dimensão desconhecida e viajar pelas longínquas paragens do mundo interno.

Podemos ficar consciente durante o sonho

Na maioria das vezes em que nos deitamos e dormimos, não percebemos o que está ocorrendo conosco. Nossa consciência “se apaga” e atuamos dentro do sonho sem perceber que estamos sonhando. Não temos, nos sonhos normais, o discernimento de que dormimos.

estamos presenciando cenas exteriores e não interiores. Entretanto, há momentos em que reconhecemos o sonho no exato momento em que se processa. Quando isso acontece, dizemos: “Estou sonhando. Isto que estou vivenciando agora é um sonho.”

Como se tornar um observador consciente nos seus sonhos

A viagem consciente ao mundo onírico pode ser aprendida por métodos que visam educar a atenção. Um método consiste em nos acostumarmos a observar durante o dia as cenas exteriores que nos rodeiam, realizando “testes de realidade” (Harari & Weintraub, 1933) com a intenção de descobrirmos se estamos ou não sonhando. Se o fizermos várias vezes ao dia, repetiremos a mesma observação à noite, dentro do sonho. Como os sonhos apresentam cenas ilógicas (cavalos que voam, elefantes arborícolas, etc), aprenderemos a reconhecê-los através de

acontecimentos impossíveis para este mundo.

É um método que se baseia na prática de discernir constantemente a respeito da natureza do mundo em que estamos aqui e agora.

Funciona pela atenção cuidadosa e sincera focada sobre os elementos que estão ao nosso redor: as pessoas, os animais, os carros, as árvores, as casas, etc.

Para que o método da observação da realidade circundante dê resultados, precisamos ser capazes de permitir que as cenas observadas nos revelem se são oníricas ou físicas.

Muitas vezes, os acontecimentos que presenciamos nos revelam, por si próprios, se estamos ou não sonhando.

Não necessitamos quebrar a cabeça a respeito, tentando discernir por meio de raciocínios. Basta observar: a observação

Ao tentar discernir por meio de inferências lógicas e não de constatações puras, nos tornamos incapazes de captar as diferenças entre os mundos.

Outro método consiste em

acompanharmos conscientemente o processo de instalação do sono.

É a técnica do relaxamento consciente, desenvolvida no budismo tibetano e aplicada por cientistas em testes de laboratório para indução e estudo de estados oníricos conscientes.

Para aplicá-la, devemos nos deitar e observar atentamente as alterações corporais e psíquicas pelas quais vamos passar conforme o sono se instala. É preciso ser paciente e receptivo. A contemplação consciente e contínua do relaxamento progressivo permite que adormeçamos sem perder a lucidez.

Um cuidado a ser tomado é o de não bloquear o adormecimento corporal, confundindo-o com perda de consciência.

À medida que o relaxamento consciente se aprofunda, passamos a ter percepções alteradas sob múltiplas formas e intensidade cada vez maior: podemos sentir vibrações na cabeça ou no corpo todo e chiados intracranianos.

Podemos, ainda, sentir que estamos caindo ou que uma corrente elétrica nos percorre. São indicadores de que estamos atingindo um estado não usual de consciência.

Por fim, atingimos a paralisia do sono. É a última etapa.

Nesta fase, o corpo não obedece mais aos nossos comandos, apesar de estarmos lúcidos, porque está em sono profundo.

A paralisia é inofensiva. Proporciona as primeiras visões e sons do mundo dos sonhos.

Para prosseguir a viagem, temos que receber imagens e sons internos que nos chegam; permitir que se configurem por si

A ultrapassagem do “umbral” entre os dois mundos efetivamente se inicia quando os pensamentos e as imagens mentais se concretizam ante nossa consciência, passando a ser percebidos com a mesma nitidez com que percebemos os elementos do mundo exterior durante a vigília.

No instante em que vemos e ouvimos imagens e sons internos objetivamente, como se fossem externos, estamos inseridos na dimensão onírica.

A combinação das duas técnicas, a do discernimento diário e a do relaxamento consciente, acelera a obtenção do sonho lúcido.

As vantagens do sonho lúcido

O medo da morte sofre atenuação quando nos experimentamos vivos, intactos, lúcidos e acordados enquanto o corpo está adormecido e desfalecido no quarto.

A experiência de estar lúcido dentro de um sonho nos põe em contato com um estado de realidade incomum, e proporciona a certeza de que não somos apenas uma massa tridimensional de carne e ossos. Além disso, o contato direto com os acontecimentos oníricos nos permite extrair informações do inconsciente.

Através da observação e do diálogo com as figuras que surgem nos sonhos, podemos descobrir muito a respeito de nós mesmos, de outras pessoas ou do mundo.

A psique inconsciente contém informações que ultrapassam o alcance da consciência, e podem ser acessadas durante o sono. (Jung, 1963)

A superexcitação e a ansiedade intensa trazem o sonhador lúcido de volta ao estado vígil contra a sua vontade. Portanto, ao nos descobrirmos dentro de uma realidade paralela, não devemos ficar exaltados emocionalmente, ou perdermos a

Por meio da serenidade, conseguimos estabilidade no mundo interior e podemos prolongar a duração do estado alterado de consciência.

O medo, a alegria, a surpresa ou outras emoções intensas interrompem subitamente o sonho.

Ao nos descobrirmos lúcidos oniricamente, podemos exercitar, em estado de máxima serenidade, o vôo, a flutuação, a alteração das cenas circundantes e o transporte através do tempo e do espaço.

As cenas oníricas tomam forma a partir dos impulsos conscientes e inconscientes de pensamento e sentimento. Por isso, podemos criar acontecimentos dentro do sonho lúcido através da imaginação e da vontade.

Por meio da imaginação e da vontade concentradas, podemos voar, ir a países distantes, assumir a aparência de outras

pessoas, e até nos experimentarmos como se fôssemos elas próprias.

O poder de interferir conscientemente no roteiro do sonho depende do grau de discernimento e liberdade de ação que nossa consciência possui. Se não estivermos lúcidos, será muito pequeno.

Um novo mundo se abrirá ante aquele que aprender a viajar lucidamente para o universo da alma.

Sua vida será resignificada e sua visão de mundo renovada.

As entidades da psique demonstrarão que possuem realidade objetiva (Jung, 1963). Então, o sonhador descobrirá por si mesmo que o universo imaginal anímico do homem é, à sua maneira, concreto.

É a porta que nos permite chegar aos limites extremos da ciência no que concerne às questões espirituais, e até ultrapassá-los.

As exigências da vida prática predominam em nossos dias modernos.

Para a maioria de nós, é mais fácil atender uma solicitação externa, em vez de dar maior atenção, por exemplo, ao próprio estado de humor (mutável, imprevisível), a uma intuição (que aparece não sabe de onde), ou ainda, a uma predisposição de agir sem qualquer explicação racional que a justifique (um impulso, um sentimento, um medo, etc).

A história está cheia de exemplos de “oráculos,” “profetas” e de revelações importantes que mudaram os rumos de toda a coletividade.

Isto sempre se deu (e sempre se dará) não só no aspecto religioso, mas também no plano artístico, no âmbito científico, ou ainda, no campo filosófico/ ideológico.

O que nunca há de faltar é a parcela de realidade oculta sob o manto do desconhecido, tanto no sentido externo (o

espaço sideral, por exemplo) quanto no sentido íntimo (o inconsciente humano).

Todas as noites, cada um de nós transcende o próprio ego consciente, ultrapassa os limites da realidade material e se aventura em outros planos, onde as limitações naturais de espaço e de tempo são desobedecidas.

Nos sonhos podemos mergulhar no vazio, ficar sem peso, voar sem aparelhos, atravessar paredes, pular do passado para o futuro num piscar de olhos, rever mortos ou antecipar o futuro.

O inconsciente é pluridimensional e nos confunde por não se restringir aos limites e alcances aos quais estamos habituados em nossa vigília.

Nos sonhos, os nossos mais diletos desejos não são impossíveis nem difíceis; são facilmente realizados.

É possível atravessar obstáculos ou passar de uma situação a outra (no tempo

ou no espaço), sem nenhuma “ponte de ligação aparente” entre elas.

Em nossos sonhos, fatos e acontecimentos que nos ocupamos em esconder ou negar podem aparecer tão vívidos e vitalizados quanto sempre foram. Tudo isso, sem quaisquer sinais de desgaste pelo tempo e sem ter perdido nada do seu impacto, devido ao nosso sistemático esforço de esquecê-las, negá-las ou bloqueá-negá-las.

Em nosso sonhar podemos fazer coisas que jamais faríamos. Podemos ensaiar reações às situações, que jamais ousaríamos em nosso estado de vigília.

Podemos ser criativos, originais, inventivos ou surpreendentes, inclusive aos nossos próprios olhos; pois, há um representante de nosso ego: o ego onírico, que vê, assiste, fica passivo ou participa; aceita a experiência ou foge apavorado dela. Enfim, representa o nosso “EU” ao reino onírico.

A grosso modo, pode-se dizer que existem cinco estágios de sono que se repetem ciclicamente ao longo da noite. O últimos destes estágios é exatamente o do sonho simbólico, que começa com a duração de apenas cinco minutos em média, mas que aumenta em tempo e em intensidade ao longo da noite, terminado em ciclos de quinze a vinte minutos de sonho REM.

Estima-se que sonhamos cerca de 80 minutos por noite.

Estes dados chocam-se com idéias populares e errôneas, entre elas, a de que podemos não sonhar nada e que as peripécias e aventuras sonhadas transcorrem em poucos segundos de tempo.

Aqueles que afirmam que não sonham, na verdade, o que acontece é que eles não se lembram do que sonham.

exemplo, anotar o que recorda do sonho, imediatamente antes do momento de despertar.

Temos que compreender que sofremos uma comutação no sistema nervoso; ou seja, “troca-se de circuito” (do predomínio do Sistema Nervoso Simpático para o predomínio do Sistema Nervoso Autônomo – ou Parassimpático). Esta transição é feita tanto no momento que adormecemos quanto ao despertar.

O segredo está em conseguir permanecer mais tempo na ponte entre estes dois planos, tornando esta “área de transferência de conteúdos” a mais rica e significativa possível.

Isto é obtido através de uma atitude calma e relaxada, destinando alguns minutos diários à tarefa de “ficar ou permanecer na ponte entre o sono e a vigília” de modo a diminuir a velocidade do despertar e, portanto, ser mais capaz de registrar as lembranças dos acontecimentos

vividos no sonhar, registrando-os com palavras simples, de preferência, sem tentar olhar para o papel e sem preocupações literárias de nenhuma espécie. Este simples procedimento aumenta o trânsito entre conteúdos do inconsciente e o consciente egóico.

Pessoas muito circunscritas ao reino do ego (consciente de vigília) afirmam que o inconsciente nem existe e tomam os seus sonhos como algo desprezível ou absolutamente sem sentido. Não estão conscientes dos prejuízos desta atitude negativa.

Vice-versa, uma grande parcela da humanidade sente com maior força a presença do inconsciente e admite não saber, ao certo, de onde se originam as idéias, quando estas aparecem do nada, assaltando a consciência com uma descoberta, um novo sentido, uma nova meta realizável e esclarecendo situações

De modo semelhante, as intuições surpreendem até a consciência de quem as têm; pois, aparentam originar-se fora do “EU”, como se fossem pensamentos ou idéias estranhas e não nossas. Esta sensação de surpresa é muito importante para diferenciarmos uma intuição autêntica de uma projeção pessoal.

Projetamos nossa subjetividade sobre o vivido e não há surpresas; pois só podemos projetar o passado vivido em situações novas, e este discurso cheio de medos, plenos de boas razões e justificativas é nosso velho conhecido, e em nada nos surpreende.

As pessoas psicologicamente maduras estão ligadas à sua experiência do mundo (campo consciente egóico), mas não se restringem a ela, como se fosse a única experiência do mundo possível.

Estas pessoas não se deixam limitar / bloquear pela realidade vivida. Elas são instrumentos para a manifestação dos

potenciais inconscientes, incluindo-se aí os talentos e vocações.

Talvez por isso sejam chamadas de criativas, originais, intuitivas, sensitivas, revolucionárias e imaginativas.

Melhor ainda se tiverem a ousadia de dar vazão, com liberdade, à expressão de suas obras e idéias.

Podemos encontrar pessoas assim tanto na área científica quanto na artística; pois estes potenciais se atualizam para qualquer campo consciente (ego) que se abra suficientemente à experiência.

Enquanto a humanidade extrovertida se ocupa em dominar o mundo objetivo (pessoas, coisas, situações), a parcela introvertida busca compreender seu próprio íntimo, que se mostra como uma fonte inesgotável de realizações.

Nenhum sonho é igual a outro. Todos são verdadeiras obras de arte.

essencial para o desenvolvimento da consciência do “si mesmo,” para a saúde, no sentido amplo da palavra, bem como para o desenvolvimento cultural de cada indivíduo.

CAPÍTULO XII

CONSCIÊNCIA

A consciência é indissociável da atenção. Esta pode variar em modo e intensidade.

À consciência estão estreitamente relacionados os estados de alerta, a observação direta de fatos, a experimentação da realidade imediata (o aqui e agora) e a compreensão que disso deriva.

Consciência e inteligência não se diferenciam.

O grave erro de se confundir consciência com a mente está na origem do culto ao intelecto.

A mente é a substância psíquica componente dos pensamentos e com a qual fabricamos conceitos, os associamos segundo linhas lógicas, etc.

Consciência e mente são componentes psíquicos distintos, embora se relacionem.

A mente opera com base nos dados fornecidos pela consciência. Se esta possuir um funcionamento precário, aquela

elaborará raciocínios que nos distanciarão da realidade.

Os raciocínios podem ser

supersofisticados e impecáveis; podem possuir, aparentemente, perfeição lógica e, não obstante, terem um fundamento perceptivo falso.

A consciência é o poder de enxergar a realidade do modo mais objetivo e claro possível.

Enquanto faculdade psíquica, é muito negligenciada em nossa cultura que supervaloriza a mente e o intelecto.

Ao sofisticarmos tanto os funcionamentos intelectuais, a consciência foi deixada de lado e sofreu atrofia.

Modos especiais de percepção e atenção, antes comuns, tornaram-se não-usuais e frágeis pelo desuso.

Felizmente, algumas culturas religiosas e primitivas os preservaram e nos brindaram com a oportunidade de

restaurá-Arquetipicamente, a consciência é representada pela luz. A luz, que nos permite conhecer o que a escuridão oculta, surge em mitos, contos, sonhos e na literatura como imagem representante da consciência.

Como cultivar a consciência

Geralmente, nossa consciência tem

um funcionamento egóico. Um

funcionamento egóico é um funcionamento condicionado pela visão do “EU”. Ao sermos incapazes de ver as coisas de um ponto de vista diferente do costumeiro que temos, temos a consciência fixa nesse padrão.

A fixação da consciência no ego, ou seja, seu condicionamento em sempre ver as coisas do modo que o “EU” está acostumado, gosta ou quer, torna insensível ao que se processa fora desse campo. Em tal condição, esse precioso elemento psíquico fica adormecido para

acontecimentos excluídos do “meu mundo” ou de “minha realidade.”

Temos que despertar a consciência para realidades que ultrapassam as percepções egóicas. Isso é conseguido pela prática correta da atenção.

Modos não usuais de atenção devem ser ativados até que façam parte de nossa natureza consciente.

O caminho mais direto para cultivarmos a consciência e objetivá-la ao máximo é o prestarmos atenção em nós mesmos.

Se acompanharmos nossas próprias atitudes a todo instante, enxergaremos muitos traços comportamentais desconhecidos.

Aquilo que estamos fazendo no presente, isto é, nosso comportamento concreto e objetivo, fornece muita informação sobre quem somos.

e, gradativamente enxergamos vícios e condicionamentos atencionais e observacionais que temos. Por isso, é interessante aprender a observar a si próprio por via direta e durante todo o tempo possível.

Mantendo a observação de si mesmo, podemos, além disso, focar a consciência sobre o modo de realidade com o qual estamos em contato aqui e agora. Esse modo de realidade pode ser onírico ou vígil. O modo vígil é o que contactamos enquanto estamos acordados. E o modo onírico é o da realidade do sonho, aquelas cenas que vemos enquanto dormimos.

Se nos habituarmos a observar as cenas e imagens que nos cercam várias vezes ao dia para verificarmos se estamos sonhando ou não, terminaremos repetindo essa mesma verificação dentro dos sonhos enquanto o nosso corpo estiver adormecido na cama.

Caso nossa inteligência seja livre o suficiente para aceitar a possibilidade de que o mundo dos sonhos pertença a uma

realidade paralela à comum,

reconheceremos o caráter onírico dessa realidade ao fazer a averiguação.

O despertar da consciência dentro de um sonho fornece sensações e percepções extraordinárias.

Esse é um bom motivo para praticarmos o despertar da consciência a todo momento.

Quando tentamos usar a consciência para ampliá-la, nos deparamos com a forte tendência egóica de observarmos o nosso comportamento ou o modo de realidade presente de maneira estéril.

É quando olhamos, mas não enxergamos. Superamos tal resistência pelo empenho em ver as coisas como são, e não como gostaríamos que fossem ou acreditamos que sejam.

O empenho absolutamente sincero em enxergar a realidade de algo, nos permite ir além dos limites do nosso consciente.

CAPÍTULO XIII

O CÉREBRO

Assim como o músculo se fortalece através dos exercícios, a atividade mental pode ser revigorada.

Com base em várias pesquisas científicas sobre como fortalecer a agilidade mental, à medida que envelhecemos, ela aponta a primeira regra: “inteligência, use-a ou percuse-a-use-a.”

O cérebro é o órgão de maior complexidade do ser humano. Possui uma rede de fibras nervosas que chega a medir mais um metro de cumprimento. Estas fibras se ligam ao corpo, perfazendo um total de mais de 100 milhões de células nervosas.

Os impulsos nervosos que percorrem essas vias atingem uma velocidade surpreendente, levando e trazendo informações ao cérebro.

O cérebro é responsável pelo pensamento dos dados que nos chegam pelos órgãos dos sentidos. Sob sua responsabilidade está o controle do

movimento, do sono, da fome, da sede e de quase todas as atividades necessárias à sobrevivência.

As emoções humanas, como o amor, o ódio, o medo, a alegria e a tristeza, também são gerenciadas por ele.

A todo instante nascem e morrem células do nosso cérebro.

Quando o ser humano é concebido, a quantidade de neurônios cresce brutalmente até cerca de dois anos de idade. A partir daí, comela a ocorrer um processo natural de perda celular.

O mais importante é que o cérebro continua sendo capaz de criar novas conexões entre suas células no decorrer de toda a vida.

Aprender sempre

Estabelecer ligações entre os neurotransmissores (mensageiros químicos que levam a informação de um neurônio

para outro) estimula a atividade cerebral e ajuda a retardar o seu envelhecimento.

Para turbinar o cérebro, a saída é fugir da rotina, sempre buscando novas informações.

Portanto, a ordem é estimular a mente através das mais variadas atividades, tais como:

- Aprender um novo idioma;

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