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2 ESTADO DA ARTE

3.1 SORÇÃO DE ÓLEO

Annunciado, Sydenstricker e Amico (2005) avaliaram a biosorção da bucha vegetal, rejeitos folhosos, fibras de coco, sisal, serragem e fio de seda frente ao óleo

cru (petróleo). Os experimentos foram realizados em sistema a seco, em lâmina na

água deionizada e lâmina na água do mar. Os tempos de contato utilizados foram de 5, 20, 40, 60 e 1440 minutos. A granulometria se comportou como um fator regulador da sorção para todas as fibras, sendo a redução da granulometria de > 3,35 mm para 0,85-1,70 mm, responsável por um aumento de sorção média variando de 56-200%, demonstrando a importância do controle da granulometria no processo de sorção. As várias fibras estudas podem ser usadas em derramamentos ambientes secos como: fibra de coco e resíduos folhosos, já o sisal, bucha vegetal e serragem, podem ser utilizados em derramamentos em água.

Annunciado et al (2005) avaliaram a biosorção de resíduos folhosos, bucha

vegetal, coco, sisal e paina como sorventes para o petróleo, e também foram relatados

os resultados de sorção de gasolina, diesel metropolitano e diesel marítimo para paina. Os experimentos foram realizados em sistema a seco, em lâmina na água deionizada e em lâmina na água do mar. A paina apresentou ótimos resultados para o óleo cru, sendo também investigada a sorção na gasolina, no diesel marítimo e no diesel metropolitano. Os resultados demostraram que a capacidade de sorção da paina para os derivados do petroleo é bem menor que para o óleo cru. A capacidade de sorção das fibras seguiu a tendência geral: Paina > Sisal e Serragem > Fibras de coco > Bucha Vegetal > Rejeitos folhosos.

Ferla-Oliveira et al. (2011) avaliaram a capacidade de sorção de óleo diesel e biodiesel pela fibra de coco (Cocos nucifera), comparando com a turfa comercial. Grande parte dos testes de sorção foi realizada nas faixas granulométricas de ≤180 μm; 180-425 μm; 425-850 μm e 850-3350 μm, com 30 mL dos óleos nas temperaturas de 20 a 25ºC, durante os tempos de 5, 10, 20, 40, 60 e 1440 min. A massa utilizada dos sorventes nos estudos foi de 0,5 g. O aumento da granulometria para a fibra de coco ocasionou aumento na sorção média dos óleos, onde a granulometria 850- 3350μm exibiu maior capacidade de sorção sorção de óleo diesel e biodiesel de 0,98±0,16 g e 1,08±0,08 g, respectivamente. Os resultados de sorção do biodiesel para fibra de coco apresentou resultados similares a turfa comercial, no entanto, a sorção do diesel foi inferior para a fibra de coco.

Wahi et al. (2013) realizaram uma revisão de trabalhos recentes que usaram biosorventes para remoção de óleo e avaliação das técnicas de limpeza de derramamentos e/ou vazamentos de óleo mais utilizadas. O número de trabalho publicados mostra o interesse intensivo por biosorventes, devido a limitação dos sorventes sintéticos como a não biodegradabilidade. A bundância natural, fontes renováveis, eficiência de sorção e o bom custo benefício, mostra que os sorventes naturais são uma alternativa atrativa de remoção de óleo.

Bazargan, Tan e Mckay (2015) avaliaram as normas ASTM 716-09 (Standard Test

Method for Sorbent Performance of Absorbents) e os adsorventes a 726-12 (Standard Test Method for Sorbent Performance of Adsorbents) e propruzeram padronizações

para os testes de performace de sorção para sorventes, visto que as normas têm algumas deficiências e muitos artigos não têm utilizados os padrões da ASTM. Porém os autores ressaltam que o não uso dos padrões gera metodologias diferentes, impossíbilitando a comparação dos resultados gerados nos estudos. Outra

problemática ressaltada pelos autores é o uso indevido nos artigos dos termos adsorção e absorção. Sendo melhor usar a nomenclatura de sorção, que generaliza os processos evitando erros.

Segundo Chai et al. (2015) os sorventes utilizados para limpeza do derramamento e/ou vazamento de petróleo e seus derivados são classificados tipicamente em três grupos: os polimeros sintéticos (ex.: polipropilenos e poliuretanos), as fibras naturais (ex.: paina e fibra de coco) e os minerais inorgânicos (argilas e zeólitas). Os sorventes comerciais em grande maioria são sintéticos e avaliados como produtos não biodegradáveis, gerando sérios problemas com a disposição final após o uso. Por esse motivo os sorventes naturais têm sido um grande atrativo pela alta biodegradabilidade, baixo custo e boa capacidade de sorção de óleo.

Oliveira et al (2016) avaliaram a capacidade de sorção de óleo diesel e biodiesel pela fibra de curauá (Ananas erictifolius), comparando com a turfa comercial. Os testes de sorção foram realizados para a fibra de curauá sem classificação e nas faixas granulométricas de ≤ 180; 180-425; 425-850 e 850-3350 μm, na presença de 20 g do óleo nos tempos de 5, 10, 20, 40, 60 e 1.440 min. A massa utilizada dos sorventes nos estudos foi de 0,5 g. A fibra de curauá apresentou sorção média 1,23g/g comparado com 1,12 g/g da turfa para o diesel, e apresentou um valor médio para o biodiesel 36% maior que a turfa. Os resultados mostraram que a fibra de curauá apresentou resultados de sorção similar ao do sorvente comercial.

As limitações dos sorventes sintéticos, principalmente por não ser biodegradáveis, vêm desencadeando um interesse intensivo pelos biosorventes (fibras vegetais, biomassas e resíduos agrícolas), devido a grande disponibilidade na natureza, ser biodegradáveis e apresentarem um baixo custo (WAHI et al., 2013; GU et al., 2014; SONG; ZHU; FAN, 2017). Há uma grande quantidade de resultados de pesquisas publicadas descrevendo a remoção de óleo por vários materiais naturais, como a palha (IBRAHIM; ANG;WANG, 2009), bagaço de cana (SAID et al., 2009), casca de arroz (ANGELOVA et al., 2011; ALI et al., 2012), algodão (SINGH et al., 2013), paineira-kaiapok (ANNUNCIADO, SYDENSTRICKER, AMICO, 2005; LIM; HUANG, 2007a,b; ABDULLAH et al., 2010; WANG; ZHENG; WANG,2012, 2013, 2014),

Sideroxylon (RENGASAMY, DAS; KARAN, 2011), fibra de seda (ANNUNCIADO;

SYDENSTRICKER; AMICO, 2005), fibra de semente de Populus (LIKON et al., 2013), dentre outros. Os desempenhos de alguns biosorventes para remoção de óleo são mostrados na Tabela 5.

Sorvente Tratamento da Fibra Sorbato/Capacidade de sorção g óleo/ g fibra

Tipo de Sistema

de Sorção Autor

Palha de Cevada

Seca ao sol Diesel: 5,9-7,6

Seco/Dinâmico (placa de

agitação) HUSSEIEN, AMER e SAWSAN. (2008) Carbonização a 400 ºC,

0,5-3h

Óleo de Baleia Marinha: 8,1-

9.2 Emulsão/Shaker

NaOH e Cloreto de

cetilpiridínio Óleo de Canola: 0,576 - IBRAHIM, WANG e ANG

(2010) Grama de Algodão - Eriophorum Fibra in Natura Petróleo: 14-20 Diesel: 9-20.5 Óleo de Motor: 12-22 Óleo Mineral: 15-18 - SUNI et al. (2004) Paina - Ceiba speciosa Fibra in Natura Gasolina: 26,1 Diesel Metropolitano: 36,4 Diesel Marítimo: 42,7 Óleo cru: 85,83-87,97 Seco Estático/Dinâmic o ANNUNCIADO et al. (2005) Fibra in Natura Diesel: 36,7 Óleo de Motor: 47,4 Óleo de Motor usado: 50,8

Seco/ Dinâmico ABDULLAH et al. (2010)

Seca ao sol

Diesel: 19,35 Óleo Cru: 25,71 Óleo de Motor: 60,51 Óleo de Motor usado: 49,94

Seco ALI et al. (2012)

Fibra in Natura Diesel: 2,3–9 Simulação de aquífero (Dinâmico) LIM e HUANG (2006) Casca do Coco - Salvinia cucullata Roxb.

Seca a 60 ºC, 24h Óleo de Motor: 0,058

Seco e Simulação de aquífero KHAN, VIROJNAGUD e RATPUKDI (2004) Bagaço de Cana de Açúcar Seca ao sol Diesel: 10.51 Óleo Cru: 13.27 Óleo de Motor: 19.95 Óleo de Motor usado: 18.01

Seco ALI et al. (2012)

Seca a 60 ºC, 24h Óleo de Motor: 0,019

Seco e Simulação de

aquífero

KHAN, VIROJNAGUD e RATPUKDI (2004) Lavado com água e seco

a 60 ºC, 24h Óleos e graxas (decahidronaftaleno): 6,65 Dinâmico BONI et al. (2016) Fibra in Natura Tratamento térmico Óleo Cru:0.50 Óleo de Motor:0,45 Óleo Usado:0,67 Óleo Cru:0,20 Óleo de Motor:0,25 Óleo Usado:0,31

Dinâmico RAZAVI, MIRGHAFFARI e REZAEI (2015)

Sisal Fibra in Natura Óleo cru: 3-6,4 Seco/Estático/Di nâmico

ANNUNCIADO, SYDENSTRICKER e

AMICO (2005)

Cereus

Seca ao sol Gasolina: 6-7,5

Dinâmica

Casca de Noz In natura

Padrão de Óleo Mineral: 0,53-0,56 Óleo de Canola: 0,56-0,58 Óleo de Corte: 0,64-0,81 Seco/Estático SRINIVASAN; VIRARAGHAVAN, 2008

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