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3   CARACTERÍSTICAS VISUAIS DE AGENTES DETERIORADORES

3.1   CARACTERÍSTICAS VISUAIS DE AGENTES BIÓTICOS 46 

3.1.4   Perfuradores marinhos 88

3.1.4.4   Sphaeroma terebrans 93

Segundo Ritter e Morrell (1990), a preocupação relativamente nova para os pesquisadores norte americanos, em deteriorações de madeira em águas semitropicais é o Sphaeroma terebrans (Figura 3.54), um nativo crustáceo móvel dos manguezais encontrado na Flórida. Esta espécie apresenta maior resistência aos preservativos de madeira a base de cobre, tornando um fator preocupante para regiões de água quente.

Figura 3.54. Características visuais de diagnóstico de ataques e orifícios em madeira deteriorada por Sphaeroma

terebrans. Fonte: MASTERSON (2008).

Nas Tabelas 3.3 e 3.4 são apresentadas as principais características de sinais visuais de manifestações patológicas por agentes bióticos, com Potencial de Risco de Biodeterioração.

Tabela 3.3. Características de sinais visuais de manifestações patológicas por agentes bióticos, com Potencial de Risco de Biodeterioração.

Manifestação patológica Características visuais

Manchas de umidade por infiltrações [ingl.: Water staining]

“O inspetor deve estar atento para quaisquer indicações de pontos intuitivos ou de sinais visuais de manchas de infiltrações.Os sinais visuais podem aparecer como marcas d'água, manchas leve de lama ou manchas com variações na coloração, RITTER e MORRELL (1990). As manchas de umidade na madeira, geralmente decorrentes de infiltrações, são sinais visuais que sempre devem ser consideradas como “Alto Potencial de Risco de Biodeterioração”, pois geralmente são regiões favoráveis à proliferação de fungos apodrecedores”.

Fonte: BRITO e CALIL JR. (2013)c Presença de manchas ou descolorações

“A presença de manchas ou descolorações [ingl.: Staining or discoloration] diferenciadamente podem ser indicativos de que os elementos estruturais de madeiras tenham sido submetidos a infiltrações e/ou apresentem teores de umidade elevados, potencialmente adequados para a biodeterioração e/ou para o apodrecimento [Highley e Scheffer (1989), RITTER e MORRELL (1990), ROSSOW (2012)]. As manchas de corrosão também podem ser são bons indicativos de infiltrações, RITTER e MORRELL (1990)”.

Fonte: ROSSOW (2012) Presença de corpos de frutificação e/ou hifas

“Os corpos-de-frutificação [ingl.: Fruiting bodies] podem evidenciar como indicativo de ataque de fungos apodrecedores, no entanto, não indicam a quantidade ou a extensão da deterioração [HIGHLEY e SCHEFFER (1989) e RITTER e MORRELL (1990), ROSSOW (2012)]. Alguns fungos produzem corpos de frutificação depois de ocorrido pequenas dimensões de biodeterioração, enquanto outros se desenvolvem apenas depois que a biodeterioração já está extensa. Segundo RITTER e MORRELL (1990), pelo motivo dos corpos de frutificação não serem comuns em estruturas de pontes de madeira, por exemplo, certamente o surgimento desses organismos, em elementos estruturais de madeira, indicam problemas graves de deterioração quando estão presentes”.

Fonte: ROSSOW (2012) Presença de crescimento de plantas e/ou musgos

“O crescimento de plantas e/ou musgos esverdeados ou escuros em fendas, rachas, fissuras, ou acumulações de solo sobre elementos estruturais, podem ser indicativos de que a madeira adjacente, geralmente na região de apoio ou nó de ligação desprotegida, que esteja com Teor de umidade relativamente elevado, são sinais de manifestações patológicas com grande potencial de risco de biodeterioração por fungos apodrecedores, quando expostas por um longo período de tempo, RITTER e MORRELL (1990); CRUZ (2001)”.

Tabela 3.4. Características de sinais visuais de manifestações patológicas por agentes bióticos, com Potencial de Risco de Biodeterioração (continuação).

Manifestação patológica Características visuais

Depressões superficiais

“Faces afundadas ou depressões superficiais [ingl.: Sunken faces] localizadas, que apresentem camada superficial fina removida, podem indicar fundamentais sinais visuais de potencial de risco de biodeterioração por apodrecimento, HIGHLEY e SCHEFFER (1989); RITTER e MORRELL (1990); BRASHAW et al (2012); ROSSOW (2012)]. Na região de superfície de elementos estruturais, podem desenvolver camadas de deterioração ou vazios, formando uma camada de depressão fina intacta ou parcialmente intacta, na superfície de madeira, RITTER e

MORRELL (1990)”. Fonte: BRASHAW et al (2012)

Biodeterioração por apodrecimento em topo de estacas e/ou colunas

“No topo de estacas de apoio, colunas, etc., o capuz de proteção de topo, em regiões de apoio da superestrutura geralmente provê de uma superfície horizontal que retém detritos e escoamentos de água do tabuleiro. As fibras de extremidade nas peças de madeira devem sempre ser consideradas com alto potencial risco de biodeteriorações, pois são mais susceptíveis à retenção de água. As ligações internas em capuz e fendas que retém água e detritos tornam-as regiões críticas. Água no capuz que escoa para as ligações pode resultar em biodeteriorações internas substanciais, por apodrecimento, com pouca evidência de danos externos, RITTER e MORRELL (1990); BIGELOW et al (2007). A podridão no interior da madeira, típica em topo de estacas, geralmente decorrentes de falhas no processo de tratamento preservativo em autoclaves, e/ou quebras da barreira de tratamento em cortes efetuados “in loco” sem tratamento posterior, HIGHLEY e SCHEFFER (1989); RITTER e MORRELL (1990)”.

Fonte: BIGELOW et al (2007)

Biodeterioração por apodrecimento em superfícies de extremidade das fibras

“As superfícies de extremidade das fibras [ingl.: end-grain surfaces] devem ser consideradas como “Alto Potencial de Risco de Biodeterioração” por apodrecimento, pois absorvem à água muito mais rapidamente do que as superfícies laterais das fibras [ingl.: side-grain], RITTER e MORRELL (1990). Uma superfície exposta, desprotegida, ou a sucessão inadequada de trabalhos, por exemplo, em perfurações cortes ou entalhes em madeira após ter sido tratada em autoclave, resulta em superfícies de madeira não tratadas, que ficam expostas, favorecendo ao ataque de agentes bióticos, RITTER e MORRELL (1990), BIGELOW et al (2007)”.

Fonte: BIGELOW et al (2007) Excrementos de Insetos: resíduos de grânulos ovalados

“A identificação de orifícios com resíduos de grânulos ovalados podem indicar excrementos, que evidenciam insetos em atividade, e quando identificados, geralmente são sinais visuais de manifestações patológicas com Alto Potencial de Risco de Biodeterioração. E a presença de atividade de insetos também pode evidenciar a presença de biodeterioração por apodrecimento, RITTER e MORRELL (1990); ARRIAGA et al (2002)”.