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5.1 ATUAÇÃO DOS STAKEHOLDERS NOS PROJETOS DE PARCERIAS

5.1.3 STAKEHOLDERS CONTROLADORES DAS PPP

Sobre a configuração do controle das PPP se observa o ordenamento de maior complexidade, tendo em vista a sua composição com um número maior de stakeholders, e muitas vezes, com interesses concorrentes. O Estado é um dos controladores dos projetos, até mesmo os atores apresentados anteriormente nos papéis de deliberantes e demandantes. Já o privado é representado pela figur a do concessionário; e ainda um verificador independente, especifico para auditar o desempenho da gestão da PPP.

Dentre esses, enfatiza-se que alguns atores são horizontais, ou seja, atuam em mais de um projeto da carteira de PPP da Bahia, exemplificados pelo Ministério Público e Tribunal de Contas, que possuem a função principal de controle do processo.

O controle da gestão do contrato da Fonte Nova é realizado pela Superintendência para Desenvolvimento do Esporte (SUDESB), autarquia vinculada à SETRE e encarregada de avaliar o orçamento do Estádio apresentado pela SETEPLA e imbuída da fiscalização da gestão PPP da Fonte Nova.

Além da SUDESB, a Secretaria do Trabalho, Renda e Esporte, possui interação com vários órgãos de controle, como o Tribunal de Contas e Ministério Público Estadual e Federal, Ouvidoria e Procuradoria Geral do Estado. O secretário informa que, inserido nessa teia de fiscalização, até o encaminhamento do processo licitatório e assinatura do contrato dependerão

[DB79] Comentário: Sumarize i dessa forma. [DB80] Comentário: Criei o subtópico. [DB81] Comentário: Elaborei o texto introdutório

do aval positivo da PGE, como um exemplo, que irá conferir legitimidade ao processo das PPP.

Semelhante à SETRE, a SESAB exerce o acompanhamento dos contratos de PPP na área da saúde por intermédio da Diretoria Geral da Rede Própria de Gestão Direta e Indireta (DIRP-GD e DIRP-G I), visitando o Hospital e acessando os relatórios do seu sistema de informações. Justamente para o controle da execução dos contratos, a estrutura organizacional da SESAB contém grupos de trabalhos muito especializados. Existem categorias de serviços que ficam a cargo do departamento chamado de Diretoria Geral da Rede Própria de Gestão Indireta (DIRP-GI), outros relacionados com a Diretoria de Gestão Direta (DIRP-GD) e a Diretoria de Investimentos que formam a Diretoria Geral da Rede Própria (DGRP).

A cada novo caso é discutido pela SESAB por qual diretoria gestora será feito o acompanhamento. Atualmente esse exame é feito para o projeto do Novo Instituto Couto Maia, que de acordo com assessora do gabinete do secretário de saúde, poderá ficar enquadrado tanto sobre a responsabilidade da DIRP-GD ou GI, e se o projeto de Imagem, realmente, será monitorado na GI, indicada em razão do mesmo conter a concessão de serviços clínicos.

Nesse sentindo, a atuação da Secretaria da Saúde é antevista contratualmente para a fiscalização dos projetos por intermédio de uma comissão constituída e nomeada por portaria do secretário para o acompanhamento da gestão do Hospital do Subúrbio (HS). A verificação das metas e ações do contrato é submetida à superintendência e ao secretário para a deliberação, que confirme a transferência total da contraprestação ou que indique a dedução nesse valor ou a penalização do concessionário.

Para o exercício do papel de controle, o contrato do Hospital do Subúrbio possui indicadores quantitativos e de desempenho. A parte quantitativa apura o número de pacientes atendidos, a quantidade de procedimentos realizados, etc. Já os indicadores de desempenho estão atrelados à qualidade do serviço, cujo exame observa se o consórcio está cumprindo os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) para os serviços clínicos, quanto à satisfação do usuário, à limpeza das instalações, à manutenção dos equipamentos e aos demais critérios para a acreditação hospitalar. A assessora técnica da SESAB revela que a equipe fiscalizadora do

HS tem acesso irrestrito em todas as áreas e nos horários desejados, sem necessitar da autorização ou agendamento prévio.

Depois da avaliação dos indicadores, é calculado valor da contraprestação mensal que a Prodal Saúde faz jus em receber no próximo trimestre. Por conseguinte, é informado à Secretaria da Fazenda a dedução ou não da contraprest ação, que emitirá a ordem para a DESENBAHIA efetuar o pagamento do valor. A transferência dessa parcela variável é trimestral, já a parcela fixa é entregue mensalmente pela SEFAZ sem prévia autorização.

Essa fiscalização voltada principalmente para a conferência do Quadro de Indicadores de Desempenho (QID) que reflete na remuneração do parceiro privado é também examinado pelo Verificador Independente (VI), que tem a função de ratificar os resultados e evitar os conflitos de avaliações distintas entre demandante, consórcios e demais controladores.

Da mesma forma, somente discute-se qualquer questão ligada ao âmago das PPP com a aprovação do Conselho Gestor, presidido pela Secretaria da Fazenda, que faz a análise financeira do Estado quanto à sua Receita Corrente Líquida (RCL), que serve como base para o cálculo do valor disponível para as novas contratações de PPP. A SEFAZ também verifica a capacidade de pagamento do Estado, assim como os órgãos de controle.

O Ministério Público e o Tribunal de Contas, também atuantes na PPP da Arena Fonte Nova e Hospital do Subúrbio, debatem o conceito das referidas parcerias e resistem ao tratamento dos proj etos como negócios que diferem do modelo de obras públicas até então monitoradas. Segundo o secretário executivo, o monitoramento ainda difuso aumenta a exigência de esclarecimentos e, em consequência, o custo para o Estado.

De outra maneira, a atuação do Ministério Público do Estado da Bahia é traçada pelo acompanhamento das audiências, consultas públicas e das análises dos editais, e posteriormente, no estágio de implementação dos projetos. Com foco maior sobre a fase de licitação, o MPE envia por escrit o as recomendações para alteração do edital e para adequação da licitação.

A recomendação não é uma obrigação, como o próprio nome sugere, contudo, a depender da situação, é possível que órgão de controle ingresse com uma ação civil pública para contestar algum equívoco pertencente a esses contratos de Parcerias Público- Privadas.

Formatado: Não Realce Formatado: Fonte parág.

padrão, Fonte: (Padrão) Arial

[DB82] Comentário: Acrescen

te um comentário sobre o controle da Secretaria de Saúde da Bahia e do verificador

independente

[SC83] Comentário: Ou o

comitê gestor de PPP que pertence a SEFAZ?

[DB84R83] Comentário: O

Conselho Gestor de PPP é presidido pelo Secretário da SEFAZ (Petitinga).

[DB85] Comentário: A SEFAZ,

o MPE e o TCE, participam do projeto da Arena Fonte Nova. Por essa razão, suas atuações são descritas no tópico dos Stakeholders da Arena.

Enfatiza-se que o Ministério Público não participa da tomada de decisões do Conselho Gestor de PPP e que apenas tem conhecimento sobre os projetos através do que é divulgado em audiência pública. Caso não haja aprovação pelo MPE, são abertas novas questões e dadas as informações pelos stakeholders para que se esclareça o processo.

A promotora entrevistada caracteriza o papel do Ministério Público do Estado da Bahia contrastando importantes diferenças na atuação do Ministério Público do Estado da Bahia e da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Em sua fala ela ensina que a PGE não questiona a conveniência e a oportunidade das decisões, sendo esses aspectos do interesse do MPE. É ressaltado também que o Ministério pode atuar de oficio, ou seja, sem ninguém provocar, para indagar sobre quaisquer escolhas feitas no desenvolvimento dos empreendimentos.