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4.2 CATEGORIA 1 – EDUCAÇÃO EMOCIONAL

4.2.2 Subcategoria Pessoal

A subcategoria pessoal diz respeito aos itens que impactam na Educação Emocional e estão mais diretamente relacionadas com as questões pessoais. A tese é sobre a qualidade de vida do professor universitário acima dos 40 anos, com ênfase ao seu desenvolvimento emocional, portanto tendo uma grande representatividade os itens levantados nas questões pessoais. Os resultados dos itens representativos pessoais devem contemplar o estudo da trajetória pessoal do docente universitário indicados nos objetivos específicos, como também ajudar a

analisar comportamentos que indiquem presença de busca e realização de uma melhor qualidade de vida.

Do total das 69 questões do questionário, selecionei aquelas que podem representar mais especificamente a busca do desenvolvimento emocional com maior relacionamento às questões pessoais, conforme segue:

– equilíbrio emocional;

– emoções positivas (pensar positivamente); – andropausa – envelhecimento masculino; – menopausa – envelhecimento feminino; – adaptação com o outro;

– autoimagem – como me vejo; – autoestima;

– família;

– relacionamentos amorosos; – felicidade;

– experimentar novas emoções; – poder expressar sentimentos; – ser racional;

– tolerância;

– ter senso de humor; – valores espirituais; – intuição; – sensibilidade; – depressão; – abertura de pensamento; – estado de ânimo;

– conhecer novas emoções.

Seguindo a mesma linha de análise, o item de maior representatividade para os pesquisados é o “equilíbrio emocional” cuja soma do percentual de frequência para a escala 4 e 5 foi de 97,85%, seguido do item “felicidade”, com 97,13% de frequência 4 e 5 e “família” com 96,77% de frequência 4 e 5.

Percebe-se com esses resultados que os elementos mais relevantes, de maior representatividade, que podem garantir uma educação emocional para os

professores estão relacionados, primeiro a preocupação com o próprio equilíbrio emocional, em seguida com questões muito simples da vida, que são a busca pela felicidade e a representatividade da família.

Csikszentmihalvi (2008, p. 13) coloca que a felicidade não é algo que acontece. Não é o resultado de sorte ou azar. Como também não é algo que se pode comprar com dinheiro e poder. Não parece depender de acontecimentos externos, mas como interpretamos estes acontecimentos. A condição de felicidade é uma condição vital de cada pessoa que deve ser preparada, cultivada e defendida individualmente. As pessoas que sabem controlar suas experiências internas são capazes de determinar sua qualidade de vida. Essas questões são questões que levam o ser humano a poder estar mais feliz.

Podemos dizer que professores universitários que tem o item de equilíbrio emocional como o mais importante, seguido de questões referente à felicidade e à família, podem representar uma classe mais estruturada para buscar ser feliz. Do equilíbrio emocional e da família vem a estrutura para a busca de uma vida com mais equilíbrio e consequente estado de felicidade.

Segundo Whitaker e Bumberry (1990, p. 136), quando falamos de família, quando olhamos para ela, temos a universalidade do fator pessoal, nosso próprio critério, este fenômeno naturalmente humano. Uma família saudável é dinâmica, não estática. Deve estar em contínuo processo de evolução e mudanças. Portanto, uma família saudável é um sistema em movimento.

Interessar-se por equilíbrio emocional representa estar em constante desenvolvimento. Família também representa movimento. Podemos inferir que ensinar é também um processo em constante movimento, portanto docentes universitários pode ser uma classe em movimento constante, acostumada a buscar, a mudar profissionalmente e pessoalmente.

Minuchin (1982, p. 52) coloca que o homem sobrevive em grupos, isto é, inerente à condição humana. A família tem passado por mudanças que correspondem às mudanças da sociedade. Tem assumido ou renunciado a funções de proteção e socialização de seus membros em respostas às necessidades da cultura. “Neste sentido, as funções da família atendem a dois diferentes objetivos. Um é interno – a proteção psicossocial de seus membros; o outro é externo – a acomodação a uma cultura e a transmissão dessa cultura.”

Posso dizer que dar aulas representa estar em contato constante com o novo, é alimentar-se do novo, possibilitando um repensar constante dos que atuam com a docência universitária, precisa-se do equilíbrio emocional e da estrutura e apoio da família para vencer essas questões do dia a dia.

Todos os demais itens são relevantes e representativos, com exceção do item 53 “depressão”, todos os demais tiveram frequência acima de 50% para a escala 4 e 5. Cabe ressaltar que os itens “andropausa – envelhecimento masculino” e “menopausa – envelhecimento feminino” com frequências na marcação 4 e 5 de 41,58% e 56,27%, respectivamente, tiveram um índice de não respostas bastante significativos (20,07% e 11,47%) influenciando o resultado real final. O Gráfico 14, apresenta esses resultados.

Gráfico 14. Questões da Categoria Educação Emocional, subcategoria Pessoal e

frequências na escala de 1 a 5

Fonte: O autor (2012).

Observa-se no Gráfico 14, que o item 53 “depressão” possui a menor área para a escala 5, representada pela cor azul. É o item que possui a mais baixa representatividade para os docentes. O Quadro 9 apresenta com detalhes a frequência para este item. Lembrando que a escala 1 é de menor valor e 5 maior valor, somando-se as escalas 1, 2 e 3 chega-se a 60,22%. Ou seja, mais da metade dos professores que responderam a pesquisa não veem como representativo este item no que diz respeito à Educação Emocional.

Quadro 9. Frequência e distribuição percentual do item depressão Escala Frequência % 5 63 22,58 4 41 14,70 3 40 14,34 2 62 22,22 1 66 23,66 Sem resposta 7 2,51 279 100,00 Fonte: O autor (2012).

O baixo interesse por itens, como depressão, solidão, afastamento, apatia, etc. pode significar uma classe de profissionais que “toca a vida”, que é ou busca ser feliz, buscando o equilíbrio.

Gráfico 15. Depressão por Faixa Etária

Fonte: O autor (2012).

Posso inferir através dos dados obtidos no Gráfico 15 que a faixa etária dos 40 aos 50 e dos 51 aos 60 possuem uma preocupação mais acentuada com a questão depressão, fechando com a ideia de que estas duas faixas etárias a meu ver são idades mais delicadas na vida das pessoas.

Gráfico 16. Frequência no item Depressão por formação acadêmica

Fonte: O autor (2012).

Com os dados do Gráfico 16 pode-se inferir que, quanto mais se estuda maior a possibilidade de equilíbrio nas questões emocionais. Dar a máxima importância ao item depressão, e também não dar tanta importância assim, pode significar equilíbrio, as pessoas sendo elas mesmas com seus pontos fortes e ou pontos fracos.

Hué (2008, p. 183) coloca que uma das competências que os docentes devem desenvolver é o controle emocional. Para tanto, é necessário desenvolver o autodesenvolvimento e a autoestima que contribuirão para o controle emocional. O pensamento abaixo pode representar o baixo interesse pelos itens representados no Gráfico 14:

O coração também é uma pequena fábrica de hormônios. Segrega sua própria reserva de adrenalina e também segrega e

controla a liberação de outro hormônio, o ANF, que regula a tensão arterial. E, finalmente, segrega sua própria reserva de oxitocina, o hormônio do amor. Servan Schieber, 2004:47 (apud HUÉ, 2008, p.183).

Gráfico 17. Frequência no item Equilíbrio Emocional por faixa etária

Fonte: O autor (2012).

O Gráfico 17 mostra através dos resultados que a preocupação com o equilíbrio emocional é muito representativo em todas as faixas etárias. Pode significar ser emocionalmente desenvolvido e também representar uma busca pelo ideal, por saberem dar importância aos mesmos com suas interferências nas vidas pessoais e profissionais dos entrevistados.

Gráfico 18. Frequência no item Equilíbrio Emocional por formação acadêmica

Fonte: O autor (2012).

O Gráfico 18 mostra que independente da sua formação o docente universitário é preocupado com o equilíbrio emocional.